Universo Em Desequilíbrio escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 39
Desmascarando a farsa


Notas iniciais do capítulo

Oie! Hoje vou postar mais cedo porque não sei se vai dar pra postar a noite. Aproveitem! Ah, nesse capítulo vai ter uma trilha sonora, viu? Já já vcs vao descobrir por que. Pra aproveitar melhor a história, sugiro ouvir a musica do link que vou passar daqui a pouco. Vcs vão saber o momento certo de ouvi-la.O link da musica é esse: https://www.youtube.com/watch?v=l-Buis7IJ1s copiem, colem na barra de endereço e deem enter. Aí vai abrir a página do youtube.



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Os convidados olhavam ora para DC, que estava ao lado de Carmem, ora para o estranho sujeito que usava as mesmas roupas. O que estava acontecendo ali?

O segundo mascarado desceu da janela com um salto ágil e pousou no chão como um felino, andando com sua bengala de um jeito elegante e sofisticado.

— Parece que temos um invejoso aqui. – Ele falou com uma voz firme, sonora e segura. – E um invejoso que sequer sabe imitar uma roupa direito, vejam só!
— O que você pensa que tá fazendo, seu imbecil? É você que tá me imitando! – DC falou recuperando a presença de espírito.
— Ai meu santo! Dois heróis mascarados? – Carmem falou olhando para os dois.
— Dois não, minha cara. Só existe um herói mascarado. Esse outro é apenas um impostor que está tentando se promover à custa das minhas façanhas.
— Seu mentiroso duma figa! Todo mundo aqui sabe que eu tô falando a verdade!

Os dois discutiam e ninguém interferia. Como saber quem estava falando a verdade? Se fosse possível identificar o impostor, ele seria colocado para fora sem a menor consideração. Mas como fazer a escolha certa sem errar? Era por isso que todos permaneciam quietos, murmurando entre si tentando descobrir quem era o verdadeiro. Mônica resolveu interferir.

— Gente, vocês não estão vendo? Tá muito na cara que o mentiroso aqui é o DC! Ele não é herói nem aqui nem na China!
— Você tá falando isso porque preferi ficar com a Carmem, não é?
— Isso mesmo, você tá com inveja de mim! – Carmem apoiou.
— Inveja? Se liga! Só não agüento mais ver esse metido falando esse monte de mentira.

DC deu um passo a frente e ficou diante da Mônica, olhando-a desafiadoramente.

— Se você acha que eu sou o impostor, então prova!
— Quem deve provar isso sou eu, seu farsante! E não fale assim com a bela dama! Se quer me imitar, ao menos tente ser mais cavalheiro!
— Viram só, gente? O jeito de falar deles é muito diferente! – Mônica falou olhando para os outros convidados e DC mordeu os lábios com raiva por ter esquecido aquele detalhe.
— Hunf! Eu não sei como puderam me confundir com esse indivíduo vulgar e sem classe!

Ao ouvir a provocação, ele perdeu a paciência e tentou partir para cima do outro balançando a bengala no ar desajeitadamente. Cebola desviou sem nenhuma dificuldade, colocando sua bengala no meio do caminho para que DC tropeçasse. Aquilo funcionou tão bem que o outro caiu de cara no chão.

— Você vai me pagar por isso, seu desgraçado filho da puta! – ele bradou levantando-se rapidamente.
— Céus, até parece que eu uso esse linguajar horroroso! Assim você me insulta!
— Grrrr! – Ele tentou investir de novo, dando socos, chutes e golpes com sua bengala. Nenhum acertou.

À medida que os outros assistiam a briga, foram percebendo a diferença gritante entre os dois. Um era elegante, ágil, tinha mais controle de si mesmo e falava como um lord. O outro era desajeitado, tentava apelar para a força bruta e se mostrava descontrolado a ponto de falar palavrões.

Em determinado ponto, quando DC tentou dar um soco no oponente, Cebola tirou o chapéu dele num golpe rápido da sua bengala e com outro golpe, tirou sua máscara.

— Eis aí o impostor!
— Seu... seu... – ele bradou tremendo de raiva.
— Ai, parem com isso! – Carmem falou também cansada daqueles dois estragando sua festa. – Qual de vocês é o verdadeiro? Falem logo de uma vez!
— Ora, isso não é obvio senhorita?
— É mesmo, Carmem! – Mônica o apoiou – Quem lembra mais o herói que lutou com a Magali? Ele ou o DC que parece um chimpanzé com reumatismo?

O riso foi geral e Cebola adorou ver DC espumando de raiva. Aquela garota era bem espirituosa!

— Cala a boca! – DC falou perdendo a paciência. – Tô de saco cheio de você, tá legal? Você é metida demais, quem pensa que é?
— Uma bela dama que não se envolve com desclassificados como você! – Cebola falou. – Agora acabou. Você foi desmascarado.

Ele não se deu por vencido. Se era para cair, aquele outro tinha que cair também.

— Ah, é? Se você é mesmo o tal herói, então prova! Vai, prova aí que você não é um impostor!

Os outros também apoiaram.

— É, prova mesmo!
— Essa eu quero ver!

Cebola não se alterou nem um pouco.

— Creio que já provei o suficiente. Mas, se querem mesmo uma prova definitiva, talvez nossa anfitriã devesse nos fazer alguma pergunta sobre a tentativa de assalto que ocorreu na sua casa.
— Eu? Por quê?
— Dã! Por que foi na sua casa, né? – Irene falou com as mãos na cintura e adorando ver o circo pegando fogo.
— Pergunta sobre algum detalhe aí, vai! – Maria incentivou. – Tem que ser algo que um impostor não saberia.

Levou alguns minutos até que Carmem conseguisse pensar em alguma coisa. O suor escorria pela sua testa e seu rosto estava vermelho. Finalmente ela perguntou.

— Onde os ladrões prenderam meus empregados?

DC respondeu sem hesitar.

— Na cozinha!
— Errado. Eles foram presos num dos quartos das empregadas. – Cebola falou, arrancando aplausos de todos.
— Não valeu, eu tinha esquecido desse detalhe! Faz outra pergunta!

Depois de pensar mais um pouco, Carmem voltou a falar.

— Como é que o herói prendeu o Tonhão?
— É obvio que foi com cordas! – DC respondeu seguro de si.
— Na verdade, eu usei um lençol que tirei de uma cama de casal. Não havia uma corda disponível.
— Como é?

Mônica ficou empolgada com aquilo e incentivou Carmem a fazer mais perguntas.

— Então tá, deixa eu ver... parece que o herói esteve no meu quarto. Então vocês me falem de algum detalhe do que tem lá.

DC ficou receoso, já que nunca tinha estado no quarto de Carmem. Ainda assim ele sabia que ela era uma patricinha fútil como qualquer uma, então apelou para o senso comum.

— Tem muitos bichos de pelúcia, coisas de maquiagem, roupas e sapatos.

Cebola deu uma risada balançando a cabeça.

— Você apenas enumerou itens genéricos, seu tolo. São coisas que tem na maioria dos quartos de garotas. Mas até onde eu sei, só no quarto da nossa anfitriã tem uma grande coleção de pôneis de brinquedos da my little pony. Todos devidamente enfileirados, penteados e organizados de acordo com sua cor.
— Pôneis? Que coisa mais ridícula!
— O quê?

As amigas da Carmem logo ficaram preocupadas e se afastaram dela.

— Você chamou meus pôneis de ridículos? – Carmem bradou.
— Er... não, você entendeu errado...

O rosto dela ficou mais vermelho ainda, seus olhos quase pularam das orbitas, seus cabelos se desarrumaram fazendo alguns grampos saltarem, saiu fumaça das suas orelhas e ela gritou a plenos pulmões, fazendo o chão tremer.

— SEGURANÇAAAAAAA!

Dois homens enormes e de cara feia entraram no salão.

— Chamou, senhorita?
— Tirem esse sem vergonha daqui agora mesmo e joguem ele no olho da rua!
— O quê? Carmem, peraí, não precisa disso não! – DC tentou usar sua lábia para convencê-la. – Faz isso não, gatinha linda! Você sabe que é minha princesa, não sabe?
— E eu lá quero ser princesa de um impostor mentiroso? E que ainda xinga meus pôneis de brinquedo? Pra fora daqui agora mesmo!

Cada um dos seguranças pegou DC por um braço, erguendo o rapaz do chão. Ele gritava e esperneava balançando as pernas no ar enquanto era tirado dali sob vaias dos outros convidados.

— Mentiroso!
— Seu sem vergonha!
— Herói de araque!

Os seguranças atiraram o rapaz na rua, conforme Carmem tinha ordenado. DC caiu de cara no chão e se levantou xingando como um alucinado. Por fim, ele acabou tendo que ir embora frustrado e louco de raiva daquele desgraçado que tinha estragado sua noite. Aquilo não ia ficar barato, de jeito nenhum!

Dentro do salão, Carmem ainda dava chiliques por ter sido enganada pelo DC. Suas amigas a levaram para o toalete a fim de acalmá-la antes que ela acabasse com a festa e mandasse todo mundo embora.

— Nossa, que loucura! – Mônica falou olhando para o herói com o rosto corado.
— Sim, uma grande loucura bela dama. Mas felizmente tudo deu certo.
— Você não vai embora agora não, né? A festa ainda nem começou direito!

Ele deu um sorriso maroto e falou.

— Bem, acho que uma dança não fará mal a ninguém, certo?

Perto do DJ, Denise lhe deu uma cutucada e falou.

— Capricha uma música bem romântica aí, fófis!

Quando a música começou a tocar, Cebola pegou-a pela mão e os dois foram até o meio do salão para dançar a música lenta. Os outros convidados abriram passagem para os dois e as amigas da Mônica vibravam felizes pela amiga, apesar de sentirem uma pontinha de inveja pela sua sorte.

A música começou a tocar e Cebola envolveu sua cintura com um braço, segurou a mão dela com a sua e os dois começaram a dançar suavemente, esquecidos de tudo.

(A música está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=v0fBACHaBck sugiro ouvir enquanto lê que é para ajudar a dar aquele clima)


Sempre e para sempre cada momento com você
É como um sonho pra mim que de algum modo tornou-se realidade
E eu sei que amanhã ainda será igual
Pois teremos uma vida de amor que jamais ira mudar


—_________________________________________________________

— Controle-se rapaz! Eu já disse que não quero saber de escândalo na minha nave! – Astronauta ralhou ao ver que Cebola tinha começado outro ataque histérico.
— Me acalmar? ME ACALMAR? Você não tá vendo a Mônica de agarra-agarra com aquele idiota? Grrrrr! Quando ela voltar pra esse mundo, vai ter que ouvir um monte!

Não adiantava os outros tentarem acalmá-lo. Cebola não conseguia ficar calmo vendo Mônica dançando com seu duplo.

— Olha lá! Eles estão agarrados demais pro meu gosto! Como é que é? Ahhhhh, isso tá só piorando! – Ele bradou ao vê-la pousar a cabeça no ombro dele, que apoiou o rosto sobre sua cabeça sentindo o cheiro dos seus cabelos.

Astronauta começou a pensar na hipótese de chamar a enfermeira para aplicar um sossega-leão no Cebola caso ele não ficasse quieto.

—_________________________________________________________

Todos os dias me ame com seu jeito especial
Derreta completamente meu coração com um sorriso
Tire um tempo pra me dizer que você realmente se importa
E que nós compartilharemos amanhã juntos
Eu sempre te amarei


Para sempre, para sempre

Será que aquilo era certo? Ela não sabia. Estava tão difícil resistir a proximidade dele que ela apenas se deixou levar. Seu coração batia forte, talvez mais forte do que quando estava com o Cebola original e ela queria que aquela música durasse para sempre.

Haverá sempre razão para o brilho do sol quando eu olhar pra você
Isso é algo que eu não posso explicar só as coisas que você faz
E se você ficar sozinha, me chame e agüente
Um segundo para me conceder aquele encanto que você faz

Cebola parecia em outro mundo ao dançar com uma garota pela primeira vez. Aquilo era diferente de tudo o que ele tinha experimentado antes, uma sensação totalmente nova que foi tomando cada vez mais conta do seu corpo e enchendo seu coração de um sentimento que até então era desconhecido para ele. Então era isso, ele gostava dela. Talvez gostar fosse pouco. Ele se sentia totalmente apaixonado, pela primeira vez em toda sua vida. O que ela sentia por ele? Será que sentia a mesma coisa ou o via apenas como mera cópia do seu original?

Todos os dias me ame com seu jeito especial
Derreta completamente meu coração com um sorriso
Tire um tempo pra me dizer que você realmente se importa
E que nós compartilharemos amanhã juntos
Eu sempre te amarei para sempre


Ele afastou aquele pensamento da cabeça para não estragar o momento. O melhor era só se deixar levar e depois pensar no que fazer.

Para sempre, para sempre
Amar você é o que eu desejo
Por um tempo muito longo
Eu e você, você e eu, nós somos um

Quando a música acabou, ambos perceberam que todos os olhavam com curiosidade e inveja por parte das garotas.

— Não gostaria de ir a um local mais sossegado, bela dama?
— Eu adoraria.

—_________________________________________________________

— Pra onde eles pensam que vão? Que negócio é esse?
— Calma aí, careca! De repente não tem nada a ver!
— Como não tem nada a ver? É bom esse cara não se engraçar com ela, senão eu vou... vou... grrrrr! – ele torceu as mãos com raiva, como se estivesse enforcando alguém.

—_________________________________________________________

Eles foram para o lado de fora do salão, onde não tinha ninguém. A noite estava bonita e levemente fria. Ao ver que ela tremia um pouco, Cebola colocou o braço ao redor do seu ombro juntamente com sua capa numa tentativa de aquecê-la.

— Você foi ótimo hoje, acabou com a farsa do DC.
— Valeu. Agora ele não vai mais te encher o saco. – Ele murmurou puxando-a para junto de si.

Cebola fez com que ela apoiasse a cabeça em seu ombro e eles se deixaram ficar ali abraçados e sem nenhuma preocupação. Um pensamento lhe ocorreu. Será que ele deveria fazer aquilo? O que ela ia pensar? Certamente as coisas não iam ser mais as mesmas entre eles. Por que não arriscar? Se quisesse ter alguma chance, era preciso ousar, tomar a iniciativa e seguir em frente. Não dava mais para continuar se escondendo como tinha feito a vida inteira.

— Mônica...
— Hum...
— Você ficou aborrecida por causa do DC?
— Claro que não, ele bem que mereceu!
— Ainda bem. No início eu pensei que você gostasse dele.
— Não, a gente era só amigo. E agora nem isso, né?
— Ainda bem...
— Ué, por quê?

Certo, eles estavam conversando demais para o seu gosto e se continuasse assim, ele não ia conseguir nada. Por isso Cebola não falou mais nada e pousou um beijo na testa da moça, que ergueu a cabeça olhando para ele com um misto de surpresa e emoção. Ao ver o rosto dela tão perto do seu, ele não teve mais dúvidas e encostou seus lábios nos dela, beijando-a de forma suave no início e se tornando cada vez mais intenso.

Por um instante, Mônica pensou que não fosse conseguir se manter em pé. Aquilo estava mesmo acontecendo? E o Cebola original? Aos poucos, a imagem dele foi se desmanchando em sua cabeça e ela não queria pensar em mais nada. Ele a abraçava com força e lhe beijava de um jeito que ela nunca tinha sido beijada antes, tornando aquela noite realmente especial e inesquecível.

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Todos estavam em choque, olhando para o monitor com os olhos arregalados e os queixos caídos. Só Paradoxo dava um sorrisinho de deboche com a reação deles.

Cebola piscou algumas vezes, esfregou os olhos e tentou balbuciar alguma coisa apontando para o monitor freneticamente. Seus lábios mexiam e a voz não saía.

— Rapaz... por essa eu não esperava! – Cascão murmurou não acreditando no que estava vendo e Cebola explodiu de vez, gritando feito louco e falando todos os palavrões que conhecia enquanto arrancava tufos de cabelos com as mãos.

Sua fúria era tanta que nem Astronauta teve coragem de mandá-lo calar a boca.

— Eu não acredito que ela fez isso, aquela traidora! Como ela pode? Grrrrr! Que ódio! Ela me traiu, me traiu!

Ninguém quis falar nada e Cebola andava de um lado para o outro esbravejando e falando sozinho.

— Seu Astronauta, não seria melhor tirar ele daqui? – Magali sugeriu ao ver que o amigo estava fora de si.
— Não, vamos deixar que ele se acalme sozinho.
— Que doideira, véi... – Cascão voltou a falar esfregando o queixo. – Tem como um cara ser corno dele mesmo?

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O Celular no bolso dele tocou, trazendo os dois de volta a realidade. Era D. Fifi anunciando que estava na hora de ela ir embora.

— Que droga, eu tenho que ir. Não posso deixar minha mãe sozinha.
— Eu entendo. A gente se vê então.
— Claro.

Ele afagou a bochecha dela com uma das mãos e lhe deu outro beijo antes de ir embora. Ela ficou ali por um tempo com o olhar sonhador e um sorriso abobado nos lábios. Céus, aquela noite não podia ter sido melhor!


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