Secret escrita por Rocker


Capítulo 37
Capítulo 36




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Secret II

Capítulo 6

– LENA! - Edmundo gritou, vendo a garota despencar pelo desfiladeiro e voar para longe. - LENA!

Emma e Hailee liberaram as asas, prontas para seguir e procurar pela irmã, mas Susana as impediu.

– É melhor deixá-la, ela deve ter muito o que pensar.

– Muito o que pensar?! - perguntou Emma, desviando da mão de Susana. - Era sobre isso que Lena vivia reclamando com a gente! O modo como ela sempre fez de tudo para proteger Edmundo e Lúcia e como nem um pingo de reconhecimento ela recebia!

– O que quer dizer? - perguntou Edmundo.

– Você não tem ideia - respondeu Hailee, retraindo as asas, mas não sua expressão furiosa. - do quanto tivemos que sacrificar para continuar essa responsabilidade de proteger vocês. O quanto tivemos que mudar e quantas milhares de vezes salvamos a vida de vocês. Poxa, Lena quase morreu nas mãos de Ethan! Isso tudo pra proteger vocês!

– Não é bem assim... - disse Lúcia, meio manhosa e percebendo o grande erro que cometera.

– É bem assim, sim! - disse Emma. - Lena foi a que mais sofreu com tudo isso. Porque não tinha só um protegido, ela tinha os dois!

Ela não olhou para trás, enquanto descia as escadas de terra e pedra do desfiladeiro, esperando que os outros a seguissem. Emma podia ser considerada a mais doida entre as irmãs, mas sabia o quanto a caçula sofria e queria ajudá-la, mas não podia. Porque Susana ainda estava ali.

– Melhor irmos. - disse Hailee, com a voz friamente neutra, seguindo a irmã. - Mas que fique claro que eu só não vou atrás de Lena porque sou obrigada a permanecer aqui.

~*~

Minutos depois estavam todos descendo por aquele caminho, se segurando sempre que podiam em qualquer coisa que os deixassem com equilíbrio. Lúcia não conseguia parar de se sentir vitoriosa, apesar de melancólica por Lena não estar ali por culpa dela. Eles iam conseguir atravessar o desfiladeiro. Eles acharam um meio de atravessar o desfiladeiro. Emma e Hailee andaram à frente do grupo, testando os lugares onde se deveriam pisar. Pedro ia com NCA, conversando sobre as melhores rotas para se chegar à Mesa de Pedra. Edmundo andava com Susana.

– Será que Lúcia foi dura demais? - perguntou o moreno.

– Eu não sei. - respondeu ela. - Mas você tem que pensar no que você dirá quando a encontrar. Eu tinha te avisado que Lena estava muito sobrecarregada, eu disse que era para você conversar com ela sobre isso.

– Eu sei, mas... - Edmundo ia dizendo, mas Susana o interrompeu.

– Mas nada, Ed. Lena é nova demais para segurar toda essa responsabilidade. - Susana disse de maneira firme. - Ela não é só sua namorada, ela é sua guardiã e de Lúcia também. Deveriam ser mais compreensíveis e não se meterem em tantas confusões como andaram nos últimos dias.

– E como você faz com Emma?

– Eu combinei com ela de me manter responsável e sempre próxima a ela. Isso facilita muito. Mas com vocês talvez não resolva muito porque Lena corre contra o tempo para proteger tanto você quanto a Lu.

Edmundo suspirou pesarosamente.

– Não sabia que ela ficava tão sobrecarregada. Daremos um jeito nisso quando nos encontrarmos.

Susana abriu um sorriso triste. - Isso se você conseguir com que ela o escute. Lena é muito cabeça dura.

~*~

Lena ainda permanecia acordada, recostada sobre o tronco de uma árvore e sentada em um galho há três metros do chão. Não conseguia dormir, imaginando onde eles estariam naquele momento.

– Ainda acordada? - ouviu uma voz firme logo abaixo de si e soube que era Caspian.

Nas poucas horas em que conviveram depois de retornarem ao acampamento do exército, eles acabaram se tornando amigos. Não tanto quanto Lena era dos Pevensie, depois de viver quinze anos com eles, mas ainda assim era uma amizade considerável. E Caspian conseguia entender as inseguranças dela.

– Não sou acostumada a dormir muito. - disse Lena, enquanto sentia que ele escalava a árvore e sentava ao seu lado. - Não quando tenho dois reis para proteger.

– Eu nunca acreditei que todas essas histórias antigas fossem realmente reais. - disse Caspian, observando o sol despontando lentamente ali no alto. - Pensei que fossem realmente só histórias.

Lena riu. - Não, são reais sim.

– Inclusive a história do Príncipe da Calormânia obrigá-la a se casar com ele? - Caspian perguntou e Lena podia ver a expectativa em seu tom de voz. - Mas a anja Emma o enganou, quase casando em seu lugar? E depois você quase morre no lugar do Rei Edmundo?

Lena gargalhou com vontade. Então as histórias de mil e trezentos anos antes não sofrem deformações!

– É, isso mesmo...

– Mas como vocês abandonaram Nárnia?! - ele quis saber e Lena, para sua própria surpresa, não ficou desconfortável em entrar nesse assunto.

– Não abandonamos. Mas não somos daqui, não poderíamos ficar pra sempre. Estávamos caçando quando chegamos ao lampião e quando fomos olhar em volta, acabamos voltando para nossa terra.

– Então não foi escolha suas?

– Não. - respondeu ela, sorrindo tristemente com suas lembranças. - Tentamos voltar, mas não conseguimos. Sabíamos que voltaríamos, mas não pelo modo que viemos da primeira vez.

– Isso é...

– Triste, melancólico, doloroso...? - Lena irozinou e conseguiu arrancar um sorriso de Caspian.

– Não, é revoltante!

– Isso também serve! - eles riram. Lena olhou para o horizonte, vendo que o sol já surgira. - Melhor voltarmos a andar, já amanheceu.

– Tudo bem. - concordou Caspian e ele olhou para o chão, que estava a há três metros de distância. - Ahn... Uma ajuda...?

Lena riu, mas abriu asas e levou Caspian pelos braços até o chão e as retraiu quando sentiu a grama em seus pés.

– Uau, até que eu consegui te carregar! - ela disse sorrindo.

– Me chamando de gordo?! - Caspian brincou, enquanto andavam de volta para junto dos narnianos.

– Não! - Lena se apressou a dizer, mas relaxou quando viu o sorriso nos lábios do príncipe. - Quis dizer que foi extremamente fácil te carregar e eu poderia ser útil assim num ataque.

Caspian suspirou, já sabendo onde isso iria dar.

– Lena, você não é inútil...

– Não é o que eles disseram. - ela fechou a expressão e Caspian sabia muito bem o que ela queria dizer.

– Mas você não é! - Caspian se colocou de frente a Lena, fazendo-a olhar bem em seus olhos e tentando de todo modo fazê-la entender seu importante papel em tudo. - E devia saber disso. Pelas histórias, se não fosse seu poder de cura, Edmundo estaria morto. Se não fosse por você teoricamente aceitar se casar com o príncipe Vinner, Nárnia estaria destruída há muito mais de mil anos.

– Tudo bem! - Lena deu-se por vencida. - Não sou inútil, mas isso você tem que convencer a eles!

– E eu vou convencê-los. - Caspian disse convicto, sorrindo. - Assim que os encontrarmos.

Lena sorriu agradecida, mas então reparou que de repente o olhar do moreno estava focado em algum ponto atrás de si. E então, sem qualquer explicação, Caspian correu de volta. Lena, depois de um momento de atordoamento, correu atrás dele, tentando superar alguns narnianos que também corriam para ver o que acontecera com seu comandante. Até que Lena vê uma cena nem um pouco esperada. Caspian estava lutando com espadas. Contra Pedro Pevensie.

Caspian tentou bater por baixo, mas Pedro defendeu novamente. Rapidamente, Pedro bateu no rosto do moreno com o cotovelo e, com a distração do mesmo, levantou a espada para cima, mas quando ia atacar, Caspian se defendeu com a espada novamente. As espadas se encontraram mais uma vez em cima e o loiro focou a espada de Caspian jogando-a para longe. Pedro girou a espada por cima da cabeça tentando atacá-lo duas vezes seguidas. Na segunda, o moreno se abaixou e a espada se cravou em um tronco. Caspian se levantou e empurrou Pedro para trás. Voltou-se para a espada, tentando retirá-la enquanto o loiro pegava uma pedra maior que sua mão pelo chão. Pedro se levantou e com a pedra na mão, pronta para bater na cabeça do moreno.

Mas nesse exato momento, Lena acordou de seu atordoamento.

– Pedro, Caspian, já chega! - ela gritou, passando à frente dos narnianos que assistiam e se colocou ao lado de Caspian.

– Lena, mas o que...? - perguntou Pedro incrédulo e olhando mais atentamente para o rosto do moreno. - Príncipe Caspian?

– Sim, mas quem são vocês? - ele perguntou.

– Caspian, esse é Pedro. O Rei Pedro. - apresentou Lena.

E então surgiram o resto de seu antigo grupo. NCA, Susana, Lúcia, Emma, Hailee e por fim Edmundo, que lhe olhava embasbacado e pesaroso. Mas isso Lena preferiu ignorar no momento. Não era hora de conversar sobre isso. Caspian observou cada um deles, reconhecendo todos os atributos que Lena lhe havia descrito. Olhou-a rapidamente, esperando uma confirmação.

– Grande Rei Pedro. - Caspian disse, após um aceno afirmativo de Lena e uma olhada nas inscrições no punho da espada que segurava.

– Eu creio que nos chamou. - disse Pedro

– Chamei mas... Pensei que ao menos você fosse mais velho. - ele disse sem arrogância na voz, estava realmente surpreso, mas o loiro achou que fosse outra coisa.

– Se preferir, podemos voltar daqui a alguns anos...

– Não! - Caspian disse rapidamente. - É que... Não são bem o que eu esperava... - ele disse olhando para cada um e chegou a voltar seu olhar para a morena de vestido roxo, olhos claros e lábios carnudos.

– E nem vocês. - admitiu Edmundo, sem desviar os olhos de Lena, ainda ao lado do príncipe.

Ele olhou de relance para o minotauro, receoso. Pelo o que se lembrava, minotauros, assim como lobos, gigantes e anões, trabalhavam para a Feiticeira Branca alguns séculos atrás.

– O inimigo comum une até os inimigos mais antigos. - disse um texugo.

N.C.A cravou sua espada no chão. Conhecia muito bem o texugo e chegava a ficar cansado de suas frases de efeito.

– Aguardávamos ansiosamente seu retorno soberano. - disse um rato em pé, grande demais para ser um rato. - Nossos corações e espadas estão ao seu dispor. - ele disse fazendo uma reverência. O loiro sorriu com as palavras e respeito do rato.

– Olha só, ele é tão fofinho! - sussurrou Lúcia para Susana e Hailee, que estavam mais próximas.

– Quem disse isso?! - perguntou o rato subitamente, com a espada em punho.

– Desculpe. - disse Lúcia envergonhada.

– Oh... Majestade! - o rato disse abaixando a espada e fazendo uma reverência. - Com todo o respeito, eu acredito que gloriante, garboso ou galante sejam adjetivos melhores para um cavaleiro de Nárnia. - ele disse e guardou sua espada.

– Bom, pelo menos alguns sabem como empunhar uma espada. - disse Pedro.

– Certamente. - o rato disse e o moreno fez uma careta com as palavras do rei que sabia que foram indiretas. - E há algum tempo consegui juntar algumas armas para o seu exército senhor.

– Ótimo. - ele se virou para o príncipe. - Porque precisaremos de todas as armas possíveis.

– Então, é provável que queira a sua de volta. - Caspian disse devolvendo a espada para o loiro.

Pedro pegou sua espada de volta. Revirou os olhos e virou-se para ir a frente de todos. Afinal, ele era o Grande Rei Pedro, o Magnífico.


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