– Moony has got a ((bad)) idea

Lily Evans

Como tudo que acontece em Hogwarts, o tempo passou rápido. Em pouco tempo, estávamos a uma semana do Natal, e não tínhamos a mínima ideia do que fazer.

A ideia surgiu depois da provável aula de Herbologia mais chata que eu já tive em toda a minha vida. Herbologia é pro Frank Longbottom, não pra mim. Anyway, já fazia pelo menos uma hora que estávamos todos no Salão Comunal, sem fazer porra nenhuma.

Emma estava esparramada em cima de mim no sofá, contando as razões para ela odiar a Sonserina (que por sinal havia vencido a Grifinória no jogo de Quadribol no dia anterior, o que significava que nenhum de nós estava com um humor muito legal). Sirius estava se revezando entre jogar doces no ar e assistir o Peter pular pra pegar, e acrescentar uma coisa ou outra na lista da Emma. Kate e Dorcas estavam dormindo em cima do Remus, que parecia extremamente tentado a se levantar e deixar as duas caírem no chão.

Elas babavam mais que um cachorro. Ops, Sirius. Perdão.

E eu e James... Well, a gente meio que tava se evitando desde o jogo de Quadribol, onde ele estava dando um puto de um mole pra umas putas de umas putas que estavam putamente dando em cima dele. Ele não ficou muito feliz quando eu quase arranquei o cabelo de uma e mordi a outra. E ainda teve a audácia de dizer que não tinha culpa de ter nascido perfeito.

Quero dizer, eu concordava com ele, claro, mesmo que nunca, nunquinha, eu vá admitir isso em voz alta, mas eu estava irritada, então simplesmente bufei, disse que ia fazer greve e saí andando com o nariz empinado, pra jogar na cara dele que a minha decisão era definitiva. Funcionou por um tempo, até eu esquecer que não se deve andar com a cara pra cima, porque tem coisas no meio do caminho, coisas nas quais você pode se bater, e pode doer. Mas eu percebi isso um pouco tarde demais, porque meti a cara na porta do vestiário masculino e caí no chão. E o James-Filho-Da-Puta-Desculpe-Sogra-Potter fez o quê? Riu. Ele simplesmente riu. Então eu recolhi o pouco de orgulho e dignidade que me restava, e me retirei de lá (tomando o cuidado de olhar para a frente agora), e não falo com ele desde então.

E eu estava muito bem com isso, sim.

Mentira, eu não estava não.

Mas a culpa disso tudo é dele, ele quem tem que pedir desculpa. Por ter dado mole pro bonde das arrombadas, por ter nascido perfeito e jogado isso na minha cara, e por ter rido de mim quando eu meti minha linda fuça na porta.

Eu até que estava me saindo muito bem nessa coisa de dar um gelo. É. Eu simplesmente me recusava a olhar pra ele,trocar olhares com ele,ficar sozinha com ele, falar com ele, ficar no mesmo recinto que ele e respirar o mesmo ar que ele.

O que só mostrava o quanto a minha situação estava complicada ali no Salão Comunal, com ele olhando pra mim. Graças as cuecas de Merlin, Sirius me salvou de ter que olhar pra ele.

–E então, a gente vai fazer o quê no Natal?

Emma deu de ombros.

–Eu ofereceria a minha casa, mas da última vez meus irmãos explodiram a sala e eu soltei o dragão do meu pai, que quase matou o James, então acho melhor não.

–Não vejo o que vocês tem contra esse dragão, ele só estava lutando por um mundo melhor. – Me pronunciei.

–Lutando por um mundo melhor? Ele tentou me matar! – James bufou, me encarando mortalmente.

Cruzei os braços.

–Emma, considerando o fato de que eu não estou falando com o Potter, diz pra ele que eu apoio totalmente a iniciativa do dragão.

James também cruzou os braços.

–E diz pra Evans que ela não seria capaz de viver sem mim.

–Diz pro Potter que se ele não calar a boca, eu vou enfiar um garfo no you-know-what dele.

–Diz pra Evans que, considerando a situação em que a nossa relação está, isso não vai acontecer tão cedo.

–Diz pro Potter que não existe mais relação.

–Diz pra Evans que tudo bem, como ela quiser.

–Diz pro Potter que ok.

–Diz pra Evans que ok.

–Diz pro Potter que ok.

–Diz pra Evans que ok.

–Diz pro Potter que ok.

–Diz pra Evans que...

–Ah, pelo amor de Merlin, vocês dois querem parar de flertar um com o outro? – Remus bufou.

–Não estamos flertando. – James e eu falamos, juntos, o que foi, no mínimo, constrangedor.

–Ah, estão sim. – Remus rolou os olhos.– E eu tive uma ideia pro Natal.

–Que ideia? – Sirius perguntou, repentinamente interessado na conversa.

Remus fez uma pausa dramática.

–Brasil.

–Brasil? – Perguntei.

–Brasil. – Ele respondeu.

–Ah, olha quem está flertando agora. – James murmurou.

–Cale a boca, Potter.

–Tá falando comigo, agora?

–E se eu estiver?

–Bom pra você.

–Ótimo.

–Ótimo.

–Legal.

–Legal.

–Ok.

–Ok.

–Ah, calem as bocas. – Emma bufou, se levantando.

– E eu gostei da ideia do Remus. Nós poderíamos passar o Natal no Brasil.

–Nós oito? Sozinhos? No Brasil? – Kate perguntou, sacudindo a cabeça.

–Bom, meus pais têm parentes lá. – Remus deu de ombros.

Emma se levantou do sofá.

–Decidido então. Nós vamos para o Brasil. Vou avisar a minha mãe.

Me levantei também, no momento em que Astro (Astrogildo Fecundus Evans, nome completo), a minha coruja, brotou sabe-se lá da onde, junto de Kymme, a coruja da Emma.

E não se engane com o nome bonitinho da Kymme, o verdadeiro nome dela é Climéria. Kymme é o pseudônimo

. -Isso vai dar em merda... – Murmurei, pegando um pedaço de pergaminho e escrevendo a carta para a minha mãe

. No final, a carta estava mais ou menos assim:

“Querida mamãe,

Como vai você? E o papai? E como vão as coisas aí em casa? Túnia está sendo chatamente irritante e irritantemente chata? Hahahahahahahaha, espera, ela sempre é. :3 Anyway, eu sei que você adoraria que eu voltasse para casa para passar o Natal com a família (provavelmente porque a morsa do Dursley vai passar o Natal aí, e você e o papai odeiam ele), mas esse é o meu último ano, e eu gostaria de passar o Natal com os meus amigos.

Remus deu a ideia de passarmos o Natal no Brasil,com uns parentes dele, e eu gostaria de perdir por favor, por favorzinho, pra que você me deixasse ir. Afinal, alguém precisa tomar conta da Emma,certo? Remus vai estar muito ocupado cuidando das próprias crianças, vulgo Potter e Sirius.

Deve ter percebido que eu chamei o Potter de Potter, e não de James. Well, acontece que eu acho que nós meio que terminamos. É uma longa história, mas a culpa foi dele, e ponto final. Tá, talvez eu tenha um pouco de culpa, mas ele tem muito mais. Afinal, a mulher sempre está certa.

Enfim, manda um beijo pro papai e um dedo do meio pra Túnia por mim.

Amor, Lily.”

Ah, eu sei, sou meiga como um unicórnio.

Esqueci apenas de mencionar a parte de que nós não vamos realmente ficar com os parentes do Remus. O Sirius, que, para a supresa de todos, sabia falar português, conseguiu um hotel cinco estrelas pra gente.

Primeiro Natal que eu não ia passar coberta de neve, aleluia.

E, por mais empolgada que eu estivesse com essa viagem, eu sabia que não ia acabar bem. Porque afinal, nós somos Lily Evans, Emma White, Dorcas Meadowes, Kate Miller, James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew, e Lily Evans, Emma White, Dorcas Meadowes, Kate Miller, James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew sempre faziam merda, não importava onde e quando.

É, boa sorte, Charlie, ops, Brasil.