15 Contos Sobre Percabeth escrita por AnnaSun


Capítulo 8
Uma vida ao seu lado


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aí para vocês. Esse eu estava bem inspirada, haha. Espero que gostem.



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O dia de Annabeth estava chato até ela ir para a cama.

Acordara muito cedo hoje porque tinha treino extra de escalada às 5:30 da manhã junto com mais dois chalé: o de Ares e o de Apolo. Não era nada legal ter que acordar tão cedo para treinar com os campistas mais cruéis do acampamento. E acredite, você não vai querer ver o humor de Clarisse La Rue logo depois que ela acorda cedo.

Depois encontrara com Percy e ficara um bom pedaço do seu dia com ele, o que era um ponto positivo, mas o resto da tarde teve de trabalhar no seu projeto para o Monte Olimpo. Estava desenhando uma praça popular perto da sala dos tronos. Escolhera uma estátua de Poseidon para dar o ar da graça na praça em homenagem a Percy, e não achava que os outros Deuses reclamariam. De acordo com seus planos, haveriam estátuas grandiosas de cada deus olimpiano em cada buraco do Olimpo. Durante a noite passou algum tempo a mais com o namorado e depois partiram para a cantoria em frente a fogueira, que estava fulgurante. Annabeth ainda lembrava do brilho avermelhado com riscos em amarelo que se projetavam no fogo que hoje estava forte e alto. Todos ficaram surpreendidos.

"Isso pode ser um sinal", murmuravam alguns campistas sobre a fogueira do dia. No tempo de guerra e infelicidades que estavam, seria quase uma glória um bom sinal. E Annabeth queria realmente acreditar que logo haveria uma coisa boa. E Por Atena, durante a sua noite ocorreu algo mais perfeito do que ela tentava desejar.

Faltavam cinco minutos para a hora de recolher do acampamento quando Annabeth se despediu de Percy com um abraço apertado e entrou no chalé de Atena. Rapidamente, se trocou no banheiro do chalé e foi para seu beliche. Como sempre, antes de dormir Annabeth leu mais alguns capítulos do livro que lia atualmente quando suas pálpebras começaram a pesar. Metade dos seus meio-irmãos já haviam caído no sono, então a sabidinha colocou seu livro sob o travesseiro e cobriu o corpo com o cobertor.

Foi quando algo fez valer a pena toda a sua semana.

Era normal para semideuses sonhar diversas coisas horríveis num dia só. Annabeth já havia sonhado com ataques de aranhas gigantes, uma batalha entre ela mesma e a própria mãe, Atena; com um ciclope cravando uma faca no peito de seu pai... ela já havia sonhado com tudo e achava que nunca teria a sorte de passar uma noite com pensamentos felizes. Até aquela noite.

Logo, Annabeth estava numa rua linda. Com construções à moda antiga, ruas calçadas e estradas tranquilas. Um fluxo de pessoas andava feliz pelas calçadas à sua frente em um dia ensolarado e ventilado. Annabeth olhou ao seu redor e viu mais construções bem pintadas e pessoas felizes. Casais andavam de mãos dadas conversando e rindo por todos os lugares e aí ela percebeu onde estava: Paris.

Annabeth sempre quisera visitar Paris. Já havia estudado de A à Z a estória arquitetônica, nacional, militar e política da França e sempre admirou tudo em Paris, principalmente suas construções. Os detalhes e traços românticos com que eram feitos os prédios na antiguidade, a importância que o governo dava para a restauração, as riquezas históricas e físicas que guardava o coração de grandes monumentos como o Arco do Triunfo... Tudo em Paris era perfeito para a semideusa. Mas por que ela estaria lá agora?

Annabeth olhou mais ao seu redor e seus olhos se fixaram em um casal sentado para uma mesa com tampo de vidro na calçada de um café. A garota que devia ter uns 21 anos tinha longos cabelos loiros e ondulados e olhos cinzentos penetrantes. Usava um jeans claro, uma blusa branca e um cardigã por cima. O menino de cabelos pretos enlinhados usava uma camisa azul simples e um jeans meio rasgado, meio sujo. Parecia um casal apaixonado normal mas algo naqueles olhos verdes a incomodava. Até ela perceber.

Aqueles eram Annabeth e Percy.

Seu susto foi tão grande que se Annabeth estivesse alí em carne e osso teria desmaiado, mas nem o seu corpo estava presente no sonho. Apenas o da Annabeth alguns anos mais velha.

Sobre a mesa havia um prato médio com paezinhos torrados cobertos por uma calda de mel e duas xícaras com algo que devia ser muito gostoso, mas Annabeth não conhecia. Também havia uma embalagem em tamanho médio de presente e, ao lado de Percy na cadeira, uma ainda maior. Sem nem ter tempo de desejar, a visão de Annabeth se aproximou da mesa.

– Ah por favor, não está tão ridículo assim, está? - O Percy mais velho estendeu um sorriso perverso no lindo rosto. O sorriso que sempre ganhava a sabidinha.

A Annabeht mais velhafez uma careta para a calça meio suja do garoto, mas em seguida sorriu.

– Está. Está bem Percy.

Ela se inclinou sobre a mesa e beijou os lábios do namorado.

A annabeth real não sabia exatamente se devia sorrir ou se devia chorar. Achava maravilhosa a cena que via diante dos seus olhos, mas se sentia deprimida por se lembrar que era ela apenas um sonho. Por que a vida fora tão cruel com eles dois? Por que não podiam ser apenas adolescentes normais vivendo uma vida sem monstros e deuses para atormentá-los?

– Vamos logo aos presentes - Disse o Percy do futuro, jogando uma torrada com mel na boca sem a menor cerimônia. - Estou ansioso com isso.

Ele pegou a embalagem de... o que eram aquilo? cupcakes azuis? - e entregou a Annabeth. "Feliz dia dos namorados, sabidinha"

Ela riu e apalpou a embalagem, franzindo os lábios em curiosidade.

– Hum, o que será isso... - Ela riu - aposto que é alguma criatura grega em pelúcia. Mas o que seria dessa vez... ah, um centauro?

O Percy do talvez futuro cruzou os braços e fez uma careta que era uma mistura fofa de raiva e drama. Inclinou-se para trás na cadeira.

– Droga Annabeth. Você não tinha esse direito! - Ele dizia com a voz estável. - Como você sabia?

Annabeth caiu na gargalhada.

– Desde que você descobriu essa lojinha você só me dá pelúcias de seres gregos há três anos - ela disse olhando-o. - Primeiro foi a Medusa, depois o pégaso. Eu só chutei, dessa vez. E pelo visto acertei.

Annabeth deu um último risinho e abriu o presente. Como ela mesmo adivinhara, havia uma figura em pelúcia de um centauro com as bochechas rosadas e uma expressão bonitinha no rosto. A Annabeth real adoraria ganhar um presentinho daqueles de verdade, embora não achasse que Quíron aprovaria muito o excesso de fofura. O pensamento a fez querer rir de verdade.

– O.k., agora é a minha vez de te dar o presente - ela pegou a embalagem listrada sobre a mesa e a entregou ao semideus - para você, cabeça de algas. Espero que goste.

Percy pegou a embalagem e a abriu pacientemente. Quando a abriu, puxou uma caixinha com um material forte que parecia de aço, mas tinha traços suaves e uma pintura em tons pastéis, parecia um porta-jóias, mas não tinha nada de feminista.

– O que é isto?

– É uma caixinha de lembranças. Estou preparando-a há três meses para dá-la para você. Abra.

Percy a olhou por mais uns segundos, como se tentasse decifrar o brilho em seus olhos cinzentos, e em seguida abriu a fechadura da caixinha.

Como se houvesse mágica dentro daquela caixinha, aquilo iluminou os olhos e o coração da Annabeth real. Alí dentro havia o maior tesouro que ela já havia sonhado em encontrar. Um verdadeiro acervo de fotos, pingentes, cartinhas, e coisas que haviam marcado a vida dos dois até agora. Havia fotos de quase todos os momentos dos dois até alí. Uma foto aquática de Percy e Annabeth nadando no mar da praia do acampamento, uma foto com os irmãos dos Stolls, uma foto de Percy com uma torta na cara, uma foto tirada de surpresa dos dois observando os fogos de artifício no ano novo e muito mais. Havia um colar com pingente de coração com fotos dos dois, uma folha com recadinhos que até a Annabeth real lembrava que haviam trocado em uma aula da língua inglesa do acampamentos - e foram apanhados pelo professor, etc. Mas o mais bonito naquilo tudo era a expressão que Perseu Jackson mantinha no rosto: um olhar luminoso e suave e uma boca estável, como se estivesse tentando não chorar.

– Então...?

Percy parecia estar juntando as palavras.

– Você guardou isso tudo... desde...

– Claro que guardei. As lembranças eram as únicas coisas que conseguiam me sustentar quando não estava com você. Elas não são você, claro, mas me fazem feliz.

Percy levantou seu olhar e encarou a meio-sangue.

– Não tenho o que falar Annabeth - disse Percy, seus olhos ganhando uma leve camada de lágrimas - é simplesmente a coisa mais importante que já ganhei até agora. Supera coisas sensacionais, como até mesmo minha espada, afinal... ela não é você.

Ele se levantou e foi até a namorada, beijando-a com tanta vontade que até mesmo a Annabeth real sentiu inveja. Mesmo sabendo que aquela era ela mesma, e aquele era o seu próprio namorado.

Percy era a coisa mais importante que ela tinha na vida.

Mas então algo começou a acontecer. O local começou a desfocar, as pessoas começaram a desfocar, e em pouco tempo tudo estava acelerando a uma velocidade monstruosa. Annabeth queria berrar, gritar, chorar, mas não estava alí, aquele era o sonho mais lindo que ela já tivera na vida, não podia virar um pesadelo!

Então novas cenas começaram a correr diante de Annabeth, com o casal cada vez mais velho: os dois gritando em uma montanha russa, dormindo abraçados em um sofá de uma casa que Annabeth não conhecia, viajando juntos em um carro, casando-se, decorando uma casa, almoçando em um restaurante com uma menininha de cabelos louros e olhos verdes, discutindo sobre algo, assistindo o casamento da mesma menininha de cabelos louros já adulta, e por fim, deitados em uma maca de hospital, já velhos.

Então tudo ficou negro.

– Annabeth? - Janelly estava de frente para Annabeth. - Você precisa acordar. Está atrasada para o café.

Annabeth deu um pulo quando viu a hora. Estava muito atrasada. Ela saltou da sua cama na beliche e colocou qualquer roupa que viu pela frente. Sem sequer dar atenção à Janelly - o que seria muita mal educação em outras circunstâncias - saiu correndo do chalé. Mas não era porque estava com fome.

Um pouco à frente do refeitório, ela encontrou Percy, conversando com um semideus. Havia tempos que ela não tinha essa sensação monstruosamente grande de querer abraçá-lo. Correu para o semideus e saltou sobre o seu corpo, o que o surpreendeu bastante pois Percy cambaleou para trás e os dois quase caíram.

– O que... o que...? - Ele tentava formular palavras, sem entender o que ocorria.

– Eu amo você mais do que tudo, cabeça de alga! - Ela o encheu de beijos e puxou seu braço com força em direção à praia.

                                                  ***

– Annabeth...

Percy olhava para ela com o mesmo brilho nos olhos que a havia olhado no sonho ao ver o que tinha dentro da caixinha das lembranças. Ela havia lhe contado cada detalhe do sonho e o semideus havia escutado perfeitamente, com o rosto abobalhado, sem fazer uma sequer pergunta. Agora ele estava tentando falar alguma coisa enquanto Annabeth alimentava de emoção o sorriso que estampava o seu rosto desde a hora que vira o namorado. Ela devia lembrar também de depois do café anotar esse dia e esse sonho em uma folha, para que quando fossem mais velhos, ela pudesse colocar isso na caixinha de mensagens para o namorado, também.

Ela o olhou mais uma vez e fixamente, para que ele nunca mais se esquecesse daquilo que ela diria:

– Percy, sabe o que me deixa mais feliz sobre esse sonho? - Ela continuou a olhá-lo, para nunca mais esquecer daqueles olhos verdes que tanto amava. - Semideuses raramente têm sonhos que mentem,



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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam por favor.

[PS: estou querendo ler uma fic de ficção fantástica, de preferência ORIGINAL, então se você conhece ou escreve uma que seja boa, me envie por Mensagem, ok? obg]



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