Secret escrita por Rocker


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora!

Não estava com mto mais ânimo para continuar fic jah que poucos comentam e o numero de leitores nao aumentou nem um pouco. mas pensei que seria injusto com quem realmente gostou da fic e quer uma continuação (se tiver alguém). entao eu vou continuar fic, mas com caps postados menos frequentemente. a menos, erh claro, que comentarios me convençam.



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Capítulo 9

Edmundo caminhava por entre as árvores, em direção ao vale onde ficava o castelo da Feiticeira Branca. Sentia muito frio pela falta do casaco pesado e seus pés se enterravam cada vez mais na neve gelada.

Mas ele não se importava.

Não parava de pensar no quase beijo que deu em Lena e em como aquilo o fez se sentir bem. Melhor do que já se sentira todos aqueles anos.

Nunca havia pensado muito nisso, mas agora, ao parar para analisar sua reação – o coração palpitante, as pernas bambas, o embrulho no estômago – podia dizer que achara sua cara-metade que nunca imaginara encontrar.

Em certa altura do caminho, deu uma rápida pausa, analisando se voltaria ou seguiria em frente. Pensou em Lena e em como pareceu surpresa quando ele a abraçou. Surpresa, mas não irritada. Quando se afastara dela, vira certo brilho em seu olhar e teve vontade de beijá-la de verdade.

Mas havia pensado que não seria respeitoso. Tinha que torná-la sua rainha primeiramente. Por isso, se virara e saíra correndo por entre as árvores. E foi o que fez a seguir. Voltou a caminhar em direção às duas colinas. Para onde pensava que poderia tornar-se rei. E Lena sua rainha.

~*~

Anjos, humanos e o castor corriam o mais rápido possível pelo caminho que Edmundo seguira. As irmãs anjos pensaram que não conseguiriam, pois o formigamento nos ombros já se transformava em dor pura. Mas Lena não desistiria de Edmundo. Não desistiria de consertar seu erro de não tê-lo impedido.

– Rápido! – gritou Pedro, que ajudava Hailee a subir pela colina, pois ela gastava a maioria de suas energias em suportar a dor nas cicatrizes.

Susana e Lúcia ajudavam Emma. Lúcia oferecera ajuda a Lena, mas ela recusara. Achara uma coragem e uma força que não sabia ter.

Até agora.

Saber que Edmundo corria perigo arrasava ela. Mas foi justamente a esperança de ajudá-lo que a fez encontrar forças.

Pedro parou e Susana trombou nele. Foi para lado o dele e segundos depois, todos já estavam aninhados lado a lado, no topo da colina. Um imenso e assustador castelo formado de gelo – literalmente – se estendia no vale abaixo.

– Edmundo! – Lúcia gritou, sua voz estendendo-se por todo o vale silencioso.

– Shh! – pediu o castor. – Vão ouvir você!

Pedro então, preocupado e furioso com irmão, correu, quase descendo a colina. Mas Hailee e o castor o puxaram de volta.

– NÃO! – gritou o castor.

– Me larga! – ordenou Pedro, puxando o casaco.

– Está fazendo o que ela quer!

– Não podemos deixá-lo entrar! – retrucou Susana.

– Ele é nosso irmão! – concordou Lúcia.

Lena estivera calada todo o tempo, apenas observando o castelo, para onde podia ver a silhueta de Edmundo caminhando.

– Ele é a isca! – disse o castor. – A Feiticeira quer vocês quatro! E as meninas anjos, pois sem elas, vocês não conseguem!

– Pra quê? – perguntou Pedro.

– Para impedir que a profecia se realize. Matá-los!

Fora a gota d’água para Lena. A queimação nos ombros chegou ao nível máximo. Num nível tão extremo que ela sentiu um prazer enorme quando as cicatrizes na pele se rasgaram e dali saiu asas enormes. Cada uma tinha dois metros de comprimento; penas brancas brilhavam, dando luz ao ambiente escuro.

Os outros a olharam assustados e encantados com a beleza de suas asas brancas. Mas não tiveram tempo para nenhum comentário, pois Lena, após um leve pensamento, alçou voo em direção ao castelo, o mais disfarçadamente possível com as penas brilhosas.

Ela voou até uma parte da muralha, próxima ao portão onde Edmundo desaparecera minutos antes e escondeu as asas novamente atrás de sua pele, onde as cicatrizes foram novamente formadas, e observou o grande salão.

~*~

– Isso é tudo culpa sua! – acusou Susana a Pedro, assim que viram Lena pousar próxima uma janela baixa.

– Minha culpa?! – defendeu-se Pedro.

– Pra começar, nada disso teria acontecido se tivesse me escutado!

– Ah, então você sabia que ia acontecer?!

– Eu não sabia o que ia acontecer. Nós devíamos ter saído enquanto podíamos!

– Parem! – gritou Lúcia. – Isso não vai ajudar o Edmundo!

– E nem a Lena. – murmurou Emma, jogando-se de joelhos na neve.

Hailee aproximou-se dela e se ajoelhou ao seu lado, também receosa sobre o que a caçula poderia fazer.

– Ela tem razão. – disse o castor, virando-se para Pedro. – Só Aslam pode ajudar seu irmão agora.

– Nos leve até ele. – disse Pedro, virando-se em direção ao castelo, observando o que Lena fazia.

~*~

Lena de cima da muralha, por onde via Edmundo caminhando ao longe, por entre estátuas em tamanho real. Ele não lhe parecia muito bem ao andar por ali. Eram várias as criaturas que Edmundo via. Minotauros, centauros, faunos, coelhos, raposas, pássaros. Todos petrificados em expressões de extrema agonia, defesa e coragem. Equipados como se estivessem em guerra, em posição de defesa ou ataque. Para Edmundo, as estátuas eram realistas até demais.

Edmundo pisou em um graveto e olhou pro lado, onde tinha um tigre que arregalava a boca, com as presas de fora. Edmundo pegou um graveto e se aproximou de tigre, passando a mão sobre o focinho e tirando a neve que caíra ali. Passou o graveto pelas dobras no pelo e sorriu ao ver a beleza da estátua.

Edmundo continuou andando e passou por cima de lobo. Mas não este não era estátua. Ladrou para Edmundo, que no susto, caiu no chão. O lobo foi pra cima dele, quase enfiando as garras na pele do peitoral do menino.

Lena segurou a respiração para não invadir o castelo ali mesmo para ajudá-lo. Sabia que não devia.

– Parado, estranho, ou não se moverá mais. – ganiu o lobo. – Quem é você?

– Sou Edmundo. – respondeu. – Conheci a Rainha no bosque! Ela me disse para voltar aqui. Eu sou um Filho de Adão!

Lena fechou os olhos bem apertados, arrependendo-se eternamente do momento em que teve a chance de impedi-lo de ir até ali e acabou não fazendo nada.

– Peço desculpas – disse o lobo, saindo de cima do menino –, feliz favorito da Rainha. – Edmundo sentou-se e observou o lobo indo em direção a uma porta. – Ou melhor, nem tão feliz assim.

Eles subiram grandes escadas feitas com gelo, em direção a um grande salão, onde estava o trono da Feiticeira.

Lena abriu as asas e voou até uma janela na lateral do palácio, onde conseguia ver Edmundo ao longe.

– Espere aqui. – disse o lobo.

Edmundo então olhou ao grande trono e se aproximou, olhando para os lados para verificar se não havia ninguém. Sentou-se no trono de gelo, onde havia um grande casaco de pele branco estendido sobre o assento.

– Gostou? – perguntou a Feiticeira, aparecendo ao seu lado.

Edmundo levantou-se rapidamente.

Lena queria ir até ele, mas sabia que não podia por que a Feiticeira também a queria.

– Sim... Gostei, Majestade. – afastou-se um pouco enquanto a mulher se sentava no trono.

– Eu já imaginava. – respondeu ela. – Diga-me, Edmundo... Suas irmãs são surdas?

– Não.

– Sua namoradinha e as irmãs dela...

– Não!

– E seu irmão... Ele é um débil mental?

– Bom, eu acho, mas diz...

– Então – gritou, levantando-se. Lena estava a ponto de gritar, mas apenas fechou a mão em punho e a mordeu forte, enterrando ali os dentes até que o sangue fluísse. –, como você ousa vir sozinho?!

– Eu tentei! – disse Edmundo, se afastando.

– Edmundo, eu pedi tão pouco a você.

– Eles não me escutam!

– Não conseguiu nem isso?

– Trouxe eles até metade do caminho! Estão numa casinha no dique com os castores.

Silêncio.

– Ora... – disse ela. – Eu suponho que não seja um completo inútil, não é?!

Lena não conseguiu mais ouvir. Apenas viu a Feiticeira virando-se e Edmundo se aproximando, dizendo alguma coisa. Ela disse algo ao anão, enquanto voltava a sentar no trono. O anão pegou uma faca e ameaçou Edmundo, levando-o em um corredor lateral. A Feiticeira chamou o mesmo lobo que levou o menino até ali. Segundos depois, vários lobos apareceram.

Lena sabia o que aconteceria agora – perseguição.

Ela liberou asas pelas cicatrizes nos ombros e alçou voo até onde os outros ainda a esperavam. Hailee veio correndo em sua direção e a abraçou assim que as asas de Lena retornaram para dentro da pele.

– Lena, fiquei tão preocupada!

– Ainda bem que sua preocupação ainda não acabou! – ela disse e se libertou do abraço, puxando a todos em direção de onde vieram. – Corram!

– Por quê? – perguntou Susana.

– Ela mandou os lobos atrás de nós! – respondeu.

Ouviu-se vários uivos de lobos no calar da noite.


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