Percy's POV
  Eu estava caminhando pela praia, conhecia aquele lugar como a palma de minha mão. Long Island, Acampamento Meio-Sangue. Senti alguém me puxando, primeiro pensei que fosse Annabeth, mas a mãozinha era pequena demais. Finalmente, olhei para a pessoa que me acompanhava.
  Ela era linda. Uma criança de uns dois, três anos, com cabelos encaracolados que iam até abaixo dos ombros, loiros dourados. Seus olhos eram idênticos aos meus, verdes como o mar.
  - Por favor, papai. - Ela disse com uma voz melodiosa e persuasiva e eu percebi que nunca poderia falar não para aquela criaturinha.
  - Está bem. - Ouvi-me dizendo. - Mas tem que ser rápido, sua mãe está esperando.
  A menina correu para o mar, seus passinhos curtos e rápidos me enchiam de um fascínio inexplicável.
  A criança era minha filha, e eu estava maravilhado por saber disso. Como algo tão perfeito poderia ter sido feito por mim? Eu geralmente só destruo as coisas...
  A menina colocou os pés na água e sorriu, acenando.
  Não consigo explicar o que sentia por ela, era um amor tão grande que seria capaz de fazer qualquer coisa para protegê-la, defendê-la ou simplesmente para vê-la sorrir.
  Percebi que um homem se aproximava de minha filha. Ele tinha a pele queimada de sol, olhos verdes, cabelos e barba negros. Usava uma bermuda cáqui e chapéu de pescaria. Poseidon.
  A criança correu para o deus, como se o conhecesse muito bem.
  - Vovô! - Ela pulou nos braços de meu pai, que sorriu e a segurou.
  - Olá, Alexandra, minha querida.

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   Saltei da cama rapidamente, precisava achar o livro de nomes! Annabeth pareceu assustada com o meu "ataque repentino".
   - Percy, o que aconteceu? Você está bem? - Ela perguntou com voz de sono.
   - Annabeth, Alexandra! - Gritei, sorrindo como um louco.
   - O quê? Percy, você enlouqueceu?  - Minha esposa sentou-se na cama e acendeu o abajur.
   - O nome, Annie, o nome! Eu já sei!
  Achei o livro, finalmente, e o que encontrei me deixou muito feliz. Foi fácil localizar aquele nome, estava bem no início, afinal, começava com "a".
  - Olhe isso! - Disse animado para minha esposa, que parecia preocupada com minha sanidade. -  É um nome grego, significa proteção e liderança. A pessoa que carrega esse nome está sempre pronta a se aventurar, muito cheia de energia, possui uma personalidade ativa e decidida. Não vê graça numa vida sem desafios. E por ser uma líder de natureza, atrai os outros com seu entusiasmo. Mas é importante tomar cuidado e não se tornar teimosa. Veja, Annie! É o nome perfeito. Alexandra.
  Olhei para a minha esposa, ela ficou séria e pensativa por um tempo, mas, depois, abriu um sorriso.
  - Alexandra. É, gostei. Um nome diferente, bonito, imponente...
  - Podemos chamá-la de Alex! - Eu gostei muito dessa ideia. - A única coisa ruim é que ela vai ser teimosa como você....

  - Ah, cale a boca, Cabeça de Alga! Você é o teimoso dessa relação! - Annabeth me fuzilou com o olhar.

  - Eu? Eu? Não mesmo!

  - É claro que é...

  Aquela discussão iria longe, claro, nós nunca cedemos, mas, como minha esposa estava grávida, decidi parar por aqui.

  - Você tem que admitir, Annabeth, esse nome é perfeito. - Eu falei depois de algum tempo
  - E como você pensou nele, Cabeça de Alga? - Ela me olhou desconfiada.
  - Por que esse tom de surpresa? Às vezes eu tenho boas ideias, Sabidinha! - Respondi ofendido.
  - Eu sei, é que elas são raras...
  Fiz uma careta de indignação, mas logo relaxei. Annabeth não podia estar falando sério, não é? Era só brincadeira, afinal, minhas ideias geralmente eram boas... Meio loucas, tudo bem, mas boas. Eu estou certo, não estou?
   - Tive um sonho - Expliquei. - Nossa filha estava nele. E, no meu sonho, o nome dela era Alexandra.
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  Annabeth's POV
 Percy voltaria para o mar logo. Eu não queria, mas esse era um sentimento egoísta, pois meu marido amava o seu trabalho e ele realmente precisava de um tempo de paz. Tenho que admitir, não é fácil conviver com uma mulher grávida. Posso provar:

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  Acordei sentindo-me muito mal, saí correndo pela casa até chegar ao banheiro. Ajoelhei-me em frente ao vaso sanitário. Senti que alguém estava atrás de mim, segurando meus cabelos e minha testa. Percy. Esse ritual se repetia com frequência.
  - Você não precisa fazer isso, Cabeça de Alga. - Arquejei, recuperando o fôlego.
  - Psiu. Quantas vezes vou ter que dizer que eu não me importo? - Ele riu baixinho. - Gosto de cuidar de você, Sabidinha.
  Sentei-me em seu colo exausta. Minha testa estava ensopada de suor frio. Percy me abraçou e me carregou de volta à cama, ele cantou até eu voltar a dormir. Meu marido não era um grande cantor, mas sua voz era como as ondas do mar, traziam calma, faziam-me relaxar.
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  - Que droga, Percy! Pare de deixar a tampa da privada levantada! Você sabe que eu odeio quando faz isso! - Gritei com raiva. Era manhã de sábado e o sol brilhava lá fora.
  - Desculpe, Sabidinha, eu esqueci... - Ele parecia, de fato, arrependido, mas meus hormônios me mandavam não ligar para isso.
  - Você sempre esquece, Perseu, esse é o problema! Não lembra de NADA! Aniversários, compromissos, TAMPAS DE PRIVADA! Assim não dá!
  Meu marido sabia que não podia discutir enquanto eu estava daquela forma, por isso ele simplesmente sentou no sofá e esperou.

  Fui para a cozinha e comecei a lavar pratos, aquilo sempre abrandava minha raiva. Funcionou, e eu comecei a perceber que estava sendo injusta e insensível, Percy tinha TDAH, era difícil para ele lembrar determinadas coisas. Uma culpa horrível me dominava agora.

    Droga, eu estava chorando! Eu detesto chorar! Essa confusão de sentimentos está me matando! 
  - Annabeth, você está bem? - Percy apareceu na porta, olhava-me preocupado.
  - Estou ótima, são os hormônios. - Respondi soluçando.
  - Vem aqui. - Ele abriu os braços.
 Corri para o meu Cabeça de Alga e o abracei sentindo seu cheiro.
  - Desculpe - Sussurrei.
  - Tudo bem...
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  Entenderam? Bem, Percy merecia mesmo um tempo de sossego, mas ele estava excessivamente preocupado comigo, insistiu para que eu não ficasse sozinha, nós brigamos várias vezes por causa disso até que Sally tomou a iniciativa e veio para me fazer companhia.