O vento estava um pouco forte naquele dia de primavera. Se Reyna pudesse, ele continuaria assim, o clima estava fresco e agradável e ela segurava um cartão rosado em suas mãos. Mais ao longe era possível ver Jason, de costas para a garota, que estava sentada num banco da pequena praça. Ela pensou em entregar aquele papel na qual estava escrito 'De: Reyna Para: Jason' e desejar um feliz Dia dos Namorados.

Para ser sincera, a pretora se arrependeu de ter comprado aquele cartão, pois dois segundos depois ela viu o filho de Júpiter acompanhado de uma indígena extremamente bela, que a fazia ter vergonha de sua própria aparência. No geral, Reyna jamais se deixaria abater por uma coisa daquelas, mas o vendo ali ela se sentia tão frágil quanto aquele pedaço de papel.

Sem perceber, uma rajada de ar levou o cartão por poucos metros, e ela o deixou de lado, baixando a cabeça e guardando seu sofrimento para si.

Leo se abaixou e pegou aquele papel cor-de-rosa caído no chão, próximo de onde Reyna estava sentada e quieta. Admirou a caligrafia delicada dela, invejando o nome 'Jason' escrito ali. Ele se aproximou do banco e percebeu que uma lágrima corria livre pelo rosto da garota. E então ela o encarou, na sua melhor cara de poker, como se seus olhos negros não demonstrassem dor nenhuma.

Ela era, em muitos sentidos, forte. Leo gostava de pessoas fortes.

Pegou uma caneta de seu cinto, sem saber ao certo o que fazia, e riscou o nome de Reyna, substituindo pelo seu próprio e colocando o nome da pretora após riscar o de Jason. Leo se ajoelhou para poder olhá-la melhor na posição em que ela estava e, hesitante, entregou a ela o papel em que agora se lia 'De: Leo Para: Reyna'.

A garota admirou o coração desenhado no cartão. Não era muito, apenas um papel com nomes riscados e já meio sujo, mas um pequeno sorriso sincero brotou no canto de sua boca. Ela olhou os olhos fogosos dele e depositou um beijo suave no nariz de Leo.

Reyna não sabia como ela pegou tal admiração pelo garoto dos reparos. Talvez fosse o vento.