A Fênix 2: The Girl On Fire escrita por potterlovegood


Capítulo 4
Dementadores — parte lI


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sou eu, a Carol! A minha queria amiga Suelen vai continuar cuidando daqui, mas hoje eu resolvi eu mesma postar, porque eu tive um tempinho livre e tava com muita saudades de vocês!!!



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Lupin seguiu, porém a porta abriu antes que ele pudesse alcançá-la.

   Uma corrente gélida invadiu a cabine, as chamas diminuíram ao ponto de serem finíssimos fios de luzes que tremulavam a mão do professor. Tão negra quanto à noite, uma capa vibrava no ritmo da brisa. Conforme seu dono ficava visível, os vidros estalavam, congelando; uma névoa pairou no ambiente, deixando todos estáticos. Completamente oculto pela capa, o ser chegava até o teto do trem, embora não tivesse pernas visíveis. Flutuava suavemente pelo vento. A capa oscilou mais agitada, e ele pôs sua mão para fora, apoiando-a na madeira da porta. A visão embrulhou o estômago de Cindy no mesmo instante. Sua mão reluzia à meia luz, cinzenta e viscosa, coberta de feridas, que lhe davam um aspecto de cadáver em decomposição.

     A criatura inspirou longamente, uma respiração ruidosa e lenta, como se sua vida dependesse disso e que nem todo o ar do mundo fosse saciar o seu desejo. Precisava de mais. E assim, adentrou na cabine, em direção aos primeiros passageiros, Harry e Cindy.

    No mesmo instante, o frio intenso penetrou em suas entranhas, como uma flecha violenta e ágil, diretamente em seu coração. A menina arfou, num apelo silencioso. Agarrou-se no objeto mais próximo, sem ao menos saber o que. A escuridão tomou conta de seus olhos. Não conseguira resistir, uma força misteriosa a guiava ao desconhecido, cada vez mais fundo. Num abismo infinito onde só se ouvia um farfalhar que lembrava água correndo.

    A morena perdeu a noção do tempo. Passaram horas. Minutos. Segundos. Não se sabia. Apenas descendo, caindo, sempre na mesma velocidade. Se ao menos soubesse por onde estava passando, ou para onde estava indo... Talvez nem isso fizesse seu coração desacelerar.

    O medo tomava conta de todo seu corpo, a suplica, a dor, a tristeza. Seus olhos logo ficaram marejados. Ela não gostava disso. Sentia-se fraca, desprotegida e inutilmente tentou se segurar em alguma coisa, qualquer coisa, entretanto estava no meio do nada. Vazio. Escuro. Afundando.

    Um som agudo ecoou. Era um uivo. Estaria finalmente chegando ao seu destino? O barulho se repetiu mais uma vez, e, desta vez, seguido de gritos suplicantes femininos totalmente desesperados. Eles fizeram Cindy despertar daquele estado de abatimento momentâneo.

    Um choque percorreu-lhe da cabeça aos pés e ela abriu os olhos, levantando-se.

    Estava sentada numa cama num lugar escuro familiar. Olhou para os lados, perdida, para finalmente percebeu que estava na enfermaria de Hogwarts. “O que está acontecendo?” perguntou-se.

    A porta do grande salão abriu e Madame Pomfrey entrou, trazendo uma bandeja com o que parecia ser chá.

   - Já estávamos ficando realmente preocupados com você, senhorita Collins. – disse a mulher, depositando a bandeja na mesa de cabeceira. Havia biscoitos também e chocolate. A barriga dela soltou um ronco, estava faminta.

   - O que aconteceu? – perguntou, inocentemente.

   - Eu não estava presente, mas parece que você desmaiou na presença de dementadores.

   - Dementadores?

   - Os Guardas de Azkaban, eles fizeram uma revista no trem, não lembra? – disse a senhora, alcançando-lhe o chá.

  - Aquilo era um guarda de Azkaban? – perguntou Cindy, com os olhos arregalados apenas por se lembrar da horrível criatura.

   - Claro criança, - falou a mulher com obviedade – se o não fosse o professor Lupin ter espantado o dementador, não sei se você e o seu colega estariam com alma para contar história.

   - Que colega? – perguntou curiosa, tentando ignorar a parte do “sem alma para contar história.”.

   - Ah sim, Harry Potter também desmaiou. – disse, na maior normalidade – Pobre Potter, o que deveria protegê-lo, atacou-o. Chocolate?

   - O Harry? Ele tá bem? – ela se remexeu na cama, aceitando o pedaço de chocolate.

   - Calma... Sim, está ótimo. Ele acordou logo depois do ataque, nada demais. Coma todo o chocolate, vai lhe fazer bem.

   - Madame, e como eu cheguei aqui?

   - O professor lhe trouxe... Muito bom esse novo professor, Dumbledore finalmente acertou, porque os últimos... – e fez um cara de nojo – Bem, vou deixar você descansar, assim amanhã poderá aproveitar seu primeiro dia de aula.

   - Mas e o jantar?

   - Já acabou faz um tempinho, querida.

   Cindy ficou decepcionada, era isso? Perdera o primeiro jantar? E ainda passaria sua primeira noite em Hogwarts na enfermaria? Isso não podia ser um bom sinal.

  Nesse instante, pelas portas do salão entraram dois adolescentes que a menina reconheceu facilmente pelos cabelos ruivos.

   - Fred! Jorge!

   - Cindy! – exclamaram uníssono.

   - O que vocês fazem aqui? – perguntou Madame Pomfrey, com as mãos na cintura – O horário de visita já acabou!

   - Tecnicamente, ele nem começou. – disse Fred, baixinho para Jorge, que soltou uma risadinha.

   - A senhorita Collins tem que descansar! – a senhora aumentou o tom e apontou o dedo indicando a porta onde, coincidentemente, um homem entrava.

   - Espero não estar atrapalhando nada. – disse o Prof. Lupin, sua voz parecia suave agora. Ele tinha um sorriso maroto ao ver que todos o olhavam.

   - Ah, não, Professor, me desculpe. – disse a mulher, meio encabulada.

   - Não foi nada, Madame Pomfrey. Então, como está a minha aluna? –e se virou para Cindy.

   - Eu estou bem professor, obrigada. – respondeu a menina, alegremente.

   - E vocês dois, - disse Madame severamente – deem o fora, eu já disse.

   - Mas Madame Pomfrey... – começou Jorge, com um olhar pidão.

   - Nós só queremos saber se a nossa amiga está bem. – completou Fred, fazendo uma carinha triste e fofa.

   A senhora deu-lhes um olhar ríspido, porém Lupin interveio:

   - Madame, que tal deixá-los aqui por um tempo enquanto a senhora faz um chocolate quente para a Srta. Collins? Creio que ela iria adorar.

   - Ah sim, eu ia. – disse ela, toda animada, entretanto se calou, ao ver a cara não muito amigável da senhora.

   - Está bem. – disse a mulher, secamente e saiu.

   - Nossa, pensei que ela nunca ia embora... – disse Jorge, revirando os olhos.

   - Agora você mocinha! – exclamou Fred, apontando para ela – Como pode fazer uma coisa dessas com a gente de novo?

   - Mas o que eu fiz? – perguntou a garota, num tom manhoso.

   - Nos deu um baita susto! – exclamou Jorge.

   - Quando a gente viu seu corpo flutuando pelo trem... – Fred falou, com um olhar assustado.

   - Ah desculpe, eu tenho culpa que os dementadores me afetaram? – perguntou retoricamente.

   - Na realidade, tem. – disse Fred, segurando a risada.

   - Devia ter ficado com a gente. – disse Jorge, fingindo estar magoado.

   - E isso ia mudar alguma coisa?

   - Claro, a gente te protegia! – disse Fred, estufando o peito.

   - Vocês? Me protegendo? – disse a morena, e começou a rir.

   - Nossa, magoou. – disse Jorge, fazendo biquinho. Não conseguindo suportar por muito tempo, eles caíram na risada.

   - Será que eu poderia atrapalhar um pouco? – perguntou o professor, eles tinham esquecido completamente que ele ainda estava lá.

   - Claro, Prof. Lupin. – responderam os gêmeos, recuando.

  O professor aproximou-se e tocou com sua mão na testa dela.

   - Você parece bem. – constatou.

   - Eu estou.

   - É melhor não arriscar, você ficou muito tempo inconsciente. – disse, lendo a prancheta que tinha do lado da sua cama, provavelmente onde Madame Pomfrey anotava os dados de seus pacientes.

   - Isso quer dizer que...

   - Que a senhorita tem que ficar longe dos dementadores. – brincou ele.

   - Como se eu quisesse ter um papinho com eles de novo... – disse ela, ironicamente.

   - Somente cuide para não se aproximar dos limites da escola. – alertou Lupin.

   - Por quê?

   - O ministério colocou dementadores nos limites da escola. – disse Fred, ele e Jorge estavam na ponta oposta da cama.

   - O quê? – perguntou a morena – E Dumbledore deixou?

   - Ele pareceu não muito feliz com a história... – começou Jorge.

   - Mas deixou. – terminou Fred, fazendo uma cara chateada.

   - Mas isso para a proteção dos alunos, com um assassino a solta... – disse professor, entretanto também fez uma cara chateada, como se estivesse pedindo desculpas por algo.

   - Não, tudo bem, é só que... – Cindy deu um suspiro – Não gosto deles.

   - Você não é a primeira. – disse Lupin, e deu um sorriso reconfortante. – Bem, você precisa descansar, vamos garotos? – e olhou para os ruivos, que assentiram.

   Os meninos abanaram para ela e depois se viraram para seguir o homem.

   - Professor! – gritou ela antes que eles saíssem da sala, e Lupin virou-se. – Muito obrigada por ter me salvado.

   O professor pareceu meio sem jeito, então apenas sorriu e assentiu, e logo ela estava sozinha novamente.

    O chocolate quente chegou, porém Madame Pomfrey não parecia mais com o humor de quem quisesse conversar, apenas perguntou se a menina queria mais alguma coisa e foi se recolher. Cindy tomou uma caneca de chocolate, sentindo-se aliviada e, aos poucos, seus músculos foram relaxando e ela caiu num sono profundo.


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Notas finais do capítulo

A continuação não ficou tão grande, mas se vocês forem juntar com a parte I, ficou num tamanho razoável né kkkk Desculpem eu quase ter abandonado aqui, mas é que, em minha defesa, fazer ensino médio e faculdade ao menos tempo é muito difícil!
Quero comentários! (Se vocês comentarem hoje, tem chance de eu mesma reponder xD )