O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra


Capítulo 7
Capítulo 7




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Me movi sentindo dores na nuca e no pescoço. Passei a mão pelos cobertores da cama e...

Na cama? Como assim?, pensei.

Lembrei do golpe que havia levado na noite anterior e levantei num salto. Já havia amanhecido.

Olhei em volta para me certificar de que estava tudo em ordem e apalpei o corpo desajeitadamente. Nenhum corte.

Olhei para a janela e meu coração gelou, senti a pele arrepiar e um formigamento na nuca.

Havia alguma coisa escrita na minha janela com....sangue.
Fique longe.

Levantei rápidamente e coloquei meus jeans e uma camiseta.

Eu estava assustada, mas não recuaria agora. Ele sabia o que eu estava fazendo, mas como?

Aquela pequena desconfiança em James começou a crescer. Mas não era uma certeza.

Desci as escadas ignorando qualquer um que falasse comigo. Abri a porta e dei de cara com ele.

– Cathy, eu queria... - começou James, mas eu o empurrei para o lado e continuei andando - Ei! Aonde você vai?

Eu não olhava para trás, mas sabia que ele estava me seguindo.

Eu empurrava os galhos no chão e continuava andando. Eu estava com medo, sabia o que iria encontrar, mas eu precisava continuar.

– Cathy, o que está fazendo? Essa área está interditada - ele dizia.

Estava interditada no dia em que você veio aqui, pensei, mas não disse em voz alta.

Eu já estava quase lá. Comecei a correr e parei ao ver o que eu já esperava.

Havia um homem caído no chão, era gordo e tinha barba branca. Sua pele estava pálida e em suas mãos havia sangue.

Estava morto.

Meus olhos queimavam e eu estava ofegante.

– Cathy...ah meu Deus! - exclamou James ao ver a cena - Temos que chamar a polícia. Hoffman, você está bem? Vamos pra casa.

Ele passou o braço pelos meus ombros e me conduziu pela trilha.


A polícia já havia chegado e Joey provavelmente estava conversando com minha avó nesse mesmo momento.

Eu estava no meu quarto com James e pegava algumas roupas.

– Você está bem? - ele perguntou.

Eu assenti.

– Estou. Só um pouco assustada, mas estou bem.

Era a verdade, ele havia me assustado, mas não me afugentado.

Ele ficou lá, sentado em minha cama e observando minhas coisas. A porta estava aberta, mas ninguém circulava pelo corredor.
Fui até o banheiro e girei duas vezes a chave. Me assustei ao perceber que as pontas dos meus dedos estavam avermelhadas.

Lavei minhas mãos desesperadamente e percebi que havia alguma coisa em meu pescoço. Joguei o cabelo para o lado e olhei no espelho. Havia uma mancha de sangue no formato de uma mão.

Aquilo me apavorou.

Entrei na banheira que já estava cheia de água e esfreguei o pescoço até começar a doer.

Vesti minhas roupas e saí do banheiro vendo James olhando as escrituras na minha janela.

– Ele sabe o que estamos fazendo - eu disse.

Ele olhou para mim, não com medo, mas com uma expressão enigmática.

Descemos as escadas e andamos até a sala.

Joey estava sentado no sofá com toda a família reunida.

– Ah, Catherine Hoffman e James Beaumont, quero falar com os dois - disse Joey - À sós.

Nós nos entreolhamos e fomos andando até o sofá. O restante foi para a cozinha.

– Vocês dois estavam na floresta na tarde de ontem, certo? - ele perguntou.

Estávamos tensos, então apenas assentimos.

– A senhorita Hoffman sabia que havia um corpo escondido na floresta? - ele perguntou.

– Não - respondi baixo.

Ele balançava a cabeça em afirmativa.

– E o que vocês pretendiam fazer lá?

Olhei para James buscando ajuda e ele balançou a cabeça me encorajando.

– Eu...apenas desconfiava, senhor - eu disse demonstrando ao menos ter respeito.

Ele estreitou os olhos.

– Diga a ele, Cat - disse James e eu ignorei o apelido.

Era seguro contar a ele com James ali? Bem, pelo menos eu estaria contando a polícia. James era meu amigo, mas ainda era um suspeito.

– Ontem eu ouvi uns barulhos e desci para ver o que era - eu dizia - Alguém...me jogou no chão e eu perdi a consciência. Acordei hoje de manhã na minha cama e a minha janela estava suja de sangue.

Ele não parecia convencido.

– Você não me contou essa parte - comentou James.

Eu não o encarei, não queria que ele soubesse que eu desconfiava dele.

– Você limpou a janela? - perguntou Joey.

Eu balancei a cabeça negando.

Ele pediu para subir até o meu quarto e fomos até lá.

Ele ficou encarando a escrição por um bom tempo, fez a análise das digitais e finalmente disse:

– Fique longe? O que isso significa?

Fiquei apenas olhando para a janela e lembrando do golpe.

– Bem, isso é tudo - ele disse anotando alguma coisa num caderninho e me dirigindo um olhar de completa desconfiança enquanto se dirigia até a saída.

Ficamos apenas James e eu no quarto.

– Ele acha que foi você - ele disse me deixando revoltada.

– Não acredito! O cara vem aqui três vezes e eu sou a culpada de matar duas pessoas que eu mal conheço! - tapei a boca com a mão percebendo o que acabara de dizer.

James se aproximou de mim devagar e puxou meu braço de leve.

– Três vezes? O assassino veio aqui três vezes? - ele questionou.

Ótimo, ele vai me encher de perguntas, pensei.

– Fala, Cathy! O que ele quer com você?


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Notas finais do capítulo

Mudei o final. reviews!!!



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