Universo Em Desequilíbrio escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 19
O herói misterioso




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– Ai não! Cadê meu celular? – Mônica perguntou enquanto revirava sua mochila a procura do aparelho.
– Olha ele aí no seu bolso! – Cascuda apontou.
– Não, o outro celular.
– Você traz dois pra escola? Por quê? – Marina perguntou não entendendo nada.
– É... hã... depois eu explico, agora tenho que achar ele! Que droga, não acredito!

Cebola acompanhava tudo, já entendendo qual era o plano da Magali. Ela certamente deve ter percebido que aquele celular tinha alguma importância para Mônica e por isso o roubou. O que ela ia fazer com ele?

“Aposto que vai xeretar ele todinho. Ai, caramba! E se tiver alguma foto ruim da Mônica? Aposto que ela deve ter roubado pensando nisso! O que faço agora? Melhor ficar quieto, isso não é da minha conta mesmo...”

Vendo como ela tinha ficado aflita, seu coração apertou. Será que não era mesmo da sua conta? Se fosse qualquer outro aluno, ele não estaria se importando nem um pouco. Mas não era outro aluno qualquer. Era a única pessoa daquela escola que lhe tratava com dignidade e se importava em defendê-lo da Magali.

O rapaz estava em conflito total, oscilando entre a vontade de ajudar e o medo de fazer alguma coisa contra Magali e acabar apanhando.

O roubo do celular foi levado até a diretoria, os alunos daquela sala foram revistados e ninguém encontrou nada.

– Você terá que comunicar aos seus pais e eles irão com você até a delegacia assinar um BO. É o que dá para fazer.
– Essa não! – ela chorava aflita. Se fosse o outro celular até que não haveria problemas. Sua mãe lhe daria outro sem fazer perguntas. Mas por que foram roubar justo o que tinha suas fotos?

Ela bem que desconfiava de Magali, o problema era provar. Todo o grupo estava no refeitório durante o recreio, então eles tinham um álibi. E mesmo que não tivessem, ninguém teria coragem de abrir a boca para falar algo. O pior era que ela não tinha como contar aquilo aos seus pais. Eles não iam dar importância ao roubo de um celular já meio ultrapassado quando ela tinha outro muito melhor.

Quando ela saiu da diretoria, Cebola viu que a moça tinha chorado. Pelo visto aquele aparelho era muito importante para ela.

“Coitada... eu tenho que fazer alguma coisa! Não posso deixar assim.” Pensando bem, ele já apanhava da Magali todos os dias e estava acostumado. Que diferença ia fazer uma surra a mais ou a menos?

Antes que ele pudesse se aproximar, DC passou por ele lhe dando um forte esbarrão.

– Sai da frente, seu mané!

Ele foi até a Mônica e falou colocando um braço ao redor do ombro dela.

– Poxa, fica assim não! Eu posso falar com meu tio e ele vai resolver isso pra você!
– Valeu, DC, mas eu tenho que falar com meus pais primeiro.
– Tranqüilo. Depois que falar com eles, me liga que eu vou dar um jeito nisso, você vai ver!

Os dois saíram dali e não viram que Cebola tinha se escondido em uma sala que estava com a porta aberta.

“Fala sério, eu não vou deixar esse idiota passar na minha frente!” ele pensou olhando o casal que se afastava com os olhos faiscando de raiva. Ver aquele sujeito ao redor dela se achando um grande herói fez com que sua vontade de ajudá-la aumentasse mais ainda.

Ele só precisava bolar um bom plano e sua cabeça começou a trabalhar como não trabalhava há muitos anos. E se ele conseguisse fazer tudo de forma a proteger sua identidade?

“Hum... peraí... peraí... já sei!” seu rosto se iluminou ao bolar o plano mais louco dos últimos anos. Há quanto tempo ele não pensava em algo tão maluco assim? Desde criança, quando ele ainda aprontava com os outros. Após acertar alguns detalhes, ele correu para o banheiro com seu tablet, ligou nele o seu celular, acionou um programa e discou o número da diretoria. Quando a diretora atendeu o telefone, ouviu a voz chorosa de uma mulher.

– Alô? Aqui é D. Cebola! Eu preciso urgente do meu filho aqui em casa!

A diretora já conhecia a mulher, que de vez em quando ligava pedindo para dispensarem seu filho mais cedo. Aquilo não era novo.

– Tem certeza de que é urgente? Seu filho está tendo aula agora e...
– Por favor, eu estou passando mal e sentindo falta de ar!
– Está bem, senhora. Irei chamar seu filho.

Cebola desligou o aparelho com um sorriso de vitória. Ele tinha desenvolvido um programa que era uma espécie de vocaloid que funcionava em tempo real. Bastou gravar a voz da sua mãe e separar em sílabas de acordo com os sons da língua portuguesa e pronto. Ele podia usá-lo para imitar a voz dela quando quisesse. O rapaz correu de volta para a sala e esperou que a diretora lhe chamasse. Sair mais cedo ia lhe dar mais tempo para colocar seu plano em ação.

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Dentro da nave Hoshi, a preocupação era geral. O que ia acontecer se Magali e sua gangue vissem as fotos do celular? Como iam reagir ao verem a si mesmos com aparência tão diferente?

– Isso poderia ser um problema, não? – Astronauta perguntou olhando para Paradoxo.
– Creio que seria um pequeno transtorno, não um grande problema. Aquela valentona não tem inteligência suficiente para saber do que se trata.
– Ei! – Magali protestou. – Eu não sou burra não, tá?
– Ele tá falando da Magali trevosa. – Cascão explicou. – Mas vem cá, e se alguém daquela dimensão descobrisse que eles vivem num universo alternativo?

Até Cebola ficou curioso.

– Rapaz, ia ser a maior doideira! Será que criaria algum distúrbio que acabaria destruindo o universo? Ai, cledo! Isso não pode acontecer não, a Mônica ainda tá lá!

Paradoxo deu uma risada com o medo daqueles jovens e garantiu.

– Não, esse tipo de coisa não irá acontecer, fiquem tranqüilos. Mesmo que alguém descubra a verdade, isso não irá afetar em nada o equilíbrio daquela realidade. Agora vamos ver como o seu duplo vai resolver esse problema.
– É mesmo! Agora sim ele tá ficando esperto! Hahaha! – Cebola ficou orgulhoso ao ver que finalmente seu duplo estava mostrando seu lado inteligente, não se comportando mais como um idiota covarde.

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Ele bem que tentou procurar, mas quando percebeu que não ia encontrar nada, Cebola resolveu ir embora para colocar seu plano em ação.

“Ela deve ter escondido muito bem pra pegar depois da aula”. Pelo que ele sabia, Magali sempre fazia isso quando roubava algo na escola. Ela escondia tão bem que mesmo revirando tudo, ninguém encontrava nada e não havia como acusá-la. Só lhe restava antecipar seus passos para pegá-la de surpresa. Se o celular estava mesmo escondido, então ela não ia poder fazer nada com ele antes do fim da aula.

Qual seria o passo seguinte? Geralmente ela ia para o ferro velho depois da aula, junto com sua turma. Era raro ela sair dessa rotina. E já que o laptop do Franja acessava a internet de qualquer lugar, Cebola deduziu que eles iam fazer aquilo na segurança do ferro velho e resolveu ir até lá. Mas antes, era preciso um disfarce. Ele já sabia o que fazer e correu para casa o mais rápido possível.

Naquela hora, sua mãe devia estar comendo e vendo televisão. Se o visse chegar, ia exigir que ele gastasse tempo precioso preparando alguma refeição e ele não queria fazer aquilo, por isso entrou pela porta dos fundos e foi direto ao seu quarto.

– Deixa eu ver, onde foi que coloquei mesmo? Aqui! Sabia que isso ia ser útil um dia! Isso vai ser legal demais!

Ele experimentou só por via das dúvidas e viu que tinha ficado bom. Só precisava acertar alguns detalhes de última hora para proteger sua identidade e pronto. Ninguém ia desconfiar dele.

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Na hora da saída, Magali correu até seu esconderijo secreto e pegou o celular que tinha deixado ali.

– E agora? Vamos olhar? – Denise pediu mal contendo a ansiedade.
– Aqui não, pode ser perigoso. Já pensou se alguém liga pro celular e ele fica tocando? Vamos lá pro ferro velho que não tem perigo.
– Tá bom...

No portão de saída da escola, DC tentava consolar Mônica que ainda chorava por causa do sumiço do seu celular.

– Calma, tudo vai dar certo! – ele falou com a moça que enxugava as lágrimas e tentava recompor a aparência para não despertar suspeitas da sua mãe. Por enquanto ela não queria falar nada sobre o sumiço do celular.
– Valeu, DC. Minha mãe já vem, a gente se vê amanhã.
– Beleza. Se resolver dar queixa, me liga que a gente fala com meu tio.

Ela entrou no carro e ficou calada durante o trajeto, pensando em como ia resolver aquele problema. Se fosse somente pelo celular, até que não teria muita importância. Só que havia fotos ali que ninguém naquele mundo poderia ver. Ou será que não ia ter nenhum problema? Não havia como saber. Se o celular foi roubado por algum desconhecido, talvez não houvesse problema algum. As fotos seriam deletadas e pronto. Mas se foi mesmo a Magali quem roubou o aparelho...

“Minha nossa, esse mundo tá ficando cada vez mais enrolado!”

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Todos seguiam no ônibus em silêncio. Mesmo morrendo de vontade de espiar o celular da burguesinha, Denise tentou se controlar para não passar por fofoqueira. Magali parecia bem tranqüila.

Quando chegaram, eles foram direto para o trailer e Franja ligou o laptop, se preparando para passar quaisquer fotos e vídeos do celular para o computador. O restante conversava entre si para passar o tempo.

Cebola os olhava detrás de um monte de sucata, só aguardando o momento certo para botar a mão naquele aparelho. Será que seu plano ia dar certo? Por um instante ele se arrependeu por ter pensado em algo tão maluco, mas já não havia como voltar atrás. O jeito era torcer para que ninguém ali o reconhecesse. Ele só precisava fazer com que a maioria deles saísse de perto do celular.

“Deixa eu ver... ah, isso serve!” uma grande pedra foi atirada no teto de um carro longe dali, atraindo a atenção de todo mundo. Ele atirou mais uma que fez derrubar alguma coisa e Magali gritou.

– Tem alguém aí? Aparece logo senão vai apanhar mais ainda!

Ninguém respondeu e ela ordenou.

– Denise, fica aqui com o Franja. Tonhão, você vem comigo. Titi, você vai por lá e o Cascão passa por trás do trailer. Anda, vão logo!

O grupo se dispersou, deixando ali somente Denise e Franja. Por causa daquela movimentação, o rapaz tinha parado o que estava fazendo.

– O que tá pegando? – ele perguntou olhando para os lados.
– Sei lá! Vai ver é um rato, mas você sabe como a Magali é neurótica.
– Os únicos ratos aqui são vocês, seus delinqüentes juvenis!

Os dois levaram um susto. Realmente foi um susto e em dose dupla. Primeiro por causa daquele visual maluco. Quem em sã consciência iria invadir o território deles vestido daquele jeito? O sujeito vestia uma roupa para lá de extravagante, tinha uma bengala na mão e usava um pano que cobria a cabeça e os olhos, como uma grande máscara. Denise olhou melhor e viu que era a roupa do rei daquele jogo que ela adorava e jogava escondida da Magali. A roupa era verde com uma calça cinza, um lenço amarelo dourado amarrado no pescoço, capa azul bordada com fios dourados e um broche de pedra verde prendendo o lenço.

O segundo susto foi pelo atrevimento daquele cara que invadiu o território da gangue mais barra-pesada daquele bairro.

– Você é maluco, é? – ela falou encarando o estranho.
– Maluco? Eu? Claro que não! Malucos são vocês que se entregaram a uma vida de crime e desordem!
– Heim?

Franja avançou contra ele, deixando Denise na retaguarda.

– Você pensa que me assusta? Pois terá que me pegar primeiro! – Cebola desviou-se agilmente do rapaz, fazendo-o tropeçar com sua bengala. Depois ele correu para a mesa, tirando Denise do seu caminho jogando-a no chão.
– Seu grosso, isso não se faz com uma dama!
– Exato! Mas você está muito longe de ser uma dama! – ele falou pegando o celular e guardando no bolso. Franja gritou indo para cima dele mais uma vez.
– Devolve isso ou eu te arrebento!
– Arrebenta? Quero só ver, seu falastrão!

Os dois andaram em círculos, com Franja tentando agarrar aquele maluco e Cebola pensando numa forma de fugir dali. As coisas ficaram piores quando Denise deu um grito chamando o restante do pessoal.

– Pois bem, essa é minha deixa para sair daqui. Até mais, seus ratos imundos! – dito aquilo, ele saiu dali em disparada indo se esconder atrás dos montes de sucata ali perto.
– O que tá pegando? – Magali perguntou chegando afobada seguida pelo restante.
– Um maluco apareceu e roubou o celular que eu roubei!
– Como é? – um tapa foi desferido no rosto da ruiva e Franja ganhou um soco. – Vocês são burros ou o quê? Vamos, galera! Ele não deve tá muito longe! Cada um vai para um lado!

Eles se separaram e começaram a vasculhar o ferro-velho. Cebola viu logo que estava em desvantagem. Além de estar em maior número, eles conheciam aquele lugar muito bem.

“Eu tenho que sair daqui, rápido!” ele corria pelo labirinto feito com montes de sucatas, carros velhos, micro-ônibus e várias peças soltas e enferrujadas. Quando saía de um beco, se deparava com outro e mais outro. Aquilo parecia o labirinto do minotauro.

– Onde você pensa que vai seu mané? – Magali falou aparecendo na frente dele sacudindo uma corrente. – Me devolve esse celular e eu prometo que você vai apanhar menos.
– Sinto muito, mas eu não posso lhe devolver algo que não te pertence. Você roubou esse aparelho e eu pretendo devolvê-lo a sua dona de direito!
– Como é? Cacete, você fala que nem um idiota!
– Idiota é você que se acha tão poderosa e um dia será derrotada!

Magali desferiu um golpe com sua corrente e foi por pouco que Cebola conseguiu desviar. Ela deu outro golpe e a corrente enrolou em sua bengala. Ele tentou puxá-la e viu que aquela garota era bem forte. Bem, apesar das aparências ele também não era nenhum fracote e conseguiu recuperar sua bengala jogando a valentona no chão, fazendo-a cair numa poça de água.

– Grrrrr! Você me paga seu filho da...
– Ora, por favor, que linguajar mais sujo! – ele falou rindo e subindo pelos carros que estavam amontoados e assim conseguiu sair do alcance dela.

De onde estava, ele pode ver o caminho para a saída e tratou de sair dali rapidamente antes que mais alguém o pegasse. Magali gritava freneticamente chamando os outros e Cebola sabia que era só questão de tempo. Quando ia dobrar uma esquina entre a carroceria de um caminhão e uma pilha de canos velhos, ele deparou-se com Cascão bem a sua frente, segurando uma barra de ferro e olhando-o com cara de poucos amigos.

– E aí, cebolinha? Beleza?
– Eu não sei do que está falando, rapaz!
– Me poupe dessa conversa, eu conheço seus planos toscos de longe! Então você voltou a fazer planos, é? E justo pra novata bonitinha?
– Olha, cara, eu não quero brigar valeu? Só deixa eu devolver o celular pra ela!
– Engraçado ver você falando direito. O que houve com o troca-letras? – ele perguntou batendo com a barra em uma pilha de lixo para mostrar que estava ali para brigar mesmo.
– Não dá pra falar agora!
– E você vai falar quando? – outro golpe foi dado quase acertando o rosto do Cebola.
– Espera, faz isso não! Deixa eu ir embora!
– Então você quer fugir? De novo? Como tem feito durante todos esses anos? E deixar os amigos pra trás?

Ele deu mais um golpe que por pouco não acertou o rapaz.

– Eu não abandonei meus amigos. Foram vocês que me abandonaram! Vocês me deixaram sozinho pra enfrentar a Magali e eu não pude fazer nada!
– Você vivia atazanando ela, então tinha que se virar! Mas não, você resolveu tirar o corpo fora e deixou todo mundo se ferrando sozinho! Você me deixou na mão dela, seu filho da puta!
– Cascão, espera...
– Espera nada! Eu sempre tomava parte nos seus planos, sempre fazia tudo e você me deixou de lado! Agora fica aí se esforçando por uma garota que chegou a poucas semanas no colégio? Já chega, vou chamar o resto da turma agora mesmo! Você tá ferrado!

Cebola tentou sair correndo dali, mas Cascão o alcançou pulando entre os montes de lixo e num instante saltou bem alto, indo parar na frente dele outra vez.

– Onde você pensa que vai?
– Por favor, Cascão! Eu não abandonei ninguém, tá? Só me dá mais um tempo que eu vou derrotar a Magali, juro!
– Vai quando?
– Em breve, pode acreditar! Mas se você deixar ela me pegar, já era! Eu tô morto e você vai continuar aí sofrendo na mão dela! Por favor, pelos velhos tempos!

Cascão hesitou um pouco. Velhos tempos, bons tempos, quando ele ainda era feliz, tinha namorada e vários amigos. Havia mesmo alguma chance de tudo voltar a ser como era antes?

– Vem comigo. Rápido!

Ele seguiu o outro e ambos foram parar em uma das extremidades do ferro-velho, onde tinha uma cerca de tela. Cascão afastou um capô solto de um carro mostrando um buraco na cerca.

– Sai por aqui e vaza logo. Eu falo pra Magali que não achei ninguém.
– Cara, valeu mesmo, de verdade!
– Eu só vou fazer isso uma vez, tá legal? Na próxima, eu te entrego pra ela. E é bom esse seu plano funcionar mesmo!

Cebola saiu rapidamente e correu o mais rápido que pode, vibrando de alegria por ter conseguido recuperar o celular da Mônica. Ao ver que estava seguro, ele foi até onde tinha deixado sua bicicleta e após checar mais uma vez que não tinha ninguém olhando, acionou um pequeno dispositivo que estava em seu pulso, fazendo a roupa se desmanchar em pequenos pontos luminosos e entrar em um pequeno compartimento do dispositivo. Quem poderia acreditar que seus experimentos de nanotecnologia iam funcionar tão bem?

Ele tinha feito aquilo há tempos atrás para testar seus experimentos e também pensando em usar algum dia. Aquela roupa podia ser vestida e retirada em poucos segundos sem que ninguém percebesse. Mais tarde ele pretendia arrumar um jeito melhor de disfarçar seu rosto sem ter que usar aquele pano, que foi algo improvisado pela falta de tempo.

No caminho para casa, enquanto pedalava rapidamente, ele foi pensando em como ela ia ficar feliz ao ter seu celular de volta.

– Ei, peraí! O que diabos eu tô fazendo? – Ele falou consigo mesmo. – O celular dela tá na minha mão, então eu vou dar uma boa olhada antes de devolver. Eu mereço isso depois de tanto trabalho. Hahaha!

Aquele plano tinha sido um sucesso total. Ele não só ia conseguir deixá-la impressionada como também tinha conseguido a chance de dar uma espiada naquele aparelho que parecia ser tão importante para ela. Ele mal podia esperar.



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