Segredo escrita por thana


Capítulo 1
Capítulo 1




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Oi! Eu sou... bem... podem me chamar de Suzan. Tenho 17 anos e apesar de ter, o que dizem, pouca idade, eu já vi e vivi muita coisa. Não posso dizer quem realmente eu sou ou exatamente o que eu faço, mas acho que posso contar um pouco da minha historia para quem quiser ler.

 

 

 

Há exatos três anos me aconteceu uma coisa, que na época para mim foi à pior coisa que uma pessoa poderia sofrer. Eu não to falando de abuso sexual se é isso que vocês estão pensando. Não que isso não seja horrível... deve ser a pior coisa que poderia acontecer com uma pessoa... só que...

 

 

 

Droga! Esse é um dos meus defeitos: nunca consigo por em palavras o que eu penso e quando eu tento sai uma porcaria assim como essa. Qualquer dia isso ainda vai acabar comigo e quando eu digo acabar e acabar mesmo.

 

 

 

Enfim, há três anos eu tinha 14 anos, o que é obvio matemática vocês sabem, eu morava em uma cidade grande, tinha uma casa, tinha pais, estudava em uma escola boa particular, tinha amigos, poucos, mas tinha e um dia tudo literalmente desmoronou em minha cabeça, para ser mais exata tudo isso ficou acima da minha cabeça, a alguns quilômetros.

 

 

 

Minha vida era completamente normal, claro que cheio de exceções impostas pelos meus pais, mas não se pode culpar os pais de serem super protetores. Mas às vezes eu me pergunto se nunca me deixar viajar para outros lugares era um exagero, mesmo que fosse com eles ou sair para andar pela rua. Sabe o que é passar as férias toda trancada dentro de casa? Parecia que eu ia morrer se eu respirasse o ar que se passava atrás da porta de entrada.

 

 

 

Mas ai no ano que eu completei 14 anos eles me disseram que assim que a escola liberasse os alunos para as férias nós iríamos viajar. Podem imagina como eu estava feliz? Eu ia viajar pela primeira vez em toda a minha vida.

 

 

 

Na escola eu contei para todo mundo que finalmente iria fazer uma coisa diferente aquelas férias, só que eu não imaginava o quão diferente seria.

 

Finalmente a escola deu férias e eu não me cabia em mim na véspera da tão esperada viajem. Meus pais não me disseram para onde iríamos, mas eu não me importava, o que realmente importava era que eu iria sair de casa aquele ano. Fui dormir feliz da vida aquela noite.

 

 

 

E foi ai que as coisas mudaram.

 

 

 

Sabe o que é dormir em sua cama quentinha, macia, aconchegante e acordar em um lugar totalmente diferente? Um lugar que você nem consegue identificar por que não tem nada para identificar? Pois eu sei. Eu me lembro como se tivesse acontecido ontem.

 

 

 

Eu tava deitada, no que eu achei ser a minha cama, então senti um pouco de frio e comecei a procurar o meu lençol, que eu tinha o costume de sempre empurrar em quanto dormia para fora da minha cama, com os olhos ainda fechados tateei pelo chão a procura dele. No inicio eu estranhei não notar a textura do tapete que forrava o chão do meu quarto, mas ainda estava com muito sono.

 

 

 

Percebi que já tinha uma claridade no “meu” quarto, senti meu estomago revira de tanta felicidade, finalmente tinha amanhecido e logo logo eu estaria na estrada com os meus pais para ir para onde quer que fosse. Coitada de mim!

 

 

 

Abri meus olhos com um sorriso imenso no rosto, a primeira imagem era borrada fora de foco, mas meus olhos se acostumaram com a claridade, que não vinha do sol invadindo pela minha janela,  como eu esperava que fosse. A luz vinha de uma lâmpada florescente que estava no meio do teto, que não era o teto do meu quarto.

 

 

 

Sentei-me na “cama” um pouco confusa, rocei as palmas das minhas mãos nos olhos achando que estava vendo as coisas turvas ainda, mas quando levantei a cabeça para verificar se eu estava mesmo no meu quarto, fiquei mais confusa ainda.

 

 

 

Eu não sabia que lugar era aquele, mas meu quarto é que não era.

 

 

 

Era um cubículo de dois por dois, eu acho, as paredes eram todas cromadas, o chão e o teto também. Eu estava sentada em uma imitação de cama, ela era colada a parede como se fosse uma continuação dela. Levantei-me assustada. Aquele lugar não tinha portas, janelas ou coisas do tipo e a única luz que tinha vinha realmente da lâmpada acima da minha cabeça. Não havia mais ninguém, a não ser uma menina de cabelos castanhos e rosto afilado, ou seja, eu refletida nas paredes cromadas. Notei que eu não vestia meu pijama e sim um macacão branco com mangas e pernas longas. Olhei para baixo para me certificar que eu realmente vestia aquilo, e mas um pouco de confusão pairou na minha cabeça, ao constatar que era exatamente o que eu vestia.

 

 

 

Que lugar era aquele? Por que eu tava ali? O que eu estava fazendo ali? Por que mudaram minhas roupas? Essas eram umas das perguntas que explodiam na minha cabeça. Eu continuava ali parada me “admirando” nas paredes cromadas, como se os meus reflexos fosses responder todas as minhas perguntas.

 

 

 

De repente ouvi uma porta se abri e observei que uma parte da parede se escancarava como uma porta.

 

 

 

A primeira reação que tive foi me sentar na “cama” e me encolher por inteiro. Não sabia o que tinha atrás daquela abertura, devo admito que cheguei a pensar que tinha sido abduzida por extras terrestres (‘tá podem rir se quiserem), e que uns homenzinhos verdes iriam adentrar no cubículo. Mas não foi isso que aconteceu, na verdade nem foi um homem que entrou, foi uma mulher, loira, vestida de brando e usava uma bata que ia até seus calcanhares, ela lembrava muito uma medica.

 

 

 

_ Não se assuste _ foi à primeira coisa que ela disse quando me viu toda encolhida. Ela ergue os braços com a palma da mão esquerda virada para mim. _ Não tenha medo ‘tá? Eu não vou te fazer mal nenhum _ cá entre nós, que coisa mais clichê! _ Na verdade eu to aqui para te ajudar Ok? _ ela perguntou.

 

 

 

Ok? Claro que eu não tava Ok. Eu estava em um lugar estranho e sabe-se lá como eu fui parar ali. Alem de dizer clichês ela fazia perguntas estúpidas.

 

 

 

_ Eu só quero te examinar tudo bem? _ disse a mulher e começou a se aproximar de mim.

 

 

 

Eu queria ter gritado “Não, fique longe de mim!”, mas o medo me fez perder todas as minhas forças, é isso ai, eu não tinha forças nem para falar quanto mais gritar.

 

 

 

Ela parou ao pé da “cama”, se ajoelhou e começou a puxar de uma maleta, que eu nem tinha percebido que ela carregava de tão apavorada que estava, um estetoscópio (aparelho usado para ouvir o coração e pulmões), ela colocou as olivas auriculares (parte do estetoscópio que o medico coloca no ouvido) e começou a trazer a campânula (parte que o medico coloca para poder ouvir o coração, pulmões... do paciente).

 

 

 

Quando eu a vi tentar encostar em mim com aquilo eu me encolhi mais ainda.

 

 

 

_ Isso não vai te machucar _ ela me garantiu.

 

 

 

Claro que eu sabia que aquilo não ia me machuca, eu já tinha ido a hospitais antes.

 

 

 

Eu não sei por que, mas eu deixei ela encostar em mim com aquilo. A mulher ainda de joelhos começou a ouvir o meu coração, talvez ela estivesse checando se eu não iria ter um infarto com tudo aquilo, em seguida ela se sentou na “cama” (eu me afastei para o lado com medo dela) tirou o estetoscópioe o pendurou no pescoço, apanhou a sua maleta e tirou de dentro um medidor de pressão arterial, ela colocou a bolsa inflável em volta do meu braço, que eu também não entendo por que eu a deixei tocar, e começou a bombear ar para ela. Enquanto bombeava o ar ela recolocou o estetoscópio de volta ao ouvido e começou a reescutar o meu coração.

 

Alguns minutos depois a mulher parou de bombear ar e observou o relógio do medidor por um tempo depois ela retirou a bolsa inflável e colocou o instrumento em seu colo.

 

 

 

_ Eu preciso que você vire um pouco para que eu possa examinar os seus pumões _ pediu ela muito gentilmente.

 

 

 

Eu não queria dar as costas para ela, eu não sabia o que ela poderia fazer comigo.

 

 

 

_ Eu juro, é só para te examinar, saber se você tá bem _ falou ela com um olhar confortador.

 

 

 

Claro que eu não estava nada bem, mas eu fiz o que ela me pedia. Ela passava a campânula por minhas costas parando ocasionalmente aqui e ali.

 

_ Respire fundo e espire _ pediu a moça. E eu fiz.

 

 

 

Ela pediu que eu fizesse aquilo mais algumas vezes e mais uma vez eu obdeci. Em seguida ela retirou o estetoscópio do ouvido novamente, enrolou ele e colocou em sua maleta, ela fez o mesmo com o medidor de pressão.

 

 

 

_ Fisicamente você esta perfeitamente bem _ falou ela fechando a maleta.

 

 

 

Ela se levantou da “cama” e começou a ir em direção a porta.

 

 

 

Nesse instante eu pensei que se eu tinha deixado ela me examinar ela poderia me responder que lugar era aquele e eu não tentei refrear a pergunta que rolava pela minha língua:

 

 

 

_ Onde eu to?

 

 

 

Ela parou ainda de costas para mim, deu um curto suspiro, como se ela ouvisse aquilo todo dia, e me disse sem se virar:

 

 

 

_ Não estou autorizada a lhe responder essa pergunta _ e ela continuou até passar pela porta escondida e fechá-la.

 

 

 

Pelo visto ela só estava “autorizada” a mi examinar. Se cada pergunta que eu tinha para fazer na época fosse preciso uma autorização eu garanto que estaria naquele cubículo até hoje esperando ela. 

 

 

 

 

começei a escrever sim, mas não sei se vou terminar!
Quanto a comentarios... se queserem mandar, estamos aí para ler!


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