O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Em clima de romance pessoal. Meus sentimentos pela morte do Chorão, o maior do rock nacional. CBJR ♥



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- Nossa, depois de quase uma semana sem comer direito... - disse tio Jesse.

Estávamos todos sentados a mesa, tio Jesse me olhava com uma cara engraçada. Depois de uma semana apenas pulando refeições e dois dias sem comer e beber, eu parecia um animal selvagem. Ainda me sentia fraca, mas já estava melhor.

– Você tem que comer mais, Jesse - comentei - Está muito magro.

James, que estava sentado ao meu lado, riu do comentário.

– Deixe ela em paz, Jesse - disse meu pai.

– Sua princesinha não liga, Charlie - respondeu Jesse.

Conseguimos arrancar algumas risadas. Já era um bom começo. Os últimos dias foram tensos, principalmente para mim e para James. Eu teria uma última chance de descobrir quem era o assassino. O tempo estava se esgotando, eu esperava que essa história terminasse logo.

Depois do jantar, todos foram para a sala assistor TV ou ficar conversando. Eu fui até a varanda e sentei no banco. Depois de alguns minutos James me encontrou, ele sentou ao meu lado e ficamos olhando para a frente da casa. Era tudo tão calmo, tão silencioso, ninguém imaginaria que aquela paisagem fosse o cenário de constantes atrocidades. Fiquei imaginando como tudo isso terminaria. Quando tudo isso acabasse, James e eu continuaríamos amigos?

Acho que sim, pensei.

– No que está pensando? - ele perguntou como se adivinhasse.

Respirei fundo sentindo nostalgia ao olhar para tudo aquilo. Eu já estava lá a alguns dias, mas ainda não conseguia acreditar.

– Só em como...isso tudo vai acabar - respondi.

Ele esfregou as mãos para espantar o frio.

– Acho que ele vai ser pego - ele chutou - Não existe crime perfeito.

Considerei o que ele dizia. Não existe crime perfeito, sempre vai haver um rastro.

Então foi como se uma lâmpada se acendesse acima da minha cabeça.

– O anel - pensei alto.

– O quê?

James me olhava com um ar de confusão.

– No dia em que você me salvou, eu havia encontrado um anel no lago. Uma aliança - eu disse.

Ele arregalou os olhos.

– E você só lembrou disso agora? - perguntou James surpreso - Onde ele está?

Então minha luz apagou.

– Ele roubou - respondi frustrada - Entrou aqui e roubou.

Ele pareceu derrotado e eu me sentia assim também.

– Mas eu lembro que tinha uma inscrição na parte de dentro - eu disse - Duas iniciais: C.H.

Ele pensou um pouco.

– Catherine Hoffman - ele disse me deixando de queixo caído.

Era só uma coincidência. Havia mais alguma coisa e estava muito perto, mas não conseguia lembrar.

– Preciso da sua ajuda. Não vou conseguir sozinha, principalmente pelo fato de eu ser a primeira na lista dele - disse.

Ele balançou a cabeça.

– Claro, vou estar sempre aqui pra te ajudar - ele disse me deixando sem jeito.

James era um cara legal, interessante, tinha um charme discreto. Era perfeito. Eu confiava muito nele, pelo menos agora.

– Obrigada - eu disse apenas.

Ele me olhou nos olhos.

– O que está pensando em fazer, Cathy? - ele cantarolou como se eu estivesse aprontando alguma.

Bom, eu estava pensando em uma coisa, era arriscado, não era exatamente o plano perfeito, mas talvez eu conseguisse.

– Vamos pegá-lo - eu disse simplesmente.

Ele pareceu surpreso.

– O quê? Sério? Cathy, isso é muito perigoso - ele dizia.

Eu sabia os riscos, mas precisava fazer isso. Se o assassino fosse alguém da minha família ele não poderia me matar. Eu precisava descobrir quem ele era, mas não podia fazer isso sozinha.

– Sim. Não quero te pedir muito, James, muito menos colocar você em risco, mas não posso fazer isso sozinha - eu disse.

– Eu já estou envolvido nisso a muito tempo - disse James sério - E também, quem mais vai aceitar essa loucura.

Eu estava estranhamente animada, embora não tivesse um plano perfeito.

Antes que eu pudesse pensar, abracei James forte.

– Muito obrigada!

Ele pareceu um pouco tímido, o que não era de seu costume. Me afastei tentando conter o nervosismo.

– E também, se eu não for com você quem vai te salvar, não é, Cat? - ele disse.

Senti minhas bochechas corarem. Esses tipos de comentários que ele fazia me deixavam nervosa. Eu não estava gostando de James, estava?

– Então, quando você quer fazer isso? - ele perguntou - E o mais importante: como?

Me sentia aliviada com o fato de ele não estar tão nervoso como eu.

– Hoje.

Ele pareceu confuso.

– Hoje? - ele perguntou - Tem certeza disso?

Eu balancei a cabeça.

– Absoluta.


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Notas finais do capítulo

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