O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas, gente, estive super ocupada, mas vou tentar postar o proximo em breve. Aproveitem enquanto podem e Boa Leitura! :)



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Andamos durante alguns minutos sem rumo, esses minutos para mim pareciam horas. James caminhava a minha frente, me guiando.

Tinha medo do que ele poderia fazer. Eu odiava ter medo, tentava ter uma postura defensiva, mas era um pouco difícil. Não queria que meu pai acabasse preso, muito menos morto. Mas se essas eram as únicas opções, eu preferia que ele fosse para a cadeia.

James parecia muito decidido, ele teria coragem de mata-lo?

Se ele fizesse isso, não faço ideia do que seria a minha vida. James e eu continuaríamos sendo amigos? Ou não?

Não tinha coragem de falar com ele sobre o que havia acontecido, eu estava uma montanha russa de emoções: raiva de James por querer matar meu pai, raiva de Charlie por tentar me matar, tristeza por vê-lo escolher um caminho que eu  nunca imaginei que ele escolheria, e a última era a que eu tinha mais medo. O amor.

Eu sentia algo por James? Não queria sentir, mas parecia estar deixando minha vida mais insana. Era loucura, eu o conhecia há tão pouco tempo, ele sentia a mesma coisa?

Talvez, dizia aquela voz irritante na minha cabeça.

Chegamos ao lago, estávamos mais próximos da casa e eu podia sentir que era observada por Charlie. Senti um arrepio percorrer minha espinha.

- Vamos pelos fundos, não quero arriscar que Ele nos veja – disse a James.

Ele assentiu e nós demos a volta sem chegar perto da casa. Se  Charlie nos visse estaríamos mortos, literalmente.

Engoli em seco sentindo o corpo gelar. Estava frio como nunca e eu temia que começasse a nevar – um pensamento idiota é claro – estávamos em Outubro, perto do inverno. O chão estava coberto de folhas laranjadas e nossa respiração virava névoa.

- Pronto – disse James.

Andamos até a margem da floresta e avistamos a casa. Era tudo tão escuro e sombrio.

- Eu vou primeiro, você entra depois.

Olhei para ele sem acreditar.

- Sem chance – respondi sem ligar para o que ele iria dizer – Entramos juntos.

- Não – ele respondeu me deixando zangada.

- Eu vou. A menos que você me amarre nessa árvore – respondi apontando para o enorme carvalho ao meu lado.

Ele pareceu irritado, mas eu não estava nem aí. James parecia considerar a ideia de me amarrar a árvore, mas eu o olhava com atenção.

- Tudo bem, afinal, a casa é sua – ele disse finalmente.

- Muito obrigada – eu disse sem nem um tom de agradecimento. Peguei a lanterna da mão dele e andei á sua frente – Agora, vamos.

Andamos abaixados até a porta dos fundos, eu estava ficando com dor nas costas. A casa parecia abandonada e eu temia que acabássemos todos mortos.

Me esgueirei até a janela e olhei cuidadosamente. Não havia  ninguém, o que me deixou aliviada.

Fiz sinal para James, que não entendeu muito bem de início, mas logo tratou de abrir a porta dos fundos.

Estava tudo muito silencioso, o que me deixava desconfiada.

A porta do porão ficava nos fundos, atrás da escada que levava ao andar de cima. Fomos até lá e abrimos.

Meu coração estava quase parando, por isso agarrei a mão de James, que pareceu não se importar muito. Ele andava a minha frente com muita cautela, se fizéssemos barulho Ele ouviria.

Estava tudo escuro e eu sentia minha pele se arrepiar. Minhas pernas bambeavam enquanto descíamos as escadas.

Como sairíamos de lá se ele nos encontrasse? Correríamos para a floresta? Para a estrada? Ligaríamos para a polícia?

Não tínhamos um plano exato, não havíamos combinado nada. Estávamos perdidos.

De repente ouvi um choro – bom, parecia um choro -, e vinha de baixo. Meu coração pulou do peito. Era minha mãe.

- James – chamei-o baixinho.

Eu queria correr até ela, saber o que havia acontecido e se ela estava bem.

Ele fez shh o que me deixou irritada.

James desceu as escadas e olhou em volta. Eu olhava nervosa em volta no topo da escada, a sala parecia inabitada, não havia ninguém, mas eu ainda sentia o coração pulsar.

Ele parou na base da escada e se virou para mim.

- Ninguém – ele disse dando de ombros.

Senti um alívio, mas logo ele se foi quando vi a sombra atrás de James.

- O que foi? – ele perguntou sem entender nada e eu sem conseguir explicar.

Só consegui ver um braço envolver o pescoço de James e leva-lo para as sombras.

- James!

Era ele, ele estava nos esperando. Senti o desespero tomar conta de mim, mas fiquei paralisada. O que eu deveria fazer? Ajudá-lo e correr o risco de ser morta ou buscar ajuda?

Desci as escadas correndo, eu podia ouvi-los brigando. James estava reagindo.

Quando cheguei a base, vi James no chão, mas ele estava sozinho.

- James! – gritei correndo para ajuda-lo.

O que estava acontecendo? Onde Ele estava? Eu estava ficando com medo e queria poder me controlar.

Ele se levantou e olhou em volta parecendo um pouco atordoado.

Então, a luz do porão se acendeu. Senti algo gelado encostar na parte de trás da minha cabeça.

Os olhos de James se arregalaram.

Minha primeira reação seria virar e ver o que estava acontecendo, mas não fiz nada disso.

- Quietinha, querida – disse a voz atrás de mim – E você também, Beaumont, se não quiser vê-la machucada.

Senti minha pele congelar, meu pai estava ameaçando minha vida. Não conseguia respirar direito, o ar entrava e saía apenas pela minha boca e eu senti os pulmões doerem. Meus olhos ameaçavam despejar as lágrimas.

- Vamos logo com isso! Catherine, querida, pegue aquela corda ali.

Engoli em seco, eu não tinha outra saída. Andei até o canto da sala – fiquei um pouco intrigada com o fato de não haver ninguém lá embaixo, eu poderia jurar que havia escutado o choro da minha mãe -, peguei a corda e andei até James.

Ele estava com os dentes trincados e os punhos cerrados. Ele me olhou nos olhos, e então lembrei que ele estava armado e que poderia pegar a arma e atirar a qualquer momento.

- Amarra ela – ordenou Charlie.

Estendi os punhos e deixei James amarrá-los

Eu estava aflita. Charlie apontava a arma para James e para mim alternadamente e eu sentia uma agulha perfurar pinha pele a cada vez que eu estava em sua mira.

James parecia preocupado, mas acima de tudo eu podia ver a voracidade em seus olhos.

Parte de mim sabia que um dos dois acabaria morto, e eu me sentia mal por isso. Minha respiração era contida e eu tentava me manter calma, o que era um pouco difícil.

Quando James terminou de me amarrar percebi que as cordas estavam um tanto frouxas. Charlie apontava a arma para nós e eu sentia que a qualquer momento teria um enfarto.

- Vamos, Beaumont – chamou Charlie – Quero acabar com você primeiro.

Senti que meu coração iria sair do peito deixando um buraco. Primeiro, então eu seria a próxima. O que ele faria com James? O que ele faria comigo? Senti o desespero tomar conta de mim.

- Não! O que você vai fazer? – eu gritava.

Ele apenas me ignorou, o que me deixou mais desesperada ainda.

Ele fez sinal com a cabeça para que James subisse as escadas. Ele apenas me encarou e eu senti minha pele se arrepiar.

- Não! James, não! – Charlie veio até mim e me forçou a sentar no chão com uma das mãos, enquanto a outra continuava a almejar James com a arma.

Eles subiram as escadas e Charlie trancou a porta, mesmo comigo gritando e implorando para que não fizesse uma loucura.

Fiquei no completo escuro sentindo meus olhos doerem.

Depois de um tempo tentando ouvir alguma coisa, desamarrei as cordas frouxas dos meus pulsos e subi os degraus até a porta. Encostei o ouvido na madeira e tentei escutar qualquer coisa, mas não havia nada.

Comecei a bater na porta e  dar chutes, até que consegui abri-la.

Então ouvi o som de um tiro.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor, estou precisando muito de um incentivo. Obrigada, Bjuusss *-*