15 Contos Sobre Percabeth escrita por AnnaSun


Capítulo 7
Você aqui para me salvar


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: conto ocorrido entre A Batalha do Labirinto e O Último Olimpiano, ou seja, Percy e Annabeth ainda não eram oficialmente namorados :3
Obrigado pelos reviews do capítulo anterior e leiam A Marca de Atena logo, haha, vocês vão se surpreender.



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Percy não tinha conseguido dormir ainda. Mesmo que tivessem trazido uma barraca grande e (quase) aconchegante para acamparem na floresta, ele não estava com muito sono. Na verdade não conseguia dormir há dois dias atrás, desde que Quíron havia lhe colocado como responsabilidade sair em uma missão urgente, porém importante apenas ele e Annabeth. Cara, se fosse uma missão de Percy com Grover, ou de Percy com outro garoto, ele estaria mais relaxado do que estar no meio de uma floresta sozinho com Annabeth. Não que ele não gostasse de Annabeth, pelo contrário, eles já era bons amigos, ela até já tinha lhe dado um beijo, mas depois de todas as brincadeiras que tinham ouvido dos campistas antes de rumarem para a missão, Percy não se sentia mais completamente à vontade. Nem ele nem Annabeth.

Eles tinham sido enviados alí para colocarem fogo nos projetos de guerra guardados um prédio abandonado e sujo que estava sendo usado como um dos quartéis de seguidores de Cronos, o rei dos titãs, a quem estavam travando uma guerra. Hoje a noite, fazem dois dias que eles estão na floresta, buscando pelo prédio que segundo a Quíron, teria uma localização fácil pelo menos para os dois. Mas não era assim tão fácil. Eles já tinham andando por muita parte da floresta e ainda não tinham encontrado nem um sinal de vida humana. Ou meio-humana.

Agora eles estavam acampados no meio do mato, os dois, sozinhos, constrangidos e correndo risco de serem apanhados pelos seguidores de Cronos antes mesmo que eles mesmos o fizessem.

Percy prometeu para Annabeth que poderia montar guarda a noite toda, pois não sentia o mínimo de sono, e um pouco constrangida, Annabeth aceitou. Percy via em seus olhos que ela não se sentia à vontade tendo que dormir tão perto de um garoto, mas ela devia estar muito cansada, porque dormiu em um tempo de dois minutos. Embora se sentisse invadindo a privacidade de Annabeth, Percy não conseguia abandonar a sua vontade de observá-la dormindo, e de vez em quando, ele abria a portinha de pano da cabana e via Annabeth dormindo, calma e silenciosa, seus cabelos longos e loiros esparramados por todo o chão da barraca. Ela parecia ainda mais bonita dormindo.

Percy chacoalhou a cabeça e soltou o tecido que formava a entrada, tentando espantar o pensamento da sabidinha dormindo, embora soubesse que não seria tão fácil. Ele voltou sua atenção ao raio de mato à frente, girando contracorrente no ar para passar o tempo, pois sabia, melhor do que ninguém, que a noite seria beeem longa.

Percy acordou Annabeth nos primeiros raios do Sol. Os pássaros já cantavam feito loucos e a brisa fria da manha (e do mar) já batia o rosto do semideus. Sem olhar para dentro da barraca, o menino chamou Annabeth por três vezes, mas ela não acordava. Um pouco apreensivo e temendo a morte, Percy segurou com cautela a batata da perna de Annabeth e lentamente a chacoalhou. A semideusa abriu os olhos e pegou sua faca, numa fração de segundo a lâmina afiada da sua arma estava a menos de dois centímetros da garganta do filho de Poseidon.

- Ei, só estava tentando te acordar! - Percy pronunciou com um toque de brabeza na voz.

O meu Zeus, Percy, desculpe. - Annabeth recolheu a lâmina, um tanto corada.

O garoto esfregou o pescoço, se certificando que estava bem.

- Tudo bem, mas me lembre da próxima vez de manter essa coisa mais longe de você - E apontou para a faca.

Annabeth assentiu, e saiu da cabana, espreguiçando-se à luz morna da manhã. Em seguida ela olhou para Percy com mais atenção e fez uma careta.

- Você ficou mesmo acordado a noite inteira?

- Hum, sim. Eu disse que ficaria.

-Mas sabia que não precisava, cabeça de alga. Você está horrível.
Percy virou o olhar, não imaginava que poderia estar tão feioso assim porque passara uma noite inteira sem dormir nem cochilar, mas colocou na sua cabeça que também deveria lembrar de trazer um espelho na próxima missão que saísse.

- O que vamos fazer hoje? - Perguntou Percy olhando para a amiga.

- O mesmo que sempre fizemos desde que chegamos nessa mata sem fim: procurar - Annabeth desabou sentada no chão - Isso é cansativo.

Percy assentiu olhando para o céu. Estava claro porém havia uma neblina restante da noite. Parecia com eles agora: decididos ao que queriam, mas ainda restava uma pontada de cansaço e falta de vontade.

Eles dividiram um pacote de biscoito que Percy trazia na mochila e beberam um pouco de suco de laranja industrial, que o semideus também tinha feito questão de trazer. Acharam mais algumas frutas perto a região e comeram, apenas para complementar o café-da-manhã e terem força suficiente para saírem em mais uma busca complicada.

Eles juntaram suas coisas, desmontaram a barraca improvisada que conseguiram na loja do acampamento e guardaram na mochila de Annabeth. Depois de alguns minutos, recomeçaram o trabalho.

Eles andaram, andaram e andaram, horas e horas, até ficarem cansados. Acharam uma clareira, ,um pé de fruta, uma árvore cujo tronco era torcido numa forma engraçada, mas nada de prédio abandonado. Já era quase meio dia e nada dos garotos acharem o que procuravam. Annabeth largou a mochila quando percebeu que voltaram sem querer para o mesmo lugar que acamparam.

- Isso está errado, Percy. TEM que ter um prédio aqui. Quíron não jogaria dois semideuses numa floresta no meio de uma ilha deserta. Isso é a cara de Afrodite, não de Quíron.

Percy permitiu sentar-se no chão.

- Também acho. Mas o que está errado eu não se... - Percy parou. Ele se silenciou por alguns segundos até sentir a brisa familiar novamente. - Nós estamos perto do mar.

- O que? Claro que estamos, cabeça-de-alga. Nós viemos para cá de barco, esqueceu? Você é filho de Poseidon, eu não.

- Você não está entendendo - Percy se levantou.

- Como? O que eu não estou entendendo? Sinto muito, cabeça-de-algas, mas os papéis estão trocados por aqui. Você que nunca entende nada, aliás eu nem sei o que você está entendendo, porque...

- Percy deu um passo à frente e colocou a mão na boca de Annabeth. Ele achou que ela iria batê-lo, mas ela apenas fez uma careta e ficou quieta.

- Escuta, sabidinha, você é a filha de Atena aqui, mas quando o assunto é o mar eu que entendo. - Percy disse e tornou a se afastar - O que estou querendo dizer é que nós estamos bem perto do mar, e se formos para a praia da ilha, a gente pode ter uma visão melhor da ilha. E se eu for para dentro da água eu vou ficar mais forte e posso até pensar numa coisa legal.

- Ah claro, você precisa ir para dentro do mar para ser um pouquinho  mais inteligente, não é cabeça-de-alga?

Percy revirou os olhos e foi na direção do mar, resmungando, enquanto Annabeth sorria atrás dele.

Eles pararam de costas para o mar e observaram a ilha até Annabeth exclamar.

- Alí, Percy! - Ela apontou para um pico grande ao longe - Como não pensei nisso antes? O pico! Um bando de semideuses do mal não construiriam um quartel numa localização tão fácil de encontrar. Por isso que nós rondamos a ilha inteira sem encontrar nada. A base desses caras está lá em cima.

Percy olhou com mais nitidez o pico. Quando desembarcaram nessa, Percy viu pela primeira vez o pico, mas estavam tão apressado para voltarem para o acampamento por causa das fofocas que nem prestaram muita atenção no pico. Agora estavam pagando por isso.

- A gente precisa ir para lá o mais rápido possível. A julgar pelo tempo que passamos aqui, pode ser que os outros meios-sangues já tenham descoberto a gente.

Percy assentiu.

- É, você tem razão. - Mas Percy olhou para trás, para o mar majestoso e brilhante que clamava pela sua atenção. - Eu só achei que podíamos... Mergulhar.

Annabeth olhou para trás também.

- Isso não me parece certo, Percy. Mesmo que os semideuses não nos vejam... só eu e você...

- Precisamos de um banho Annabeth. Desde que chegamos aqui... - Percy fez uma careta.

- Sim, mas eu não trouxe roupa de banho. Nem você eu creio.

- Mas temos a roupa do corpo. Ou se você preferir eu vou primeiro e você depois. Ou virse-versa.

Annabeth olhou novamente para o mar.

- Quíron não vai gostar nada disso.

Percy no entanto abriu um sorriso.

"Eu sei".

Perseu mergulhou no mar e pode pela primeira vez em alguns dias, relaxar. Annabeth no entanto havia ficado no lugar onde havíamos acampado para que os dois tivessem privacidade, mas logo depois de Percy acabar seu banho, ela entraria na água. Ele nadava e emergia, de vez ou quando escutava peixes fofocando coisas como "Oh! O filho do deus do mar nadando quase sem roupa. Quanta selvageria.". O sol do meio dia batendo em seu rosto, o vento quente tentando secar os seus cabelos, e a água nutrindo seu corpo. Finalmente Percy conseguiu descansar novamente. Quando saiu da água, vestiu seu short cáqui e secou seus cabelos com a camisa camuflada que vestia antes bem ao estilo mortal, o que o trouxe mais um motivo para descansar. Quando ele encontrou Annabeth, ela estava sentada recostada em um tronco de árvore, tamborilando com os dedos a sua perna. Ela se assustou quando viu o semideus.

- Achei que você iria ficar lá para sempre, cabeça-de-alga.

Percy sorriu.

- Eu bem que poderia.

Fez-se silêncio por alguns minutos até que Annabeth se levantou e colocou a mochila onde estava antes.

- Eu já vou, agora. - ela disse. - Que tal você se vestir?

Percy olhou para baixo e lembrou que não tinha vestido a camiseta.

- Hã, desculpe... Eu... bem...

Annabeth riu.

- Apenas vista-se, ok?

Percy assentiu quando ela saiu correndo pela mata em direção à água.

Vinte minutos depois, eles estavam de frente para o pico da qual precisavam subir para encontrarem o prédio. Nem era tão alto e dava para escalar facilmente, mas ainda assim era perigoso.

- Eu vou primeiro - disse Annabeth.
 

- É melhor eu ir, sabidinha. Se alguém estiver nos esperando lá em cima...

- Se eu cair você me segura.
Ela o olhou como se estivesse desafiando-o a retrucar, mas Percy ficou em silêncio. Primeiro porque não sabia o que responder. Aquilo o pegara desprevenido e ele não tinha mais nenhuma carta na manga. Até porque Annabeth estava certa. Não que ela iria cair, mas a proposta de abracá-la para que ela não caísse lhe fazia bem. Ele sorriu.

- Você vai primeiro.
Eles começaram a escalar o pico um atrás do outro. Percy com sua caneta na boca caso precisasse usá-la de repente e Annabeth as duas mãos segurando pedras próximas ao corpo, para não ser empurrada se chegasse lá em cima.
Graças aos deuses eles conseguiram chegar lá em cima sem passarem por nenhuma surpresa (a não ser o fato de Annabeth ter pisado nos dedos de Percy umas cinco ou mais vezes). Eles se esconderam atrás de um arbusto grande e viram, entre as folhas, um prédio com a pintura branca bem descascada e as paredes sujas de cocô de pombo. A construção era tão acabada que qualquer pessoa que atravessasse a ilha de barco e conseguisse ver o prédio, chegaria a conclusão que é vazio. Sem hesitar, o semideus puxou a tampa da sua caneta e o que antes era um ítem escolar agora era uma espada grande e letal de bronze celestial.
 

- Ok, precisamos destruir seja lá o que eles guardam alí dentro. Poderíamos colocar fogo.

- Temos que nos certificar que não tem ninguém lá dentro, Percy. Mesmo que sejam seguidores de Cronos, não podemos matá-los - Annabeth murmurou de volta.

- Então o que a gente faz?
Annabeth olhou para cima e estreitou um olho, tentando pensar em algo. Ela começou a murmurar coisas como "e se... ah não, é muito arriscado", "pode ser que... ah esquece" ou até "iria ser ridículo demais", mas por fim, como sempre, ela teve uma ideia.

- Você pode distraí-los, e quando todos saírem eu coloco fogo. Acho que tenho um isqueiro aqui.
Percy olhou mais uma vez para o prédio. Era algo arriscado. E se os caras vissem Annabeth e a atacassem? E se tivesse uma máquina letal que poderia machucá-la, lá dentro? Ou pior, e se ela ficasse presa lá dentro? Não era uma boa ideia, mas era a melhor que eles tinham.

- Vá, mas tome cuidado - Ele beijou o rosto de Annabeth e ela se foi, escondendo-se de trás das árvores.

Quando ela se foi, Percy começou a soltar rugidos e barulhos, mas continuando escondido apenas por tempo o suficiente dos semideuses saírem do prédio. Logo, meia dúzia de garotos e garotas fortes e atarracados apareceram do lado de fora, empunhando espadas, lanças, martelos e outras armas. Quando estavam do lado de fora, Percy saiu de trás do arbusto e eles o viram.

- Ora essa, temos visita! - disse um garoto magricela e bem alto, de cabelos negros bem aparados e sobretudo preto. Ele poderia se assemelhar a Nico di Ângelo se não fosse tão alto e tivesse cabelos mais compridos.

- O que veio fazer aqui? - Uma menina de cabelos castanhos e trançados deu um passo à frente. - Está querendo morrer, garoto?

- Não acho que quem vá morrer aqui seja eu, sinto muito. - Disse Percy.

O Nico 2 soltou uma gargalhada.

- Ah é mesmo? Estamos loucos para ver você provar isso.

Percy abriu um sorriso torto.

- Eu também.

Quatro semideuses, incluindo a garota de cabelos trançados avançou sobre Percy, mas esse desviou de um golpe com um martelo se esquivando e socou as costas de um menino, derrubando-o. O filho de Poseidon golpeou com o cabo da sua espada a barriga de um outro garoto enquanto se esquivava de mais um golpe. Ele já segurava o braço da garota de cabelos trançados quando os primeiros resquícios de fumaça subiam para os ares.

Todos pararam quando o menino de sobretudo berrou.

- Não! Armadilha! Os androides, as lanças, os mapas!

Os semideuses correram para perto do garoto quando a construção já estava indo abaixo, junto com tudo que havia em seu interior. Não seria tão fácil um prédio desabar com apenas um isqueiro e alguns minutos, mas a julgar pela situação do prédio... até mesmo Percy estava boquiaberto com o trabalho de Annabeth.

Ele se assuntou um pouco quando uma sabidinha loira apareceu ao seu lado, sorrindo de orelha à orelha. Os semideuses do mal viraram-se de volta para Percy e Annabeth, um brilho furioso tomava conta de seus olhos.

- Nos vemos em breve, Percy Jackson. E tenha certeza que não pouparei a sua vida. - Falou garoto de sobretudo enquanto desaparecia dentro da mata junto com seus aliados. Percy estava tão perplexo quanto Annabeth.

- Como... meu nome... como...

Annabeth engoliu em seco.

- Esses caras realmente não são apenas semideuses comuns, Percy. Temos que tomar cuidado com eles. Eles sabiam quem era você e não acho que seja apenas por nome.

 Percy mirou o lugar por onde os garotos sumiram até Annabeth voltar a falar.

- Temos de apagar isso aqui, Percy. Senão a floresta inteira vai virar carvão.

- Deixa isso comigo, sabidinha.

Annabeth pareceu lembrar-se de algo de repente. Ela deu alguns passos à frente, mas um pouco antes de desaparecer atrás dos arbustos, ela voltou correndo e gritando. Ela saltou sobre Percy e prendeu suas pernas à cintura do semideus, enterrando a cabeça em seu ombro. Percy empunhou a espada e estreitou os olhos até ver uma aranha pequena andando na direção deles. Percy Jackson começou a rir.

- Ah, certo. Estou empunhando uma espada para uma aranha porque a sabidinha não tem medo de nada a não ser disso.


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Notas finais do capítulo

Hehe, gostei dessa parte final. Desculpem a demora para atualizar, falta de inspiração causa essas coisas :c Não esqueçam de comentar o que acharam e o que acham que pode melhorar. Beijos, e mandem sempre mais reviews. Se faço isso aqui é por vocês, meus amores ^^

[PS: estou querendo ler uma fic de ficção fantástica, de preferência ORIGINAL, então se você conhece ou escreve uma que seja boa, me envie por Mensagem, ok? obg]



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