Olá, depois de ficar muito, muito muitooooo tempo sem escrever ta ai mais um capitulo... se ainda tiver alguém que queira ler.

E eu achando que não tinha privacidade quando morava lá encima, só porque a mamãe e o papai queriam saber onde eu estava eu achava que era muito, agora eu sou monitorada em todos os lugares, até no mundo virtual.

Ok, como eu não queria ser pega no flagra pela mamãe por ter saído do castigo eu subi direto para o meu quarto, mas só que eu tinha esquecido de um detalhe, detalhe esse que a Brenda tinha me mostrado aquele mesmo dia, as câmeras de monitoração. Ingenuidade a minha pensar que a mamãe não ia dá uma espiada nelas para saber se eu tava ou não no quarto.

Assim que desci do elevador andei despreocupada pelo corredor ainda sem me dá contar que as câmeras poderiam ter me deletado, mas essa realidade logo me atingiu quando eu cheguei a porta do meu quarto, que por acaso estava escancarada, e eu lembrava de ter fechado ela.

Encontrar a porta aberta quando eu tinha deixado fechada não foi nada, ruim foi encontrar a minha mãe a minha espera sentada na cadeira da escrivaninha.

_ Que bom que você chegou _ a minha mãe disse com ironia na voz.

E como eu não queria ficar para traz eu também usei ironia com ela.

_ Já ta na hora de visitar os detentos? _ eu entrei no quarto e fiquei de pé a frente dela.

Ela me olhou seria e disse:

_ Digamos que está mais para uma inspeção de cela _ ela continuou com ironia se levantando da cadeira.

Eu balancei a cabeça positivamente e andei em direção a cama, nem queria encará-la mais.

_ E a algo de errado em minha cela? _ eu perguntei _ Alem do fato de está a quilômetros dentro da terra.

_ Vamos parar com isso ok _ ela falou rigidamente se virando para mim _ Por que você não estava no seu quarto? Você está de castigo esqueceu?

_ Não _ eu disse calmamente.

_ Então por que você saiu do seu quarto? _ ela insistiu.

_ Porque eu precisava resolver uma coisa _ eu disse indo para a escrivaninha e me sentando na cadeira que minha mãe tinha acabado de se levantar e abrindo o laptop.

_ Fazer o que? _ ela questionou fechando a tela do laptop, por um tris não prendeu meus dedos.

_ Pegar meu novo email _ eu disse um pouco irritada _ porque fizeram questão de apagar o antigo.

_ E quem disse que você podia sair do seu quarto para isso? _ ela perguntou com um pouco de descontrole na voz.

_ Ninguém _ eu falei me levantando da cadeira ainda com agressividade na voz _ eu sai porque eu quis. Agora isso é errado também?

_ Sim _ a mamãe falou com tanto descontrole do que eu _ quando se está de castigo.

_ Então me tire do castigo _ eu falei, falei não, gritei praticamente _ que isso não será mais errado.

_ Eu não vou discutir com você Suzan _ a mamãe falou querendo por um ponto final no que para ela era uma conversa, mas para mim já era uma discussão _ Você perdeu o direito do computador.

Ela disse isso já desconectando os cabos do laptop e o retirando da mesa.

_ Por quê? _ eu perguntei espantada.

_ Mal comportamento _ ela disse se virando para a porta.

_ Mas meu trabalho do treinamento de direção ta ai _ eu protestei achando que assim ela deixaria o laptop comigo.

_ Não se preocupe, eu imprimo para você _ e ela começou a ir em direção a porta, mas antes de sair ela ainda disse _ Você não era assim antes.

_ Talvez porque ninguém nunca tinha me enfiado em um buraco antes de sequer me avisar _ eu disse rancorosamente.

_ Seu jantar será servido aqui no quarto _ ela disse friamente.

 A mamãe saiu sem olhar para trás e fechou a porta.

Ela tinha razão, eu nunca até aquele momento se quer tinha falado alto com a mamãe, eu sempre a respeitava muito, eu nunca nem tinha sentido raiva dela, mas é que toda aquela situação me deixou muito abalada, minha vida tava totalmente virada, pais adotivos, muitos pais biológicos, você ficaria normal passando por tudo isso? Se serve de consolo: eu me senti muito mal por ter discutido com ela daquele jeito.

Quando deu a hora do jantar o papai foi quem apareceu para me entregar a comida.

_ Você realmente brigou com a sua mãe? _ foi a primeira coisa que ele falou quando eu abri a porta _ porque sinceramente eu não consigo imaginar isso.

_ Sim nos brigamos _ eu confirmei pegando o prato que ele segurava, o jantar era: arroz com galinha e salada, dá para imaginar coisa mais sem graça do que isso? _ mas a culpa foi dela, ela pirou só porque eu saí do quarto uns instantes.

_ Mas você tava de castigo _ ele falou entrando no quarto _ você sabia que não podia sair.

_ Mas foi rápido _ eu falei enquanto me sentava na cadeira e colocava o prato onde antes estava meu laptop.

_ Mesmo assim _ ele disse ficando de pé ao meu lado.

_ E ela ainda me tirou meu laptop _ eu reclamei enquanto contava um pedaço da galinha.

_ Por falar nisso _ ele disse levando a mão as costas e retirando algo do bolso _ ela pediu para te entregar isso _ ele me passou umas folhas de papel dobradas.

_ Obrigada _ eu falei enquanto pegava as folhas.

_ Bem to indo _ ele falou _ daqui a pouco alguém vem aqui pegar o prato _ ele beijou o topo da minha cabeça _ você sabe que tua mãe te ama não sabe?

Eu balancei a cabeça dizendo que sim.

_ E o que ela faz é para o seu melhor não sabe? _ ele continuou falando ainda perto da minha cabeça.

Eu balancei a cabeça afirmativamente de novo. Ele deu mais um beijo na minha cabeça e saiu do quarto.

Se antes eu já me sentia chateada pela briga depois disse a situação piorou, cheguei até a perder a fome, até porque a comida já não ajudava muito.