Temari on

Não consigo explicar, mas de repente como se eu estava voltando para ao meu corpo depois de uma longa viagem que eu nem me lembrava. Aquela dor enjoada nas costelas começava. Abri lentamente meus olhos, aquela luz parecia que procurava atingir meus olhos diretamente. Parecia que eu fiquei cinco anos morando em um lugar completamente escuro, porque aquela luz não parava de arder meus olhos.

Levantei minha mão direita para tentar melhorar minha visão embaçada. Olhei para o lugar e logo reconheci onde eu estava diferente daquele lugar de antes, eu estava deitada numa cama nada confortável, com um travesseiro muito fino. Perto de mim tinha uma enfermeira talvez fazendo um remédio ou algo do tipo.

As dores começavam a me atingir, olhei para meu corpo para ver o estrago do acidente. Vi minha mão esquerda e minha perna esquerda com gesso de certo foram quebrados, minha perna direita estava com alguns curativos o mesmo estado estava meu braço direito e tinha um curativo na região das costelas.

-Finalmente acordou! – Disse a enfermeira colocando algo no meu soro.

- Quanto tempo eu estou aqui?

- Uns... Cinco dias.

- “O QUÊ?!” – Fiquei espantada ao escutar isso, porque para mim parecia que eu fiquei uns cinco minutos no máximo – Cinco dias? – Perguntei novamente para ver se eu estava escutando certo.

- Cinco dias. – A enfermeira deu um sorriso por causa da minha reação exposta pela minha cara de espantada.

Tentei me mover, mas tudo doía, era quase impossível se movimentar naquele estado

-Não se esforce senhorita Temari, você acaba de fazer uma cirurgia, não deve se movimentar muito para não abrir os pontos. – Apenas acenei com a cabeça e voltei para o lugar de antes.

Olhei para a janela e vi um dia maravilhoso que fazia lá fora e pensar que eu podia estar lá fora curtindo o lindo dia, mas não, eu estava aqui no hospital não podendo quase se mexer.

A enfermeira saiu do meu quarto, mas antes dela fechar a porta ela olhou para minha direção.

-Senhorita Temari, tem visitas pra você!

Logo olhei para as caras que apareciam na porta, abri um sorriso vendo aquelas carinhas tão familiares.

-Olá maninhos!

-Oi maninha! Como você está sendo tratada? – Falou o Gaara, ele sempre o preocupado nem quis saber como eu estava e sim como eu estava sendo tratada.

 - Sim! Não posso reclamar daqui – Na verdade eu menti, porque eu tinha acordado há pouco tempo e nem sabia direito que hospital eu estava.

- Que bom ti ver melhor, ficamos muito preocupados, não queríamos perder a nossa irmãzinha – Disse o Kankuro com um pequeno sorriso no rosto.

-Bom ver que tem gente que se preocupa comigo.

-Bom, não é só agente que estava preocupado com você – Quando Kankuro terminou a frase vi que Gaara deu uma pequena cotovelada no irmão mais velho.

- Seus amigos da escola também ficaram preocupados.

-Bom! Eu vou indo tenho que trabalhar agora – Disse Kankuro dando um pequeno beijo na minha testa – Tchau para vocês!

- Tchau! – Eu falei

- Temari?! – De repente Gaara olhou sério para meus olhos

- O quê? Gaara.

-O que houve antes do acidente?

            - Prefiro nem falar nisso – Virei a cara pra ele, ele e aquelas coisas de querer os mínimos detalhes de alguma coisa.

            - Temari, você brigou com o Shikamaru? – Ele ainda me encarava, parecia que ele estava falando muito sério naquele momento.

            - Ah... Sim... p-por quê? – Fiquei nervosa e acabei tropeçando nas minhas palavras.

            - Foi por causa da Ino, não é?

            - Olha Gaara, eu acabei de acordar não estou com cabeça pra isso agora!

            - Temari, você e essa teimosia de não escutar os outros. Você devia pelo menos uma vez para e ouvir os que os outros querem te dizer, porque os olhos conseguem enganar muito. Como você mesmo sabe, eu fui vítima disso, se você gosta dessa pessoa – Ele nem precisou mencionar o nome, porque era óbvio que era aquele que eu estava pensando – Pare e ouça o que ela tem a dizer e dessa vez... Eu posso te garantir que ele vai te dizer a verdade, porque eu estava lá de longe vendo e não tive tempo para falar no momento – Fiquei surpresa pelas palavras do Gaara, ele estava tão sério e parecia que ele estava falando a verdade – Até acho que esse acidente possa ser um jeito para te parar, ficar quieta e escutar os que os outros tem a dizer.

            - Gaara... – Abaixei minha cabeça e fiquei pensando nas duras palavras do Gaara, percebi que eu me deixei levar pelo que eu via e não ter esperado ver os que os outros tinham a dizer. - ... Obrigada – A única palavra que eu consegui pensar naquele momento. – E a Ino? – Aproveitei o momento para perguntar

            - Aquela? Eu disse umas coisas pra ela, eu acho que ela não vai mais incomodar.

            - E o... – Fiquei meio que envergonhada por perguntar sobre ele para o meu irmão

            - O Shikamaru? – Ele perguntou para mim com um sorriso no rosto, eu apenas fiz um sinal de positivo para o Gaaara – Ele veio todo o dia aqui te visitar, ele só não te visitou hoje porque ele e a família viajaram. – Fiz uma cara de decepção – Tenho que ir irmãzinha! Até mais!

            - Tchau Gaara!

            Naquele momento pensei que só estavam os meus irmãos ali esperando a me visitar, mas me surpreendi todos os amigos do Shika estavam lá, perguntando como eu estava me sentindo, como aconteceu o acidente e coisas do gênero. Quando acabou a hora da visita eu tive um tempo de pensar nas palavras do Gaara, mas eu estava com medo de falar com o Shika, se ele não quiser mais me ver? E se ele viajar e arrumar uma que trate bem ele? Minha cabeça estava pior do que do acidente, eu não sabia o que fazer.

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Uma semana e meio depois...

Eu estava finalmente em casa, ainda tinha que fazer curativos em alguns ferimentos e andar com aqueles gessos.

Eu estava no jardim da minha casa olhando as pessoas felizes, andando normalmente até um casal passou na frente da minha casa, coisa que era meio difícil porque aquela rua passava muito poucas pessoas. De novo apareceu aquele pingo de inveja parecia que aquilo era um castigo do destino, passava muitas pessoas rindo, crianças pulando pra lá e pra cá e brincando.

Levantei do meu lugar e resolvi pegar um pouco de ar, sai do cercado e fui andando com uma moleta pela rua. Tudo parecia alegremente, nunca dava atenção para as pequenas coisas, só quando você sente falta daquilo é que você dá valor. Continuei a caminhar pela estrada quase não dava bola para o caminho que eu seguia. Até que minha muleta bateu numa pedra e eu me desequilibrei e quando pensei que ia cair um tombo feio, senti umas mãos me segurar, minha cabeça acidentalmente caiu sobre o peito da pessoa que me ajudou. Quando percebi aqueles braços, aquele cheiro tão conhecido e que eu sentia muita falta, eu queria que aquele momento durace a eternidade.

-Tenha... ah... Mais cuidado – disse ele com aquela voz tão agradável que um dia eu odiei

- Obrigada Shika... Maru – Disse enquanto ele me ajudava a me levantar – Você não estava viajando?

-Estava... Mais eu voltei hoje – Percebi o tom de voz dele e sabia que não era a mesma que eu conhecia, era como se ele tivesse medo de suas palavras.

Ficamos naquele silêncio ele com aquela cara de preguiçoso e eu de certo com uma cara de boba

- Ainda bem que você saiu daquele hospital

- é – Era só isso que eu pode dizer naquele momento

            -Temari?!- Finalmente ele falou com aquela voz que eu sempre quis ouvir – Bom... É que... Não sei como posso começar

            -Sabe Shikamaru?! Eu fui uma completa idiota – Comecei a assumir uma atitude - Eu não devia ter saído daquele jeito. O Gaara me disse o que aconteceu realmente. E acho que esse acidente foi o único modo de eu ficar escutando alguém sem sair correndo. Desculpe-me Sikamaru!

            - Não é só você que tem que pedi desculpa, eu também te devo por tudo que eu causei - Ele ficou um momento em silêncio – Pedir desculpa é pouco por tudo que eu fiz, não sei como compensar isso.

            - Faça só uma coisa... – Meu corpo foi se movendo aos poucos mais perto do Nara, até sentir a respiração dele, encostei meus lábios nos dele e selamos um beijo calmo, no começo ele ficou meio surpreso, mas logo ele retribuiu, aquele beijo doce parecia aquele da primeira vez, até que o bendito fôlego acabar. Separamos-nos e ficamos nos olhando.

            - O que eu posso fazer pra compensar?

            - Não me deixa mais ficar longe de você – Eu tive forças para abraçá-lo e sentir seu cheiro tão bom que invadiam minhas narinas. – Brigue comigo quando eu não te ouvir quando necessário

-Brigar com você? Esse é meio difícil de fazer

-Então chame minha atenção, porque eu não quero te perder – O abracei com mais força seus braços me envolvia fazendo que eu me sentisse mais segura com ele.

            - Está bem! – Ele disse com um sorriso torto e logo após nos beijamos de novo.