Te Amar Ou Te Odiar? escrita por Dani25962


Capítulo 38
Mal entendido


Notas iniciais do capítulo

Oi povo!

Viu? Nem demorei dessa vez. Esse capítulo é meio tenso, então se preparem... E espero que gostem :D



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Pov. Cebola

Que estranho...

Foi isso que pensei assim que abri os olhos.

Eu estava em um jardim, um grande jardim muito bem cuidado. As flores, a grama, o céu, o pequeno córrego... Tudo perfeito.

Me agacho para dar uma olhada mais de perto nas rosas, todas estavam fechadas, pareciam meio mal tratadas.

Havia um regador ao meu lado. Fui até o pequeno córrego e o enchi de água.

Reguei com cuidado cada uma das rosas. Quando a água acabou, me aproximei e toquei em uma delas.

De repente, a rosa que eu toquei se abre e seu interior, surpreendentemente, estava ocupado por uma bela borboleta.

Ela bateu as assas devagar, como se estivesse acordando. Estendi meu dedo e ela subiu.

Olhei mais de perto, ela era azul com tons vermelhos e verdes contornando as assas, tão linda...

A borboleta começou a bater as assas mais rápido, mas não saiu do meu dedo. De repente, as outras rosas se abrem, e outras borboletas idênticas a que estava no meu dedo começavam a despertar.

Alguns segundos depois todas, inclusive a que estava no meu dedo, começam a voar.

Elas voaram pelo jardim, de um lado para o outro, todas juntas, como se fosse uma dança.

– Ah! Você está aqui... - Ouço uma voz atrás de mim, seguido de um riso suave.

Quando me viro, vejo Mônica sair de trás de uma árvore, estava tão linda... Não pelo vestido que usava, mas seu rosto e seu olhar pareciam tão brilhantes, como dizer...? É como se estivessem em paz, como se nunca houvesse visto nada de ruim na vida.

Ela parecia um anjo.

As borboletas voaram em sua direção e a rodearam, o que a fez rir.

– Hahaha! Faz cócegas! - Ela disse enquanto ria.

De repente as borboletas pararam de rodá-la e seguiram seu caminho. Mônica apenas as observou ir embora.

– Cebola! - Ela chamou minha atenção. - Venha comigo!

Não entendi, mas quando ela começou a correr eu a segui.

Enquanto corria, ela estendeu os braços como se fosse abraçar alguém. Parecia uma criança segurando um cata-vento em cada mão, mas ela estava aproveitando o vento mesmo sem o brinquedo.

Depois de um tempo ela parou de correr, estava ofegante.

– Foi divertido! - Ela disse animada e sorrindo pra mim.

Esse sorriso... Eu adoro esse sorriso. Todos os dias eu me esforço para vê-lo pelo menos uma vez.

Vê-la feliz... É o que me ajuda a viver e amá-la cada dia mais.

Escutei o barulho de um galho se quebrando atrás de mim, mas quando me virei não havia ninguém.

E para minha surpresa, Mônica também tinha sumido.

– Mônica? - A chamei, mas sem resposta.

Andei um pouco pelo jardim a sua procura, mas não a encontrei.

– Cebola... - Escutei algo que parecia mais um sussurro, mas não havia ninguém perto de mim. - Cebola...

Sem saber pra onde iria tentei procurar quem estava sussurrando.

Entrei em uma parte do jardim onde havia mais árvores.

De repente apareceu uma porta bem no meio do bosque. Fiquei tentado a recuar, afinal quem seria o maluco a entrar numa porta que nem deveria existir?

Mas a voz que tinha sussurrado ficou mais forte, e parecia vir lá de dentro.

– Cebola.

Entrei na porta, e pra minha surpresa havia um enorme salão vazio.

O chão, as paredes, o teto... Todos de madeira.

– Cebola? - Me virei um pouco e pude ver Mônica agachada. - Onde...?

–... - Tentei respondê-la, mas as palavras simplesmente não saiam.

– Onde você está? - Ela soluçou, por que estava chorando?

– Por favor... Eu preciso de você... Por favor... - Ela disse chorando ainda mais.

Por mais que eu tentasse, não conseguia dizer, ou nem ao menos me mexer.

Ouvi passos, mas quem quer que seja estava na parte escura do salão e não consegui ver seu rosto.

– Venha comigo querida... - Escutei uma voz tenebrosa e uma mão se estender para perto de Mônica.

– Não! Fique longe de mim! - Ela gritou assustada.

Mas o homem não deu ouvidos, apenas agarrou o braço dela e a levou.

– Cebola!

...

– Ah!

Quarto, cama, eu, casa... Ah! Ainda bem... Foi tudo apenas um sonho... Ou pesadelo.

Deus! Que susto. E que sonho maluco...

– Hum... - Escutei alguém resmungar.

Olhei pro lado e vi Mônica ainda dormindo tranquilamente.

Acho que mesmo depois dessas "férias", meu medo de perdê-la não mudou em nada.

Deitei novamente, mas com certeza não vou conseguir dormir direito.

Mônica se mexeu e se virou pra mim, deitando sobre o meu ombro.

Sorri. Ela é tão doce enquanto dorme... E tão imprevisível acordada.

Tomara que eu consiga acabar com essa angustia logo, mas fico mais tranqüilo sabendo que ela estará ao meu lado pro que der e vier, sempre.

...

Pov. Mônica

Já se passou quase um mês que voltamos da viajem à Madri.

E nesse tempo pra cá o Cebola tem andado muito estranho. De vez em quando sai sem mau dizer aonde vai, atende ao telefone sempre em outro lugar ou fica meio desligado e parecendo cansado quando conversamos.

Alguma coisa esta acontecendo aqui... E vou descobrir logo o que é!

De repente sinto meu celular vibrar. Agradeço por sempre colocar lembretes nele, por que eu sempre esqueço o que tinha que fazer.

Tenho que ir ao centro pegar um pacote em uma loja onde uma amiga trabalha. Ana me pediu isso, disse que estaria ocupada hoje e não teria tempo...

Fui até o quarto troquei de roupa e desci. Peguei minhas chaves do carro e sai pela porta da cozinha.

Acabei encontrando Carla podando as plantas da lateral da casa, me aproximei.

– Carla?

– Sim querida? - Ela disse ainda dando atenção as plantas.

– Eu tenho que sair, você precisa de alguma coisa? - Perguntei.

– Na verdade... Você poderia comprar sementes de girassol? - Ela disse desviando a atenção das plantas pra mim.

– O que houve?

– Não sei, ela simplesmente murcharam. - Ela falou triste. - Tão bonitas...

– Tudo bem. Aliás... Sabe onde o Cebola está? - Perguntei.

– Acho que ele saiu com o Cascão. - Ela falou.

– Tudo bem... Até logo Carla. - Me despedi.

– Dirija com cuidado! - Ela disse.

Não sei o que ela tem com veículos, mas Carla nunca gostou de carros, motos, ou qualquer coisa que tenha rodas e seja rápido.

Será que ela já foi atropelada e tem algum trauma? Vai saber...

Entrei no carro, apertei o botão para abrir a garagem e dei partida.

...

Que beleza... Isso! Vai mais devagar! Eu adoro transito mesmo.

Já fiz tudo o que tinha que fazer, peguei a caixa que Ana pediu, deixei na casa dela e comprei as sementes pra Carla.

Mas pra falar a verdade eu poderia ter feito isso a pé que chegaria mais cedo em casa. Ô povo lerdo!

Esse é o fardo por ter que morar numa cidade grande.

Ufa! Finalmente! Agora vou poder voltar pra ca... Mas o que?

O que o Cebola esta fazendo?

– Ah! - Exclamei assustada parando o carro antes que batesse.

Olhei de novo.

Não... Não pode ser.

Ele... Ele esta mesmo me traindo?

Ouvi um carro buzinar atrás de mim. Dei partida no carro novamente e comecei a dirigir.

– Viu só apressado? Já estou indo! Droga... - Resmunguei enquanto tentava conter as lágrimas que teimavam a querer escorrer pelo meu rosto.

...

– Oi querida! - Carla falou assim que me viu entrar.

– Oi. - Disse e entreguei uma sacola a ela. - Aqui estão as sementes.

– Aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou preocupada.

– Não. Nada. Eu vou pro meu quarto. - Disse e sai rapidamente da cozinha. Quando cheguei ao quarto tranquei a porta.

Não! Não pode ser verdade.

Calma Mônica... Pense! Ele não esta te traindo.

Ele apenas tem agido estranho ultimamente e hoje aparentemente depois de ter pensado que ele estaria com um amigo o viu abraçando uma estranha na rua, isso é motivo de suspeitas?

Com certeza!

Mas... Argh! Eu não consigo acreditar! Por que ele esta se encontrando com ela?

Eu não entendo... Realmente não entendo!

...

– Cebola pode passar as batatas? - Carla pediu.

– Aqui. - Ele disse a entregando um prato cheio de batas cozidas.

O jantar estava meio silencioso.

Depois que Cebola chegou em casa algumas horas depois que eu o vi com aquela garota, eu simplesmente não consegui falar com ele.

Não tenho palavras pra descrever o quanto estou magoada.

– Mônica? Esta tudo bem? - Ele se dirigiu a mim, suspirei, tentando me controlar.

– Sim. Por que não estaria? - Disse.

– Esta quieta. - Ele falou.

– Só estou sem assunto. - Disse dando de ombros, continuando a brincar com a comida.

– Esta bem mesmo querida? - Carla se pronunciou. - Mal tocou no seu prato.

– Estou sem fome. - Falei simplesmente, mas em seguida comi um pouco e tomei coragem pra perguntar. - Onde foi essa tarde Cebola?

– Eu sai com o Cascão, a gente ficou jogando um game novo na casa dele o dia todo. - Ele disse.

– O dia todo? Não fez nada antes disso? - Perguntei.

– Tive apenas que ir buscar o Jason, ele estava saindo do estágio. - Ele falou e depois continuou a comer.

É sério? Ele vai mentir mesmo? Como ele pode fazer isso? Com tanta tranqüilidade? Como se não fosse nada?

Eu não agüento isso...

– Com licença. - Disse.

– Monica! O que houve? Não vai terminar o jantar? - Carla perguntou preocupada.

– Perdi a fome. - Falei e sai da sala de jantar.

Eu sai de casa, rumo ao jardim.

Cheguei perto do pequeno lago e me sentei no banco de madeira. Gosto daqui... Quase sempre venho para pensar ou por as ideias no lugar.

E no momento, é só o que eu preciso.

– Mônica? - Olhei pro lado e vi Cebola me olhando, parecia preocupado. - Aconteceu alguma coisa?

Eu tentei, tentei mesmo responder. Mas só de olhar pra ele, olhar em seus olhos e me lembrar daquela cena que vi mais cedo...

Eu simplesmente não consegui. Se eu começasse a falar eu choraria na hora. E eu não quero isso, não na frente dele.

Desviei meu olhar pra baixo, pro lago, qualquer lugar desde que não sejam os olhos dele. Se eu o olhasse tudo desabaria.

– Mônica. - Ele disse num tom mais firme e se sentou ao meu lado. - Fale comigo, por favor.

Ele tentou tocar em mim, mas eu me esquivei.

– Ei... - Ele falou parece do confuso. - O que aconteceu?

Ele tentou pegar minha mão, mas eu o impedi.

– Não me toque. - Eu falei com o tom mais firme que pude.

– O que... Eu fiz alguma coisa? - Ele perguntou ainda confuso. - Mônica...

Ele abaixou mais a cabeça para tentar encontrar meus olhos, mas acabou encontrando outra coisa.

– Você está chorando? - Ele perguntou um pouco surpreso.

Pois é... Eu não consegui impedir que essas lágrimas descessem, mas uma hora elas iam acabar caindo mesmo.

– Por que está chorando? Alguém te fez alguma coisa? - Ele perguntou um pouco aflito.

– O que houve com você nas últimas semanas? - Perguntei.

– Como assim?

– Você anda muito estranho! Atendendo telefonemas em outro cômodo, saindo quase todas as tardes e chegando tarde. - Eu falei sem olhar pra ele.

– Ah, bem. Eu andei meio ocupado com... Algumas coisas. - Ele disse meio sem jeito.

– E "essas coisas" têm nome? - Perguntei.

– Ahn? Ah Mônica... Por acaso acha que estou te traindo? - Ele disse como se fosse uma piada.

– Eu não acho, tenho certeza! - Eu falei com raiva, agora olhando pra ele. - Eu vi você hoje Cebola, abraçando uma garota que eu nunca tinha visto.

– Como assim? - Ele perguntou.

– Não se faça de idiota ou tente me fazer por que eu não sou! Eu sei o que eu vi e você ainda mentiu pra mim dizendo sobre o Jason e o Cascão!

– Ei! Eu não menti, eu fiz mesmo aquilo. - Ele falou tentando inutilmente se defender.

– Quem era aquela garota Cebola?

– Que garota? - Ele perguntou.

– Quer saber? Deixa pra lá! - Falei me levantando. - Se você vai se fazer de idiota eu nem quero conversar com você.

– Espera! - Ele me seguiu e me segurou. - Tudo bem, me desculpe. - Ele começou. - Eu me encontrei mesmo com uma garota hoje, mas eu não tenho nada com ela. Isso eu garanto.

– Quem é ela?

– Uma amiga, apenas uma amiga, na verdade eu a conheci semana passada. - Ele disse.

– E não pode me dizer quem ela é? - Perguntei.

– Não, não posso. - Ele falou. - Mônica, apenas confie em mim. Eu não estou te traindo, longe disso!

– Então o que esta acontecendo? - Perguntei.

– Não posso dizer. - Ele falou.

– Por que não pode dizer? O que tem de mais entre você e ela? - Perguntei meio exaltada.

– Nada! Eu... Eu só não posso te contar, não ainda. - Ele falou. - Por favor... Tente entender...

– Não! Você vai entender uma coisa! No seu quarto! E eu no meu! - Falei e comecei a caminhar pra casa.

– Mônica! - Ele tentou me segurar novamente, mas eu me esquivei.

– Assunto encerrado. - Falei e o deixei no jardim.


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Notas finais do capítulo

Vish! Tenso...

Pessoal, queria agradecer á TMJ Forever, por me conceder minha 15º recomendação! MUITO OBRIGADA FOFA! :D

E também os comentários, eles estão me ajudando muito mesmo. Obrigada :)

Gente, o próximo capitulo não vai ter nenhuma cena caliente, mas vai ser meio tensa... E a caminho da reta final.

Obrigado por terem lido.

Té+!