Possuídos - EM REVISÃO, POSTAREI MAIS EM BREVE escrita por Naiara


Capítulo 3
Interrogada




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Quando acordou, percebeu que estava no mesmo quarto, porém suas companhias tinham saído, e havia outro homem ali, ela nunca o vira antes, ele era muito bonito, cabelos escuros, olhos verdes com um certo brilho. Tinha o tipo de rosto que faziam as pessoas confiarem nele. Ele estava olhando-a com lindos olhos verdes curiosos e isso a deixou meio sem jeito, o que era, Sophie percebeu, uma grande bobagem, pois aquele homem não era nem sequer um humano. Sophie nem sabia ao certo o que ele era. Ela se mexeu um pouco na cama e percebeu que sua cabeça estava latejando. Muito.

– Como está sua cabeça? - O homem de olhos verdes perguntou.

Sophie se perguntou como ele sabia que ela estava com dores na cabeça. Foi ai que ela percebeu que sua nuca estava molhada e seu travesseiro estava vermelho, a cabeça dela sangrara. Ela não respondeu, não conseguiu encontrar sua própria voz para fazê-lo e nem sabia ao certo se queria responder àquele homem. Simplesmente ficou olhando para ele com seus olhos cor de mel assustados e arregalados.

– Como fez aquilo? - Perguntou ele. - Como impediu Samy de possuí-la?

Sophie queria respondê-lo, queria dizer-lhe que ela não fazia a menor ideia do que ele estava falando, mas algo dentro dela a fez continuar em silêncio.
Ele esticou seus braços para tocar em sua nuca e Sophie se encolheu, e parecendo quase impossível seus olhos se arregalaram ainda mais.

– Não vou machucá-la. - Disse ele, estendendo sua mão para encostar no machucado atrás da cabeça dela. Seu simples toque fez Sophie se encolher mais, não por medo, e sim por surpresa, ela não esperava que aquele toque fosse tão gentil e quente.- Samy fez um belo estrago. - Comentou. - Você deve estar com fome.

Sophie fez que sim com a cabeça, o que foi uma grande burrice, pois isso fez com que ela latejasse mais.

– Aliás, meu nome é Erick.

Ele pegou uma tigela que estava em cima da cômoda e a entregou para Sophie. Ela aceitou a tigela, e viu que era uma sopa rala, com alguns legumes picados, Sophie fez uma careta. Nunca gostara de legumes. Erick estava observando-a e sorriu quando viu a careta que fizera.

– Eu sei, não é muito apetitoso. Nós ainda estamos conhecendo a comida humana, são tantas variações - Disse ele ainda sorrindo.

Realmente Sophie nunca fora muito fã de sopa, mas ela estava faminta então deu de ombros e começou a comer. O gosto não era tão ruim quanto a aparência, mas mesmo assim ela não gostou da sopa. Quando terminou, percebeu que ainda estava com fome, mas não se atreveria a pedir mais, eles já estavam sendo muito bonzinhos alimentando-a.
Ele viu que ela tinha terminado então se levantou da cadeira onde se sentara e pegou a tigela colocando-a na cômoda novamente. Erick abriu a boca para falar algo, mas gritos do lado de fora do quarto o fizeram continuar em silêncio. Sophie ouviu várias vozes fora do quarto, mas apenas uma realmente chamou sua atenção, era seu pai gritando o nome dela, e com certeza o choro que ela ouvia era de seu irmão. Sophie entrou em pânico. Erick saiu do quarto para ver o que estava acontecendo.
– Erick, volte para lá e fique de olhos nela. Isso é uma ordem. - Disse Beatriz a ocupante do corpo de sua mãe.
– Não, eu vou. E tentarei descobrir como ela fez o que fez. - Disse outra voz, uma voz de homem, bem mais grave e que despertava bem mais medo, Sophie teve certeza que não era Erick quem iria interrogá-la. - Erick, ajude os outros com esses dois. - Ele estava se referindo ao pai e ao irmão de Sophie e ela não gostou nada de seu tom de voz.
Erick obedeceu, e quem entrou no quarto de Sophie era o homem de olhos azuis, que a havia capturado. Ele ficou olhando-a curioso, não como Erick que a olhava como se ela fosse especial, ele estava tentando decifrá-la, pensando em como um ser humano insignificante poderia ter detido um deles.
Sophie estava desesperada e confusa. Ela sabia o que eles iriam fazer com seu pai e com seu irmão, e sabia que eles não teriam a mesma sorte que ela teve ao conseguir impedir que fosse possuída por Samy. E por alguma razão não conseguiu ficar mais em silêncio.
– O que são vocês? - Sua voz saiu trêmula e fraca por falta de uso e pelo medo que obstruía sua garganta.
Ele se aproximou dela. Ela se encolheu.
– Pensei que soubesse. - Disse.
Ele não falou mais nada, e Sophie se arrependeu de ter rompido seu silêncio.
Ele continuou olhando para ela e isso a deixou muito desconfortável. Parecia que aqueles olhos azuis a perfuravam, eram tão profundos, e intimidadores que ela não sabia como se comportar diante deles.
– Como fez aquilo? - Suas palavras soaram como uma ameaça, ou ela respondia ou ele faria alguma coisa com ela.
– Eu... Eu não sei. - Foi tudo o que conseguiu dizer.
– Aqueles outros humanos conseguem fazer isso? - Ele Perguntou.
Ela não respondeu. Nem sabia direito o que acabara de fazer.


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