Secret escrita por Rocker


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

oi lindaaas!!

mais um cap, aproveitem!!



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Capítulo 4

Lena ouviu vozes vindas de algum lugar ali e apressou-se a chegar aos outros.

– Quer dizer que eu ganhei? – perguntou Susana.

Estavam os quatro ali no corredor que cortava o corredor onde estava a sala com o guarda-roupa. Logo Emma e Hailee também chegaram.

– Tínhamos nós também, Susana. – disse Hailee.

– Verdade. – concordou ela.

– A Lúcia não quer mais brincar. – disse Pedro.

Lena estava um pouco afastada, apenas escutando e pensando. Estivera dentro daquele guarda-roupa por pelo menos dez minutos. E agora volta e o tempo continuava como se nada estivesse acontecido. Isso era um pouco estranho. Na verdade, apenas o fato de ter uma floresta ali dentro já era estranho para ela.

– Mas eu... Sumi por horas... – disse Lúcia.

Os irmãos olharam-na um pouco desconfiados. Emma e Hailee lançaram um olhar inquisidor para Lena, mas ela simplesmente deu de ombros. Não poderia dizer que também apareceu naquela floresta, pois eles diriam que ela também estava doida. Mas não podia deixar Lúcia sozinha nessa quando ela sabia que era verdade. Precisava conversar apenas com ela, sem os outros por perto.

– Venham! – disse Lúcia, puxando Edmundo e Lena, que estavam mais próximos, pelo pulso até a sala que estava o guarda-roupa. – Foi bem ali. – disse, apontando-o.

Susana, Pedro e Edmundo foram em frente, checando toda a madeira do guarda-roupa, mas encontraram apenas isso. A madeira do guarda-roupa.

Lena achou isso estranho, pois até alguns poucos minutos as árvores estavam bem ali atrás daqueles casacos. Não poderiam ter apenas sumido como num passe de mágica.

– Lúcia, a única madeira aqui é a do guarda-roupa. – disse Susana, virando-se para a irmã.

Lena, Emma e Hailee estavam mais afastadas. Novamente as duas conversavam, mas Lena prestava atenção na discussão dos quatro irmãos.

– Um jogo de cada vez, Lu. – disse Pedro docemente. – Nós não temos tanta imaginação.

Ele virou-se indo em direção à porta, sendo seguido por Susana e Edmundo mais atrás. Lena queria poder-lhe contar tudo, mas simplesmente não podia ali naquele momento – achariam que dizia apenas para ajudar Lúcia.

– Não foi minha imaginação! – insistiu Lúcia.

Os três se viraram para a mais nova e Lena pensou que eles poderiam estar começando a acreditar.

– Já chega, Lúcia. – disse Susana autoritariamente.

– Eu não mentiria sobre isso! – gritou Lúcia, ameaçando chorar.

– Eu acredito. – disse Edmundo dando um passo à frente. Lena sentiu os cantos de sua boca em ameaçarem a formar um sorriso, mas que logo foi substituído pela raiva com a frase que o menino dissera a seguir.

– Acredita? – perguntou Lúcia.

– É, claro... Não contei do campo de futebol no armário do banheiro? – perguntou cinicamente para Pedro e Susana.

Lena sentiu tanta raiva que deu um passo à frente e colocou a mão no ombro de Lúcia.

– Deixa de ser cínico, Edmundo. – disse, não conseguindo segurar.

– Ah, você quer parar com isso?! – reclamou Pedro para Edmundo. – Adora piorar as coisas, não é?!

– Foi só uma piada! – disse Edmundo.

– Quando você vai amadurecer? – perguntou Pedro tristemente.

– Cala a boca! – disse Edmundo irritado, aproximando-se tanto de Pedro que o fez recuar. – Você acha que é o papai, mas não é! – logo depois saiu bufando pela porta.

– Ajudou muito sua atitude. – disse Susana sarcasticamente e logo depois saiu.

– Mas... Eu... Eu estive mesmo lá. – disse Lúcia para Pedro.

– Susana tem razão, Lúcia. – respondeu o loiro. – Agora já chega.

E saiu. Emma e Hailee foram logo atrás. Lena imaginou que seria a hora certa para dizer a Lúcia.

– Lúcia... – começou Lena, virando-se para ela. – Eu acredito em você.

– O quê?! – perguntou Lúcia, assustada.

– Sim, eu acredito... Eu estive naquela floresta cheia de neve. E ouvi você conversando com alguém... Um homem...

Os olhos de Lúcia começaram a brilhar e ela abraçou Lena fortemente.

– Obrigada, Lena, obrigada! – disse.

– Calma, calma! – disse Lena, mas a abraçou também.

– Temos que ir contar aos meus irmãos! – disse ela, se afastando e puxando o pulso de Lena.

Mas Lena era mais forte de a puxou de volta.

– Lúcia, não podemos simplesmente ir lá e dizer que eu fui até Nárnia!

– Mas... Por que não? – perguntou tristemente.

– Acharão que eu só disse isso para apoiá-la. E me dirão que sou doida...

Lúcia abaixou a cabeça, sabendo que é verdade. Virou-se em direção à porta do guarda roupa e o fechou, melancolicamente.

– Vamos, Lúcia. Melhor irmos. – disse Lena, passando a mão pelos ombros da mais nova e andando as duas lado a lado.

~*~

Edmundo levantara-se para ir ao banheiro. Saiu da cama silenciosamente para não acordar o irmão. Pensara em ir até o quarto de Lena ver se ela estava acordada, mas isso soaria meio estranho.

É claro que soaria estranho!, pensou. O que ela pensaria se eu aparecesse no quarto dela em plena madrugada, apenas para perguntar se está acordada?!

Começou a andar pelos corredores e se assustou ao ver Lúcia acordada, seguindo pelos corredores com uma vela. Pensou em pregar-lhe uma peça, então andou atrás dela silenciosamente.

Eles andaram até a sala vazia onde havia o guarda-roupa.

Edmundo viu Lúcia desaparecendo ali e olhou rapidamente para trás, procurando uma resposta sobre o que fazer. Resolveu por segui-la.

– Lúcia... Tem medo do escuro? – perguntou cinicamente.

Não houve resposta.

Ele começou a entrar mais fundo no guarda-roupa e viu galhos ali. Quando se virou para olhar os casacos, tropeçou em alguma coisa e caiu na de costas na neve.

Neve?!

Olhou em volta, constatando que estava realmente em uma floresta cheia de neve, e levantou-se apressadamente.

– Lúcia. – chamou, olhando em volta e procurando por sinais da irmã. – Cadê você? Lúcia. – continuou chamando. – Acredito em você agora. – disse, caminhando para frente.

Viu-se de repente em frente a um lampião antigo, que tinha a vela acesa mesmo em todo aquele frio. Rondou em volta dele, apreciando aquela raridade em meio às árvores.

Continuou andando, à procura da irmã; as pantufas agarrando na neve fofa.

– Lúcia? – gritou, esperando que a irmã estivesse perto o suficiente para ouvi-lo.

Andou mais um pouco, mas então ouviu um barulho de carruagem vindo detrás de si. E viu cavalos brancos puxando uma carruagem também branca. Desviou-se do caminho, mas os cavalos acabaram derrubando-o. A carruagem parou um pouco à frente e dali saiu dali uma criatura pequena. Um anão.

Edmundo tentou correr, mas ele atirou uma espécie de chicote, que se enrolou em seu tornozelo e o fez cair novamente. Ele pulou em cima de Edmundo e colocou uma faca em seu pescoço.

– Me deixe em paz! – gritou Edmundo, fechando os olhos e virando o rosto.

– O que foi agora? – perguntou a mulher que estava na carruagem.

– Mande ele me largar! Eu não fiz nada de errado! – disse Edmundo.

– Como ousa se dirigir à Rainha de Nárnia?! – perguntou o anão em uma voz estridente.

– Eu não sabia! – respondeu Edmundo.

– Vai aprender a reconhecer a partir de agora! – exclamou o anão, levantando a faca, pronto para cortar a garganta de Edmundo.

– Espere! – gritou a mulher, impedindo-o.

Eles olharam em direção à carruagem. A mulher desceu. Tinha cabelos loiros e crespos, presos na parte de trás da cabeça. Era pálida e vestia um vestido azul claro, com um pesado casaco branco. Estava com um grande bastão de cristal na mão.

O anão deu espaço para Edmundo se sentar.

– Qual é o seu nome... Filho de Adão? – perguntou a mulher.

– Edmundo. – respondeu, levantando-se.

– E como, Edmundo, conseguiu entrar em meus domínios?

– Eu... Eu não sei bem. – ele respondeu, olhando rapidamente para o anão ao seu lado. – Eu... Estava seguindo minha irmã.

– Sua irmã? – perguntou a mulher. – Quantos vocês são?

– Quatro. – respondeu. – A Lúcia é a única que já esteve aqui. – e então se lembrou de Lena e as irmãs. – Mas tenho outras três amigas.

– Interessante... – disse a mulher. – E o que sua irmã encontrou aqui?

– Disse que conheceu um fauno chamado – abaixou o olhar, tentando se lembrar – Tumnus. Pedro e Susana não acreditaram nela e eu também não. Nem Hailee e Emma. Acho que Lena foi a única que sim. – abaixou a cabeça, sentindo-se envergonhado ao se lembrar da menina que mexeu com ele.

– Edmundo, parece com frio. Sente-se comigo.

A mulher sentou na carruagem e ele se sentou ao seu lado. Ela o envolveu junto consigo no grande casaco de pele branca.

– Agora... – disse a mulher. – Que tal uma bebida quente?

– Sim, por favor... Majestade.

Ela pegou um pequeno frasquinho e despejou uma gota do líquido na neve, de onde foi crescendo uma taça prateada, com um líquido fumegante dentro. O anão se abaixou, pegando a taça e entregou à mulher, que repassou a Edmundo.

– Como você fez isso? – perguntou Edmundo.

– Posso fazer tudo que quiser.

– Posso ficar mais alto? – perguntou Edmundo, esperançoso.

– Tudo que quiser comer. – corrigiu ela, dando uma risadinha.

– Manjar Turco?

Ela voltou a derramar uma gota na neve. Logo, uma cesta de Manjar Turco estava no chão. O anão pegou e entregou-o a Edmundo, que rapidamente abriu a tampa e começou a comer, lembrando-se da fome que sentia. O anão pegou a taça e o tacou na árvore atrás de si. Assim que tocou na madeira, a taça virou neve outra vez.

– Edmundo? – chamou a mulher. – Eu gostaria muito de conhecer o resto da sua família. E suas amigas é claro.

– Por quê? – perguntou, não querendo admitir inveja. – Eles não têm nada de especial. – ele sabia que era mentira. Apenas uma ele tinha certeza de ser especial.

– Ah, eu sei que não são tão agradáveis como você. – disse ela, pegando a touca do anão e limpando a boca de Edmundo, que se sujou com o Manjar Turco que comia. – Mas sabe, Edmundo, não tenho filhos meus. E você é o tipo de garoto que eu posso ver um dia virando Príncipe de Nárnia. Quem sabe até rei.

– Jura?

– Teria de trazer sua família.

– Então... Pedro também seria rei?

– Não! Não, não. Mas um rei precisa de servos...

– Não quero que Lena seja minha serva! – disse.

– Então sua rainha! O que acha?

Edmundo pensou por um segundo.

– Bem... Acho que posso trazê-los.

A mulher tirou a cesta de Manjar Turco das mãos de Edmundo e o entregou para o anão. Virou-se para Edmundo e apontou para um ponto à sua frente.

– Além do bosque, aquelas duas colinas? – perguntou. – Minha casa fica bem entre elas. Você ia adorar, Edmundo. Ela tem muitos quartos abarrotados de Manjar Turco.

Edmundo levantou.

– Não posso comer mais um pouco?

– Não! Não quero estragar o apetite. Além disso, vamos nos rever em breve, não vamos?

– Tomara que sim... – disse Edmundo, descendo da carruagem. – Majestade.

– Até lá, querido. Vou sentir saudade.

E então o anão avançou com a carruagem para longe, deixando Edmundo ali sozinho novamente, pensando em como seria ser rei, com seus irmãos sendo servos e Lena sua rainha. Essa parte de ela sendo sua rainha não lhe parecia muito ruim.

– Edmundo? – ele ouviu alguém chamando-o.

Viu sua irmã mais nova saindo de entre as árvores.

– Ah, Edmundo! Você entrou aqui também! – ela veio correndo e o abraçou. – Não é formidável?

Edmundo a afastou.

– Onde você esteve?

– Com o Sr. Tumnus. Ele está bem. A Feiticeira Branca ainda não sabe que ele me conhece.

– A Feiticeira Branca? – perguntou Edmundo, desconfiado.

– Ela diz que é Rainha de Nárnia, mas não é não. Tudo bem com você? Parece péssimo.

– Ora, o que você queria? Poxa, está um gelo. Como nós saímos daqui?

– Vamos. – ela disse, segurando sua mão e o puxando por entre as árvores. – Por aqui.


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Notas finais do capítulo

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