A senhora Everdeen anuncia a todos que sua filha esta indisposta e por isso teve que recolher-se mais cedo, Peeta fica no baile por um pouco de tempo e vai para seu quarto pensando no que Katniss lhe falou. Em seu quarto Katniss já esta pronta para dormir, mas em vão, o seu pensamento esta em um beijo curto, porém delicado que dera em Gale e que sua mãe interrompeu antes que pudesse sentir o mesmo fogo que sentiu com os beijos de Mellark, mas isso não tirou o mérito dos lábios de Gale, antes a fizeram levar um sorriso aos lábios ao lembra-se daquele beijo. Mellark continua a pensar nas palavras de se sua bela Katniss “Nem tudo pode ser resolvido com um beijo senhor Mellark“, porém em vez de suas palavras retardarem seus planos de casamento o fez ter a certeza que teria de casar-se o quanto antes.

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Seneca Crane é o Coronel das forças armadas da recém-instituída republica, porém seu comportamento não condizia com seu cargo, sempre metido em negócios escusos e jogatinas e como fazia todas as manhãs seguia para o posto militar localizado no final da rua de comercio. Antes de entrar em seu gabinete, fez uma breve revista nos soldados desencadeando uma onda de continências, chegou a seu gabinete e encontrou uma mulher a sua espera.

– Bom dia – diz Seneca Crane – A que devo a honra de uma visita feminina em um lugar que paira a masculinidade.

– Bom dia Comandante – diz a senhora Everdeen virando-se para olha-lo – Eu sou a sen...

– Eu sei quem a senhora é – diz ele beijando as costas de sua mão – Mas qual o motivo dessa inusitada visita – disse ele intrigado, afinal ela não sabia que ele é que detinha o poder das dividas de seu marido.

– Vou direto ao ponto – disse ela sendo direta como sempre – Preciso de um favor.

– Um favor? – ele sentou-se atrás de sua mesa – Que favor um homem como eu poderia fazer a uma dama como à senhora Everdeen?

– Eu gostaria que o Comandante desse um jeito em um dos seus soldados – diz ela tirando as luvas de renda – Ele esta atrapalhando o noivado de minha filha.

– A senhora esta me pedindo que eu dê que jeito?

– Não é nada drástico – diz ela – Talvez o Comandante pudesse lhe dar uma promoção, acompanhada de uma transferência.

– E o que eu ganho com isso? – perguntou Seneca Crane com um sorriso.

– Minha filha ira se casar com o senhor Mellark, homem de muitas posses nossa situação atual ira mudar e eu saberei ser generosa com o Comandante dando-lhe uma excelente quantia em dinheiro - Seneca Crane ficou em silêncio por alguns segundos ponderando a proposta que acabara de receber.

– Se é para preservar um futuro casamento vou fazer o que me pedi – diz ele levantando-se – Porém quero ser convidado para o casamento, terão muitas pessoas influentes e eu quero obter novos contatos relevantes.

– Isso não será problema, mando o convite para sua casa ou para aqui mesmo.

– Pode ser aqui mesmo – diz ele – Qual o nome do rapaz?

– Gale, não sei o seu sobrenome.

– Tudo bem, aqui só tem um soldado com esse nome é o Gale Hawthorne.

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Peeta caminha pelo centro comercial da capital junto com seu amigo Plutarch Havensbee, entrando nas casas de costuras e modistas entre sorrisos e olhares das moças da cidade que pareciam invejar a jovem que o acompanhava.

– Nossa Peeta minha irmã é uma mulher de sorte – diz Prim – Ter um noivo bonito, rico e que resolve todos os detalhes do casamento.

– Todas as bordadeiras e costureiras da cidade estão gratas por suas atitudes – diz Havensbee.

– Se não contratasse todas não iria dar tempo de prepara o vestido e o enxoval para a próxima semana – diz Peeta.

– Mas porque tanta pressa – questiona Prim – Vocês acabaram de assumir compromisso.

– Preciso voltar o quanto antes – responde Peeta – Deixei a fazenda sem administrador e só volto casado.

– Isso que é podemos chamar de amor pequena Prim – diz Havensbee.

– Bem o enxoval eu posso ate escolher no lugar de minha irmã – Prim fala – Mas o vestido não.

– O vestido eu vou escolher – diz Peeta – Eu quero que ela esteja como eu sempre sonhei que a mulher da minha vida deveria estar neste dia.

– Ela vai te matar – diz Prim e Havensbee em uníssono.

– Aquela não é sua mãe Prim – diz Havensbee.

– Sim, é sim – diz Prim achando estranho – Mas o que minha mãe faz saindo do posto militar? – Peeta e Havensbee não respondem.

Peeta e seus dois companheiros Havensbee e Prim andaram por todo o comercio, encomendaram bolo, doces, salgados, orquestra de musica, flores e a parte mais difícil deixaram para o final, conversar com o padre.

– Como assim você quer se casar semana que vem? – diz o padre exasperado.

– Semana que vem oras.

– Mas os trametes, toda parte burocrática, o juiz.

– Nada que eu não possa resolver – diz Peeta – Com o Juiz não tem problema ele foi amigo de meu pai e não vai negar-me essa gentileza.

– Mas eu preciso passar para a Diocese – diz o padre.

– Ah padre quantos casamentos de reparação o senhor não já fez as pressas, antes que alguém percebesse a vergonha na família – diz Prim enquanto Havensbee e Peeta a olharam admirados com sua astucia.

– Então padre? – pergunta Havensbee.

– Esta bem, vou correr com os proclames hoje mesmo.

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Peeta esta no escritório a conversar com o senhor e senhora Everdeen, lhes contado tudo que fez durante o dia com Havensbee e Prim e de sua decisão de antecipar o casamento. Os pais de Katniss parecem estar bastante satisfeitos com as atitudes do senhor Mellark, enquanto Prim esta preocupada com a reação da irmã durante o jantar, quando ela souber dos últimos acontecimentos, pois Katniss passou todo o dia trancada em seu quarto.

– Muito obrigado pelo convite para jantar senhor Everdeen – diz Havensbee.

– É um prazer te-lo conosco afinal meu futuro genro o tem como um pai – diz Everdeen.

– Boa noite senhor Havensbee – diz Katniss sentando-se a mesa enquanto Peeta a olha, pois desde a noite passada que não há via.

– Boa noite minha jovem – responde Havensbee.

Todos se sentaram e saborearam uma deliciosa refeição, até Katniss que de inicio desdenhou comeu de tudo que foi servido, desde os peixes grelhados, as aves cozidas. Porém todos estavam ansiosos com o momento em que o senhor Everdeen comunicaria a Katniss sobre a abreviação de sua data de casamento. Todos terminaram seu jantar e foram para a sala de convivência onde poderiam tomar café e licor como de costume, mas Peeta pegou Katniss pela mão e a puxou para um canto.

– Quero desculpar-me por ontem à noite, pelo beijo que lhe dei – diz Mellark.

– Só pelo beijo de ontem – diz ela secamente – E pelos outros.

– Não, pelos outros não – diz ele frivolamente – Só pelo de ontem e quero que saibas que não vou mais lhe roubar beijos – ele diz e Katniss que o olha espantada mais sem saber se é de alivio ou preocupação por ele não tentar mais nenhuma investida contra ela – Só vou beija-la ou toca-la depois do nosso casamento.

– Melhor assim senhor Mellark – disse ela tentando ocultar sua confusão emocional.

Voltaram para onde estavam os outros sentados na sala e Katniss sentou-se próxima á irmã em um enorme sofá com estampas florais e Peeta serviu-se de uma taça de licor e sentou-se ao lado de sua noiva.

– Acho que já é hora de contarmos a novidade para Katniss – diz a senhora Everdeen.

– Que novidade – diz Katniss desconfiada.

– Seu casamento com Mellark minha querida – fala seu pai segurando a pequena taça de licor – Antecipamos para a semana que vem.

– Como assim semana que vem – Katniss estava contendo toda sua indignação – E o vestido, os trametes, e o enxoval e a igreja.

– Não preocupe minha irmã – diz Prim – Seu noivo cuidou de tudo, eu mesma fui com ele e o senhor Havensbee, Peeta é incrível ele resolveu tudo – conclui Prim com um olhar de admiração para Mellark deixando Katniss irritada.

– Vocês não tinham esse direito – diz Katniss – É minha vida – Katniss levanta-se e corre em direção aos seus aposentos, enquanto Peeta fazia menção de segui-la quando a senhora Everdeen o impediu e disse que deixasse, pois ela resolveria aquele pequeno gesto de infantilidade de sua filha.

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A senhora Everdeen entrou no quarto de Katniss que se encontrava sobre sua cama a chorar compulsivamente. Ela aproximou-se da filha, que não se moveu para falar com a mãe, sentou-se na borda cama ao seu lado e acariciou seus cabelos enquanto secava uma lágrima solitária que corria em sua própria face.

– Minha filha – começa a senhora Everdeen – Eu sei o quanto deve estar sendo difícil para você toda essa situação – ela da uma pausa esperando que a filha dissesse algo, mas ela chorando – Lembre-se que eu também tive que casar-me com seu pai sem nem ao menos conhecê-lo e aqui estou eu... Não imagino outro homem que pudesse ter como marido, ele me fez ama-lo, minha filha a paixão vem em um olhar, num simples toque, mas amor... O amor é construído e sei que o Mellark tem todos os atributos para fazê-la uma mulher feliz, digo isso não apenas pelo material, mas pelo homem que ele é – Katniss ainda chorando, mas bem mais amena suas lágrimas, levanta-se e olha sua mãe.

– A senhora não amava o meu pai? – pergunta a jovem.

– Não querida – diz ela baixando o olhar – Seu pai era muito mais velho que eu e não o conhecia você por outro lado tem o Mellark aqui todos os dias com você, podendo conhecê-lo melhor e sem contar que ele é jovem e extremamente atraente – Katniss segurou um leve sorriso, pois nisso sua mãe estava certa, ele é muito atraente – Sua irmã Prim que o diga, ela esta encantada com ele – diz a mãe de Katniss com a intenção de provoca-la, mas a jovem conseguiu camuflar a irritação que essa afirmação lhe causa.

– Eu quero sair amanhã e cuidar eu mesma dos detalhes – diz Katniss – Se tenho de casar-me que ao menos possa escolher alguma coisa.

– Sabia que você entenderia meu bem – diz sua mãe abraçando-a – Seu noivo ficara muito feliz quando souber de sua decisão, porém ele não abre mão de escolher seu vestido de casamento.

– Se ele faz tanta questão que seja assim, pois para mim não estarei vestindo um vestido, mas uma mortalha fúnebre.

– Vou fingir que não ouvi esse ultimo comentário e ficar apenas com as palavras que me agraciam – ela diz e logo em seguida sai do quarto da filha.

Katniss deita novamente em sua cama pensando no que Mellark lhe falara, “Só vou beija-la ou toca-la depois do nosso casamento”, a jovem decide que não vai se entregar tão fácil, Mellark jamais teria seu amor ou seu corpo, ela estava irredutível em sua decisão, aproveitaria que agora podia sair para planejar o casamento e usaria desse artifício para encontrar Gale e juntos decidirem o que iriam fazer. Porém mesmo não sabendo o que faria para livrar-se do casamento uma coisa era certa Prim não seria sua esposa.

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Katniss caminhava com sua criada Rue e sua irmã em direção á modista para tirar as medidas para seu vestido de noiva, quando viu o jovem militar que estava seguindo-a de longe.

– Prim, vamos fazer assim eu fico na modista e você e Rue vão ate o florista e separam algumas amostras para adiantar minha escolha, o que acham? – diz Katniss tentando ocultar sua ansiedade.

– Ótima ideia – diz Prim – A modista é logo ali em frente você se incomada se voltarmos daqui?

– Claro que não podem ir – diz Katniss aliviada – Eu chego logo na floricultura.

Prim e Rue se precipitam em direção à floricultura e dobram a esquina, enquanto Katniss muda o trajeto de seu caminho olhando para os lados verificando se alguém a olha. Passa duas ruas da modista e chega enfrente de uma sapataria e espera Gale aproximar-se enquanto finge olhar uma vitrine.

– Pensei que não mais a veria – diz Gale aflito – Já sei de seu casamento semana que vem, o que vamos fazer?

– Fugir – diz Katniss tentando manter a calma – Não tem outra solução.

– Eu fui promovido e serei transferido semana que vem, podemos ir para onde fui designado e nos casar.

– NÃO – ela percebe que gritou e olha para os lados enquanto Gale a olha perplexo – Quer dizer você resolve tudo, depois fugimos no dia do casamento.

– O que? – Gale ficou confuso – Como assim no dia que vai se casar?

– Gale se eu for antes, vão dar a Prim em meu lugar, eu não posso fugir e jogar o fardo nas costas de minha irmã assim – disse a jovem tentando se convencer de cada palavra – No dia estarão todos ocupados com o casamento, depois fugimos e quando tiver certeza que Prim não passara por isso, e o Mellark vai querer me ver pelas costas, eu e minha família – O olhar de Gale muda de espanto para entendimento e assente com a cabeça, pois vê uma possibilidade do plano de Katniss dar certo.

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Katniss encontra-se na modista, uma senhora magra de porte clássico que tira suas medidas enquanto não para de falar como ela tem sorte de casar-se com o senhor Mellark e como todos na cidade estão ansiosos por essas núpcias, que se meu noivo não estivesse tão apressado seria o casamento do ano e talvez ate o presidente Snow comparecesse. Nesse momento penso em como já não é ruim o suficiente ter que casar forçada e ainda sim ter todas as autoridades do país como testemunhas, então meus pensamentos se remetem aos olhos de Peeta, “como assim?”, ele é homem que esta me fazendo tomar todas as decisões estúpidas que uma jovem em minha idade poderia tomar.

– Katniss – di Prim entrando na sala da modista – Você demorou então voltamos.

– Já estou quase terminando – diz a modista enquanto Rue olha para Katniss desconfia – Vai ficar maravilhosa nesse vestido.

– Katniss tem muita sorte – diz Prim – Encontrar um noivo como o Peeta, quem dera eu tenha a mesma felicidade.

– Peeta – diz Katniss irritada – Você o chamou de Peeta.

– Sim chamei é assim que ele se chama não – responde Prim.

– Não convém que você o chame assim – diz Katniss – É muito intimo.

– Vejo que alguém esta com ciúmes – disse a modista.

– Ciúmes, que idiotice é essa – diz Katniss corando.

Será? Essa duvida agora havia se estalado na mente de Katniss, que tão rápido quanto veio se foi sendo forçada em sua memória a lembrar-se que daqui a uma semana estaria não casada com Peeta Mellark, porém fugindo com Gale Hawthorne.