Te Amar Ou Te Odiar? escrita por Dani25962


Capítulo 8
Lar doce novo lar


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! De novo começa mais uma semana (Droga...), e que tal começa-la lendo mais um cap. dessa fic.? Espero que gostem ;)



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Pov. Cebola




– Oi querido! Que bom que chegou. Vamos, entre. – Susan disse assim que me viu entrar. - Coloque suas coisas lá no quarto de hóspedes, ou melhor, seu quarto e desça para comer algo.

– Tudo bem, já volto. – Subi as escadas e abri a segunda porta a direita do corredor.



Observei meu novo quarto por uns instantes, coloquei minha mala em cima da cama e me sentei.

– Lar doce lar... – Minha voz saiu meio irônica. Não que eu não tenha gostado de vir morar com Marcio e Susan, mas ainda é um pouco estranho. Não me acostumei ainda com o fato de que não vou ver meu pai novamente.

Deixei o pensamento monótono. Saí do quarto e desci as escadas em direção à cozinha. Vi Carla preparando algo no balcão.

– Olá Cebola. Estou preparando um sanduíche. – Ela disse sem olhar pra mim, desde pequeno eu quero entender como ela faz isso. - Vou preparar um suco também, qual você prefere?



– Acho que sabemos a resposta dessa pergunta... – Falei e ela sorriu.




– Claro, como pude me esquecer do seu suco favorito de limão? – Ela disse indo em direção a geladeira.



– Não, o seu suco de limão é o meu favorito. – Falei enquanto me puxava uma cadeira junto ao balcão.

– Então vou fazer um agora mesmo e bem caprichado. – Ela voltou ao balcão e começou a fazer o suco. - Está tudo bem com você?

– Não muito. – Falei.

– Pensando no seu pai? - Perguntou.

– Sim. – Os primeiros dias depois da morte de alguém importante pra você são sempre os mais difíceis. E mesmo tendo vivido isso, não é algo que se acostume.



– Eu sinto muito querido... Seu pai foi um bom homem e tenho certeza que ele está em um lugar melhor agora. – Ela falou tentando me animar.



– Eu sei... Vou sentir falta dele.

– Todas as pessoas que conheceram seu pai vão sentir saudades, principalmente eu. Nunca vou esquecer a vez em que ele provou meus bolinhos de chocolate, ele gostou tanto que não me deixou em paz por um mês. – Ri com a história. - Agora falando em comer... – Ela colocou o sanduíche junto com o suco de limão na minha frente. – bom apetite.

– Obrigado. – Falei, logo saboreando o sanduíche e o suco.

Enquanto comia o sanduíche feito por Carla perguntei mentalmente onde estariam os moradores da casa.

– Carla, onde está Marcio e Susan? – Perguntei.

– Marcio está na empresa e Susan deve estar em algum lugar da casa. – Ela respondeu enquanto limpava a louça.



– E a Mônica? – Só agora havia percebido que não tinha visto ela ainda, provavelmente não está em casa.



– Ela saiu com o Brian.

– Ah... O namoradinho finalmente voltou da França é? – Perguntei sarcástico.

– Cebola, seja gentil. - Ela advertiu.

– Desculpe, mas não consigo gostar desse cara. - Falei.

– Isso tudo é ciúme? - Ela sorriu debochadamente pra mim. - Não achei que gostasse tanto assim de Mônica para se importar com a vida amorosa dela.

– Não seja ridícula, não é nada disso. Mônica pode trabalhar num circo que eu não vou ligar. - Falei. - Mas ainda assim prefiro o antigo namorado dela, como era mesmo o nome...? Tim? Tomas?

– Tobias. - Ela respondeu.

– Claro! Tobias, gente muito fina.

– E o fato de você ter jogado vídeo game com ele o tempo todo não tem nada a ver não é? - Ela disse e eu sorri. - Cebola, você não toma jeito mesmo. - Tomei um gole do suco. - Sabe o que eu acho? Que você não gosta do Brian por que ele toma muito tempo da Mônica, antigamente, apenas você tinha a atenção dela quando brincavam juntos.

– Lá vem você. - Revirei os olhos. - Por que essa ideia fixa de que sinto algo por ela? Isso não é verdade.

– Continue dizendo essa mentira pra você mesmo, eu sei o que vejo. - Profetizou.

– Então deve estar com problema de vista. - Disse. Me assustei quando Susan entrou como um vulto na cozinha. - Meu Deus! Tia! O que houve?

– Está bem! Está bem! Não se preocupe. Eu vou o mais rápido possível. Tchau. - Ela desligou o telefone, e rodou pela cozinha. - Onde está? Onde está?

– O que está procurando senhora? - Perguntou Carla.

– Minha bolsa. Preciso dela. Ah! - Ela achou a bolsa que estava em cima da mesa.

– O que aconteceu tia? - Perguntei.

– Fizeram um pedido dos grandes na floricultura, coisa de última hora. Justo no dia em que temos menos funcionários. - Ela disse rapidamente. - Por isso preciso correr para lá imediatamente. Serão mil arranjos.

– Mil? - Me assustei. Mil?! - Por acaso é algum casamento?

– Exatamente. Temos mais da metade, mas falta muito e precisam estar prontos até esta noite. - Ela falou. - Preciso ir.

– Espere! - Pedi. - Eu posso ir?

– O que? Mesmo? Cebola,você não precisa...

– Preciso sim tia. Você precisa. - Sorri. - Trabalhei muito naquela loja, mais um dia não vai me matar.

– Querido! - Ela veio correndo, me abraçou e beijou meu rosto repetidas vezes. - Obrigada! Obrigada! Obrigada!

– Tá! Tá bom, chega, vamos logo.

– Peguei as chaves? Acho que sim. Vamos. Até logo Carla. - Ela se despediu rapidamente.

– Obrigado pelo lanche. - Disse antes de sair junto.



– Boa sorte! - Carla falou.

...




Chega. Chega de cabos. Chega de flores. Chega de rosas, petúnias, lírios... Chega!

Nunca vi tantas juntas num lugar só. Quando cheguei à área de montagem na floricultura parecia uma floresta e ainda iria chegar mais flores.

Susan correu de um lado para o outro, fez o que pôde.

E conseguiu fazer um ótimo trabalho. Todos os funcionário. Eu também, apenas de fazer tempo que não pratico mais essa arte. Os arranjos foram entregues, a igreja e o local da festa arrumados bem a tempo. O pai da noiva ficou feliz, os convidados adoraram a decoração. Tudo certo. Graças a Deus.

Deve fazer uma meia hora que estou deitado na cama, mas até agora, foram os melhores minutos da minha vida. Que alívio. De repente ouvi um barulho de carro chegando, provavelmente deve ser Marcio, mas estava cedo demais para ele chegar. Levantei e fui até a janela.

Não era Marcio. Um cara saiu do carro e abriu a porta do passageiro. Mônica, ela finalmente havia chegado, então aquele deve ser o Brian, não o reconheci. Eles pararam no pé da escada, estão conversando. Brian abraça Mônica pela cintura e a beija, ela retribui, coloca as mãos nos ombros dele. Finalmente ele se afasta dela e entra no carro, Mônica apenas se virou para entrar quando o carro havia passado do portão.

Casal apaixonado. Ainda bem que não sofro mais dessa doença. Teve uma vez em que me apaixonei, ela era linda, carismática, conhecia muita gente. Mas foi apenas nos seis meses de namoro que descobri o quanto de gente ela conhecia. Ela me traiu com um cara de outra cidade. Terminei com ela assim que soube da sua fama com os homens.

Depois disso, nunca mais namorei. Decidi encontrar uma garota legal que eu possa confiar e curtir o namoro. Falando em mulher, tem uma lá em baixo. Sai do quarto e fui para as escadas, pude ver Mônica deitada no sofá, parece que alguém está esgotada depois da tarde com o namoradinho.

– Olha só quem finalmente resolveu aparecer. – Falei;

– O que faz aqui? – Ela perguntou.

– Eu moro aqui agora, esqueceu? – Perguntei me aproximando do sofá em que ela estava sentada.

– Ah, é verdade. - Ela se sentou. - Seja bem-vindo. - E sorriu falsa. - Com licença eu tenho que ir para o meu quarto. – Ela se levantou indo em direção ás escadas e ao segundo andar.



Bem, para um começo até que não foi tão ruim. Podia ter sido pior. Parece que a tarde com o tal de Brian a fez acalmar os ânimos. Tenho que falar com ele, para evitar possíveis desastres futuros.

Meu estômago reclamou pela milésima vez esta noite. Depois daquele lanche rápido, não tive outra oportunidade de parar para comer. Para a cozinha!

– Cebola, o jantar vai ficar pronto daqui a pouco. – Ela falou quando me viu entrando na cozinha. - Chegou agora?

– Faz uma meia hora, estava descansado. O dia foi puxado. - Falei me aproximando das panelas, o cheiro estava bom...

– Ei! – Carla bateu na minha mão, antes que pudesse provar da carne assada. - Você vai esperar a comida ficar pronta, não quero que perca a fome comendo coisas antes da hora!

– Ah, por favor, Carlinha... Eu prometo que como tudinho no jantar. – Me pareceu que por um momento Carla iria atender ao meu apelo desesperado por comida e iria ceder.

– Melhor não o deixar comer nada Carla. - Mas foi só por um minuto. - Ele sempre perde a fome quando come antes do jantar. – Mônica apareceu de repente.

– Você não ia para o quarto? - Falei.

– E eu fui, agora estou aqui. - Ela abriu a porta da geladeira e pegou o jarro com água.

– Pode deixar Mônica, não vou deixar ele comer nada por enquanto. – Carla disse.

Olhei pra Mônica e ela me deu mais um daqueles sorrisos de "venci". Ah! Como eu odeio isso.

– Por que não vai por a mesa do jantar Cebola? Já estou terminando aqui. - Pediu Carla.

– Claro. - Fui contra vontade. Juro que ouvi Mônica rir.

Arrumei a mesa para o jantar, mas pelo barulho de conversa na cozinha, duvido que o daqui a pouco seja rápido. Sem mais opções, fui rumo à sala assistir Tv para me distrair. Não estava passando nenhum filme bom no momento, mas Friends estava. Friends! Cara como eu amo essa série! Sempre vejo, mas nunca me canso dela. É como Todo mundo odeia o Chris ou Um Maluco no pedaço.

Comecei a assistir os primeiros cinco minutos, nesse ponto passou uma cena engraçada e eu ri, mas outra pessoa também. Olhei pro lado e vi Mônica sentada no braço do sofá rindo.



– Hã... O que esta fazendo aqui? – Perguntei ainda olhando pra ela.



– Estou te incomodando? – Ela perguntou.

– Não, fique à vontade. - Dei espaço pra ela sentar. - Gosta de Friends?

– Adoro! – Ela se sentou ao meu lado sorrindo novamente. - Esse episódio é muito engraçado. Principalmente quando o Joey e o Chandler perdem o Ben no ônibus! - Falou. - Agora, eu não sabia que você gostava.

– Como assim?

– Ah... Pensei que The Vampire Diaries fosse mais seu estilo. - Ela falou sarcástica.

– Haha. Muito engraçado. - Ri sem humor.

– Ei vocês! - Carla apareceu. - Venham, o jantar está pronto.

Ajudamos Carla botar a comida na mesa, o cheiro estava muito bom.

– Fiz o prato favorito de cada um. Mônica, pra você eu fiz frango frito com purê de batata e Cebola, pra você eu fiz costelas de porco assadas, regadas com molho de carne. – Ela falou assim que nos sentamos. Essa mulher sabe mesmo como me agradar.

– Obrigada Carla, parece delicioso! – Mônica falou.

– Vamos, comam, senão a comida vai esfriar! – Ela falou. Nós não questionamos.

– Esta deliciosa! – Falei enquanto comia.

– Não fale de boca cheia seu porco! – Mônica me advertiu.

– Ah me deixa. – A ignorei.

– Onde estão Susan e o vovô? - Ela perguntou.

– Susan deve ter ido se deitar. O dia foi cheio para ela e Cebola.

– Mesmo? O que houve? - Perguntou pra mim.

– A floricultura recebeu uma encomenda de mil arranjos de flores para um casamento. Tinha poucos funcionários trabalhando hoje, então eu me ofereci pra ajudar. - Falei.

– É mesmo, esqueci que você já trabalhou na floricultura da Susan. - Mônica falou.

– Sim, felizmente conseguimos aprontar tudo bem a tempo. O pai da noiva aprovou o trabalho, tudo correu bem. - Disse.

– Graças a Deus. - Concordou Carla. - Susan estava mais que aflita antes de ir pra loja.

– Haha. Verdade.

– Marcio deve estar na empresa. - Falou Carla. - Disse que tinha uma reunião importante para fazer.

– Provavelmente deve ser por causa do meu pai. - Falei. - Além de sócio, ele era o braço direito de Marcio, mais que ajudava a administrar filiais exteriores, ONGs, e aprovar projetos.

– Sim. Ele era trabalhador, competente. - Disse Carla.

– Fico pensando quem ele vai colocar para substituí-lo. - Falei.

– Independente de quem seja, ele nunca será substituído, Cebola. - Carla disse.

– Eu sei... - Suspirei.

– Não se preocupe. - Mônica colocou sua mão sobre a minha. - Meu avô sabe o que faz, ele vai saber usufruir de todo o trabalho que seu pai lutou tanto pra construir. - Ela falou, assenti agradecido.

A mão dela continuava no mesmo lugar, eu olhei para o seu gesto. Ela se constrangeu e retirou a mão. Mesmo com tantos anos de amizade tem momentos em que ela se afasta de mim, como esse. Ainda não entendo o por quê, mas depois de anos de planos infalíveis, talvez seja o trauma.

– Então querida, como foi seu dia com Brian? - Carla perguntou.

– Foi ótimo. Nós fomos à sorveteria e passeamos no parque.

– Ele te falou sobre a viajem? - Perguntou.

– Sim! Não vai acreditar nas histórias que ele contou...

E elas passaram o resto do jantar falando sobre o Brian e sua maravilhosa família. Acho que teria sido melhor ter encomendado a comida pra viajem e jantado no quarto...


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Notas finais do capítulo

Parece que as coisas vão melhorar entre o casal jovem...O que acharam? Digam nos reviews, Té+!



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