Segredo escrita por thana


Capítulo 18
Capítulo 18




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Eu caminhava lentamente pela área de recreação, que já estava mais movimentada do que no momento em que eu chegue. Tinham aparecido por ali o pessoal mais velho, que trajavam uma calça moletom azul escura e uma camisa sem magas branca, igual a minha.


 


Os homens corriam pelo local em duas filas postadas uma do lado da outra, sabe, como os caras do exercito fazem. E as mulheres ainda faziam alongamento.


 


Continuei andando até o galpão, mas parecia que a cada passo que eu dava mais longe o lugar ficava. Quando eu tava a alguns metros do galpão um grupo de homens passou por mim correndo, sinceramente, eu tomei um susto, o barulho dos passos deles era tão sincronizado que mais parecia uma cavalaria chegando, enfim eles passaram por mim e chegaram ao galpão, eu cheguei logo em seguida... ah, mentira, eu devo ter chegado bem uns dez minutos depois.


 


O lugar era bem amplo, não tinha janelas, mas isso não importava muito, porque o portão se acesso era enorme. Lá dentro tinha umas maquinas esquisitas, sabe esses aparelhos de musculação que sempre se encontra em academias? Então, eram eles, acho que chamam de banco de supino.


 


Os homens que tinham passado por mim já estavam nesses aparelhos, uns estavam deitados nesses bancos de supino levantando uma barra de ferro com vários pesos nas pontas, com os braços, e outros em pé levantando uma barra igual a ela também com os braços.


 


Eu não olhei muito para eles não, estava mais interessada em achar os tais bebedouros que o professor tinha me falado, e os achei do lado oposto ao que eu tava.


 


Os bebedouros estavam postos um ao lado do outro, um total de dez, eram daqueles bebedouros de escola sabe, aqueles que tem que pressionar um botão para a água jorrar. Nossa, parecia que eles estavam me chamando, quanta cede eu tava sentindo.


 


Demorei alguns segundo para chegar neles, mas para mim pareceram horas, e nem acreditei quando senti a água gelada tocando os meus lábios, entrando na minha boca e descendo pela minha garganta, eu podia senti ela fazendo todo o percurso até o meu estômago, eu não parei de tomar a água até sentir minha barriga protestar dizendo que já estava totalmente cheia.


 


Quando eu parei de pressionar o botão que mandava a água para a minha boca, eu me ergui lentamente de olhos fechados, ainda saboreando a sensação de refrescância que a água tinha me proporcionado.


 


_ Ei, vai demorar muito ai? _ eu ouvi uma voz que me trouxe de volta a realidade do cansaço.


 


Eu me virei e dei de cara com a ultima pessoa que eu queria ver, não que eu realmente quisesse ver alguém ali, mas lá estava ele, um homem de estatura baixa, mas ele ainda continuava a ser bem mais alto que eu, e cabelos curtos, era o idiota do Marcos.


 


_ O que? _ eu perguntei como se não tivesse ouvido direito.


 


_ Eu to a fim de beber água _ ele disse com uma cara seria _ dá para desocupar o bebedouro?


 


_ Eu não sei se você reparou, mas esse não é o único bebedouro _ eu disse apontando para os outros nove.


 


_ É o único que ainda tem água gelada _ ele me disse ainda serio _ os outros acabaram de ser cheios, então vai demorar um pouco para elas gelarem, ou seja, ela está quente.


 


_ Mas continua sendo água _ eu retruquei.


 


Eu nem sabia o porquê eu tava fazendo isso, eu já tinha terminado de beber água mesmo, mas sei lá, ele me aborrecia só em estar vivo.


 


_ Mas não é água gelada _ ele falou _ então já terminou de beber água ou não?


 


_ Não _ eu respondi.


 


Eu me virei para o bebedouro novamente e voltei a pressionar o botão, não que eu estivesse com cede ainda, mas era só para irritá-lo mais um pouco, na verdade eu nem bebi a água só deixei ela bater nos meus lábios para me trazer de volta o frescor. Depois de uns trinta segundos eu me ergui novamente e virei para ele.


 


_ Pronto, ele é todo seu _ eu disse com uma voz calma me afastando no bebedouro.


 


Ele nada disse, simplesmente, se aproximou do bebedouro e começou a beber da água que dali jorrava.


 


Eu me deitei em um banco que tinha ali perto, um desses bancos longos sem encostos e braços, e fiquei ali por uns segundos olhando para o teto do galpão, ele não tinha um acabamento com laje, as telhas eram todas visíveis, quando o Filipe chegou.


 


_ Ah, ai está você _ ele disse quando me viu jogada no banco.


 


Foi nesse momento que o Marcos virou para sair do bebedouro e quando viu o Filipe deu um sorrisinho maldoso e disse:


 


_ E ai frangote? _ parecia que ele só o estava cumprimentando, mas o tom era bem malicioso.


 


O Filipe fingiu que não o ouviu, mas sua expressão ficou muito seria e sua voz muito dura quando ele falou comigo em seguida:


 


_ O professor tá chamando a gente Suzan, vamos.


 


Eu comecei a me erguer do banco quando o Marcos falou de novo:


 


_ Ei, não me ouviu não frangote? _ após ter dito isso ele deu um leve empurrão nos ombros do Filipe, que estava praticamente de frente para ele, mas preferia olhar ou para o chão ou para mim. O Filipe só deu um passo atrás com o empurrão.


 


_ Me deixa em paz _ o Filipe disse o encarando por alguns instantes, mas logo abaixando a cabeça.


 


_ O que foi frangote? _ o Marcos perguntou de novo em um tom de quem acha graça.


 


E foi ai que me deu um instinto de super protetora. Eu não sei por que, mas eu não tava gostando de ver o Filipe sendo zoando bem na minha frente, tá tudo bem eu não fui muito com a cara dele no início, mas aquilo tá realmente me incomodando.


 


_ Não _ eu disse sarcasticamente para o Marcos, nesse momento eu já estava de pé ao lado do Filipe _ você realmente não se satisfaz só rachando cabeça de garotas inocentes, você tem mesmo que zoar com pessoas mais novas que você, isso tudo por quê? Para se sentir superior?


 


O Marcos olhou para mim com o sorrisinho maldoso se desfazendo dos lábios dele. Eu ouvi alguns risinhos logo atrás de mim, provavelmente, alguém tinha achado o que eu falei engraçado.


 


Quando o Marcos começou a abrir a boca para dar alguma resposta mal criada o Filipe me segurou pelo cotovelo e me arrastou para fora do galpão.


 


_ Que idiota _ eu praticamente cuspi as palavras de tanta raiva que eu sentia, quando saímos finalmente do galpão.


 


_ Deixa para lá _ o Filipe falou com uma voz serena _ eu nem ligo mais.


 


_ Por que ele te chamou de frangote? _ eu quis saber enquanto nós andávamos em direção a piscina, ele já tinha me soltado.


 


_ Porque eu sou magro _ ele respondeu sem olhar para mim.


 


_ E daí? _ eu insisti.


 


_ Eu sou magro e fraco _ ele completou.


 


_ Você não é fraco _ eu rebati tentando fazer ele se sentir bem (por que eu tava fazendo isso?) _ Você até conseguiu me carregar àquela hora.


 


Vamos e venhamos eu não sou uma garota que pode se chamar de magra.


 


_ Mas em comparação a ele eu sou fraco _ ele disse me olhando dessa vez.


 


_ Ah, isso é mesmo _ eu concordei lembrando dos braços musculosos do Marcos.


 


O resto do caminho nós fizemos em silencio. Quando chegamos onde o professor estava, ele já estava dispensando a turma.


 


_ Então é isso _ ele dizia _ amanhã nos encontramos aqui de novo... sem atrasos _ ele acrescentou.


 


_ Então, vamos embora? _ a Brenda perguntou um pouco animada de mais.


 


_ Vamos _ eu respondi enquanto o Derek, o Hugo e Jonas se aproximavam _ eu não vejo a hora de me jogar na cama.


 


_ Não vai dar tempo para isso não _ o Derek disse quando começamos a caminhar em direção ao centro da “Metrópoles” _ só temos tempo para um banho antes da próxima aula.


 


Eu dei um suspiro sem esperança.


 


_ E qual é a próxima aula? _ eu perguntei.


 


_ Dispositivos bélicos _ o Hugo respondei.


 


Bélicos? Eu nem sabia o que eram bélicos, quanto mais os dispositivos deles.


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