A Fênix 2: The Girl On Fire escrita por potterlovegood


Capítulo 3
Dementadores — parte l


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Se tiver algum leitor que ainda não viu o perfil da Cars, dá uma olhadinha lá. Tem mensagem importante pra vocês! Boa leitura



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- Certo então — disse o Sr. Weasley, olhando para todos os lados. — Vamos fazer isso aos pares, porque somos muitos. Eu passo primeiro com Harry.

Arthur e o moreno se encaminharam para o pilar entre as plataformas 9 e 10 da estação King’s Cross, sumindo ao contado com o sólido. Era sempre assim que os estudantes de Hogwarts chegavam ao trem, e o mais engraçado, para Cindy, era que os trouxas mal percebiam o fato de pessoas vestidas de jeito estranho sumirem do nada ao se encontrarem com a parede.

Obedecendo à ordem do pai, os Weasley se separaram em pares, e, em poucos segundos, todos passaram. Percy fora o primeiro a sumir – pelo que Gina comentou, fora atrás de sua namoradinha, Penélope Clearwater. Ela e a menina avistaram Stella que conversava com Luna em um canto mais afastado. Cindy achou isso muito curioso, nunca vira as duas conversar antes e agora estas pareciam tão entretidas no assunto que nem perceberam as duas que chegavam.

Você não pode contar a ninguém, está bem? — dizia Stella a loirinha, que assentia, sorrindo.

— O que não pode contar? — perguntou a ruiva, curiosa.

— Gina! Cindy! Quanto tempo! — exclamou Luna animada, enquanto Stel tinha uma cara séria.

— Nem tão tempo assim, né Stella? — falou Cindy, esperando a reação da amiga.

— É... — disse Stella secamente. Depois, mudando totalmente o tom, perguntou: — Ouvi falar que você viajou para o Egito, Gina?

Assim, a ruiva começou a contar animadamente sobre a viagem, sobre as pirâmides, como se sentia injustiçada por tão ter podido entrar na maioria delas por causa de sua idade, histórias que Cindy já escutara tantas vezes que havia decorado. Entretanto, a morena parecia a única que entendera a sutil mudança de assunto feita por Stel.

Logo a Sra. Weasley chamou-os para entregar seus lanches; até mesmo Cindy recebera um. A menina viu Harry e Sr. Weasley se afastarem do grupo de uma maneira muito furtiva, mas sua atenção foi distraída por Fred que reclamava do seu sanduíche.

Não vou comer essa coisa...

Não seja ingrato, Fredrepreendeu a morena.

Você fala isso porque ela não é a sua mãe acrescentou Jorge, guardando o lanche na mochila.

Se vocês não gostaram, por que não fazem um melhor?desafiou Cindy, com uma sobrancelha arqueada.

Os ruivos fizeram uma cara intimidadora, porém calaram-se. Sendo assim, ela deu um sorriso para deixar claro a sua vitória.

O Expresso Hogwarts apitou, indicando sua partida. Os meninos foram embarcando, mas Cindy notou que Harry ainda conversava com Arthur e Molly os apressava, gritando. Os Guardas caminhavam ao lado do trem, batendo as portas para fechá-las. Por um momento a menina pensou que o amigo perderia o tremde novo, assim como no ano anterior, mas, quando o trem começara a se locomover, Harry pulou para dentro e Rony fechara a porta.

Você vem com a gente Cindy?perguntou Fred discretamente, enquanto Gina e Rony tinha uma pequena discussão sobre quem ficaria no vagão.

Claro, deixa eu pegar as minhas coisas...pegou sua mochila e dirigia-se a porta do vagão, quando alguém puxou-a pelo braço.

Cindy, será que eu poderia falar com você também?perguntou Harry, com um olhar sério.

A menina voltou-se para os gêmeos lá fora, que deram um sorriso fraco e sumiram pelo corredor.

Claro, Harryrespondeu, se sentindo um pouco culpada por deixar seus amigos sozinhos.

Harry, Rony e Hermione saíram do vagão e Cindy seguiu-os, era estranho andar com o trio novamente. Iam à procura de uma cabine vazia, mas todas estavam cheias exceto uma bem no finalzinho do trem.

Esta tinha apenas um ocupante, um homem que estava num sono pesado ao lado da janela. Os garotos pararam à porta. O Expresso de Hogwarts era em geral reservado aos estudantes e, até então, eles nunca tinham visto um adulto a bordo, exceto a bruxa que passava com a carrocinha de comida.

O estranho usava um conjunto de vestes de bruxo extremamente surradas e cerzidas em vários lugares. Parecia doente e cansado. Embora fosse jovem, seus cabelos castanho-claros estavam salpicados de fios brancos.

Quem vocês acham que ele é?sibilou Rony quando se sentaram e fecharam a porta, ocupando o assento oposto ao homem, com Mione ao seu lado.

O Profº. R. J. Lupincochichou Hermione na mesma hora.

Como é que você sabe?disse o ruivo, surpresoHarry, como ela sabe de tudo?

O moreno deu os ombros, soltando uma risada.

Está na maleta — respondeu a menina, revirando os olhos e apontando para o bagageiro acima da cabeça do homem, onde havia uma maleta gasta e amarrada com vários fios de barbante caprichosamente trançados. O nome Profº. R. J. Lupin estava estampado a um canto em letras descascadas.

Que será que ele ensina? — perguntou Rony, amarrando a cara para o perfil pálido do homem.

É óbviosussurrou Hermione. — Só existe uma vaga, não é? Defesa contra as Artes das Trevas.

Pelo que Cindy sabia, fazia dois anos que um professor dessa matéria não durava mais que um ano letivo. Corria boatos que o cargo estava enfeitiçado.

Espero que este ao menos saiba alguma coisadisse Cindy, um pouco amarga. Ela se sentou ao lado que Harry, que estava no mesmo banco que o professor, e então virou-se para o mesmo: — O que você queria nos contar?

Ontem, quando fui buscar o frasco de tônico para ratos de Rony, eu encontrei o Sr. e a Sra. Weasley conversando sobre mim...começou o moreno, meio receado de continuar.

“O Sr. Weasley estava indeciso se ia ou não me contar qual a verdadeira razão de Black fugir de Azkaban. E por minha causa. Ele está atrás de mim— e fez uma pausa um tanto dramática ao perceber a cara assustada de seus amigos.Ele disse que Black passava as noites dizendo que algo parecido com ‘Ele está em Hogwarts...’ e que acha que a culpa de Voldemort ter morrido é toda minha e que me... matando faça ele voltar...”.

Os três piscaram, como se não tivesse acreditando no que estavam ouvindo. Sem receber comentários, Harry continuou:

Mas estou seguro, Fudge mandou os guardas de Azkaban vigiarem as entradas de Hogwarts, e Dumbledore estará lá! Todos sabemos que Voldemort teme Dumbledore, Black não ousaria me machucar enquanto estivesse lá, não é? — mais uma vez, esperou alguma reação de Rony, Hermione e Cindy, porém parecia que os três ainda estavam processando a situação. E o Sr. Weasley veio contar para mim isso hoje, antes de embarcamos, e me fez jurar que, não importasse o que acontecesse, que não ia atrás de Black. Eu achei estranho, quer dizer, por que eu iria atrás de alguém que quer me matar?

Agora olhava apreensivo para eles, como se indicasse que havia terminado. Rony tinha estava abobado e Hermione cobria a boca com as mãos.

Nossa... — disse Cindy, se jogando para trás. De longe, ela aparecia a mais chocada e isso o deixou um pouco incomodado.

Sirius Black fugiu para vir atrás de você? Ah, Harry... Você vai ter que tomar muito, mas muito cuidado. Não vai sair por aí procurando encrenca, Harry...implorou Hermione.

Eu não saio por aí procurando encrenca — respondeu Harry, irritado. — Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.

Harry teria que ser um idiota para sair procurando um biruta que quer matá-lo, não acha?falou Rony com a voz tremula.

Eles estavam reagindo pior a noticia do que o menino prevêra.

Um tremendo idiota... – acrescentou Cindy, agora parecendo melhor. — Não sei muita coisa sobre esse tal Black, mas todos parecem ter muito medo dele...

Claro, será por que ele foi o primeiro bruxo a fugir de Azkaban ou talvez por que ele matou treze pessoas com um feitiço só? – disse Rony ironicamente, tendo um pequeno surto. Depois virou-se para Harry: — Não querendo te assustar Harry, é só que...

O menino assentiu, dando um sorriso fraco. Entendia, os bruxos temiam ele, só que não era para tanto, era?

Mas vão pegar Black, não vão?perguntou Mione muito séria. — Quer dizer, todo mundo do mundo trouxa e mágico está trás dele...

Vocês não precisam se apavorar, tá? disse Harry, tentando tranquilizá-los. Eu não estou apavorado. Olha, vai ter os guardas de Azkaban nas entradas do castelo...

Black já provou que os guardas não o assustamdisse Rony.

E...Harry tentou ignorar o comentário do ruivo — ...Dumbledore vai está lá!

Acho que Harry tem razão, temos que ser mais positivosdisse Cindy, tentando parecer calma.Nenhum bruxo das Trevas em sã consciência se atreveria em atacar Harry com Dumbledore lá!

O problema é que Black não é... são...disse o ruivo, engolindo seco.

Um silêncio estranhou pairou na cabine. Bichento, que desde o inicio da conversa estava tentando sair de sua gaiola, aquietou-se, e os quatro meninos fugiam um dos olhares dos outros. Essa história não pegara Cindy completamente de surpresa. Sabia que havia alguma coisa estranha acontecendo, ela tinha esses pressentimentos de vez em quando, porém nunca imaginara que isso estava relacionado com o assassino fugitivo. Tolice, não?

Que barulho foi esse?perguntou Rony de repente. Uma espécie de apitinho fraco vinha de algum lugar.

Cindy sentiu um arrepio gélido percorrer seu corpo no mesmo instante, sentiu seu corpo todo estremecer em resposta, sua visão foi escurecendo e sua mente ficando leve. Por um momento, pensou que fosse desmaiar no meio da cabine, que uma visão misteriosa e enigmática invadisse a sua mente, igualmente como ocorrera na última vez que pisara no Expresso Hogwarts. Embora as visões fosse uma parte importante de seus poderes, ela temia o que estaria por vir. Sendo assim, tentou controlar seu corpo antes que tudo apagasse, respirou fundo várias vezes e, aos poucos, seus olhos foram clareando, tudo isso num processo muito lento.

O mais interessante é que seus amigos nem haviam notado. Agora, os três estavam sentados no chão da cabine, envolta do que parecia um malão aberto e Rony, Cindy reconhecia pelos cabelos ruivos, tinha algo muito barulhento nas mãos.

A sua respiração foi ficando mais ofegante, porém sua visão não estava nítida ainda quando finalmente alguém se pronunciou:

Cindy?era Harry.

Acho que alguém não gosta de bisbilhoscópios...disse o ruivo, num tom zombeteiro.

É sério Rony, ela está pálida!repreendeu Hermione.Está tudo bem?

Sim...mentiu; ao menos agora podia vê-los.

Tá, agora ponha isso de volta para o malão, ou vamos acordar o professorordenou Harry, indicando o homem adormecido perto da janela.

Rony obedeceu, metendo o objeto dentro de meias e fechando a mala.

O que é um bisbilhoscópio? — indagou a morena, recuperando a sobriedade.

É um objeto em forma de pião que gira e apita quando algo suspeito está acontecendofalou Mione, como se tivesse decorado a frase.

Então algo suspeito está acontecendo? perguntou Cindy, meio insegura.

Tecnicamente sim, mas, segundo Rony, este é meio defeituosoacrescentou a outra menina.

Quando formos à Hogsmeade podemos consertá-loafirmou o ruivo, voltando ao seu lugar.

Hogsmeade?aquele nome era familiar, porém a cabeça Cindy estava funcionando muito devagar.

Hogsmeade, único povoado inteiramente bruxo da Grã-Bretanha...Hermione começara um discurso, contando vários fatos históricos, uma tal Revolta dos Duendes de 1612 enquanto Rony descrevia uma loja de doces de lá, a Dedosdemel. Cindy foi ficando atordoada novamente e Harry foi o único a perceber isso.

Ok gente, acho que ela já entendeudisse o menino, depois se voltou para ela: Tem certeza que você tá bem?

A morena assentiu e desviou seus olhos para a cesta de Bichento, onde o gato a encarava... Seria uma expressão preocupada?

É uma pena que eu não vou poder ir...acrescentou Harry, meio desanimado.Nem os Dursley nem Fudge assinaram o formulário, não tenho autorização.

Ora Harry, é só a gente pedir para a Prof. McGonagall assinar!disse o ruivo, dando um sorriso. Ou... Fred e Jorge, eles conhecem todas as saídas da escola, não conhecem Cindy?

Conhecemrespondeu a menina, surpresa por Rony a ter incluído nessa parte Daremos um jeitoe abriu o melhor sorriso que pode.

Rony! Cindy!ralhou Hermione com severidade.Acho que o Harry não devia sair escondido da escola com o Black solto por aí...

E aposto de McGonagall não vai me autorizar para sairdisse o moreno, amargurado.

Mas se nós estivermos com eledisse Rony, animado, à HermioneBlack não ousaria...

Ah, Rony, não diz besteiraretrucou Hermione.Black já matou um monte de gente bem no meio de uma rua movimentada. Você acha mesmo que ele vai se preocupar se vai ou não atacar Harry só porque nós estamos presentes?

Ai gente, não falem isso, isso me deixa...Cindy alisou os braços, estava ficando arrepiada de novo, isso não era um bom sinal — ...arrepiada...

Todos ficaram quietos, e isso fez a menina perceber o quanto o seu comentário havia sido assustador. Hermione decidiu finalmente ceder ao desejo de Bichento e abrir sua gaiola, sobre os protestos de Rony. Foi realmente impressionante, no momento que o gato foi liberto, saltou para cima do colo do ruivo, indo diretamente ao calombo do seu bolso, aonde se encontrava Perebas. Rony empurrou o gato com força, Mione soltou um grito, o professor Lupin remexeu-se no lugar. A cabine voltou ao silêncio. Eles entreolharam-se, um pouco temerosos com a reação do professor, e isso fez Cindy quase cair na risada. Ela segurou-se com muito esforço, mas logo contagiou os outros amigos. Bichento pulou para o banco e ajeito-se entre Harry e Cindy, recebendo gostosos cafunés da menina, porém isso não impediu de manter os olhos cravados no bolso do ruivo.

O Expresso de Hogwarts rodava numa velocidade constante para o norte e o cenário à janela ia se tornando cada vez mais bravio e escuro enquanto as nuvens, no alto, se avolumavam. Estudantes passavam pela porta da cabine correndo para cima e para baixo. Em todo esse tempo, nem um sinal de vida vindo do professor, o que era estranho, já que os amigos não poupavam a conversa e as risadas. Talvez ele não fosse uma ótima companhia, mas sua presença na cabine dos garotos tinha suas vantagens. No meio da tarde, bem na hora em que a chuva começou a cair, embaçando os contornos das colinas ondulantes por que passavam, os meninos ouviram novamente passos no corredor, e surgiram à porta as três pessoas que eles menos gostavam no mundo: Draco Malfoy, ladeado pelos seus asseclas, Vicente Crabbe, Gregório Goyle e Percy Handley.

Percy Handley era um típico aluno da Sonserina, arrogante, desdenhoso, com cabelos negros, desgrenhados e com um topete tão grande quanto seu ego, se isso fosse possível. Ele era o melhor amigo de Draco Malfoy, inimigo de Harry desde que eles se encontraram na primeira vez no expresso Hogwarts, e sempre vinha acompanhado de seus seguidores, Crabbe e Goyle, que Cindy chegava se perguntar como eles conseguiam estar no terceiro ano da escola.

— Ora! Vejam só quem está aqui... — disse Draco naquela sua voz arrastada, abrindo a porta da cabine.

— Uma fuinha loira? — zombou Cindy, baixinho, sem a intenção de ser ouvida.

— O que disse? — perguntou Handley, amargamente.

— Eu disse que já estava estranhando que a fuinha loira e seus seguidores não tinham aparecido ainda — gritou a menina, sílaba por sílaba. — Entendeu ou quer que eu repita? — e terminou com um sorriso sarcástico que fez Rony e Harry rirem.

— Cala a boca, sangue ruim — mandou o loiro.

— Não chame ela assim, Malfoy! — interviu Rony

— Você vai fazer o que, Weasley? Vomitar lesmas? — disse Percy, com um tom irônico.

— Não, mas se não calar a boca, você vai! — ameaçou o ruivo.

— Nossa, Weasley, estamos morrendo de medo... — debochou Draco, com seu típico olhar superior.

— Pois deveriam. — Harry se pôs na frente do garoto, fuzilando com o olhar.

Malfoy deu um passo à frente de nariz empinado e, sem perceber, pisou no rabo felpudo de Bichento, que soltou um grunhido tão alto e agudo que o Profº. Lupin soltou um pequeno ronco.

— Quem é esse ai? — perguntou Handley dando automaticamente um passo atrás, ao ver Lupin.

— Professor novo — disse Harry que se levantou também, caso precisasse segurar Rony. — Que é que você ia dizendo mesmo, Draco?

Os olhos muito claros do menino se estreitaram e encarou Percy, que revirou os olhos; eles não eram bobos de puxar uma briga bem debaixo do nariz de um professor.

— Vamos — murmurou Draco, contrariado, para Handley, Crabbe e Goyle, e os quatro sumiram.

— Nossa, como eles são corajosos! — disse Rony, rindo.

— Não são corajosos, eles só sabe que iriam ficar de castigo — explicou Hermione. — Aliás, vocês também iam!

— Não exagere, Mione, não ia acontecer nada... — disse a morena, sentando-se e colocando o gato no seu colo.

— Ah ia sim, ele ia sair de olho roxo! — disse Rony com o peito estufado.

Hermione cutucou-o e depois se virou para o professor adormecido, que nem se mexera. Rony arregalou os olhos e levou a mão à boca automaticamente. Eles se acomodaram novamente, tensos e tentaram se acalmar.

A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, o Profº. Lupin continuava adormecido.

— Devemos estar quase chegando — disse Rony, curvando-se para frente para olhar. Além do professor, a janela agora completamente escura.

— Eu espero, não gosto desse trem... — disse Cindy rouca e então pigarreou, a fim de limpar a sua garganta.

— Nossa Cindy, por quê? — perguntou Mione, curiosa.

— Só não gosto.

— Cindy, você é muito estranha — concluiu o ruivo.

— Ei... — resmungou ela, fazendo cara triste e piscando os olhos negros. Depois, abriu um sorriso travesso que veio acompanhado com risadas.

— Gente! Gente! — exclamou Mione, fazendo eles parecem de rir. — É impressão minha ou o trem está diminuindo a velocidade?

— Ótimo, estou morrendo de fome! — disse o ruivo, aliviado.

— Nós ainda não chegamos — disse Hermione, consultando o relógio. — Então por que estamos parando?

— Como você tem certeza? — desafiou Cindy.

— Se não acredita, olha na janela então! — disse a menina revoltada e apontou para o vidro. Estava tudo tão escuro que não se via nada, apenas os pingos de chuva que batendo com força. — Viu? Nada de castelo!

O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistões parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca.

Harry, que estava mais próximo da porta, levantou-se para espiar o corredor. Por todo o carro, cabeças curiosas surgiram à porta das cabines.

O trem finalmente parou com um solavanco, de levou o menino para trás, Cindy segurou-o antes que este caísse no chão. Ao mesmo tempo, baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas tinham despencado dos bagageiros. Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e eles mergulharam em total escuridão.

— Que é que está acontecendo? — ouviu-se a voz de Rony.

— Ai! — exclamou Hermione. — Rony, isto é o meu pé!

— Será que o trem enguiçou? — perguntou Harry, sentando-se no seu lugar.

— Não sei... — disse Mione.

— Tomara que não — acrescentou Cindy.

Ouviu-se um barulho de pano esfregando vidro e Harry viu os contornos difusos de Rony desembaçando um pedaço da vidraça da janela para espiar.

— Tem uma coisa se mexendo lá fora — disse ele. — Acho que está embarcando gente no trem...

A porta da cabine se abriu repentinamente e alguém caiu por cima das pernas de Harry e Cindy, dando-lhes um susto.

— Desculpe... Você sabe o que está acontecendo?... Ai... Desculpe...

— Ai, Neville — disse Harry tateando no escuro e levantando o colega pela capa.

— Neville, é você! — disse Cindy, tentando não parecer tão aliviada quanto estava.

— Harry? Cindy? São vocês? Que é que está acontecendo?

— Não tenho ideia... Senta...

Ouviu-se um sibilo forte e um ganido de dor; Neville tentara se sentar em cima do Bichento, que pulou para o colo da garota novamente.

— Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo — ouviu-se a voz de Hermione. Harry sentiu a amiga passar por ele.

Péssima ideia... — sussurrou Cindy. Ela estava se sentindo estranha, um pouco medrosa demais, talvez?

Ouviu-se a porta deslizar, e em seguida um baque e dois berros de dor.

Quem é?

Quem é?

Gina?

Mione?

Que é que você está fazendo?

Estava procurando o Rony!

Entra aqui e senta...

Aqui não! — disse Harry depressa. — Eu estou aqui!

— Ai! — disse Neville.

— Senta aqui, Gina — disse Cindy, conduzindo a amiga para o banco.

Cindy? O que você está fazendo aqui?

Silêncio! — ordenou uma voz rouca, de repente.

O Profº. Lupin parecia ter finalmente acordado. Cindy ouviu movimentos no canto em que ele estava. Ninguém disse nada.

Seguiu-se um estalinho e uma luz trêmula inundou a cabine. Pelo que viam, o professor estava empunhando um feixe de chamas. Elas iluminavam um rosto cansado e cinzento, mas seus olhos tinham uma expressão alerta e cautelosa.

Cindy sentiu os pelos de sua nuca se eriçar. Um vento vinha de trás da porta. Gélido. Entretanto, parecia ser a única incomoda, ninguém da sala estava pensando nisso. Ninguém ao menos tinha notado.

Fiquem onde estão — disse com a mesma voz rouca, e começou a se levantar lentamente segurando as chamas à sua frente. A morena teve vontade de segurar a capa do professor; ela não queria que ele se aproximasse nem da porta e nem ninguém. Era como se uma voz em seu interior dissesse para ficar longe, bem longe dali.

Lupin seguiu, porém a porta abriu antes que ele pudesse alcançá-la.


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Notas finais do capítulo

Então, resolvemos que dividiríamos os capítulos por que a Carol não teve tempo o suficiente para escrever o capítulo inteiro. A gente vai tentar não fazer isso sempre, isso é bastante chato

Vocês devem estar se perguntando: "Por que essa maluca tá falando no plural?" Hehehe. Oi de novo, eu sou a Suelen, "a melhor amiga um pouco maluquinha". Peço mais uma vez que dê uma olhadinha lá no perfil da Cars pra entender melhor.

E é isso! Comentem bastante!
Beeeijo
/su
P.S. Talvez os espaços dos parágrafos não apareçam, acho que deu algum problema com o Nyah ou a postagem, tentamos várias vezes, porém o capítulo insiste em ficar assim... Desculpe.



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