Por Acaso escrita por Sabaku no Emily, Kaya Minami, Júlia Lerman


Capítulo 25
Pijama de gala - Sakura


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos!



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Tudo bem, eu sei que combinamos toda essa coisa de namoro aberto – que eu particularmente não fiquei tão satisfeita –, mas isso não me impede de sentir ciúmes... Impede?

Bom, o importante é que eu estou com raiva. Sim, eu estou. O Naruto nunca me levou à praia, ele só ficava enfurnado no quarto jogando aqueles jogos imbecis. A única coisa que ele ama mais do que esses joguinhos idiotas, é ramen. Baka-Naruto!

Então, sem o mínimo de consideração por mim, ele leva a Ino para a praia. Que lindo! O casal vai passar o dia inteiro namorando e se divertindo na praia... Vão ver o pôr-do-sol, sentados na areia, de mãos dadas. Tomara morram afogados! Está bem, não precisam morrer... Apenas engolir bastante água salgada, até que a boca seque.

Ino sussurrou para mim antes de ir: “Sasuke está sozinho lá em baixo”, acompanhado de uma piscadela e uma risadinha. Seja lá o que for que ela tenha insinuado, eu não sou como essa Porquinha. Não vou sair me atirando no Sasuke, assim como ela fez com o Naruto, claro que não. Ficarei em casa o dia todo, já que não irei trabalhar. Vou assistir a filmes e comer muito sorvete.

Não que eu esteja deprimida, eu não estou, claro que não estou. Só não tenho absolutamente nada para fazer.

Peguei o pote de sorvete de chocolate, confortavelmente vestida com meu pijama do ursinho Poh e liguei a televisão, com uma colher de sopa gigante, comecei a comer meu sorvete. O filme era Titanic, e o final foi tão depressivo que eu até larguei o sorvete para enxugar minhas lágrimas. Tudo bem, tudo bem, eu já havia assistido a esse filme antes, mas mesmo assim ele não deixou de ser deprimente.

Suspirei e deitei em minha cama, olhando para o teto e pensando quanto tempo esse namoro esquisito iria durar. Isso mal havia começado e eu já estou me arrependendo. Muito bem, Sakura. Agora não há volta. Você assumiu um compromisso, não tem como voltar à trás.

Ou será que tem?

Talvez, se eu fosse lá e buscasse-o pela gola da camisa e dissesse algumas palavras amáveis, tais como: SUA PESTE, SAI DE PERTO DESSA PORCA! Ou simplesmente espancasse-os até a morte e falasse sobre a ética de um namoro, eles concordariam.

Levantei-me, catei minha bolsa, botei minha arma no bolso da calça – eu nunca saio sem ela –, calcei um chinelo qualquer que encontrei embaixo da cama e corri para o elevador, mas este encontrava-se ocupado, então desci as escadas correndo. Estava um calor do cão e minha expressão não estava das melhores, acho que por isso as pessoas à minha frente davam-me espaço para passar. Bom, pensei, assim não me atraso.

Passei pelo saguão principal correndo e o porteiro me gritou, mas eu o mandei ir se danar e escancarei a porta, atropelando algumas pessoas pela rua continuei a correr. Não sei por que, mas elas me olhavam de um jeito estranho, tanto que enfiei a mão no bolso, onde estava minha RT 66, só para o caso de algum idiota resolver se meter comigo. Mas ninguém fez nada, só me olhavam e riam. Talvez seja porque eu não penteei meu cabelo hoje de manhã.

Bufei. Andando em passos largos e praguejando o quanto eu odeio namoros abertos, escutei alguém me chamar. Não liguei, continuei andando, agora praguejando ainda mais alto, porém, o imbecil que me chamava, não parou. Estava começando a correr, quando senti meu ombro ser tocado e puxado para trás, rapidamente retirei minha arma do bolso e posicionei no nariz do sujeito.

– PARADINHO ONDE EST... Sasuke?! – Continuei apontando a arma, a raiva tomando conta da minha voz.

– Sakura, calma – ele engoliu em seco, recuando para trás. Algumas pessoas nos observavam, olhando assustados para mim e se recuando.

– O que está fazendo aqui? Por acaso me seguiu? – Estreitei os olhos, olhando-o intensamente.

– Não, eu não te segui – disse ele, encarando a arma. – Por que está vestida assim?

– Vestida como? – Perguntei, rispidamente e ligeiramente confusa. – Olha Sasuke, se você veio pra encher o saco, pode... – Olhei para as minhas vestes. Eu ainda estava com o pijama do Ursinho Poh.

Senti meu rosto arder. Agora tudo fazia sentido. Por isso as pessoas estavam me olhando estranho. Sasuke continuou parado, me olhando e dizendo coisas que meu ouvido não foi capaz de escutar, pois eu, no mesmo instante, comecei a gritar e puxar a blusa dele.

– Me dá sua blusa! Me dá, por favor, Sasuke! – Sasuke tentava me tirar de perto de si, enquanto as pessoas nos xingavam e olhavam-nos espantados.

– Sakura, eu não vou te dar! Me larga...

– Anda, Sasuke! Eu não posso andar por aí de pijama! – Gritei, sacudindo-o. – As pessoas vão achar que eu sou louca!

Ele parou de lutar contra mim. Simplesmente me encarou com uma cara engraçada, mas eu não ri. Apenas retribuí o olhar com uma cara feia e brava.

– É. Elas vão achar – disse ele, sarcasticamente.

Eu odeio quando ele faz isso. Esses Uchihas são sempre tão cínicos e frios. Dá vontade de forçá-los a colocarem um sorriso verdadeiro na expressão de bunda que eles habitualmente têm.

– Sasuke, passa a blusa ou eu atiro – olhei furiosamente para ele.

Sasuke suspirou, aproximando-se de mim. Agarrou-me pela cintura e me colocou em seu ombro, enquanto eu gritava e me debatia, mas ele não ligou, apenas continuou andando.

– Me coloca no chão, Uchiha – rosnei, dando tapas em suas costas.

– Vou colocar – ele disse despreocupado, andando de volta para nosso prédio.

Desisti de fazê-lo me soltar e me dependurei totalmente em seus ombros, tentando ignorar os olhares que nos perseguiam e os comentários que surgiam quando as pessoas olhavam para dois loucos como nós. Bem, todo esse mico é culpa do Sasuke. Pra começar, se ele não tivesse me parado na rua, nada disso teria acontecido e eu já teria trago o Naruto de volta, com ou sem pijama. Mas já que ele me avistou, poderia pelo menos ter me passado a blusa. Porém, como um bom Uchiha teimoso, resolveu chamar atenção.

Sasuke foi pelas escadas, enquanto eu perguntava-me se ele não estava cansado. Talvez estivesse fazendo exercícios físicos comigo. Por que, convenhamos, subir escadas com uma pessoa nas costas não é pra qualquer um.

Quando finalmente chegamos em meu apartamento –que a porta estava aberta –, Sasuke me largou no sofá, espreguiçando-se logo em seguida. Eu apenas guardei minha arma e encarei-o, com os braços cruzados e uma expressão bastante infeliz.

– Não precisava disso tudo.

– Bom, você já está entregue – Sasuke ignorou meu comentário e continuou falando –, então eu posso ir para casa.

– Sabe onde Ino foi? – Perguntei-o, no momento em que ele estava prestes a abrir a porta. Arqueei as sobrancelhas.

– Para a praia – respondeu ele, aposto eu que estava tentando usar o tom mais gélido e desinteressado que podia, mas não funcionou. Não com a Sakura-chan aqui.

– E você não está com raiva?

Ele abriu a boca para falar algo, pareceu pensar mais um pouco e desistiu, soltando um longo suspiro. Acho que Sasuke está levando essa coisa de namoro aberto melhor do que eu.

– Então você estava indo para a praia? – Ele finalmente tirou a mão da maçaneta, parecendo muito interessado, sentou-se ao meu lado.

– Sim – dei de ombros. Com Sasuke olhando para mim, meu plano pareceu tão besta que resolvi não executá-lo mais.

Permanecemos assim, calados durante um bom tempo. Eu olhando para baixo, pensando em quão divertido deveria estar a praia, com esse sol e mormaço quentíssimos. Sasuke arrumou algum ponto qualquer muito mais interessante que minha cara para encarar. Nós nunca fomos de conversar e foram poucas as vezes que ficamos totalmente sozinhos. Ele é tão imprevisível que nunca sei quais serão seus próximos movimentos, mas o que ele viera a fazer, realmente me surpreendeu.

– Sakura – sua voz despertou-me de meus devaneios.

– O que...foi? – Ergui o rosto, notando a proximidade anormal de nossos corpos.

– Não acho que só eles têm o direito de se divertir.

– Eu também não acho – disse por impulso, ainda encarando.

– Acho que a situação me permite isso – Sasuke uniu seus lábios frios aos meus.

Não foi um dos calorosos beijos de Naruto, muito menos o beijo inesquecível que eu sempre imaginei quando era criança e completamente apaixonada por Uchiha Sasuke. Foi como se eu tentasse esquecer o mundo lá fora, e ele também. Entretanto, o beijo tornou-se mais intenso e eu pousei uma mão em sua nuca, enquanto ele tocava meu braço de forma gentil e então, inesperadamente, Sasuke afastou-se.

Trocamos apenas um olhar e tudo ficou entendido. Eu sabia o que viria a seguir, mas estava tudo bem e acho que para ele também. Sasuke comprimiu os lábios em um mínimo sorriso, o primeiro que eu vira hoje, levantou-se e foi até a porta. Eu não o acompanhei e antes que ele saísse, também sorri.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim ou não... comentem!



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