As Duas Faces escrita por Gabs


Capítulo 1
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oii meus leitorees queridos! Mais outra fic pra vocês! =D



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“Vivo em uma cidade meio privada... Todos seguem suas vidas, guardam seus segredos, esconde seus medos e suas reais personalidades são cobertas por uma ‘aparência’ totalmente diferente. Alguns até que são fácil de desvendar, mas outros, não.

Bom, é melhor eu me apresentar direito, vou começar ao estilo ‘James Bonde’...

Meu nome é Grissom. Gilbert Grissom.

Sou velho, mas meu corpo não envelhece. Não! Não sou o que chamam de ‘vampiro’. Vou explicar isso melhor.

Certas pessoas nascem com um gene diferente dos outros, no começo chamaram isso de evolução... Uma nova geração, mas logo nos deixaram de lado – mais como uma ideia esquecida, deixada para trás.

Nossas células necessitam de sangue para sobreviver - e não de água –, e não envelhecemos, mas diferente dos outros, podemos controlar nossa “idade física”. É meio complicado... O problema é que poucos de nós sabemos disso, pois fomos descartados na sociedade como estranhos - não aprendendo as habilidades e outras coisas que podemos fazer - e os que sabem, dificilmente aprendem a controlar essa habilidade.

Bom... O problema é que as pessoas sempre acham que somos vampiros... É isso que a sociedade escolheu para nos descrever, sem "mas"... Alguns de nós não gostaram nem um pouco disso, se revoltando e matando as pessoas pelo mundo, mas eles não se metem com outros como eles. Já a maioria, resolveu passar em branco pela sociedade, como pessoas comuns. Eu me considero a segunda opção. Mudo muito de cidades. Fico o tanto necessário, mais ou menos dos 23 anos de idade até uns 50 a 60 e mudo novamente, recomeçando tudo...

Pensando desse jeito, até me sinto um zumbi. Sem motivos para viver, apenas perambulando pelo mundo... Isso não é muito bom, mas pelo menos gosto de variar bastante. Houve uma época que eu comecei um jogo de fazer varias faculdades, então eu posso escolher trabalhos variados. Mas o trabalho que mais me chamou atenção é o que eu estou no momento... Investigador forense.  É diferente... É bom.”

- Grissom. Eu e o departamento inteiro estávamos procurando você! – Ela fala me olhando, tentando entender minhas atitudes tão estranhas. – Porque você está no necrotério?

- Eu vim aqui para fazer umas coisas do trabalho, mas acabei me perdendo nos pensamentos...

- Você ta bem?

- Um pouco de dor de cabeça, mas não é nada de mais. – Fecho os olhos por um instante, mas logo os abro novamente e a olho. – Mas o que vocês queriam comigo?

- Você tem responsabilidades e uma delas é entregar os casos. Não é?

- Me desculpe, eu esqueci...

- Você precisa descansar um pouco.

- Vai ver é isso... Vamos?

- Vamos. 

Levanto-me da cadeira que estava sentado e olho novamente para o corpo que estava ao meu lado... "Conversando com um defunto mentalmente?! Superou-se na loucura, não é doutor Grissom?", penso deixando um sorriso escapar por entre meus lábios.

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Após entregar os casos, fico na minha sala terminando os vários relatórios que são o motivo da dor de cabeça... Bom... Na verdade é apenas uma parte dela, outra é aquela vontade que novamente me atormenta. A fome.

Nós temos tomar sangue humano... Pois nele tem tudo que precisamos para sobreviver por mais alguns dias, ou até semanas. E o tomando, nossa lógica e percepção aumentam. É como se os estímulos dos nossos cérebros aumentassem – assim como as drogas – mas não faz mal para nós... Pelo contrario. Só faz mal para quem perdeu o sangue...

Existe aqueles que matam as pessoas, mas também existem aqueles que conseguem o sangue sem matá-los... De varias formas diferentes... A parte boa disso é que, pelo menos, são poucos os que matam.

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Todos os outros CSI’s da minha equipe voltam e assim, mando-os para casa. Enquanto isso tenho a sensação de todas as células de meu corpo estarem murchando... Como se eu estivesse morrendo... Isso é a sensação de fome... É mais para necessidade... Se não nos alimentarmos, morremos. Isso é frustrante, mas é a vida... É a minha vida.

Após mandá-los para suas casas, volto para minha sala e arrumo minhas coisas, aliás, nossos turnos haviam terminado há um tempinho.

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Estaciono meu carro e entro na minha casa... Ninguém nunca tinha a visto. Gosto de viver assim. Como mudo muito de cidades, prefiro manter minha vida pessoal um mistério... Assim é mais fácil na hora de partir. Eu nasci em 1403 e já trabalhei em muitos lugares, mesmo não precisando de dinheiro, já que eu não era pobre... Muito pelo contrário. Por isso, as casas que compro são espaçosas e apenas pessoas de confiança entram ali... Qualquer um diria que é “uma mansão”. Muitas vezes eu invisto em negócios, mas ninguém me conhece, apenas por um nome que eu inventei. Brian Tompson.

Bom... Continuando.  Há um tempo eu encontrei um menino na rua. Um como eu. Gregory. Ele é como um filho para mim. Eu o encontrei em uma rua, fraco. Ele precisava de sangue... Pelo que tinha visto, ele tinha sido transformado em um de nós.

Para se transformar em um como nós, o nosso sangue tem que entrar em contato com alguém, mas raramente isso ocorre, pois quando nossos estímulos cerebrais aumentam, nossa força também aumenta. Então, é muito difícil alguém nos ferir.

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- Boa noite Senhor Tompson. – O cozinheiro diz ao me ver chegar.

- Boa noite Scott. Já pode ir para casa.

- Obrigado senhor.

- Já disse para não me chamar assim.

- Ah! Desculpe-me Brian. – Ele diz sorrindo.

- Ah! Scott! – Digo, fazendo com que ele me olhe. – Diga ao Logan que amanhã ele pode tirar folga. Ok?

- Claro. – Ele diz e logo vai embora.

- Eai pai.

- Boa noite Greg. – Digo sorrindo ao ouvi-lo chamar-me de pai.

- Você não ta muito bem não, né? Já se alimentou?

- Ainda não... Não tive tempo de passar aqui hoje... Mas então. Como foi a escola hoje?

- Foi da hora, mas eu quero logo aprender essa habilidade que o senhor tem pra eu poder me livrar disso tudo!

- Filho, só falta apenas dois anos para terminar a escola. Alem do mais, é bom aprender.

- O senhor fala isso porque já foi na escola muitas e muitas vezes.

- Sim. Mas também porque estimula a lógica.

- Assim eu vou virar o melhor igual a você!

- Eu sou o melhor pra quem?

- Pra mim! Ué!

Sorrio para ele e ele logo retribui o sorriso.

- Ta bom... Você ta muito legal moleque! O que você quer?

- Nada... É só uma festa que vai ter amanhã...

- Sabia! Você ein?

- Aaah! Vai pai! Por favor?

- Ta bom Greg... Amanhã você não precisa ir.

- Afê Grissom! Para com isso cara. Vai ser muito louca essa festa e todo mundo vai... Até a Melissa...

- Melissa é? Hm... Até deixaria de boa, mas você sabe que o pessoal da sua idade só faz bagunça... Vai dar alguma confusão!

- Eu prometo que eu não vou me meter em nenhuma confusão! Eu vou voltar inteiro! Você sabe como eu sou né? Você sabe que eu cumpro o que prometo! – Ele insiste.

- Ta bom. Mas é melhor cumprir. Ok?

- Ta! Brigadão pai! – Ele me abraça e volta para seu quarto.

Eu desço umas escadas e abro uma sala completamente trancada. Adentro o cômodo e pego uma garrafa lá de dentro. Tranco tudo e subo as escadas novamente, e, chegando à cozinha, deixo a garrafa em cima do balcão, abro a geladeira e pego uma comida pronta. Esquento aquele prato no microondas e pego um copo. Arrumo uma pequena parte da grande mesa na sala de jantar e como aquele delicioso prato junto com o sangue que havia pegado lá em baixo.

Após terminar de comer, coloco tudo na pia e logo vou ao meu quarto. Hoje é um dos raros dias em que estou sem muita energia e preciso descansar.


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