Segredo escrita por thana


Capítulo 17
Capítulo 17




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Andamos até o elevador e o pegamos, ele apareceu lotado novamente, foi meio difícil nós seis, eu, o Filipe, a Brenda, o Hugo, o Derek e o Jonas, nos esprememos ali, mas no final conseguimos entrar, eu fiquei espremida entre o Filipe e um cara alto e forte, tava difícil até de respirar ali dentro.


 


Quando desembarcamos na “Metrópoles”, eu finalmente deu uma boa sugada de ar para relaxar um pouco o meu corpo e segui o pessoal que já iam andado na minha frente, eu andei um pouco mais rápido e me aproximei da Brenda.


 


_ Onde estamos indo? _ eu perguntei a ela.


 


_ Para o treino físico _ ela me respondeu.


 


_ E onde fica isso? _ eu insisti.


 


_ Lá na recreação _ ela me falou, como eu continuei olhando para ela com cara de “o que isso significa?” ela completou _ É aquele lugar onde o Filipe esbarrou em você com o skate.


 


_ Aonde eu fui atropelado você quer dizer? _ eu falei para ela em um tom um pouco alto para que o Filipe, que estava perto de nós, me ouvisse.


 


_ Eu já pedi desculpas _ ele retrucou _ dá para esquecer isso?


 


Eu olhei para ele ergui o meu cotovelo, mostrei a ferida que ainda era recente e disse:


 


_ No dia que isso aqui sarar _ eu apontei para o machucado _ Talvez eu esqueça aquele dia.


 


E eu realmente queria isso. Eu já falei para você o quando é humilhando ser atropelada por um skate?


 


Andamos por mais uns dois minutos até virarmos em uma esquina e nos depararmos com o local que procurávamos.


 


Lá não estava tão cheio quanto no dia do... ah, você sabe qual... só tinha um grupo de pessoas mais perto do centro onde ficava o buraco, e todos se vestiam como eu, até a Brenda e os outros.


 


Caminhamos até o grupo e paramos perto deles e ouvíamos um homem que estava em frente ao grupo e virado para ele falando.


 


_ ... então é por isso que o alongamento é tão importante _ e nesse momento ele olhou para mim e os outros que tinham acabado de chegar _ Ah, que bom que resolveram se unir a nós _ todos a nossa frente se viraram para nos olhar _ Se tivessem demorado mais um pouquinho nem precisavam ter vindo.


 


_ Por mim... _ eu comecei a falar, mas a Brenda me cutucou para que eu me calasse.


 


_ Foi mau ai professor _ falou o Jonas meio encabulado


 


_ É _ disse o Filipe _ foi a Suzan que nos atrasou.


 


A tá! Agora a culpa do atraso era minha?


 


_ Ok _ o professor falou _ Está tudo bem, só não repitam mais isso _ e ai ele virou para todo o grupo, que com a nossa chegada devia ser de umas trinta pessoas, todos parecendo ter a mesma idade que eu _ Vamos todo mundo se posicionando para podermos fazer o alongamento.


 


Todo mundo, menos eu (eu já tava me acostumando a isso), se moveram para se espalhar pelo espaço formando seis filas indianas de cinco pessoas com um bom espaço entre elas. Eu tinha pensado em esperar até todo mundo tomar seus lugares para poder me ajeitar, mas a Brenda, pegando no meu braço, me arrastou com ela.


 


_ Fica aqui perto de mim _ ela me disse, e foi o que eu fiz, ficamos em uma distancia de um braço uma da outra.


 


Olhamos para frente para o professor e eu o reconheci, demorei porque ainda estava com sono, ele era o homem alto de cabelos cumpridos que tinha me visitado no cubículo com o idiota do Marcos, o Bruno.


 


Ele pediu que nos esticássemos erguendo os braços para cima até onde agüentássemos e depois pediu que relaxássemos, fizemos isso uma três vezes depois ele pediu que nos esticássemos em outras posições eu estiquei braços, pernas, já tava ficando cansada só com isso. Mas o pior você não sabe, depois daquele estica e puxa ele veio com um historia de aquecimento.


 


_ Ok, agora que já relaxamos os nossos músculos vamos nos aquecer _ o professor falou _ aquecimento é uma técnica normalmente praticada antes de atividades desportivas ou de exercícios físicos. Ele aumenta gradualmente a intensidade da atividade física junto com a temperatura corporal _ ele continuou _ Eu quero que os meninos dêem três voltas por volta da recreação e as meninas cinco voltar em torno da piscina.


 


Todos ficaram parados olhando para ele. Sinceramente, eu nem sabia que piscina era essa que ele pediu que eu corresse, e depois, correr? Era isso que eu teria que fazer? Eu odiava correr, eu ainda odeio, mas nesses últimos quatro anos aqui eu aprendi que correr é a melhor tática de fuga e se você não tiver preparada colega você vai se dar mal.


 


_ Pessoal _ ele falou calmamente nos chamando a atenção percebendo que ninguém tinha movido um músculo _ essa corrida é para hoje, para exatamente agora.


 


Os meninos começaram a se arrastar para o perímetro ao redor da área enquanto a Brenda me arrastava mais uma vez com ela para perto do buraco.


 


_ Isso é uma piscina? _ eu perguntei parada na beira do buraco que era redondo.


 


Ela não era uma piscina de azulejo que geralmente se encontra por ai, ela era funda e tava seca, em vez do azulejo ela era forrada por cimento, só que era diferente, ele era liso e nesse cimente havia desenhos grafites ou seriam pichações? Enfim eu nunca entendi mesmo, o que tinha era: uns rabiscos com umas letras estranhas e desenhos de bonecos de skatistas com bonés.


 


_ Sim _ a Brenda disse _ ela vive seca, só é cheia nos finais de semanas para que possamos nos refrescar um pouco e ter aula de natação.


 


Poxa, é frustrante saber que até em finais de semana se tem aula.


 


_ Vamos meninas _ o professor se aproximou de mim e da Brenda batendo palmas _ menos conversa e mais ação.


 


Não precisou pedir duas vezes antes que ele terminasse a frase eu e a Brenda já estávamos correndo com as outras meninas.


 


Vou te contar: que piscina grande, eu nunca tinha visto uma piscina redonda tão grande, na metade da segunda volta eu já tava morta e as outras meninas já estavam em disparada na minha frente, fora as que já tinham passado por mim umas duas vezes, a Brenda, por exemplo, quando eu tava no inicio da minha terceira volta ela já tava dando a quinta e quase terminando.


 


Na metade da terceira volta eu já nem conseguia respirar direito, fora o fato de só eu não ter terminado as voltas e estar sozinha correndo, ou pelo menos tentando, quando eu ouvi a voz do professor falando, e ele já estava do meu lado, o que não significa muita coisa, porque eu tava praticamente andando.


 


_ Para _ ele pediu se colocando na minha frente, eu fiz imediatamente o que ele pediu.


 


Eu me dobrei em duas, com as mãos no joelho tentando puxar ar e falhando miseravelmente.


 


_ Me desculpa _ ele pediu enquanto segurava o meu ombro e me erguia _ fica assim que vai ser melhor para respirar _ juro, se ele não tivesse me segurando eu teria despencado _ A Brenda acabou de me dizer que hoje é o seu primeiro dia, e, é claro, que você não tá acostumada com exercícios físicos, esse treino é muito pesado para você ainda.


 


Eu realmente queria dizer para ele que tava tudo bem, mas me faltou forças para isso.


 


_ Tá tudo bem? _ o Filipe apareceu arfando ao lado do professor.


 


_ Tá _ ele respondeu _ eu só me esqueci que hoje era o primeiro dia dela e ela não conseguiu acompanhar as meninas.


 


_ Ah _ o Filipe fez com uma cara de riso.


 


_ A Brenda é a sua parceira? _ ele me perguntou já se virando para chamar a Brenda.


 


_ Não _ eu disse quase sussurrando _ é ele _ e apontei para o Filipe.


 


_ Tá _ ele disse e olhou para o Filipe _ Ajuda ela até chegar àquela sombra ali _ e ele apontou para uma arvore mais próxima.


 


Eu sabia que aquela luz ali acima das nossas cabeças era artificial, mas aquela luz esquenta como se fosse o próprio sol.


 


Ele fez o que o professor pediu, ele me acompanhou até a árvore enquanto o professor chamava o resto da turma para que fosse até ele.


 


_ Suzan tudo bem? _ a Brenda me perguntou parando no meio do caminho até o professor.


 


_ Melhor _ foi à única palavra que eu consegui falar, o que era verdade.


 


Após ouvir isso ela voltou o seu caminho para professor e eu e o Filipe continuamos o nosso caminho.


Eu andava muito de devagar, na verdade eu me arrastava e isso dever ter deixado o Filipe impaciente, porque ele passou o braço pela minha cintura e aproveitando que era mais alto que eu, me levantou e me apoiou em seus quadris, me deixando ainda na vertical, mas deixando os meus pés a uns cinco centímetros do chão eu não tinha nem energia para pedir para ele me soltar.


 


Logo chegamos à sobra que o professor tinha pedido para ele me levar, e me soltou ali, eu me abaixei e sentei ao pé da arvore com as pernas esticadas, eu não sei como, mas ali tinha uma ventilação tão boa.


 


_ Você vai ficar bem ai, né? _ ele me perguntou já se virando para se juntar aos outros, eu não me dei ao trabalho nem de responder, como se eu tivesse forças para isso.


 


Fiquei ali por alguns minutos me refrescando e já estava me sentindo melhor quando o professor apareceu e se sentou ao meu lado.


 


_ E então como você tá? _ ele me perguntou.


 


_ Melhor, obrigada _ eu falei e minha voz já estava forte de novo.


 


_ Desculpa _ ele começou _ amanhã eu começo um treinamento mais leve com você.


 


Ah nossa, isso realmente foi reconfortante. Eu dei um sorrisinho amarelo e continuei calada.


 


_ Você não está com sede? _ ele me perguntou.


 


_ Muita cede _ eu tava seca.


 


_ Ali naquele barracão tem bebedouros _ ele disse apontando para um galpão, o mesmo que eu tinha visto o Filipe no dia anterior ir buscar uma ferramenta _ você consegui ir sozinha até lá?


 


_ Eu vou ter que ir correndo? _ eu perguntei preocupada para ele.


 


Ele riu e disse:


 


_ Não, pode ir andando.


 


Eu suspirei e comecei a me levantar, coisa que eu não queria porque a ventilação tava muito boa. Ele se levantou junto comigo, com os braços esticado ao meu redor, como se ele tivesse medo que eu pudesse cair a qualquer momento, o que realmente podia.


 


_ Eu to bem _ eu disse a ele _ ta vendo? Eu to de pé.


 


Ele começou a abrir a boca para falar alguma coisa mais foi interrompido pelo Filipe que berrava de onde estava, que era a uns dez metros de nós.


 


_ Professor, o Diogo tá roubando.


 


_ Eu? _ gritou um garoto, de cabelos escuros, que estava perto dele.


 


_ Sim _ ele falou em resposta _ você forjou uma falta.


 


_ Forjei nada _ o Diogo gritava _ você chutou a minha canela e chutou forte _ e ele começou a mancar, ou fingir que estava mancando porque até aquele momento ele estava bem firme na suposta perna machucada.


 


_ Eu acertei a bola _ o Filipe dizia.


 


_ Sim e minha canela junto.


 


_ Vamos parar com essa discussão _ o professor gritou já se encaminhando até eles.


 


Eu, que até o momento estava me divertindo com aquela cena, comecei a andar até o barracão que se localizava do lado oposto de onde eu estava. Ia ser uma longa caminhada.


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