“Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.”

Chegaram a Sabertooth naquele mesmo dia, apesar de que já era de noite quando isso aconteceu.  A Guilda não tardou em festejar, tanto pela volta da maga celestial, quanto pelo fato de que uma nova maga poderosa havia unido-se ao time que representava a aliança entre as guildas.

- Lu-chan eu fiquei com tanta saudade – disse Minerva aproximando-se e dando um abraço forte na loira.

- Também senti sua falta Mii-chan – informou Lucy com um sorriso logo após ter se afastado da morena. – Quero que conheça uma pessoa. Minerva essa é a Mirajane, minha irmã. Mira, essa é a Mii-chan, uma das minhas melhores amigas aqui.

As magas pareceram se encarar desconfiadas, mas logo um sorriso se abriu nos lábios da albina, fazendo assim com que a morena também sorrisse. Aparentemente seriam ótimas companheiras.

- Espero que possamos ser amigas – disse-a gentilmente.

A morena apenas acenou em concordância.

E assim seguiu a noite. Muitos foram cumprimentar as magas e não demorou muito para que uma festa grande se fosse iniciada.

Já haviam se passado horas. A lua reinava no topo do céu enquanto na catedral da cidade o sino badalava alto indicando meia noite. Mas apesar do horário a festa dos tigres ainda estava em seu inicio.

- Lucy... – chamou o moreno receoso aproximando-se da loira, cuja bebia despreocupadamente no bar enquanto observava Mira se divertir cantando varias musicas no palco, juntamente com o mestre dos tigres, que a aquele ponto já se encontrava completamente bêbado, frente aos mesmos estava o Eucliffe gargalhando com os exceeds e Minerva. – Podemos conversar... lá fora?

- Hm? Claro Rogue-kun – sorriu-a para o rapaz, cujo coração falhara uma batida mediante a forma doce como ela o chamara. Será que ela não estava brava com ele depois de tudo?

E assim a loira ergueu-se depositando o copo sobre a bancada e dando um breve aceno para a albina no palco, que apenas sorriu em resposta.

Em pouco mais de alguns minutos o casal seguia pelas ruas desertas da cidade. Não possuíam um rumo especifico, apenas andavam. Logo pararam quando avistaram a fonte central da praça. Esta possuía águas cristalinas que reluziam de forma deslumbrante devido a pouca iluminação que havia no local.

- Lucy eu... – começou-o, mas logo fora interrompido.

- Eu sei o que vai dizer... – murmurou-a erguendo o olhar para as estrelas enquanto unia as mãos nas costas. Ele apenas a observava, assim como fizera durante todo o dia. – Não precisa se desculpar Rogue-kun. – e assim ela sorriu dando alguns passos para frente. – O que aconteceu no passado, fica no passado. Quero viver o agora com você... isso é, se você ainda me aceitar... - e então o olhar da maga foi-se para o chão.

O silencio prevaleceu. Mas logo fora cortado pelo som dos passos do Cheney. E tudo o que se pode ver depois fora o rapaz abraçando a maga loira. Jamais desejou tanto tê-la em seus braços.

- Eu senti tanto a sua falta... – murmurou-o afogando-se no aroma inebriante da garota, cuja surpresa estava explicita. Afinal, é raro o Cheney abraçar alguém, mesmo que esse alguém seja a Heartphilia.

De inicio a maga não teve reação. Achava que o moreno ainda estivesse com raiva de si devido ao fato de que ela aceitara de bom grado corromper a própria magia. Mas eis que o rapaz sentira falta dela, tanto quanto ela sentira dele.

E logo a jovem loira abraçou-o de volta.

- Eu também senti sua falta Rogue-kun – sussurrou-a sentindo os olhos marejarem. – Toda noite antes de dormir pensava em você... – admitiu em meio às lágrimas que escorriam por sua face. Lágrimas de felicidade por saber que todos os seus medo referentes ao Cheney abandoná-la, não passavam de medos fúteis.

...

Cessaram os beijos quando já se viam na entrada da casa do moreno. Este por sua vez abriu a porta da frente e deu entrada para a loira atrás de si que logo o puxou pela camisa a fim de tomar os lábios do rapaz em um beijo voraz.

Uma risada baixa escapou dos lábios da maga e logo após tudo o que se pode ouvir fora o som da porta sendo fechada com força.

Logo a capa e o lenço que o moreno usava no pescoço encontravam-se no chão enquanto os beijos apenas tornavam-se mais cheios de luxuria.

Não sabiam como toda a conversa que tiveram os levaram a aquele momento, na verdade nem ligavam para isso. Estavam sozinhos naquela madrugada, e aproveitariam isso, tanto para matar a saudade das semanas que ficaram distantes um do outro, quanto para poder se redimir diante de todos os erros que cometeram um para com o outro.

E em menos de alguns minutos o casal já encontrava-se no andar superior, mais especificadamente no quarto do Cheney.

Gemidos de prazer escapavam dos lábios da loira enquanto juras de amor podiam ser ouvidas dos lábios de Rogue.

Uma noite só deles, era o que eles precisavam. Uma noite de amor, carinho e paixão. Era tudo o que precisavam para ter certeza que ficariam juntos para sempre – se possível, por muito mais tempo.