- Perguntei o que está acontecendo aqui!?
- M-Minha senhora... Não é nada, só estou fazendo alguns testes... A senhora sabe, nada demais. Peitho parecia extremamente nervosa e agitada.
- Ah, não... Afrodite fechou os olhos e colocou os dedos nas têmporas, como se estivesse com dor de cabeça. Peitho, quando vai entender que esses testes não servem para nada! Incomodou o meu casal preferido em sua lua de mel! Olhe para eles, estão brigando agora... Peitho você arruinou tudo o que eu tinha planejado! E quanto a você, Annabeth, por que está batendo em seu marido?
- Ele entrou no joguinho dela! Gritei Não parou quando soube que não era eu!
- Eu só queria ver até onde ela iria sem perceber que eu não estava enfeitiçado! Não pensei que você fosse ficar brava...
- Esse é o seu problema, Cabeça de Alga, você não pensa!
- Já chega disse Afrodite Peitho, você vai voltar para meu templo e não sairá de lá até segunda ordem!
- Mas, minha senhora... A deusa tentou argumentar, mas Afrodite levantou as mãos, ela não aceitaria desculpas.
Peitho sumiu em uma fumaça vermelha, assim como suas servas.
- Agora, vocês... O que eu faço com os dois? Acabaram de casar e já estão se estranhando! Não entendem que isso faz parte do plano de Peitho para desestabilizá-los? Eu compreendo que Percy tenha sido imprudente, mas você deve perdoá-lo, Annabeth, ele não o fez por mal.... Conhece seu marido melhor que ninguém.
Olhei para o Cabeça de Alga ainda irritada, sua expressão de foca bonitinha e arrependida não foi o suficiente para me fazer perdoá-lo, mas de fato ajudou. Aquele filho de Poseidon sabia me tirar do sério...
- Está bem, mas se isso acontecer novamente... Deixei a ameaça pairando.
- Não vai. Percy me beijou.
Nunca direi isso a ele, é claro, mas fiquei feliz por tê-lo desculpado, seu beijo era doce e salgado ao mesmo tempo, aliviou toda a tensão que me acompanhara durante os testes de Peitho. Seu cheiro marinho familiar me fez relaxar.
- Aqui está o meu casal! Riu Afrodite, que parecia pronta para nos dar um abraço. Agora tenho que ir, pombinhos, muito trabalho a fazer... Ser a deusa do amor traz grandes responsabilidades. Mas eu não posso reclamar, fico tão maravilhosamente alegre quando vejo casais reais como vocês dois! Bem, até a próxima! XOXO
Com isso, a deusa se dissolveu em uma nuvem de fumaça rosa com cheiro de perfume de grife. Afrodite era... Afrodite. Eu gostava dela, ela sempre nos apoiava.
- Ah... Annabeth? Percy indagou.
- Sim?
- Você ainda está em cima de mim...
- Ah, sinto muito, Cabeça de Alga.
Levantei-me puxando Percy pela mão.
- Ainda está brava comigo?
- Só um pouco. Por quê?
- Nada... Eu só pensei que, depois de tudo isso, podíamos voltar ao nosso quarto e aproveitar o resto da nossa lua de mel...
É claro que eu também estava ansiosa por isso, mas não daria o braço a torcer tão facilmente.
- Não sei, Percy. Acho que não estou no clima....
- Ah o Cabeça de Alga me lançou um olhar maldoso. Isso eu posso resolver rapidinho. Te deixar no clima...
Percy aproximou-se, começou a beijar e mordiscar o meu pescoço, passar a mão por minha cintura, meu abdome, meus seios...
Eu não estava mais raciocinando quando ele me tirou de lá e me arrastou para nosso quarto, onde ficamos trancados por dois dias inteiros fazendo não-queira-saber-o-quê.

- Estou morto. Exclamou Percy.
Eu dei uma risada, mas também estava exausta.
- Ai, que fome!
- Não acredito que está pensando em comida agora!
- Isso não é justo! Você sabe que eu sempre fico com fome!
- Está bem, Cabeça de Alga... Peça alguma coisa para comermos Eu estava faminta, mas não iria admitir. Só espero que não seja aquela garota estranha entregando...
- Não vai ser, Afrodite expulsou as servas de Peitho, lembra?
Me enrolei no lençol e fui direto para o banheiro.
- O que vai fazer? Percy gritou.
- Tomar banho, posso? Perguntei um pouco debochada.
- Poxa, nem para convidar seu marido... Estou seriamente magoado agora.
- Pensei que estivesse cansado.
- E estou. É só brincadeira.
Liguei a torneira e a água passou a encher a banheira. O vapor subia em espiral, cobrindo todos os espelhos com um véu. Entrei na banheira, relaxando todos os meus músculos. Percebi que tinha uma marca roxa em minha coxa direita. Percy. Eu não mostraria a ele, ou o mesmo ficaria se culpando pelo resto da viagem.
Eu estava mesmo com fome... Comera algo nesses dois dias? Não conseguia lembrar. Foram dois dias perfeitos, fizeram-me esquecer de Peitho e de suas loucuras.
Ouvi Percy conversando com alguém. Primeiramente, pensei que fosse o serviço de quarto, mas, depois, reconheci a voz. Era Quíron. O que será que estavam falando?
Saí do banheiro curiosa, mas não precisei perguntar nada, o Cabeça de Alga veio logo me contar que estava falando para o nosso diretor de atividades sobre os acontecimentos.
- E Quíron disse que nós não somos os primeiros e nem seremos os últimos importunados pelos testes de Peitho.
- Percy, eu estava pensando... Qual será a etapa 3?
- Não faço ideia, mas por que estava pensando nisso?
- Você sabe que eu detesto não saber das coisas...
- Eu sei... Mas esqueça isso, aquela deusa não nos incomodará novamente. Pelo menos é o que eu espero.
- Quem diria... Até em nossa lua de mel acontecem coisas assim.
- Somos semideuses superpoderosos, não é? Percy riu.
- É, tem razão. Pensei. Vamos ao Parthenon hoje? Eu preciso voltar lá! Talvez fazer alguns esboços...
- Está certo. Mas depois vamos à praia.
- Eu sabia que você ia falar isso!
- E eu sabia que você me chamaria para ir ao Parthenon... De novo.
- Você me conhece, Percy.
- Tanto que nem Peitho conseguiu me enganar com seus feitiços...
- Eu te amo, seu grande Cabeça de Alga. Revirei os olhos e beijei seu nariz.
- Ama mesmo é? Que bom... Percy fez uma pausa. Porque eu também te amo, sua Sabidinha irritante.
- Você sabe que, se não respondesse isso, teria um encontro marcado com a minha adaga, não é?
- Sei... Fazer o que? Gosto de viver perigosamente!