Segredo escrita por thana


Capítulo 13
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/33429/chapter/13

Continuei andando, mas só que dessa vez eu tomei um rumo diferente, em vez de andar reto e ir direto para os elevadores eu resolvi entrar em uma rua que ficava ali perto, já que eu estava ali mesmo então decidi que queria conhecer aquele lugar melhor.


 


A rua não tinha nada de mais, só mais lojas e laterais de algumas lojas. Eu entrava em ruas e mais ruas, que eram parecidas com todas até que eu me deparei com um espaço aberto com uma espécie de parque arborizados, não tinha muitas arvores só umas sete ou oito arvores (que eu acho que são de plástico ou coisa do genro, afinal estávamos dentro da terra) e uns obstáculos do tipo umas rampas pequenas e baixas, uma escada, de um lado era escada do outro era uma rampa, com poucos degraus com corrimão colocada mais perto do centro do parque e no centro do lugar tinha um buraco, onde eu via pessoas derrapando com skates para cima e para baixo.


 


Olhando melhor o lugar eu percebi que não era só nesse buraco que havia pessoas, em todo o lugar tinha alguém com um skate, não só skate, mas também bicicletas, pessoas andando de patins e patinetes essa coisas.


 


Eu fique abobalhada vendo as pessoas indo e vindo nos suas bicicletas e skates até que uma voz me chamou atenção, na verdade foi um grito.


 


_ SAI DA FRENTE!


 


Você não vai acreditar no que aconteceu depois, na verdade até hoje nem eu acredito, mas foi o seguinte: depois que eu ouvi o grito eu virei para a minha direita, porque era dali que vinha o aviso, e vi um garoto de capacete, cotoveleira e joelheira encima de um skate se aproximando de mim, isso foi a ultima coisa que eu vi antes dele esbarrar em mim e irmos para o chão.


 


É isso ai, eu fui atropelada por um skate! Cara, você sabe o que é isso? Você ser atropelada por uma bicicleta, tá não é legal, mas tudo bem. Mas ser atropelada por um skate é humilhante.


 


Quando eu me recuperei do susto, eu comecei a me levantar, o skatistas barbeiro também já se levantava.


 


_ Desculpa _ ele dizia enquanto ele tirava o capacete e me olhava _ você esta bem?


 


Ah, deixa eu pensar... eu tinha acabado de ser atropelada por um skate... é eu achava que eu estava melhor do que se eu tivesse sido atropelada por um carro. Mas não foi isso que eu disse a ele.


 


_ Tô _ eu falei carrancuda começando a bater as mãos uma na outra para tirar a terra dela.


 


_ Desculpa eu... _ ele começou, mas eu o interrompi.


 


_ Garoto se você não sabe andar em uma coisa dessas, por que você fica encima de um? _ eu disse sem levantar a cabeça e tirando a areia que tinha na minha roupa.


 


_ Eu já pedi desculpa _ eu falou endurecendo um pouco a voz _ você apareceu do nada, o que eu poderia fazer?


 


Nesse momento eu ergui a cabeça para mandar a ele um daqueles olhares de “se eu pudesse eu te matava com esse olhar” e foi ai que eu infelizmente o reconheci. O skatista barbeiro era um garoto de cabelos escuros e pele morena, ou seja, o chato do corredor (é o chato do corredor era desse jeito). Você acredita que ele apenas franziu a sobrancelha quando viu o meu rosto?


 


_ O que você tá fazendo aqui? _ ele perguntou com curiosidade.


 


_ Isso é da sua conta? _ eu respondi com outra pergunta imitando sarcasticamente a curiosidade dele.


 


Tá, eu sei que fui rude, mas, primeiro: ele tinha acabado de me atropelar com um skate, eu já disse que isso é humilhante? Segundo: eu tinha acabado de sentir uma ardência na minha mão e no meu cotovelo o que significava que eu tinha me machucado nesses lugares, ou seja, definitivamente eu era uma vitima de um skatista barbeiro, o que me deixou com muita raiva.


 


Nesse momento apareceu deslizando com skates um grupo de três garotos que se trajavam com calças jeans compridas escuras e camisas na maioria pretas, umas eram claras, o chato que me atropelou também se vestia parecido com isso. Todos eles tinham a mesma idade que eu.


 


_ E ai brow, se machucou? _ perguntou um deles parando a nossa frente e tirando o capacete.


 


Esse que falava tinha o cabelo loiro e pele clara.


 


_ Que nada _ o chato falou _ to bem equipado _ ele apontou para as joelheiras, as cotoveleiras e o capacete.


 


_ Filipe tu é muito prego mesmo _ disse um outro garoto que estava bem atrás do garoto de cabelos claros, este não tirou o capacete _ Só tu mesmo para atropelar alguém com um skate, por que tu não parou assim que viu a mina?


 


_ É que eu tava preocupado com a roda _ o tal do Felipe retrucou _ Eu vi ela balançar no trucks, eu sabia que devia ter apertado mais. Então eu fiquei olhando para baixo, para ver se a roda não soltava e quando eu percebi... ela apareceu do nada, só deu tempo de gritar.


 


Nesse momento o chato se virou e foi pegar o seu skate que estava caído no chão com as rodas para cima, com as três rodas para cima, por que a quarta estava solta longe dele.


 


_ Isso deixa claro que eu deveria ter apertado mais as rodas _ o Filipe falou enquanto se aproximava e mostrava a roda solta.


 


_ O que houve? _ perguntou uma menina loira arfando, que apareceu sei lá de onde, mas eu a reconheci, ela era a garota que eu vi o Bruno e o estúpido do Marcos tirando do cubículo no mesmo dia que eu sai.


 


_ O Filipe atropelou ela _ respondeu um terceiro garoto.


 


_ Nossa _ ela fez olhando para mim _ você tá bem?


 


_ Tô _ eu falei com a voz mais relaxada.


 


_ Mas você se machucou _ apontou o garoto loiro colocando o capacete no chão e vindo até mim.


 


_ É, um pouco _ eu disse levantando a mão e olhando as feridas dela e do cotovelo _ ser atropelada por um skate não é fácil _ eu ironize.


 


_ Ei _ fez a menina _ eu te conheço!


 


_ Nos vimos quando você tava saindo do... _ eu nem conseguia falar qualquer palavra que descrevesse aquele lugar.


 


_ Do quarto das iniciações _ ela completou _ claro, foi lá que eu te vi _ ela se aproximou de mim _ bem naquele momento não tivemos tempo de nos apresentar, eu sou a Brenda _ e aponto para se própria _ aquele é o Derek _ a Brenda apontou para o garoto loiro que estava próximo de nós duas _ ele é o Hugo _ esse era o garoto que tinha chamado o chato de prego, este tinha acabado de tirar o capacete, ele era pardo de cabelos pretos e lisos, lembrava muito um índio _ e ele é o Jonas _ o terceiro garoto, que também tinha tirado o capacete, era negro e exibia um sorriso branco como marfim.


 


Bem, como ela tinha acabado de apresentar a todos e ia me apresentar, mas fui rudemente interrompida.


 


_ Derek tu tem a chave de rodas por ai? _ o chato disse.


 


_ Claro que não _ ele respondeu _ deixei lá no barracão _ e apontou para um galpão que ficava do outro lado do parque, com grandes portões que estavam escancarados.


 


_ Então eu vou até lá ver se dou um jeito nisso _ o Filipe falou e sem nem olhar para trás saiu correndo em direção ao galpão.


 


_ Ah, e aquele é o Filipe _ disse a Brenda se lembrando que não o tinha apresentado enquanto assistíamos ele se afastar.


 


_ É eu já sei _ eu disse com a voz cansada _ E eu sou a Suzan _ eu finalmente me apresentei.


 


_ Esse nome não me é estranho _ falou o Derek _ bem, deixa eu ir ajudar o Filipe com aquilo senão ele atropela mais alguém hoje.


 


_ Por favor, faça isso _ eu pedi quando ele apanhou o capacete, subiu no skate e me olhou rindo, achando graça do meu pedido, mas eu falava realmente serio.


 


_ Você devia ir para o hospital _ ele falou antes de dar o primeiro impulso _ procura a doutora Julia, ela é legal _ e saiu em direção ao galpão seguido por Hugo e Jonas.


 


Quando eles estavam a certa distancia eu ouvi um suspiro longo, quando me virei percebi que tinha sido a Brenda.


 


_ Ele é tão lindo e atencioso _ ela disse com um olhar apaixonado na direção que os meninos tinham ido.


 


_ Quem? _ eu perguntei, mas claro que eu já sabia de quem ela tava falando.


 


_ O Derek _ ela respondeu como se fosse obvio, o que realmente era.


 


_ Ah ele _ eu disse querendo parecer despreocupada, olhando para os meus novos machucados, mas concordando mentalmente com tudo que ela dizia.


 


_ É você precisa mesmo ir ao hospital _ a Brenda falou olhando para as feridas, que por acaso nem sangravam tanto só o suficiente para cobrir a ferida _ vamos eu te acompanho.


 


_ Não precisa _ eu falei, mas ela já me puxava pelo outro braço _ eu posso ir sozinha _ e temendo que eu tivesse sido mal educada com ela que tinha se mostrado prestativa _ pode continuar o que você tava fazendo, não precisa se incomodar comigo _ eu acrescentei rapidamente.


 


_ Não é nem um incomodo _ ele falou me soltando e deixando que eu andasse por mim mesma.


 


Nos andamos em silencio pelas ruas até pararmos no centro onde se encontrava o bar. Passamos pelas pessoas e atravessemos algumas avenidas até que eu ouvi chamarem o meu nome.


 


_ SUZAN _ quando eu parei e olhei vi se aproximando de nós o meu pai, o Julius _ menina onde você tava? _ ele disparou a pergunta quando já estava perto _ todo mundo tá doido te procurando! _ ele parecia desesperado.


 


_ Eu sai com o... _ eu hesitei porque estava prestes a dizer “tio”, mas então continuei _ ... João.


 


_ E por que você não avisou para a Ana? _ ele perguntou.


 


_ Eu queria _ eu disse com a voz na defensiva _ mas ele disse que não precisava porque eu estaria com ele.


 


_ Nossa _ o pai falou _ a Ana vai matar ele, ela tá muito preocupada! Aonde você ia?


 


_ No hospital _ a Brenda respondeu _ ela se machucou _ e ela apontou para o meu braço ferido.


 


_ Aonde foi isso? _ ele me questionou pegando o meu braço _ Quando foi? Quem foi?


Eu não tive chance nem de responder a primeira pergunta.


 


_ Vamos até a cozinha _ o pai falou me pegando pela mão _ a Julia tá lá tentando acalmar a Ana.


 


_ Tchau Suzan, a gente se ver por ai _ a Brenda quase gritou porque já estávamos um pouco longe.


 


_ Tchau _ eu falei por cima do obro.


 


O papai me levou até o elevador de serviço, ele o chamou e nós embarcamos assim que a porta se abriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.