Te Amar Ou Te Odiar? escrita por Dani25962


Capítulo 52
Tentativa de fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal... Eu estou morrendo. Sério.


Este capítulo foi programado para ser postado "hoje", mas na verdade estou escrevendo isso na madrugada do dia 05. Voltando, eu estou morrendo. Eu não tenho certeza, mas o maldito ar-condicionado do Correio me fez ficar doente. Eu tenho sinusite, e sofro em ambientes frios, especialmente se eu estiver de frente ao ar frio. (Apesar disso, eu amo o frio, mas comigo de baixo de um cobertor, bebendo café e segurando um livro).


Enfim, só queria avisar isso à vocês porque eu não revisei o capítulo antes de ficar neste estado e vou ter que fazer isso agora. Por que vou viajar amanhã de manhã e não vou ter internet por perto. Peço desculpas porque quando fico doente, minha total capacidade e atenção são prejudicadas, então, desculpe por qualquer erro na história. Verei isso mais tarde.


É isso, não deixem de comentar a história desta pobre autora com trinta e seis graus de febre e uma dor de barriga horrível, que parece que estou com uma cólica braba, (mulheres entenderão) espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333136/chapter/52

Pov. Autora


Mônica acorda de volta ao seu quarto de hóspedes sentindo dor de cabeça e tontura. Já conhecia aquela sensação, tinha sido dopada novamente, estava ficando cansada daquilo. Sem falar na dor nos pulsos e tornozelos. Não só a dor física lhe incomodava, se sentia suja. Não via a hora de tomar um banho para se livrar daquela sensação. Lembrar-se de que aquele imundo a beijou só lhe causava mais ânsia de vômito.


Levantou-se com certa dificuldade, além da dor, as cordas lhe deixaram marcas. Andou até o banheiro, sentou-se no vaso e ligou a torneira para encher a banheira. Não tinha forças para tomar uma ducha. Sentia vontade de chorar, mas achou que não conseguiria por já ter feito muito isso na noite anterior antes de apagar. A banheira encheu, ela se despiu devagar e entrou na água morna. Pegou uma esponja, encheu de sabão e esfregou os braços e o pescoço com força.


Sem perceber começou a chorar no processo. Estava com raiva, muita, e também frustrada. Henry não passou dos beijos até seu colo, mas se ele quisesse, poderia ter ido mais além, suplicava a Deus para que isso não acontecesse. Tentou se acalmar. Parou de chorar e continuou a se lavar.


– Mônica? – Virou-se rápido pelo susto, tanto que derramou água da banheira, mas era apenas Pink. Ela lhe trazia uma bandeja com frutas e suco. – Ei, calma! Eu trouxe seu café da manhã.


Mônica se acalmou, mas o coração ainda batia rápido, só de pensar em se encontrar com Henry novamente lhe dava calafrios. Pink puxou uma cadeira para sentar e colocou a bandeja em cima do vaso, daria para as duas se servirem se quisessem de tanta comida.


– Por que está tão agitada? – Perguntou, mas não obteve resposta. – Estava chorando? – Ela viu o rosto vermelho de Mônica, nisso nem precisou de confirmação. – O que aconteceu? – Insistiu. Mas ela permaneceu quieta.


Mônica não queria conversar, muito menos com ela. Nem sabia por que estava puxando conversa, Pink ajudou a trazê-la para este inferno, longe de sua família e amigos. Que chance tinha de conversarem sobre seu bem estar nesse momento?


– Vamos, está com uma cara péssima, talvez falar te faça se sentir melhor. – Tentou mais uma vez, mas Mônica nem olhava para ela. – Ok, tudo bem. Já entendi. Você quer ficar sozinha... Beleza. – Pink se levantou para ir embora. – Se quiser conversar mais tarde estarei à disposição. – E foi embora.


Pink nem parecia se lembrar do que aconteceu na última vez que se viram, quando brigaram no quarto. Talvez isso seja tão normal para ela que nem perceba mais. Mônica ainda estava aflita, mas o único pensamento não saía de sua mente desde que chegou à mansão estava mais viva do que nunca.

"Tenho que sair daqui." - Pensou.



...



Assim que conseguiu as informações sobre um dos suspeitos, o Bóreas, Larry correu para a agência dar início ao trabalho em torno daquilo. Pediu para um grupo da inteligência interna verificar as câmeras da cidade, seguir o trajeto da moto personalizada nos últimos meses e conseguir mais fotos do suspeito. Um grupo de campo foi dividido para visitar os lugares por onde Bóreas passou: ruas, bares, lojas, qualquer lugar.



As informações que conseguiu com Tony não eram totalmente confiáveis, Bóreas podia ser um cara esperto e ter alterado tudo, até mesmo o nome. Por isso, o plano inicial era investigar. Hernandez disse que Bóreas não estava com sua moto no dia em que levaram Mônica, isso quer dizer que ela tem que estar em algum lugar. Essa não é uma moto qualquer, é a moto de Bóreas, um bem muito precioso para ele, tanto que não a levou consigo. O que quer dizer que ele a guardou em um lugar seguro e de confiança, sabendo que quando voltasse ela ainda estaria lá. Iria encontrá-la de qualquer jeito.



...


Ninguém mais incomodou Mônica pela manhã, ou na hora do almoço e ela agradeceu por isso. Queria ficar sozinha, mais do que isso, queria sair daquele lugar, onde vive um velho maluco tarado que precisa seriamente a voltar a falar com o psicólogo.


Foi até a janela do quarto e olhou o jardim. Ele não se comparava ao jardim de sua casa, era bem mais verde, mas sentia muita falta. Sentar perto do lago, sentar em baixo do pé de limoeiro para ler, plantar flores com Carla... Nossa! Pensar nela fez seu coração se apertar, como será que ela está? Sentia falta dela.



Ela podia ser apenas a empregada, mas depois de tantos anos, deixou de ser apenas isso. Carla faz parte da família, cuida daquela casa melhor do que ninguém. E quando precisou de conselhos ela a acudiu. Nunca teve a chance de conhecer sua mãe, mas Carla se tornou a mãe que nunca teve e que sempre gostaria de ter. Estava convicta de que se veriam novamente, de um jeito ou de outro.


– Senhorita? – Assustou-se com a voz grossa lhe chamando. Eram dois caras bem grandes e estavam com roupa social. Como já tinha visto várias vezes, eram um dos vários capangas de Henry espalhados pela casa. – O Senhor Feitoso a solicita em seu escritório.



– Pois diga a ele que eu não vou. – Disse e se sentou no sofá perto da janela. O grandão entendeu que aquela era a decisão definitiva de Mônica.


– O patrão me avisou sobre esse comportamento, me deu ordens para levá-la mesmo assim.



Os dois homens se aproximaram de Mônica e a pegaram pelo braço, um de cada lado. Tentaram não machucá-la, mas no começo ela não fez muita questão de colaborar. Finalmente, quando conseguiram sair do quarto, ela se deixou ser levada. Quando chegaram, um dos homens bateu na porta do escritório e puderam escutar a voz de Henry permitindo entrar.


Ele estava sentado atrás de uma grande mesa de madeira, numa cadeira de couro, falando ao telefone. O lugar era claro, havia três janelas atrás de Henry. O resto das paredes era composto de estantes com livros, outras com artes e recipientes pequenos que não fazia ideia do que eram. Quando Mônica entrou, Henry sorriu, mas não desligou o telefone de imediato. Com um gesto com a mão pediu para os grandões saírem e eles assim o fizeram.


Um minuto de conversa depois e Henry desligou o telefone, Mônica continuava em pé no meio da sala, observando o ambiente, tentando ao máximo não olhar para Henry. Ela observava a estante com os recipientes pequenos, frascos, cada um com um líquido de cor diferente.


– Uma maravilha, não é mesmo? – Disse Henry, percebendo a curiosidade de Mônica. – Quer saber o que são? – Perguntou, mas Mônica continuou quieta. – É minha coleção de venenos. – Disse mesmo assim.


Ele pegou o copo vazio sobre a mesa na mesma hora em que ela o olhou espantada.


– O que foi? Um velho não pode ter um hobby? Eu sei... É meio esquisito, mas não tive paciência em colecionar selos ou moedas. – Despejou um pouco de bebida no copo. – Nas minhas andanças, cheguei a ir ao Brasil e visitei o Amazonas. Uma tarde na tribo dos índios. Visitamos a floresta e fiquei fascinado pelos animais. Eles me mostraram como “tirar a cura da terra”, medicina. – Deu um gole na bebida. – Durante o passeio, também mostraram insetos e répteis venenosos, tão perigosos quanto bonitos por suas cores vibrantes. Esses frascos contêm os venenos mais perigosos do mundo. Tenho quase cem.

Se Mônica tinha alguma dúvida de que Henry era um psicopata maluco, já não tinha mais. Colecionar veneno? Sério?



Henry se levantou da cadeira, deu a volta na mesa e se apoiou nela, Mônica não se mexeu do lugar. Nunca teve medo de nada na sua vida, sempre enfrentou tudo. Mas Henry, depois de tudo que fez, era seu pior pesadelo.


– Você tem algum hobby? – Perguntou, mas ela nem olhou para ele. – Eu só sei que gosta de flores, mas cultivar jardim não chega a ser uma coleção, a não ser que tenha uma estufa. – Nenhuma reação.


Henry se cansa do silencio dela e dá um passo para frente, foi o bastante para Mônica olhar para ele e seu corpo agir em reflexo de defesa. Ele retrocedeu o passo depois de estudá-la.


– Está com medo? – Disse o óbvio e sorriu. – Minha querida, não tenha medo, não lhe farei nenhum mal.



– Não!... – Ela exclamou, quando ele tentou se aproximar novamente. -... Não chegue perto de mim.


– Está agindo com uma tola. Não precisa fazer isso.


– Sim, preciso sim. – Falou, tentando arrumar coragem na voz. – Você assassinou minha família, fez da minha vida um inferno nos últimos meses com suas loucuras e ainda quer conversar comigo como se tudo estivesse bem? Só pode ser louco mesmo.


– Eu não sou louco. – Disse. – Talvez só um pouco excêntrico. – Brincou. – Mas você tem razão, eu devo ser a pior pessoa que você conhece no momento, já imaginava essa sua reação. – Bebeu mais um gole do drink. – Mas com o tempo isso vai passar.


– O quê? – Perguntou Mônica.



– Sim, vamos passar muito tempo juntos. Você vai se acostumar com a minha presença e acabar gostando de mim. – Se sentou na mesa, Mônica achava que ele estava delirando. – Logo vamos estar por aí, quem sabe viajando e nos divertindo. Como um casal normal faz.


Mônica cansou de ouvir besteiras, pegou o maior livro que viu na estante e arremessou em direção à Henry. Ele conseguiu desviar, felizmente para o rosto dele, mas ficou meio atordoado.


– Que tipo de idiota você pensa que eu sou? – Mônica gritou, jogou o medo pra China e pensou em acabar com aquela palhaçada ali mesmo. – Eu NUNCA MAIS quero te ver, NUNCA vou gosta de você, NUNCA, definitivamente, vou viajar ou me divertir com você. – Continuou. – Nós NÃO somos um casal, eu NÃO sou Evangeline. Eu sou a Mônica, e você é só um velho que nunca superou uma paixonite de adolescente.


Henry ficou sem reação por um minuto, não esperava por aquilo. Não sabia que ela poderia ser tão violenta e explosiva. Decidiu devolver na mesma moeda.


– Não! – Gritou Mônica quando ele avançou sobre ela. Henry a prendeu conta a parede, segurou seus pulsos sobre a cabeça e prensou seu corpo com o dela para que não pudesse fugir. – M-Me solta...



– Quieta! – Disse autoritário. – Você é que não sabe o tipo de pessoa que eu sou, ou o que eu sou capaz de fazer para conseguir o que quero. – Falou isso bem perto do rosto dela. – Nunca mais quero que você se comporte dessa maneira, ande na linha e serei legal com você, caso contrário, tratarei você como a criança que é e vou te castigar, garanto que não vai querer passar por isso. – Ele ficou mais alguns segundos, segurando-a, sentindo seu perfume, até que a soltou e disse – Saia daqui!


Mônica saiu assim que foi solta. Henry foi até sua mesa, terminou a bebida e jogou o copo na parede, quebrando-o. Precisava se acalmar. Pegou outro copo e o encheu de whisky, o melhor calmante que tinha.


...





Mônica correu para o jardim, se refugiou de baixo de uma árvore grande e começou a chorar. Seus pulsos já doloridos pelas cordas latejavam agora, seu coração batia rápido e a adrenalina ainda era viva em seu corpo. Não aguentava mais, pensou, tinha que ir embora! Deve haver algum jeito de sair deste inferno.


– Tudo bem aí? – Mônica olhou para o lado e viu Pink. Ela estava segurando um livro, não sabia que ela tinha o costume de ler. Ela se agachou ao seu lado e insistiu – O que aconteceu? – Ela parecia realmente preocupada. Mônica não conseguiu se segurar e voltou a chorar. Pink tentou tocar no ombro dela, mas Mônica se afastou. – Vamos, acalme-se.


Pink esperou, Mônica se acalmou depois de um tempo. Nenhuma das duas disse nada no começo, não sabiam o que dizer, mas Pink tentou.


– Vai me dizer o que aconteceu? – Perguntou.


– Sai daqui! – Explodiu. – Nada do que eu te disser vai me ajudar a me tirar deste lugar e você foi uma das pessoas que me trouxeram até aqui. Então, se acha que falar o que aconteceu vai me aliviar, acredite, não vai!



– Melhorou? – Disse e Mônica apenas a olhou com uma cara séria. – Mônica, de todos os paus mandados de Henry, você pode confiar em mim. Sou a única mulher daqui, não sabe como é chato ter que aturar esses caras. – Continuou. – Não sei o que aconteceu, mas não dá pra tirar você daqui, a casa é muito vigiada, não tem como sair, só com um milagre.


– Imaginei...



– O Henry está fazendo algo com você? – Tentou, mas não veio resposta. – Mônica, eu não vou dizer nada. Posso trabalhar para o Henry, mas não ferro ninguém de propósito. O que você disser pra mim vai ficar seguro.


Mônica pensou um pouco. Queria que Magali estivesse ali para ajudar a avaliar Pink e dizer se ela está dizendo a verdade ou não, ela é boa em avaliar pessoas. Mas nesse caso, ela decidiu contar. Contou tudo, o trajeto até ali, mesmo que ela soubesse parte dele, contou a história de Henry, e as intenções dele para com ela.


–... E agora estou aqui. – Disse Mônica terminando de contar a história.


– Essas marcas estão feias. – Falou Pink, olhando para aquilo. – Você ficou deitada lá por horas.



– Por aí. – Mônica suspirou. – Tudo que eu quero agora é voltar pra casa, tenho medo do que Henry possa fazer se eu não colaborar com as fantasias doentias dele. Tenho medo que ele faça alguma coisa ao que sobrou da minha família. – Suspirou, sentindo as lágrimas voltarem. – Mas principalmente, tenho medo de não conseguir mais vê-los.


Mônica voltou a chorar, Pink se sentou ao seu lado e passou um de seus braços pelo ombro dela, consolando-a, dessa vez Mônica não a afastou. As duas ficaram ali por um tempo, depois que Mônica se acalmou, observaram o jardim em silêncio.


– Mônica... Preciso te contar uma coisa. – Falou devagar. Mônica não disse nada, apenas olhou para ela. – Eu já te conhecia antes de levarem você para aquele cativeiro. Aliás, você também já me conhece.


– O quê? Como assim? – Falou, limpando o nariz e se afastando do braço de Pink.


– Nos conhecemos anos atrás. Temos idades diferentes, mas eu cheguei a namorar um amigo seu. O Cascão.


– O Cascão? Mas... Ele nunca namorou. – Ela pensou um pouco. – Não, espera... Namorou sim! Uma menina chamada... Como era mesmo o nome?


– Cascuda. – Pink respondeu. Mônica olhou para ela, se perguntando como ela sabia daquela informação, mas rebuscou na memória o rosto de Cascuda e eles batiam perfeitamente com o de Pink, mudando apenas com o cabelo que é rosa, não encaracolado.


– Cascuda?! – Exclamou.



– Xiu! Fale baixo, quer que te ouçam? – Pediu.


– M-Mas como? O que você está fazendo aqui? O que está acontecendo? – Mônica perguntou totalmente confusa.



– Coincidência é a palavra. Eu não trabalho para Henry, mas sim para o FBI, sou uma agente de campo infiltrada. – Disse e a mente de Mônica se embolou mais ainda. – Há uns dois anos a taxa de consumismo de drogas subia cada vez mais, então eu fui mandada em uma missão. Tive que mudar minha identidade para me infiltrar, ser recrutada por algum chefão do tráfico e acabar com a palhaçada dele. Estava indo tudo bem, até que fui recomendada como uma mercadoria. Eles apreciam uma mulher que sabe atirar, por isso, um cara me apresentou ao Henry e ele me contratou. – Continuou. – Eu ainda não sabia qual era a dele, ele é muito reservado. Mas, depois que eu te vi e agora que me contou essa história eu posso entender em que encrenca nós nos metemos.


– Se você é do FBI, como não contatou a agência?


– É complicado, além disso, estou sozinha. Tive que me desfazer dos meios de comunicação que tinha. Como disse, Henry é muito reservado e extremamente cuidadoso. Mas você está certíssima, temos que sair daqui o mais rápido possível.


– Como? Você mesma disse que aqui é super seguro, só sairíamos com um milagre.


– Amorzinho, eu sou o milagre. Acho que sei de um jeito, mas você vai ter que me ajudar. – Falou.


– Claro! Qualquer coisa. – Disse ansiosa.



– Você não é proibida de sair durante a noite, ou é? – Perguntou.


– Até onde eu sei, não.



– Ótimo. Hoje eu vou levar o seu jantar, até lá eu vou planejar tudo com cuidado e te contarei como iremos fazer. – Ela se levantou.



– Cascuda...



– Por favor, me chame de Pink. É horrível, mas é o nome que adotei. – Falou bem-humorada.


– Obrigada. Obrigada mesmo. – Disse Mônica, também de pé.



– É o mínimo que eu posso fazer, você já passou por muita coisa, está na hora de volta pra casa. – Deu uma piscadela para Mônica.




...




Eram quase duas da manhã, Mônica estava acordada e pronta para partir. Pink apareceu na hora do jantar e contou seu plano. Ela tem acesso à sala de câmeras, os vigias noturnos nem faziam seu trabalho direito, então ela trocaria as filmagens, mostrando as do dia anterior, no mesmo horário. Eles nem perceberiam a diferença.


Enquanto isso, elas teriam que atravessar a casa e o jardim sem serem vistas pelos guardas até encontrar um portão de ferro escondido no muro verde. Ela disse que encontrou essa saída por acaso enquanto andava pelo jardim, é a única saída sem eletricidade envolvida. A parte ruim é que dava de frente com a floresta declinada e em seguida os penhascos. Teriam que se virar dali pra frente.


Mônica não pensou duas vezes e concordou com o plano, era arriscado, mas não via outra saída. Pink disse que ela poderia sair depois das duas horas e mandou ter cuidado no corredor. O local de encontro seria em uma pequena sala, onde havia uma porta de vidro que tinha acesso ao jardim, talvez o melhor atalho.


Passou um pouco das duas da manhã, hora de ir, pensou Mônica. Ela abriu a porta devagar, nenhum guarda estava ali. Ela fechou a porta e andou pelo corredor. Entrou em uma sala, onde ficava a Tv e ouviu barulhos. Abriu a porta de mansinho.


– Ah! Qual é! Nem sabe chutar uma bola direito. – Reclamou um homem para a Tv.


– Pé torto! – Zombou o outro.


Dois guardas, provavelmente saíram do seu posto para assistir ao jogo. Que bom, pensou Mônica. A porta ficava atrás do sofá, por isso os homens não viram Mônica atravessar a sala de fininho até a outra porta.


Estava quase lá, mais um pouco e chegaria. Quando ia virar o corredor escutou um barulho, parecia alguém correndo em sua direção. Mônica encostou-se à parede com o coração na mão, pensando já ter estragado o plano. Mas o som dos passos parou e escutou o barulho de uma porta se fechando. Ela espiou o corredor, não tinha ninguém ali. Andou um pouco, havia uma porta à sua direita, era um banheiro. Pelo jeito, alguém comeu alguma coisa que não lhe caiu bem.


Andou pelo corredor até chega a última porta, entrou no que sabia ser o lugar de encontrou e viu Pink a esperando.


– Finalmente. – Ela disse.


– Desculpe, tive alguns obstáculos. – Respondeu.


– Tudo bem, está pronta?

– Mais do que nunca.


– Ótimo, vamos!


As duas abriram a porta que dava acesso ao jardim e fecharam logo em seguida. Elas não podiam andar, pois ficariam expostas demais aos seguranças do jardim. Não eram muitos, mas ainda assim, todo cuidado era pouco. Se agacharam e esconderam-se atrás dos arbustos à medida em que avançavam.

Pink foi na frente, ela sabia onde estava o portão. Mônica seguia seus passos, tentando não fazer barulho. Um guarda atrasou o passo delas, ele ficou parado por um bom tempo até decidir vigiar outra área. Andaram mais alguns metros e se agacharam atrás de uma moita.


– Ali. – Apontou Pink para o muro verde, que nem mesmo parecia ser feito de concreto por dentro de tão rodeado de folhas e galhos. – Está vendo? – Mônica focou mais a vista. Existia uma alavanca, daquelas que giram, como aquelas que têm em submarinos. Provavelmente teriam que fazer o mesmo para passar. – Eu tentei abri-lo antes, já girei aquilo que a gente pode chamar de maçaneta, mas puxar é o problema. Acho que será necessário que nós duas façamos isso.


– Tudo bem, vá na frente. – Pediu Mônica.

Pink se levantou e Mônica a acompanhou, mais alguns metros e chegariam ao portão.



– Muito bem, agora é só...

– O que estão fazendo?


Nunca na vida tomaram um susto tão grande, Pink e Mônica olharam para trás e viram Tadeu, olhando, provavelmente, com uma cara não tão amigável para elas.


– Tadeu? O que faz aqui? – Perguntou Pink.


– Eu fui ao banheiro e enquanto voltava para o quarto encontrei a porta do jardim entreaberta. – Respondeu. Pink se xingou por dentro. Aquela maldita porta sempre dando problema, pensou, deveria ter checado! Burra! Burra! Burra! – Agora, me diz, o que está fazendo aqui com ela?


– E-Eu? Bem...


– Nós estávamos apenas tomando um ar fresco. – Respondeu Mônica.

– Ar fresco? Às duas da manhã?


– É sim, sabe, nós estamos naqueles dias então... – Disse Pink, se desculpando mentalmente com todas as mulheres do mundo por usar aquilo como desculpa. -... Temos dificuldade para dormir e sentimos muito calor. Aqui o clima é bem mais agradável.

– Aham... Sei. E aquela porta ali atrás não tem nada a ver com o passeio de você não é? – Ele falou, já desconfiando de tudo.

Mônica olhou para Pink e as duas correram. Tadeu foi atrás delas. Elas correram pelo jardim, tentando despistá-lo. Mônica pulou um arbusto, mas estava escuro e acabou tropeçando. No chão, ela procurou por Tadeu, não o viu, mas escutou passos rápidos atrás dela. Se levantou rapidamente para se defender, mas abaixou a guarda quando viu que era Pink.


– Onde ele está? – Perguntou.


– Não sei, achei que estava atrás de você. – Disse Pink. Olhou em volta, mas não o encontrou. – Onde será que...


Foi muito rápido, Tadeu saiu de trás de uma árvore, onde estava escondido e pulou em Pink. Os dois rolaram no chão, lutando um com o outro. Mônica não soube o que fazer, só lhe restou observar.

Pink não era uma garota fraca e Tadeu sabia disso, só não sabia até onde iam as técnicas de luta dela. Ele começou dando socos na cara dela. Pink pegou o braço dele e puxou, junto com o corpo, conseguindo ficar por cima. Agora foi a vez dela despejar socos na cara.


Tadeu conseguiu dar uma joelhada no estômago de Pink, ela parou com os golpes, isso foi suficiente para ele empurrá-la e sair do chão. Agora, os dois estavam em pé.



– Sua traidora! Depois de tudo que Henry lhe ofereceu, vai dar as costas para ele dessa maneira?


– Henry é um assassino, um maníaco! Não devo nada à ele, nunca deveria ter aceitado esse trabalho.


– Vendeu a alma ao diabo e agora reclama? É o mundo real, querida. Encare. – Ele falou. – Vamos, ainda não alertamos os guardas, é inútil o que está fazendo e você sabe.


– Bobagem. Posso acabar com você antes de ir embora.



– Ir embora? Há! Você nunca vai sair daqui, decretou sua sentença de morte quando cogitou essa ideia. – Disse. – Vamos, ainda dá tempo, podemos voltar pra dentro e esquecer tudo isso. E em troca... Quem sabe? Talvez eu queira alguma coisa para manter o silêncio. – Falou olhando Pink de cima à baixo.


– Eu prefiro morrer. – Pink falou, enojada.


– Muito bem. – Tadeu tirou uma faca da bota e se preparou. – Que seja.



Ele avançou, tentando acertá-la bem no peito, mas Pink foi mais rápida e desviou. Conseguiu chutá-lo na barriga, Tadeu recuou. Ela não podia se aproximar muito, mesmo com ele atordoado. Precisava de uma brecha para conseguir tirar a faca dele e revidar.


Tadeu se recompôs e se posicionou. Ele investiu um golpe com a faca em direção à cabeça de Pink, com isso ele a enganou. Mais rápido do que Mônica conseguiria acompanhar, ele girou o corpo e acertou a cabeça dela. Pink caiu no chão, desnorteada. Tadeu ficou de pé em frente à ela, se sentindo vitorioso.


– Vamos! Levante! – Ele a chutou. – Não consegue mais lutar? – Ele riu. – Que decepção, pensei que fosse mais... AH!

Pink o enganou, agarrou as pernas dele, empurrou seu corpo contra o dele e conseguiu derrubá-lo. Pegou a faca da mão dele na queda e terminou a cambalhota ficando de pé, agora armada.


Tadeu ficou furioso, se levantou e foi pra cima dela, tentando desferir socos e chutes. Pink conseguiu cortá-lo no braço, deixando-o ferido. Mas isso não o impediu de tentar mais uma investida. Ele tentou chutá-la mais uma vez, mas ela aproveitou a brecha e partiu para o peito de Tadeu, cravando a faca ali várias e várias vezes.


Em uma última facada, Pink cravou a faca bem fundo no peito dele, olhou nos olhos de Tadeu até ele finalmente perder a consciência. Aos poucos os membros dele cederam e ela o empurrou para trás.


Pink estava cansada, tonta e ferida. Mônica, havia apenas assistido a tudo, mas aquilo foi demais, nunca tinha visto ninguém morrer. Pink pelo outro lado, já deveria ter visto e feito aquilo muitas vezes. Mônica foi até Pink.



– Tudo bem? – Perguntou.


– Sim... Está. – Ela guardou a faca na bota e secou o sangue que escorria da testa. Quando Tadeu a acertou conseguiu fazer um corte, além de lhe deixar tonta. – Vem, vamos logo antes que os...


Uma mão a impediu de falar. Dois homens seguraram Pink, mais dois seguraram Mônica. As duas espernearam e tentaram se soltar, sem sucesso. Os homens eram fortes. Mais uma figura apareceu no jardim meio iluminado.


– Parece que vocês se divertiram bastante aqui fora. – Disse Henry, olhando para o corpo com desdém. Depois olhou para Pink. – Levem-na ao meu escritório e a amarrem em uma cadeira, temos coisas a conversar. – Agora, para Mônica. – Levem ela junto.


...



Henry foi até a bandeja em cima da sua mesa, onde havia garrafas com bebidas e frascos com licores para adicionar à bebida, de acordo com o gosto dele. Pegou o whisky e juntou com um licor de laranja. Bebeu tudo de uma vez antes de se virar para as outras pessoas que estavam no escritório.


Pink estava amarrada há uma cadeira, Mônica era segurada por um dos grandões de terno. Havia outro homem grandão no canto e um terceiro esperando do lado de fora.


– Eu estava tendo um sonho muito bom. Sabe? – Começou Henry. – Onde eu me encontrava em uma linda praia e pescava peixes nos corais. Sinto falta de pescar. – Se virou para Pink. – Foi muito rude da sua parte, matar um homem e tentar fugir, enquanto eu estava tendo um sonho bom.


– Não queria matá-lo, ele pediu por aquilo. – Respondeu.


– Ah! Pouco me importa se alguém morreu ou não. O ponto aqui, é que você levou Mônica para o jardim na calada da noite, despistou meus guardas e tentou fugiu. – Ele andou até sua mesa. – Você sabe que sou gentil quando são gentis comigo, não sabe, Pink?



– Sim senhor...



– E o que acontece quando alguém tenta atrapalhar meus planos? – Ele tirou uma pistola de uma das gavetas e carregou-a devagar. – Hum? O que acontece? Responda.



– Você... Acaba com ele? – Disse e o viu engatilhar a arma.



– Exatamente. – Ele olhou de novo para ela. – Então, entenda querida, o que estou fazendo... Acredite, não é pessoal. É extremamente pessoal.



POU!!! POU!!! POU!!!




Henry disparou três tiros em Pink, um no peito e dois na cabeça. Mônica viu tudo de camarote, botou a mão sobre a boca para não gritar e tentou não chorar. Nunca mais esqueceria aquela cena.


– Enquanto a você, meu amor... – Ele chegou perto dela, Mônica tentou se afastar, mas o grandalhão atrás dela não deixou. -... Nunca mais faça isso de novo. Se você fugir, eu vou até aquela maldita mansão, pego aquele seu namoradinho, o trago pra cá e o torturo da pior forma possível na sua frente, até que ele morra. Estamos entendidos? – Mônica balançou a cabeça. – Ótimo. Leve-a para o quarto e certifique que ela fique lá. – Disse para o homem, que obedeceu. – E você, chame alguém pra limpar essa bagunça. – Falou, se referindo ao corpo de Pink.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Merda... Eu vomitei...Enquanto estava terminando de revisar o texto... Odeio vomitar... ARGH!


Enfim, eu avisei: "reviravoltas emocionantes". O que acharam? Pensaram nesse desfecho para a história? E agora? O que vai acontecer? Descubram isso na semana que vem, onde, se Deus quiser, eu vou estar bem melhor! (Além disso, vou aproveitar e escrever durante a viagem. E ler um pouco de As Crônicas de Nárnia XD )


Ps: Eu meio que do nada decidi postar essa história em outro site de fanfiction, o Spiritfanfics, segue o Link: https://spiritfanfics.com/historia/te-amar-ou-te-odiar-7577272
Eu fiz uma conta lá no ano passado e me esqueci dela, agora eu vou postar lá também, por que eu gosto da história e quero que outras pessoas vejam (Além de ser um site melhor que o Nyah para acessar pelo cel, então vai ser melhor para vocês também).


Ps2: Estou pensando seriamente em botar minhas outras histórias por lá também, mas eu irei ajustá-las. Vocês sabem, minha primeira história nem se compara ortograficamente à esta história, por isso vou mudá-la em tudo, mas deixar do mesmo jeito. Pegaram?



Enfim, tenham um bom fim de semana, eu vou deitar, tenho que acordar cedo e fingir que não estou doente para poder ir à praia. Hum... Se bem que vou ter que explicar o "presente" que eu deixei na pia do tanque pra vovó... Ah, paciência. Vejo vocês semana que vem.




Té+!