Secret escrita por Rocker


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bem... Estou um pouco decepcionada. Vocês não comentam, favoritam, recomendam. Isso é desanimador, sabia?! Tenho muitos leitores, mas são poucos os que comentam e isso me entristece. Esse capítulo já estava pronto há mais de mês, só não o postei ainda pois esperava que surgissem comentários, mas acabei me enganando. Eu sei que tinha estabelecido um tempo para as postagens, mas se não houver pelo menos dez comentários - não é nem metade dos leitores -, não vou me desgastar para postar o próximo capítulo rapidamente. Tenho projeto para duas outras fanfics, que no momento estão chamando mais a atenção, então não sei quando vem o próximo. E isso serve para quem acompanha minhas outras fanfics de Nárnia também.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/332188/chapter/12

Capítulo 12

Lena e os outros acordaram cedo para partir em direção ao acampamento de Aslam. Não conversaram muito no caminho, cada um emerso nos próprios pensamentos. A mente de Lena viajava constantemente para o sonho que tivera e o que aquilo poderia significar. Podia ser uma visão do que aconteceria, ou apenas uma forma de se comunicar com os protegidos.

Lena não sabia.

Estava tão concentrada nos pensamentos que nem percebeu as paisagens maravilhosas à sua volta. Só percebeu que fizeram uma pausa quando trombou em Hailee. Olhou em volta e viu que estavam por cima de um rochedo. Olhavam todos para a direita e ela se virou para olhar também, encontrando um brilho do sol no horizonte, iluminando picos ao longe, às margens de um grande rio congelado.

Havia uma cachoeira ali e com muito custo, Lena percebeu que as águas também estavam congeladas. Ele parecia tímido atrás de nuvens de inverno.

– Tem um rio congelado ali ao longe, conseguem ver? – perguntou baixinho às irmãs.

– Sim, eu consigo. – disse Emma, cerrando os olhos, onde as pupilas e íris pareceram fendas na horizontal.

– Acho que os outros não conseguem ver... – sussurrou Hailee, apontando para Pedro.

– O acampamento de Aslam é perto da Mesa de Pedra... – disse o castor – do outro lado do rio congelado.

– Rio? – perguntou Pedro.

– Não coneguem ver?! – perguntou Hailee, assustada.

– Não! – respondeu Susana, olhando-a como se estivesse doida.

– Nós conseguimos... – disse Emma, um pouco confusa.

– Consegui ver perfeitamente o rio congelado com a cachoeira. – disse Lena, apontando para ele.

Lúcia, Pedro e Susana apertaram os olhos para tentar enxergar, mas segundos depois balançaram as cabeças, desistindo.

– Não consigo ver nada.

– Anjos têm sentido apurado para protegê-los. – disse o castor.

– E o que mais podemos fazer?! Comunicar-nos com os protegidos por sonhos?! – perguntou Lena ironicamente. Mas ela realmente queria saber, então agarrou a oportunidade perfeita de questionar.

– Isso mesmo. – respondeu o castor, fazendo todos, menos Lena, arregalarem os olhos.

– Virou vidente mesmo, hein Lena! – brincou Emma.

– Mas onde estávamos mesmo?! – perguntou Hailee.

– O rio. – lembrou Lúcia.

– Ah sim! – exclamou a Sra. Castor. – Bem... Ele está congelado há cem anos.

– É imenso... – disse Pedro, apertando os olhos.

– Igual ao nosso mundo... – disse a Sra. Castor. – Pensou que fosse pequeno?

– Menor. – disse Susana, olhando desdenhosamente para Pedro, culpando-o e seguindo pelo caminho que deveriam seguir.

~*~

Edmundo foi arrastado pelo anão e seu chicote até o pátio onde se lembrara de ter visto as estátuas que pareciam realistas até demais. Assustou-se quando viu que elas eram mais que realistas; eram reais. O fauno Tumnus estava parado ali, com o cachecol envolto do pescoço e uma expressão de piedade.

– Estou aguardando... – disse a Feiticeira de seu trenó já pronto. – Filho de Adão. – completou desdenhosamente.

– Vamos! – exclamou o anão, voltando a empurrá-lo.

Entraram no trenó, que rapidamente entrou em movimento, arrastando-se pela neve que começava a se derreter.

~*~

Andavam pela neve que derretia preguiçosamente. Suas pegadas mostravam o caminho por onde passavam em direção ao rio congelado. Claro, ninguém poderia apagar as pegadas por isso, o máximo que podiam fazer era apressar o passo para não serem apanhados.

– Venham, humanos e anjos! Enquanto somos jovens! – caçoou o castor, que ia à frente para mostrar-lhe o caminho.

– Se ele nos apressar mais uma vez... – disse Pedro, abaixando-se para que Lúcia subisse em suas costas. Hailee ficou ao seu lado, segurando sua mão. – eu vou fazer dele um chapéu bem fofo.

Susana e Emma soltaram risadinhas nasalas.

– Rápido! Venham! – gritou o castor, três metros à frente dos outros.

– Ele tá ficando mandão! – disse Lúcia.

– Não! – gritou a Sra. Castor. – Olhem para trás! É ela!

Eles olharam e viram há alguns metros de distância, uma carruagem que deslizava facilmente pela neve. Lúcia pulou das costas de Pedro e Lena correu, puxando-a pelo pulso o mais rápido possível. Pedro também corria enquanto Hailee dava cobertura. Susana e Emma preferiram apostar corrida para saber quem não seria morta.

– Corram! – gritou o castor.

– Corre, Hailee! – gritou Pedro, virando-se e puxando-a pelo pulso.

Ouviam os cascos das renas cada vez mais próximos e sabiam que isso não era nada bom. Atravessaram correndo o campo nevado e chegaram à orla de uma floresta, onde Lena avistou uma pequena caverna escondida sobre as rochas do chão.

– Rápido! – disse, empurrando Lúcia e ajudando os outros a se enfiarem ali.

Por fim, conseguiu se encaixar também, e todos ficaram o mais silenciosamente possível, enquanto a tensão corria por suas veias. Ouviram o trenó parar e as batidas dos cascos das renas pararem de ecoar o chão. Os sinos que havia nas rédeas, aos poucos foram parando de tocar.

Viram a neve cair um pouco aos seus pés quando viram um grande e gordo vulto parar aos pés da rocha onde estavam escondidos. Puderam ver a sombra da pessoa refletida em uma duna de neve à sua frente. Viram a sombra se afastando, quase desistindo.

Olharam curiosos para a duna enquanto o castor farejava o ar de uma maneira desesperadora.

– Parece... – sussurrou Lúcia. – Que já foi.

– É melhor eu ir ver. – disse Pedro, prestes a sair do esconderijo.

– Não! – disse Hailee, segurando seu pulso.

– Não vai servir a Nárnia morto. – disse o castor, virando-se para a abertura.

– E nem você, meu velho. – disse a Sra. Castor.

– Obrigado, querida.

Dito isso, o castor por cima do esconderijo, farejando e se rastejando para descobrir se já haviam ido ou não. Foram alguns momentos de tensão entre os ali presentes. De repente, o castor aparece na borda da rocha, causando um gritinho de Lúcia.

– Saiam! Saiam! – disse o castor. – Espero que tenham sido bonzinhos, pois vocês têm visita! – logo isso, saiu.

Saíram do esconderijo, um pouco receosos. Lena, Hailee e Emma foram à frente para dar proteção aos outros. Mas não foi preciso. Em frente a eles, estava um homem gordo e com barba branca. Usava um manto vermelho vinho por cima de vermelho comum.

O homem ria.

– Feliz Natal, senhor. – disse Lúcia, aproximando-se.

– Com certeza, Lúcia. – disse ele, com a voz rouca. – Desde que vocês chegaram.

– Olha, eu aguente muita coisa desde que cheguei... – disse Susana a Pedro. – Mas isso!

– Pensamos que fosse a Feiticeira! – interrompeu Pedro, dirigindo-se ao homem.

– Eu lamento, desculpem o mau jeito, mas eu devo dizer que dirijo um desses há mais tempo que a Feiticeira. – disse ele, referindo-se à carruagem.

– Achei que não houvesse natal em Nárnia. – disse Susana, também se aproximando.

Lena e as irmãs ficaram atrás, sempre em segundo plano. Mas Lena não se importava. Importava-se mesmo em saber onde Edmundo estava.

– Não. – respondeu o homem. – Por muito tempo. Mas a esperança que trouxeram, Majestades... Começa a enfraquecer o poder da Feiticeira. Porém, ouso dizer que vocês vão precisar disto.

Ele se virou e tirou do trenó um grande saco vermelho.

– Presentes! – exclamou Lúcia, aproximando-se.

O homem abriu o saco, revelando caixas, ursinhos de pelúcia e muitas outras coisas. Ele pegou uma pequena bainha de punhal e um frasquinho com um líquido escuro.

– O suco da flor de fogo. – disse, mostrando o frasquinho. – Uma só gota cura qualquer ferida.

Entregou o frasquinho cuidadosamente a Lúcia, que o analisou atentamente.

– Apesar de torcer para que nunca use... – disse, entregando-lhe a bainha vermelha que continha um pequeno punhal.

– Obrigada, senhor, mas... – disse Lúcia. – Eu não seria capaz de não ter medo.

– Aposto que seria. – ele disse. – Mas batalhas são brigas feias.

Lúcia assentiu e se afastou. O homem pegou uma cesta de flechas com um arco ornamentado.

– Susana. – ele chamou e Susana se aproximou. – Confie neste arco. Ele quase nunca vai errar.

Susana pegou o arco.

– Mas não disse que batalhas são brigas feias? – ela perguntou.

Ele riu.

– Apesar de não ter problemas em se expressar... – ele disse, mostrando-lhe uma trombeta pequena e branca. – assopre isto, e onde estiver o auxílio virá.

– Obrigada. – ela disse.

O homem se virou e pegou uma bainha de uma grande espada.

– Pedro.

O menino se aproximou, receoso.

– A hora de usar isto, pode estar próxima. – disse o homem, entregando-lhe a espada e um escudo.

Pedro desembainhou a espada e puderam ver que havia algo escrito na lâmina.

– Obrigado, senhor. – disse Pedro, analisando-a.

Lena abaixou a cabeça. Estava um pouco alheia ao que acontecia, constantemente preocupada com Edmundo. Quase não ouviu quando o homem as chamou pelas “Anjas Campbell”.

Lena levantou o olhar e viu que todos olhavam para ela e as irmãs. Elas se aproximaram mais do homem, que retirou três espadas de dentro do grande saco. Muito menos magníficas que a de Pedro, mas ainda assim dava-se para notar que eram boas.

Em todas as três, havia um pingente prata de anjo, com as asas abertas, penduradas nas bainhas.

– Três espadas, com três importantes pingentes, para três anjos. – disse o homem e entregou-as para elas.

Lena analisou bem sua espada e a pendurou no cinto que tinha sobre o vestido de caveira e pegou o pingente de anjo. Viu que tinha uma corrente envolta dele, então o pendurou sobre o pescoço. Emma colocou no tornozelo e Hailee no pulso.

– Os pingentes mostram a união de vocês com os protegidos. Usem as espadas apenas quando eles estiverem em extremo perigo. – então, dirigiu-se aos outros. – São armas, não brinquedos. Usem bem e com sabedoria. Agora, eu preciso ir. O inverno está quase no fim... – disse ele, voltando com o grande saco para dentro do trenó. – e tudo se acumula quando você some por cem anos.

Virou-se para todos e disse, antes de entrar no trenó.

– Vida longa a Aslam! E Feliz Natal!

E se foi, enquanto todos gritavam diferentes despedidas.

– Eu disse que ele existia! – disse Lúcia, virando-se séria para Susana.

– Ele disse que o inverno... – disse Pedro. – está quase no fim. – virou-se preocupado para as meninas e os castores. – Não perceberam?!

Quando as meninas olharam-no confusas, ele continuou.

– Chega de gelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!