Three Plus Four Is Love! escrita por HikariBibii


Capítulo 1
Three Plus Four Is Love!


Notas iniciais do capítulo

Essa fan fic se trata de uma one-shot, ou seja, uma história de capítulo único cujo o tema central é o casal Kuki X Wally do cartoon KND - A Turma do Bairro.
P.S: A imagem da fic foi feita pela minha melhor amiga BlueGirl, já que o meu pc com PS está quebrado. Obg sua linda ♥ ;v;



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Já havia se passado quatro anos desde que saí da Turma do Bairro. Desde então perdi o contato com todos os meus amigos. Aqueles dias vivendo na casa da árvore foram definitivamente os melhores da minha vida! Nico, Horácio Abigail, Kuki... sinto muita falta de todos vocês. Principalmente da Kuki, confesso. Aquela menina chata e extremamente irritante que estava sempre sorrindo. Ver ela triste era uma raridade. E mais! Ela era fanática por aqueles macacos gordos e feios. Qual era mesmo o nome deles? Ah sim! Aqueles tais de... Macacos Coloridos. Por mais que a Kuki me desse todos os motivos do mundo para socá-la, eu nunca consegui. E desde que nos separamos, ela não sai da minha cabeça. Sério. Isso é tão perturbador. Me sinto como um louco. Não queria admitir isso mas... Acho que estou apaixonado.

Era o primeiro dia de aula da faculdade. Eu estaria finalmente começando a cursar o meu tão esperado curso de astronomia. Isso pode parecer estranho, mas ao longo da adolescência eu desenvolvi um gosto enorme por observar o céu noturno. Subia todas as noite no telhado de casa e ficava lá, na maior tranquilidade observando o céu com o telescópio que me custou 1 ano de mesada pra comprar!

Quando cheguei na sala de aula me sentei e fiquei observando a porta aguardando a aparição do professor. Estava quase dormindo, confesso. Fique até de madrugada observando o céu, e quando acordei pra real já era três horas da manhã. E aqui estou eu, no meu primeiro dia da faculdade, em pé às sete horas da manhã. Quando os meus olhos estavam prestes a fechar, vi um longo cabelo negro passando pelo corredor, o que me fez arregalar os olhos no ato. "Será que era a Kuki?!" - pensei. Não, não poderia ser! Existem tantas garotas com cabelos negros e longos nesse mundo, se fosse ela, seria uma baita de uma coincidência!

Se haviam três coisas que eu não podia negar eram: primeira, eu estava apaixonado, segunda, estou durante todos esses quatro anos tentando encontrar a Kuki, e terceira mas não menos importante, eu estava frenético, qualquer asiática que passava eu achava que era ela. Devido a essas condições, me levantei, sai da sala sem me importar com o professor que acabava de entrar e avistei os mesmo cabelo negro bebendo água em um dos bebedouros do corredor.

Me aproximei com as pernas tremendo. Ainda não conseguia ver o rosto dela. Quando a garota terminou de beber água, levantou o rosto delicadamente, olhou pra mim, suas bochechas coraram e ela exclamou:

- Wally!!! Wally é você!! - definitivamente era a Kuki. Meu deus. Não dava pra acreditar que isso estava acontecendo.

- K-kuki! A q-quanto tempo! - respondi sem conseguir evitar as maçãs que se formam no meu rosto.

- Puxa Wally!! Que saudades!!! E que coincidência te encontrar por aqui!! Puxaaa, eu estou tãããão feliiiz!! - ela exclamava pulando, extremamente feliz.

A Kuki estava radiante. Não esperava que ela fosse se tornar uma mulher tão linda. Para uma criança, esquelética, pálida e alta como ela, se tornar a mulher que estava na minha frente era um tanto quando difícil. Kuki ainda estava mais alta que eu, mas só um pouco, que fique claro! Continuava branquela, mas não estava tão magra quanto antes. Era possível ver curvas bem definidas no seu corpo, uma cintura fina e elegante, um quadril nem muito largo e nem muito fino, e seus seios... bom... pra quem não tinha literalmente nada... err.. eles cresceram bastante. Seus cabelos ainda mais lindos que antes, seu sorriso continuava a passar o mesmo ar infantil, e o Macaco Colorido estampado em seu seio direito já respondia a minha pergunta de que ela continuava viciada nesses neandertais! Além disso, a sua mochila verde também mostrava que a sua cor favorita também continuava a mesma.

- É muita coincidência mesmo termos ficado quatro anos sem se ver e depois nos encontrarmos na esma faculdade... então... qual curso vai fazer?

- Moda. - ela respondeu sorrindo.

Realmente, moda era um curso completamente a cara da Kuki! Ela definitivamente iria se sair muito bem nele!

- E você? - ela me perguntou.

- Pode parecer estranho, mas... astronomia.

- Que incrível!!!! - ela me surpreendeu. Esperava que ela fosse rir de mim, afinal esse curso não tem nada a ver com o Wallabee de quatro anos atrás.

- V-você acha mesmo? - perguntei ao corar.

- Claro que sim! Tenho certeza de que você vai se sair muito bem! - ela me respondeu dando mais um de seus sorrisos lindos que faziam o meu coração acelerar.

Apenas sorri levemente com o canto da boca e fiquei parada por alguns segundos admirando a beleza dela. Quando ela resolveu romper com o silêncio, o que ela já estava acostumada a fazer desde sempre:

- Ei, Wally, a minha aula já vai começar. É agora no segundo tempo, eu preciso ir, okay? - ela comentou ao apontar para a porta da sua sala.

- Pera?! Você disse segundo tempo?! Quer dizer que ficamos conversando aqui durante um tempo inteiro?! - exclamei assustado.

- Hihi, sim. Acho que você e eu perdemos a nossa primeira aula porque ficamos aqui conversando, hihi. - ela ria corada com uma das mãos sobre  boca.

- Bom, então acho que eu vou indo também, mas antes... me diga... você não quer fazer alguma coisa hoje depois da faculdade, tipo tomar um sorvete ou sei lá? - perguntei colocando em jogo algo que eu sei que ela ama, sorvete!

- Sorvete?! Claro que eu quero! Eu nunca recusaria um pedido para tomar sorvete! - ela exclamou muito feliz.

- Certo, então, no final do dia, nos encontramos bem aqui do lado desse bebedouro, okay? - perguntei ansioso pela resposta.

- Certo! - ela sorriu.

Perfeito, já estava tudo combinado! Era quase como num sonho! Então quer dizer que nós estávamos mesmo destinados a nos encontrar novamente! E isso tem que ter alguma razão para acontecer! Era nisso que eu acreditava, pelo menos.

Entrei para o segundo tempo, era a aula de física sobre gravitação universal. Nunca fui muito bom com contas, mas se era por astronomia, eu fazia de tudo! O professor começou escrevendo algumas fórmulas bem confusas no quadro para a resolução de um problema que nos exigia saber a velocidade que um planeta girava em torno do seu próprio eixo. No final chegamos em uma simples conta de adição, que lia-se: 3 + 4. 

Durante a aula toda, não conseguia parar de pensar na Kuki, e ao mesmo tempo eu estava morrendo de sono e com vontade de ir embora dali. O professor me encarou com raiva, percebendo que eu estava completamente desligado da aula dele. Apontou com um dos dedos pra mim e  outro para a conta final do problema que estava no quadro e exclamou:

- Wallabee, me diga agora, qual é a resposta do problema?!

Eu, sonolento, com os olhos quase fechando, e com a minha mente só pensando na Kuki; ao olhar para aquela conta "3 + 4" que se encontrava no quadro, sem pensar acabei respondendo por impulso:

- Amor. - foi só e falar que a sala inteira começou a gargalhar alto de mim.

O professor começou a ficar vermelho de raiva. Sacudiu o punho, apontou pra mim e com toda a raiva do mundo disse:

- É sete, seu imbecil!!! SETEEE!!!! Como alguém burro como você conseguiu passar para essa universidade???!!!! É SETE, PORRA! SETEE!! E você meu jovem, FORA DAQUI! Não quero mais você assistindo as minhas aulas por hoje! - finalizou o professor vermelho de raiva apontando pra porta da sala.

Sai desanimado e humilhado pelo corredor. Não havia rastros de nenhum estudante. Todos deviam estar assistindo as suas aulas. Como eu havia prometido pra Kuki que a gente tomaria sorvete no final do dia, sentei no chão do lado do bebedouro onde combinamos nos encontrar, apoiei a cabeça na pilastra do bebedouro, fechei os olhos e dormi. Apaguei instantaneamente. Eu estava com muito sono. Realmente, com muito sono. E muito apaixonado também. Imagino que não seja qualquer um que durma no chão sujo e frio do corredor de uma universidade só para ver a garota que ama.

- Wally, Wally! - ouvi uma doce voz me chamando, e um dedo cutucando a minha cabeça, não sabia se estava sonhando ainda ou não.

Abri os olhos e dei de cara com duas montanhas, sendo que uma delas estava sendo escalada por um Macaco Colorido. Mas o quê eu estou dizendo?! Era a Kuki!

- Bom dia Bela Adormecida! - ela exclamou rindo.

- Bom dia... - respondi ainda meio desacordado.

- Acho que está na hora de irmos tomar o sorvete prometido, não é? - ela perguntou animada.

- É sim. - respondi.

- Então vamos logo! Venha, levante-se! - ela disse esticando uma de sua mãos pra mim.

Segurei na mão dela para me levantar. Era uma sensação tão suave e macia. Acho que nunca havia tocado na mão da Kuki antes. Ela vivia sempre usando aquele casaco verde que ficava gigante nela. Sempre que nossas mãos se tocavam era por cima do tecido do casaco.

Saímos da faculdade juntos, e para a minha infelicidade não estávamos mais de mãos dadas. Começamos a conversar enquanto nos dirigíamos para a sorveteria mais próxima:

- Então Wally, porque você estava dormindo lá no corredor? - ela perguntou rindo.

- Ah...digamos que... eu fui expulso das aulas do dia por ter dormido mal essa noite.

- Hihi, só você mesmo Wally! Deixa eu adivinhar! Aposto que ficou olhando as estrelas até tarde!

- A-acertou e-em cheio! - gaguejei impressionado.

- Yay! Sabia que ia acertar! - ela exclamou feliz fazendo dois punhos com as mãos.

- Como adivinhou com tanta facilidade? - me intriguei.

- Intuição feminina, hihi. - respondeu ela dando uma piscadela com o seu olho esquerdo.

Chegando na sorveteria, sentamos numa mesa de dois. Perfeito, do jeito que eu queria! Dessa forma a Kuki estava bem na minha frente com toda a sua beleza para ser apreciada! Uma garçonete chegou para anotar os nossos pedidos. Kuki pediu o sorvete especial dos Macacos Coloridos, que apesar de fazer parte do cardápio infantil, era bem típico dela. Os Macacos Coloridos com certeza seriam algo que ela nunca iria deixar de gostar na vida. Eu pedi o bom e velho sorvete de chocolate com cobertura de morango. Eu tinha o péssimo costume de fazer misturas exóticas.

- Ei... Wally... você tem notícias do Nico, da Abigail e do Horácio? - ela me perguntava cabisbaixa.

- Não... eu perdi contato com todos desde que saímos da Turma do Bairro... Eu me pergunto de todos eles ainda moram por aqui.

- Eu passei em frente a casa do Nico outro dia de bicicleta e a casa da árvore não estava mais lá... - ela suspirou ainda cabisbaixa.

- Você tá falando sério?! O Nico nunca deixaria que derrubassem a casa na árvore! Todas as nossas preciosas lembranças estão lá!

- É por isso que eu acho que ele se mudou... Devem ter acontecido muitas coisas nesses últimos quatro anos... a relação dele com a família já não era boa naquela época, então imagina agora...

- E a Abgail e o Horácio? Sabe algo sobre eles?

- Já vi a irmã da Abgail andando por aqui às vezes. Acho que ela está trabalhando em alguma empresa por aqui ou algo do tipo. Ainda lembro quando nós dávamos uma de pentelhos e ficávamos irritando ela, haha! - Kuki ria ao comentar - Então, eu acho que a Abgail ainda mora por aqui, mas nunca dei a sorte de encontrá-la pelo bairro, e tenho vergonha de ir até a casa dela depois de quatro anos.

- Sei como é. Eu sinto falta do Horácio... sabe é muito ruim você perder o contato com o seu melhor amigo de infância... - suspirei ao me lembrar dos momentos que tive ao lado do meu amigo rechonchudo.

A garçonete acabava de voltar com os nossos pedidos. Eu conseguia ver o brilho de felicidade nos pequenos olhos da Kuki. Ela continuava mesmo agindo como uma criança, mas com um ar mais maduro, é claro. Por um instante pensei que estivesse vendo uma alucinação. Vi uma garota exatamente igual a Abigail com um garoto exatamente igual ao Horácio só que mais magro pagando a conta no caixa da sorveteria. Saíram juntos de mãos dadas que nem um casal. Na mesma hora, sem hesitar, me virei para a garçonete que estava nos atendendo e apontando para a saída, exclamei:

- Moça, você sabe por acaso quem é aquele casal que acabou de sair?!

- Ah, não. É apenas um casal simpático que aparece por aqui de vez em quando.

Kuki me olhou assustada e com os arredores da sua boca completamente sujos de sorvete. Ela continuava se lambuzando ao tomar sorvete, que nem uma criança. Eu confesso que achava isso uma graça.

- O que foi, Wally? Aconteceu alguma coisa? - ela me perguntou assustada.

- Você pode não acreditar em mim, mas acho que acabei de ver a Abgail e o Horácio. - retruquei com um ar confiante.

Kuki ficou me olhando por alguns segundos com os olhos arregalados e brilhando. Me levantei, segurei ela pelo braço e sai correndo para fora da sorveteria com ela. Enquanto isso, podíamos ouvir a garçonete berrando furiosa:

- Ei!!! Voltem aqui!!! Vocês não pagaram a conta, eeei!!!!!!

Nem havia dado tempo de dar uma colherada no meu sorvete mesmo. Já a Kuki acompanhava o meu passo quase caindo no chão e com a boca toda colorida, devido as diversas cores do sorvete dos macacos. 

- Wa-wally, Wally! Nós temos que voltar lá! Nós não pagamos a conta! - ela comentava quase sem fôlego.

- Mas eu juro que vi a Abgail e o Horácio! E eles foram por aqui! Se não nos apressarmos, não vamos encontrá-los! - exclamei correndo cada vez mais rápido.

- Ah Wally! - Kuki suspirou - Acho que torci o tornozelo, está doendo! - ela gemia com dor.

- Arght, essa não, o que eu fiz! - me lamentei pousando uma da mão sobre a cabeça.

Kuki se sentou no chão com dor, tentando colocar o seu pé numa posição confortável. Me aproximei dela, sem saber o que dizer, estava arrependido pelo o que tinha feito. Ela percebendo que estava chateado, já que nunca fui muito bom mesmo em esconder os meus sentimentos, olhou para mim e disse:

- Anda, vai em frente! Você tem que achar a Abgail e o Horácio! Eu vou ficar bem! Pode ir sem mim! - ela exclamou sorrindo.

- Não sem você!!! - exclamei ainda mais alto, pegando ela no colo, como se fossemos recém casados, e confesso que ela estava um pouco pesada e que corei um pouco, mas também pude ver que as suas bochechas avermelharam-se. 

Comecei a correr o mais rápido que pude com a Kuki nos meus braços.

- Para Wally! Wally, para com isso! Eu sou pesada! Vamos cair no chão desse jeito! E todo mundo está olhando pra gente!!! - Kuki exclamava muito nervosa e com o rosto completamente vermelho.

- Eu não posso me encontrar com os nossos amigos sem você! - consegui responder algo bem legal e que acalmou o coração dela.

Mas sabe de uma coisa? Kuki estava certa. Não demorou muito para que eu não visse uma pedra no chão e tropeçasse nela. Caímos com tudo. Mas pelo menos a nossa queda foi levemente amortecida pelo rio do bairro no qual caímos. Fez-se um barulho enorme quando caímos na água, o que chamou a atenção de muita gente. E foi nessa hora que eu me lembrei de um detalhe: eu não sabia nadar.

 - Kuki! Kuki! Socorr-

- Wally! - el exclamou assustada ao me ver.

Comecei a me afogar, sacudindo os braços bruscamente a fim de chamar a atenção de Kuki para a minha localização. Felizmente o meu plano deu certo e aquela tapada linda, conseguiu segurar o meu braço. Kuki conseguiu nadar até a beira do rio, onde conseguimos sair inteiros. Molhados, mas inteiros.

- Wally! Wally! Você está bem?! - ela perguntava extremamente preocupada.

- Estou sim. Valeu mesmo Kuki, você foi incrível! - percebi que ela corou um pouco depois do que eu disse.

- E o seu tornozelo??? Como el está?! - perguntei mais preocupado ainda ao me lembrar desse detalhe.

- Ih é! Sabe que depois dessa confusão toda ele até que melhorou?? Hihi! - ela ria ao bater de leve com uma das mãos na cabeça.

- Acho que depois dessa, não temos mais como encontrar com a Abgail e o Horácio. - comentei.

- Não diga isso, Wally!! Não podemos desistir! - ela insistia com o otimismo de sempre.

- Não, tudo bem. Se bobear nem eram eles. Vai ver eu estou ficando maluco. - comentei tentando parecer engraçado.

Felizmente pude ver um pequeno sorriso no canto do rosto daquela garota encharcada.

- Ei.. Kuki. Já que estamos perto da minha casa. É melhor irmos até lá para nos secarmos. Estamos completamente ensopados, e se continuarmos assim, podemos pegar uma gripe. - falei já de pé estendendo uma das minhas mãos para que ela se levantasse.

- Você tem razão, Wally! - ela confirmou ao segurar na minha mão.

Não demorou muito para que chegássemos na minha casa. Afinal, ela era praticamente do lado daquele rio. Entramos em casa e chamei pelos meus pais com a intensão de avisar que tínhamos visita e sobre o que aconteceu:

- Mãe! Pai! - exclamei bem alto, mas nada de resposta.

- Acho que eles não estão. - comentei.

- Ah que pena, queria tanto rever os seus pais! - Kuki comentou chateada.

- Bom, mas tudo bem, eles devem chegar alguma hora e, nós viemos aqui para nos secarmos, certo? Então venha, vamos subir até lá em cima. - falei enquanto começava a subir as escadas da minha casa com Kuki vindo logo atrás de mim.

- Fique aqui enquanto eu vou no banheiro pegar as toalhas, okay? 

- Certo! - ela respondeu feliz por estar entrando na minha casa depois de tanto tempo.

Fui no banheiro o mais rápido que pude, peguei duas toalhas secas e voltei ao encontro da Kuki. Para a minha surpresa ela não estava no local onde eu havia pedido para que ela ficasse. Olhei para os lados assustado e percebi que a porta no meu quarto estava aberta. Engoli em seco e pensei algo como "Essa não...".

Entrei no meu quarto e Kuki estava mesmo lá, e ao perceber a minha presença não pode deixar de comentar:

- Puxa Wally! Como o seu quartou mudou! antes ele era todo decorado de carrinhos e agora é cheio de estrelas e mulheres! - ela falou isso sorrindo, como se não houvesse nada de errado, por incrível que pareça. E nem deve ter percebido que acabava de entregar o fato de que seu quarto provavelmente ainda era como sempre foi: cheio de Macacos Coloridos.

O meu quarto realmente não tinha mais nada a ver com a cara de antes. Havia o decorado com várias estrelas que existem na nossa galáxia, já que comecei a me interessar por astronomia e bom...confesso que tinham alguns posteres também de mulheres semi-nuas, mas isso não vem ao caso! Joguei a toalha de uma vez para a Kuki.

- Pronto, pegue isso e se seque antes que fique doente! - a alertei.

 Kuki era muito bonita enquanto se secava, enrolava o cabelo na toalha para tirar o excesso de água, e ao passar  a toalha pelo corpo, pude perceber que a sua camisa branca havia ficado um pouco transparente por causa da água. Dava para ver o seu sutiã e um pouco do formato dos seus seios. E adivinhem só. Sim, sua roupa íntima também era dos Macacos Coloridos. Sinceramente, não sei se fico com inveja desses macaco ou não.

 - Ué, não vai se secar não? Vai ficar paradão aí me olhando? - Kuki me perguntou ao perceber o que eu estava fazendo.

Meu rosto ficou completamente corado e na mesma hora comecei a me secar na velocidade da luz e completamente desajeitado como quem tivesse sido pelo no flagra. Bom, foi exatamente isso o que aconteceu, mas deixa pra lá!

Terminamos de nos secar, já estava tarde e os meus pais poderiam chegar a qualquer momento. Era melhor que a Kuki voltasse logo pra casa dela, afinal, ela estava fora de casa o dia todo e nós tinhamos aula cedo amanhã de manhã.

- É melhor você voltar agora não é? Já está tarde. - comentei enquanto iniciava o processo de me despedir daquele rosto lindo.

- Uhum! - ela confirmou o balançar a cabeça de cima pra baixo.

Saímos do meu quarto e eu desci as escadas com ela logo atrás de mim.

- Ah! - Kuki soltou um gritinho. Me virei na mesma hora para ver o que tinha acontecido.

Kuki caiu em cima de mim. Perdi o equilíbrio e caímos juntos da escada, rolando até o chão. Quando caí no chão de vez, podia sentir algo bem suave tocando nos meus lábios e algo bem macio bem debaixo da minha mão. Ao abrir o olhos, eles se arregalaram num instante: Kuki estava caida bem embaixo de mim, nossos lábios estavam encostados um no outro, selando um beijo e minha mão estava sobre o Macaco Colorido que estampava a sua blusa, se é que me entende. Kuki também estava com os olhos arregalados e muito vermelha. Ambos estávamos imóveis com aquela situação.

Quando eu pensei que nada podia piorar, não que a situação que estava acontecendo fosse desagradável, era ótima até certo ponto, mas... A PORTA DE CASA COMEÇAVA A SE ABRIR! Pronto, o meu maior pesadelo havia acabado de começar! A minha mãe, o meu pai e o meu irmãozinho se deparam com a cena de eu caido no chão, beijando a minha amiga de infância que eles não viam a quatro anos!

Meus pais não falaram nada, apenas ficaram parados perplexos olhando. Nós, nos levantamos bruscamente e completamente vermelhos saímos correndo para fora da minha casa. Aproveitei o ocorrido para levar a Kuki até a sua casa. Durante todo o percurso não olhamos sequer um na casa do outro, ambos estávamos completamente vermelhos. Mas para a minha felicidade, desde que saímos da minha casa estávamos correndo de mãos dadas! Yeees!

Chegando em frente a casa da Kuki, ficamos alguns minutos parados se olhando completamente vermelhos, um na frente do outro. Até que dessa vez, só pra variar um pouco, eu resolvi romper com o silêncio:

- D-desculpa Kuki! E-eu... não sei o que dizer! F-foi um acidente! Todas essas merdas que aconteceram hoje... foram tudo minha culpa! D-desculpa mesmo! - comecei a pedir perdão completamente vermelho quase me ajoelhando aos pés dela.

Kuki muito corada também, tomou uma atitude que me surpreendeu: levou uma de suas mão até o meu queixo, puxando o meu rosto para mais perto dela, e quando ficamos literalmente cara a cara ela sussurrou no meu ouvido:

- Não precisa se desculpar, Wally. Hoje, eu me diverti muito, como não me divertia a muito tempo, desde quatro anos atrás. - ao terminar a frase, Kuki me beijou. Sim! Ela me beijou!! E não foi um beijo qualquer! Foi um desses beijos de cinema, molhados, com direito a língua e tudo o mais!

Ficamos um bom tempo nos beijando. Nossa, e que beijo incrível! Eu realmente não esperava um beijo desses vindo da Kuki! Aliás, eu nunca pensei que eu fosse beijar a Kuki! Apesar de ter sido ela que me beijou... enfim!

Quando enfim o beijo terminou, eu resolvi tomar uma atitude de homem, e abracei a Kuki. Sentia o coração dela pulando ao encontro do meu, que também pulava para fora do peito. Aproximei meus lábios perto do seu ouvido, deu uma pequena mordida na sua orelha e sussurrei:

- Eu te amo, Número 3.

E ela me respondeu, sem demora:

- Eu também te amo, Número 4.

A partir dai eu definitivamente havia virado o cara mais feliz do mundo! E mais! Tinha a certeza de que naquele dia da faculdade eu não estava errado sobre a resposta que dei em relação à "3 + 4". Errado está quem pensa ser sete a resposta! Aquele dia, ou melhor, aquela noite havia me provado a verdade. O verdadeiro valor para "3 + 4" é amor. Sim. Amor. Nada mais além disso.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Se você leu a história até aqui, muito obrigada!! ♥
E por favor, não se esqueça de comentar, sua opinião é muito importante pra mim !! ♥ :3