Secret escrita por Rocker


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Alguns comentários ficaram sem responder, mas é pq meu pc deu bug e n ta mandando a resposta :/ Mas eu li cada comentário!! ^^ Capítulo meio chatinho, sem muita animação, mas farei o melhor para ter mais nos próximos! ;)



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Secret II

Capítulo 2

Edmundo ainda observava tudo aquilo com grande tristeza. Seu lar estava destruído.

– Edmundo. - chamou Lena, após aterrissar atrás do moreno.

Ele voltou-se para a menina, que observava grandes pedras caídas ali no meio do mármore. A menina ajoelhou-se e passou a mão sobre o rochedo, analisando a aspereza. O menino se ajoelhou ao seu lado e fez o mesmo.

– Você sabe o que é isso. - disse Lena, olhando-o sugestivamente.

Ambos já viram muito sobre isso, tanto nas guerras que participaram em Nárnia, quanto nas aulas de Artes Bélicas que tinham no internato de Londres.

– Catapultas. - disse ele, chamando a atenção dos outros.

– O quê? - perguntou Pedro.

– Não foi uma tragédia natural. Cair Paravel foi atacada.

Edmundo se levantou e estendeu a mão para ajudar Lena. Pedro passou à frente, indo em direção ao que parecia a única parede intacta. Edmundo foi atrás, ajudando o irmão a empurrar uma grande porta de mármore, que era uma passagem secreta. Atrás, havia uma porta de madeira cheia de teias de aranha e parecendo um pouco podre.

– Como abrir? - perguntou Hailee.

– Droga! - amaldiçoou Pedro. - Precisávamos da chave!

Lena foi em frente, querendo fazer algo de útil além de apenas observar. Analisou um pouco a porta, tocando na madeira para saber onde ela estava mais cedida.

– O que ela está fazendo? - murmurou Lúcia a Edmundo.

– Lena será Lena, Lúcia. - respondeu Emma.

Lena sorriu, batendo o punho de leve no centro da porta e percebendo que ali estava oco. Virou o braço direito e o encolheu. Andou um passo atrás e atirou o cotovelo contra a porta, abrindo ali um grande vão. Sentiu o cotovelo doendo levemente, mas não se importou. Já estava com um corte na testa, outro no braço não faria diferença. Colocou o braço por dentro do vão e achou a fechadura, girando-a e abrindo a porta com facilidade.

– Uau! - exclamou Susana.

Pedro pegou uma faca que estava em seu bolso e cortou um pedaço de tecido branco do uniforme, deixando todos ali um pouco confusos. Pegou um pedaço de madeira que estava no chão e enrolou o pano branco ali na ponta.

– Por acaso... Tem fósforos aí? - perguntou a Edmundo, que estava com uma bolsa pendurada nos ombros.

– Não, mas... - disse ele, abrindo a bolsa e pegando uma lanterna. - será que serve? - ofereceu-a a Pedro, com um ar vitorioso e brincalhão.

– Podia ter me falado um pouco antes, não acha?! - disse Pedro, enquanto as meninas riam. Jogou o graveto com o pano para longe.

Eles desceram as escadas iluminadas apenas pela lanterna de Edmundo.Ali embaixo podiam-se ver algumas poucas ruínas, mas não tanto quanto do lado de fora. Lena ficou pasmada com sete estátuas que havia ali, cada uma com um baú à sua frente. De certo modo, pareciam-lhe familiar. Principalmente as três mais afastadas, com asas crescendo dos ombros. Eram eles, mais velhos.

– Não acredito nisso. - exclamou Pedro. - Ainda está tudo aqui.

Cada um foi para frente de seu baú e abriram as tampas, procurando por armas e vestimentas.

– Será que ainda cabem? - perguntou Hailee, pegando um vestido longo e dourado.

– Talvez apenas alguns. - respondeu Emma, com um vestido rosa em mãos.

– Eu era tão alta. - disse Lúcia, pegando um lindo vestido amarelo e o colocando à frente do corpo.

– Não. É que você era mais velha. - disse Susana, pegando seu arco e flecha.

– Ao contrario de centenas de anos depois... Quando é mais jovem. - disse Edmundo, colocando um elmo na cabeça que lhe parecia muito grande.

Pedro assoprou o que parecia ser um escudo de ouro, com a cabeça de um grande leão.

– O que foi? - perguntou Lúcia, enquanto via Susana remexendo incansavelmente em seu baú.

– Minha trompa. Devo ter deixado na sela no dia em que voltamos. - disse, remexendo na memória aquele dia.

Pedro parou em frente à sua estátua e a analisou, lembrando-se do tempo de glória. Abriu seu baú e pegou sua espada. Desembainhou-a e analisou as escrituras da profecia que ali estava.

– “Nos dentes de Aslam, o inverno morrerá.” - citou.

– “Em sua juba, a primavera voltará”. - citou Lúcia, tristemente. - Os nossos amigos... O Sr. Tumnus e os Castores... Todos se foram.

– É hora de saber o que aconteceu. - disse Pedro com convicção.

Lúcia assentiu.

– Acho que os cavalheiros podiam deixar que nós trocássemos de roupa. - disse Emma.

– Está bem, estressadinha. - disse Edmundo, enquanto Pedro já ia para fora depois de um beijo na bochecha de Hailee.

Edmundo foi até Lena, que segurava um vestido preto, com a capa dourada, e deu-lhe um selinho antes de seguir o irmão.

– Vocês estão deixando meus irmãos muito mal acostumados. - disse Susana, fazendo as garotas rirem.

– Ora, não temos culpa disso! - defendeu-se Hailee.

– Eles que são frouxos. - resmungou Emma, fechando o ziper do vestido rosa que pegara.

– Olha que eles podem ouvir! - repreendeu Lúcia em um tom brincalhão.

~*~

– Edmundo! Uma luz ia ajudar aqui, não acha?! - pediu Susana retoricamente.

Edmundo, que esperava no alto das escadarias, levou um susto ao ouvir a voz da irmã, pois estava pensando em Lena, como sempre. Quase deixou a lanterna cair, mas a segurou rapidamente e mirou a luz nos degraus para que elas pudessem saber onde pisavam. Viu os pés da primeira que subia e ofereceu-lhe a mão como ajuda. Logo após Susana, Lúcia, Emma e Hailee saírem, Edmundo estendeu a mão para Lena, preparando-se para a reação exagerada que seu coração tinha todas as vezes que a via. Edmundo arregalou os olhos ao ver o vestido que Lena usava. Era de seda preta, sem mangas, com uma faixa dourada abaixo dos bustos, que realçava sua cintura fina. A capa cinza caía-lhe nas costas. Os cabelos castanhos presos em uma trança lateral e os olhos castanho-esverdeados brilhavam.

– Cuidado para não babar. - disse Pedro, fazendo Edmundo corar. Edmundo ainda se sentia aquele garotinho de quatorze anos todas as vezes que via Lena.

– Cale a boca. - resmungou Edmundo, mas logo sorriu quando Lena riu eu deu-lhe um beijo na bochecha.

– Eddie, você fica muito fofo quando está corado! - caçoou Lena. - Me faz lembrar da nossa primeira vez aqui.

– Muito engraçado! - ele resmungou, mas mesmo assim puxou a garota pela cintura e a abraçou forte.

– E agora? - perguntou Lúcia.

– Acho que devemos procurar quem nos chamou por aqui. - sugeriu Emma.

– Mas como saber quem nos chamou? - perguntou.

– Acho que teremos que procurar. - disse Hailee. - Mas por onde começamos?

– Acho que temos que procurar a Mesa de Pedra. - disse Pedro.

~*~

Dois telmarinos navegavam em um bote sobre as águas límpidas do riacho que havia perto das ruínas de Cair Paravel. Estavam totalmente desconfortáveis, pois conheciam muito bem as histórias daquele lado de Nárnia. Diziam que fantasmas de antigos narnianos apareciam ali e sequestravam e matavam os telmarinos que se aventuravam por aquelas terras. Nas florestas fechadas e apertadas que muitos anos atrás eram somente campos e praias para se pode passear ou fazer um piquenique – ali viviam fantasmas de narnianos, prontos para vingança. O soldado que remava, quase não tinha consciência deste ato, pois prestava atenção no anão amarrado ao seu lado e suas mãos faziam o trabalho automaticamente.

– Ele não para de encarar. – disse ele, olhando para o anão acorrentado e boca amarrada fortemente com um pano. Tinha um duro e até mesmo assustador, principalmente com as pequenas manchas de sangue na pele áspera.

– Então não olhe. - disse o outro, que estava armado com uma besta carregada e era encarregado de vigiar tudo à volta.

Após algum tempo de silêncio, o soldado que remava parou o bote e disse.

– Aqui já está bem longe.

Os dois soldados soltaram o que tinham em mãos e se puseram de pé no bote, pegando o anão pelos pés e braços. Quando estavam prestes a jogá-lo na água, uma flecha atingiu a madeira do bote com grande força. Olharam para a praia e viram cinco pessoas – dois meninos e três meninas. A menina mais alta estava com um arco e flecha em mãos, pronta para atirar.

– Larguem ele! - gritou Susana.

Os soldados se entreolharam assustados e soltaram o anão na água. Um dos soldados pegou a besta e preparou-se para atirar, mas não teve tempo. Susana atirou uma flecha, que o acertou no peito e ele acabou caindo na água.

O outro soldado o seguiu e fugiram desesperados para a floresta, acreditando que os mitos de fantasmas fossem reais. Pedro e Edmundo mergulharam na água e voltaram rapidamente – Pedro trazia o anão e Edmundo trazia o bote, que poderia ser necessário a eles. Aproximaram-se do anão e Lúcia se ajoelhou com o punhal em mãos e cortou as amarras do anão. Ele se virou, tirando o pano que lhe prendia a boca e cuspiu uma quantidade considerável de água. Ele se levantou, com uma expressão desagradável e jogou as amarras no chão, com raiva.

– “Larguem ele!” - caçoou para Susana. - Foi o melhor que pôde pensar em dizer?!

– Um simples “obrigado” já seria o bastante! - disse Susana sarcasticamente.

– Estavam me afogando muito bem sem sua ajuda. - disso o anão.

– Que anãozinho mais mal-humorado. - murmurou Lena para Edmundo, que se esforçou para não rir.

– Devíamos ter deixado. - disse Pedro.

– Por que eles queriam matar você? - perguntou Lúcia.

– São telmarinos. É o que eles fazem. - respondeu o anão rudemente.

– Telmarinos? - perguntou Edmundo, espantado. - Em Nárnia?

– Onde estiveram nos últimos cem anos?

– Isso é uma história meio longa. - disse Lúcia.

O anão abaixou um pouco a cabeça, mas não deixou de ver a espada que ia para a mão daquele que falou. Arregalou os olhos e deixou a boca pender em um pouco entreaberta pela surpresa. A espada tinha o cabo de ouro com a cabeça de um leão.

– Só pode ser brincadeira. - ele murmurou. - São vocês? Os Reis e Rainhas do passado?

Pedro se adiantou com a mão estendida e a voz um tanto orgulhosa.

– Sou o Grande Rei Pedro, O Magnífico.

– Podia ter omitido a última parte. - disse Susana causando risos para todos, mas o anão não riu.

– Sim, podia. - o anão concordou. Ele então olhou bem para Lena, Emma e Hailee, mais afastadas e ignoradas pelos outros. - Quem seriam elas?!

Lúcia seguiu seu olhar. - A profecia dizia sobre três anjas protetoras. São elas, as Filhas do Céu.

– As anjas esposas dos Reis Antigos?! - o anão ainda parecia descrente.

– Elas mesmas. - disse Edmundo, sorrindo para Lena.

– Ainda não acredita, não é?! - perguntou Pedro, chamando-lhe a atenção.

O anão parou e se virou, ainda desconfiado.

– E por que deveria?

– Você pode se surpreender. - disse Pedro, desembainhando a espada.

– Ah, é melhor não fazer isso rapaz. - disse o anão.

– Eu não. Ele. - Pedro apontou para o irmão.

Pedro emprestou sua espada para o anão e Edmundo retirou a sua e a segurou com as duas mãos. As anjas se aproximaram dos reis e Lena se colocou a postos, se preparando para qualquer coisa que lhe acontecesse a Edmundo. O anão engoliu em seco e segurou a espada com receio, o peso da arma a fez cair ao chão e as costas do anão se encurvarem. Pedro deu dois passos para trás e Edmundo olhou divertido para o irmão. O anão abaixou a cabeça, como se estivesse com medo ou nervoso, mas do contrário, levantou a espada com total facilidade e as lâminas se chocaram fazendo um barulho agudo.

O anão atacou com a espada em horizontal, mas o moreno se abaixou a tempo. Mas o anão fora mais rápido e batera em seu rosto com o cabo da espada.

– Você está bem? - perguntou o anão irônico enquanto Edmundo se recompunha.

O anão atacou novamente em horizontal, mas o moreno desviou e bateu nas costas do anão com a lâmina, mas sem machucá-lo muito. O anão quase caiu para frente, mas conseguiu se segurar. Edmundo já estava pronto para o próximo ato, olhou para os irmãos e para as anjas e sorriu de leve para demonstrar que estava bem. Lúcia riu baixinho, mas aliviada ao ver que o irmão estava bem e ver o anão um pouco desajeitado. O anão voltou a atacar por cima e o moreno defendeu-se, empurrando a lâmina do anão para trás e fazendo com a sua um arco por cima de sua cabeça.

Logo o anão atacou por baixo, mas Edmundo pulou na hora certa. Rapidamente, o anão tentou atacar por cima, mas foi inútil. Tentou por baixo, mas Edmundo era muito rápido. Ele fez com que as duas lâminas se enroscassem por alguns segundos e isso distraiu um pouco o anão. As espadas começaram a se chocar cada vez mais e com mais frequência. Com um último golpe certeiro, a espada do anão caiu para longe de seu alcance e agora ele estava indefeso aos pés do Rei Edmundo, o Justo. O anão caiu de joelhos, descrente.

– Com trinta diabos! - exclamou ele, olhando para todos com os pequenos olhos arregalados. - Não é que a trompa funciona mesmo?!

– Que trompa? - perguntou Susana, enquanto Edmundo abaixava a espada.


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