Te Amar Ou Te Odiar? escrita por Dani25962


Capítulo 7
Um inquilino na mansão


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas que acompanham minha fic. espero que gostem desse cap. ;)



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Pov. Mônica









Quando descobri que o pai do Cebola havia morrido em um acidente de carro eu não acreditei. Ele já havia perdido a mãe e agora o pai, realmente, ninguém no mundo deveria passar por isso, pelo menos não tão cedo assim.












Assim que meu avô nos falou melhor o que havia acontecido, liguei para o Cebola algumas vezes, mas ele não atendeu. Achei então que seria melhor falar com ele no dia seguinte. Mas ele não apareceu na escola, ou deu qualquer sinal de vida. Mesmo preocupada eu esperei até a hora do enterro, tinha certeza que ele apareceria.













E ele apareceu, mas mesmo na hora do enterro eu não consegui falar com ele. Foi o último a chegar e o último a sair. Quando ele chegou aqui em casa, os convidados foram dar os pêsames. Eram tantos que achei melhor esperar, sei que não sou uma das pessoas que ele escolheria conversar numa hora dessas. Afinal brigamos quase o tempo todo.













Quando o vi no jardim, no cais do lago, me aproximei dele e tentei conversar.













– Se importa se eu ficar aqui com você? – Perguntei a ele, que parecia estar distraído antes de me aproximar.










– Não. – Ele falou. Apoiei-me na madeira e olhei o lago como ele.










Sinceramente não sabia o que dizer a ele, também havia perdido meus pais, mas a diferença é que eu nunca os conheci. Ele não, teve a oportunidade de conhecê-los. Não faço nem ideia da metade da dor que ele deve estar sentindo agora... Coitado.













– Sinto muito pelo seu pai, eu gostava dele. – Falei por fim.










– Eu também. – Ele disse, ainda observando o lago.







– Você está bem? – Perguntei. Não sei se ele realmente iria responder, pois fez uma pausa de alguns minutos.







– Não... – Pra minha surpresa ele começou a chorar.










No início me apavorei, não gosto de ver pessoas chorando na minha frente, pois sempre que isso acontece, eu nunca sei o que fazer. Mesmo assim não tardei em abraçá-lo, ele precisava tirar essa dor, se livrar dela pelas lágrimas. Os maiores alívios para a dor e o sofrimento são o tempo e o choro.













Envolvi meus braços em seu pescoço e ele retribuiu me abraçando pela cintura. Ficamos assim por um tempo. Acabei tento um deja vu. Passamos por algo parecido anos atrás, quando a mãe dele morreu. Éramos pequenos e ele estava triste. Cheguei a oferecer o Sansão como consolo. Acho que foi quando nos conhecemos.

E pensar que nem passava pela nossa cabeça que dali nasceria uma amizade e rivalidade. Droga tempo, vai tirar o pai da forca? Pra quê tanta pressa?

– Obrigado... - Ele falou, se separando um pouco de mim. -... Por estar me consolando, as acho que isso é papel para o encardido.





– Haha... É verdade. - Ele estava se referindo ao Sansão. - Desculpe, mas esqueci ele no quarto, se quiser empresto ele depois.

– Valeu. - Ele se separou de mim e enxugou o rosto com as mãos. - Pensei que não tinha mais lágrimas pra chorar depois desses dias.

– Você ficou em casa esse tempo todo? - Perguntei. - Ela estava toda fechada, pensei que tinha ido à algum outro lugar.

– Não, eu só queria me isolar de tudo e aceitas os fatos aos poucos. - Suspirou. - Mas parece que não adiantou muito.

– Vai ficar tudo bem, Cebola. - Falei. Coloquei minha mão sobre seu antebraço.

– Espero que sim...

– Cebola? – Ouvi a voz de meu avô chamar o Cebola, ele se separou de mim e olhou pra ele. – Posso falar com você um instante?










– Claro. – Ele falou e depois olhou pra mim. – Até logo. – Disse e depois foi em direção ao meu avô.







– Até. – Não sei se ele escutaria, mas mesmo assim me despedi.










Deixei meu avô e Cebola conversando. Voltei para os convidados, junto com o momento mórbido. Pouco mais de uma horas, todos já haviam ido embora. Fui para o meu quarto descansar assim que foram, o dia tinha sido cheio, só queria que ele terminasse logo.













...













– Como é que é? – Falei me levantando bruscamente da cadeira.













Não havia ido à escola hoje, Susan achava melhor eu ficar em casa pelo menos por hoje. Acabei acordando tarde já quase na hora do almoço.












Estou almoçando junto com Susan e meu avô, o mesmo havia me dado uma notícia que eu nunca esperava ouvir. O Cebola iria morar com a gente? Como assim?













– Mas por quê? – Não sei definir minha cara no momento, mas parecia engraçada, pois meu avô estava sorrindo.










– Acalme-se Mônica. – Eu me sentei, tomei um pouco de suco de maracujá que Carla havia feito. – Susan é a madrinha de Cebola e o pai dele passou a guarda dele para ela, logicamente ele morará aqui conosco a partir de agora.







– Mas...







– Assunto encerrado. – Meu avô falou. - Ele vem pra cá essa tarde, espero que se comporte bem mocinha.







– Como se não soubesse que não nos damos bem, quando ele vier pra cá não fique preocupado se ver algo quebrado no chão ou se ouvir gritarias pela casa... – Falei, e comi um pedaço de bolo.







– Será como nos velhos tempos quando vocês eram crianças. – Ele riu.










Fora isso o almoço foi tranqüilo, Susan comentou que iria plantar umas flores novas no jardim mais tarde e que queria minha ajuda, como iria recusar? Eu adorava mexer com a terra.













Uma hora depois do almoço, Susan estava em seu quarto, vovô voltou para a empresa e eu fiquei na sala assistindo televisão. Estava assistindo uma das minhas séries favoritas: Friends, eu amo todos os personagens. Cara... O Joey, ele é muito engraçado. De repente ouço o toque do meu celular. Que droga, odeio quando alguém me liga em horas como essa.













– Alô? – Perguntei sem nem mesmo olhar quem era.










– Oi minha linda, tudo bem? – Reconheci a voz, era Brian, meu namorado.







– Oi lindo, tudo sim e você? – Falei agora com uma voz meiga.







– Tudo, eu queria saber se você topa sair comigo, sabe, tomar um sorvete, passear, conversar um pouco. – Ele disse. - Estou com saudades, e quero conversar sobre a viajem.







– Claro. Você pode vir me pegar? estou em casa. – Perguntei.







– Lógico. Bom, te vejo daqui a pouco, beijo. – Ele se despediu.







– Beijo, até logo. – Disse.










Quando era mais nova nunca entendi por que os namorados se tratavam como bebês. Tipo, "Ti coisa mais linda", "Vamos sair hoje, bebê?" ou "Meu amorzinhor...".

Confesso que já usei palavras fofinhas com o Brian, mas longe de mim transformá-lo num cachorrinho e falar de um jeito meloso.







Pelo menos, não de propósito...





Subi para o meu quarto me trocar. No closet, decidi colocar um vestido branco e uma sandália. Fiz uma maquiagem básica, peguei minha bolsa e desci.













Esperei alguns minutos na sala, até que ouço a campainha tocar. Atendi a porta. Quando abri, vi Brian vestido com uma calça escura, uma camiseta azul e um par de tênis.













– Oi. – Ele disse sorrindo pra mim. Me deu um abraço. - Que saudade de você... - e depois me beijou – Pronta?










– Claro. – Falei sorrindo de volta pra ele, e fomos em direção ao seu carro. Ele abriu a porta pra mim e entrei.










Nunca pensei que conseguiria conquistar alguém como o Brian, ele é lindo, inteligente, gentil, carinhoso, cavalheiro... Pode parecer que estou exagerando, mas não, ele é definitivamente perfeito.













– E então? Onde está pensando em me levar? – Perguntei enquanto o via dirigir.










– Pensei que a gente poderia ir dar um passeio na praia, ir ao shopping, ou naquela sorveteria que você adora. Você escolhe. – Ele falou parando o carro em um sinal vermelho.







– Que tal na sorveteria? Já estou ficando com saudades daquele lugar. – Sim, eu sou louca pelo sorvete de lá, o sabor é incrível!





– Como quiser. – Ele falou.








Em menos de cinco minutos já havíamos chegado à sorveteria. Fiz meu pedido, um sorvete de morango, com algumas frutas e calda de chocolate. Brian pediu um Milk Shake de limão. Nos sentamos em uma mesa para dois.













– Realmente, o sorvete daqui é muito bom! – Ele falou saboreando seu Milk Shake.










– Eu sei, não sei o que seria de mim sem essa sorveteria... – Disse comendo um pouco do meu sorvete, que, aliás, estava uma delícia!







– Eu sei.... – Ele falou olhando pra mim. - Você entraria numa abstinência de sorvete.







– Não seja exagerado. – Falei sorrindo pra ele. - Mesmo sabendo que está certo. Ele riu. - E aí? Como foi a viagem?

– Cansativa.

– Nossa... Quanta informação. Parece até que você deu uma volta na esquina e voltou. - Falei irônica. - Nunca fui à Paris Garoto! Detalhes, por favor.







– Haha, tudo bem, desculpe. - Ele riu e pegou o pote de milk shake. - Depois de um longo vôo sentado ao lado de um cara que cheirava a pêssego. - Eu ri. - Cheguei à Paris são e salvo, meu tio já estava me esperando com uma placa escrito, "Meu sobrinho favorito". - Ele riu. - Na verdade, sou o único sobrinho dele.










– Continue. - Falei rindo. Os tios dele eram uma comédia.

– Bom, entramos no carro. Passamos pela cidade...

Ele realmente contou tudo. Até quando chegou à casa dos tios e eles prepararam algo parecido com uma ceia de natal, - o natal já passou - o coitado foi estufado de comida mais que peru recheado. Só faltaram colocar uma maçã na boca dele.

Visitou alguns amigos, primos, passou por pontos turísticos. Tomou café à beira da Torre Eiffel - Nem ligo... - e fui na fazenda da família. Lugar feio... Nem quero visitar. - Quero sim! Droga, Brian! Por que não me levou junto?!

–... E por fim, estou aqui. Tomando sorvete com a garota que aceitou o desafio de me aguentar por um tempo. - Brincou.

– A garota quer ir junto na próxima viajem. - Terminei meu sorvete.

– Ei garota... Tem sorvete no seu rosto. - Ele avisou sorrindo.

– Onde? - Passei a mão no rosto, mas não senti nada.

– Espera. - Ele empurrou sua cadeira para mais perto da minha. - Deixa que eu limpo pra você.

Uma pessoa normal, num lugar público, ou em qualquer lugar, simplesmente pegaria um lenço e limparia o rosto lambuzado do amiguinho, certo? Bom, não temos uma pessoa normal aqui. Brian limpou o sorvete com a boca. Sim. Numa sorveteria. Cheia de gente.

– Pronto. - Ele disse, sem se afastar muito de mim. Maldito de olhos claros. Não resisti. Quebrei o espaço entre nós e o beijei.

Nem me importei com quem provavelmente estava nos observando. Faz mais de uma semana que não vejo meu namorado, estou carente.

Assim que o momento saudade passou, ele afastou um pouco o rosto do meu e fez carinho numa das minhas bochechas.

– Senti sua falta... - Ele falou, eu sorri. -... Te amo.

– Eu também te amo... – Disse dando meu melhor sorriso pra ele.





– Você está bem? Seu rosto está vermelho. – Ele perguntou, que droga! Odeio ficar corada.







– Ah, não é nada... Eu só... – Tentei falar, mas fui interrompida.







– Não precisa se desculpar. Sei que provoco isso em você quando estou por perto. – Ele disse convencido.







– Idiota. – Disse e lhe dei um selinho.







– Eu? Nunca... – Nós rimos. Geralmente era o sempre fazíamos quando estávamos perto um do outro, sempre riamos de coisas sem importância, mas significativas.







– Aconteceu alguma coisa enquanto estive fora? – Perguntou.







– Bom... Por onde posso começar? – Falei tentando pensar em como contar o que havia acontecido.







– Que tal pelo começo? – Ele disse, eu bati em seu ombro. – Hehe, foi mal. Pode falar.







– Está bem. - Suspirei. - Tudo começou na escola...










Contei à ele sobre Ana e como ela estava ansiosa pra festa dela, falei sobre a Magali e sobre a morte do pai do Cebola...













– Caramba. Sério? – Ele perguntou meio espantado, e eu afirmei com a cabeça. Cebola e Brian não conversavam muito, mas se conheciam à distância.










– O pai do Cebola deixou um testamento, e nele estava escrito que a guarda do Cebola ficaria por conta de Susan. – Falei olhando pra ele, que pareceu ficar meio confuso.







– Espera... A guarda dele? O Cebola não tem parentes que queiram ficar com ele? – Perguntou.







– Ele não tem parentes. A mãe era filha única e o irmão do pai dele morreu quando era criança. – Disse.







– Hum... E agora você tem um inquilino na casa? – Ele falou voltando a rir.







– Nem quero pensar nisso, ele já me provoca todos os dias desde que nos conhecemos, imagina agora? – Falei.







– Ei, não se preocupe, vai dar tudo certo. Além disso, o que de pior pode acontecer? – Ele disse.







– Geralmente quando dizem essa frase algo com certeza da errado. – Falei.





– E você acredita mesmo nisso? – Perguntou.





– Não, mas o que tem pensar na possibilidade? – Sorri.







– Ta bem... E então? Vamos? – Ele falou se levantando.







– Claro. – Disse, o acompanhei.










Pagamos os sorvetes e saímos da sorveteria. Eu ia em direção ao carro, mas Brian me parou.








– Por que não andamos um pouco? – Ele perguntou. – Que tal uma volta no parque, pelas coisas que você me contou agora à pouco precisa relaxar.













Apenas assenti com a cabeça e o acompanhei. Após andarmos duas quadras chegamos à um maravilhoso parque. Haviam pessoas por todos os lados, algumas crianças brincando, outras com seus cachorros... Também tinha umas árvores pelo local e no centro um lago com uma ponte no centro. Realmente era um lugar muito bonito.













Brian e eu fomos em direção à ponte, quando chegamos ao topo olhamos pra baixo e vimos vários peixes nadando em direções diferentes.








– Como se sente? – Ele perguntou.










– Com certeza melhor do que antes, obrigada por me levar até aqui. – Falei olhando pra ele.







– Foi um prazer, afinal apenas te quero ver feliz. – Ele sorriu pra mim e colocou sua mão no meu rosto.










Fechei os olhos com o seu toque, adorava quando ele fazia isso. Ele colocou a outra e se aproximou, me dando um beijo. Não fazia ideia do quanto estava com saudades dos seus beijos, Brian era extremamente carinhoso e romântico.













Ficamos um bom tempo no parque, o que pra mim foi ótimo, principalmente por que Brian estava comigo. Mas infelizmente tudo que é bom acaba rápido. Brian teve que me levar pra casa, já estava ficando tarde.













Quando chegamos, ele saiu do carro e abriu a porta pra mim, eu agradeci.













– Muito obrigada por ter passado essa tarde comigo Brian... – Eu disse parando em frente à porta.










– Obrigado você, estava precisando conversar com alguém sóbrio. – Ele riu e chegou mais perto de mim. – E você sabe... Sempre que precisar de mim eu estarei aqui. – Ele se aproximou mais e me beijou. – Até amanhã minha princesa.







– Até logo. – Me despedi. Assim que ele saiu com o carro entrei em casa. Me sentei no sofá e suspirei cansada, uma voz vindo das escadas me chamou a atenção.







– Olha só quem finalmente resolveu aparecer. – Olhei pra trás e vi que era o Cebola.





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Notas finais do capítulo

Curiosos para saber o que vai acontecer? Matarão essa ansiedade segunda-feira.Digam o que acharam nos reviews, Té+!



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