Segredo escrita por thana


Capítulo 49
Capitulo 49




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— Eu cresci em um orfanato _ ele começou.

— Eu lembro de você ter falado alguma coisa sobre isso quando nos conhecemos _ eu falei.

— Então _ ele retornou _  o negocio é que eu não cresci em um único orfanato, eu acho que só em um ano eu passei por uns três orfanatos, desde que eu me entendo por gente eu vou de orfanato em orfanato.

— Você era tão ruim assim? _ eu disse abandonando o caderno de vez.

— Pior que não _ ele respondeu _ eu nunca entendia, eu sempre era transferido quando me machucava, as vezes era até grave, mas era batata, acontecia um acidente e no outro dia mesmo eu era transferido.

— Serio? _ eu estranhei _ mas o que é que acontecia com você?

Ele deu de ombro.

— Uma vez _ ele falou _ quando eu tinha uns nove ou dez anos fui transferido para um orfanato de freira, um dos poucos que eu gostei, eu e o resto dos órfãos estávamos saindo para fazer uma excursão, eu fique um pouco para trás porque tinha visto uma moeda no asfalto e quis pegar _ ele deu um risinho de leve como se compreendesse que agora parecia uma besteira _ então uma mulher me parou e começou a conversar comigo e perguntar quem eu era, o que eu tava fazendo ali e sei lá mais o que. Eu contei que tava com as freiras, que naquele momento tinham atravessado uma rua movimentada de carros, ela se ofereceu para me ajudar a atravessar, quando estávamos esperando o sinal fechar ela, do nada, me empurrou para a rua, ai um carro bateu em mim, o motorista até consegui frear mas mesmo assim ele bateu em mim eu fiquei desacordado na hora, só me lembro de acordar no hospital, as freiras estavam furiosas.

— Por quê? _ eu perguntei.

— Porque eu tinha me afastado do grupo.

— E por que você não contou o que tinha acontecido?

— Eu contei _ ele respondeu _ mas elas não acreditaram, disseram que eu tava mentindo, inventando, que não tinham visto mulher nenhuma do meu lado.

— E daí você foi transferido _ eu conclui.

— Mas sempre foi assim _ ele suspirou _ sempre me machucava e ninguém sabia como.

— Nunca mais você viu a tal mulher? _ eu quis saber.

Ele balançou a cabeça negativamente.

— Por isso que eu disse que eu tava no lucro _ ele falou _ porque pela primeira vez eu saberia do porque alguém quis me fazer mal.

— Eu vou perguntar ao João se ele já tem alguma resposta  _ eu informei _ você acha que vai ser transferido?

— Acho que não _ ele me respondeu _ espero que não _ ele suspirou _ para onde eu iria? Ficar a baixo da terra era a ultima opção.

Nesse momento alguém bateu a porta, eu me ergui e abri, eram a Brenda, o Derike, o Hugo e o Jonas.

— Que bom que você ta aqui _ a Brenda foi entrando seguida pelos meninos _ a gente passou lá pelo seu quarto, mas ninguém respondeu.

— Eu achei que você só queria ficar sozinha _ o Jonas falou _ por isso não respondeu.

— Ai resolvemos vir visitar o Filipe _ a Brenda concluiu.

— Então eu fui a segunda opção? _ o Filipe indagou fingindo ficar magoado _ eu sou amigo de vocês primeiro que ela.

— Não é isso _ a Brenda se sentou ao lado dele e passando o braço pelo seu ombro achando que a reação dele era real _ é que eu tinha combinado com ela que íamos dividir a tarefa de te passar os assuntos dos treinos. _ o Filipe deu um riso.

— Tudo bem _ ele falou rindo deles _ estão perdoados.

— Seu bobo _ a Brenda rebateu se afastando dele.

Todos riram, até eu.

— A Suzan já ta adiantando _ o Derike reparou pegando o caderno que estava aberto na cama dele.

— Agora falta pouco _ eu falei _ eu parei um pouco porque minha mão começou a doer, da próxima vez eu tiro Xerox.

— Acho que aqui não tem uma maquina dessa não _ o Hugo falou se sentando no chão perto da cama do Filipe.

— Eu nunca vi nenhuma aqui _ disse o Derike.

— A gente mal e mal tem um computador _ a Brenda comentou.

— Se bem que no orfanato que eu fui criado não tinha condição de ter um _ o Hugo disse _ só tinham dinheiro para o básico.

— Você também veio de um orfanato? _ eu perguntei.

— Sim _ o Hugo respondeu.

— Todos viemos de algum _ o Derike informou.

— Eu por exemplo _ começou o Jonas _ vim de um lá do sul.

Eu achei aquilo um pouco estranho, será que todo aquele povo era órfão?

— Você veio de qual Suzan? _ o Jonas me perguntou.

Eu fiquei calada, não sabia se podia ou não contar minha história.

— Eu não quero falar sobre isso _ o Filipe interrompeu _ já que a Suzan já adiantou um pouco os meus cadernos, bem que a gente podia sair um pouco, ir na fooderama. se distrair.

— Tem certeza? _ eu questionei _ você ainda tava com dor agora pouco.

— Mas o remédio já fez efeito _ o Filipe me respondeu.

— Se você se sente bem _ eu dei de ombro.

— Você vem né? _ o Filipe perguntou.

Fiquei calada, juntei minhas coisa e comecei a sair.

— Você vem ou não? _ a Brenda insistiu me seguindo, todos eles me seguiram.

— Não posso _ eu falei, não porque não queria ir, porque eu tava querendo _ castigo, lembra?

Já estávamos do lado de fora e o Derike estava de costas fechando a porta quando comentou:

— Nossa _ ele começou _ esse castigo não termina nunca?

— É eterno _ o Jonas comentou _ mo carrasco quem te deu esse castigo.

Todos nos estávamos de costas para o lado onde ficava os elevadores, então não percebemos que alguém vinha se aproximando.

— Deve ser a pior pessoa _ a Brenda concluiu _ quem te deu esse castigo, foi o Sr. Marcio.

— Não _ ouvimos uma voz feminina atrás de nós, nos viramos meio que imediatamente. Eu meio que reconheci a voz na hora, eu cresci ouvindo ela _ fui eu.

Era a mãe Marta.


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