O Jardim Das Cerejeiras escrita por Lisa Mellark


Capítulo 23
Capítulo 22 - A dor de uma perda




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O velório do senhor Everdeen ocorreu na igreja a pedido de Peeta e em acordo com o resto da família da qual ele agora faz parte. Peeta não queria que a casa fosse um mausoléu de lembranças de um velório e a senhora Everdeen comungava da mesma opinião.

Toda a sociedade se fez presente, ate mesmo o presidente Snow compareceu a cerimônia e fez questão de acompanhar a família durante toda a noite de vigília ate o cemitério que fica atrás da igreja para o sepultamento na manhã seguinte. Rory atendendo as ordens de Mellark ficou na porta da igreja e no termino do velório ele comunicou em uma voz educada que á família havida decido ficar sozinha depois do sepultamento, evitando assim a aglomeração de pessoas no casarão logo após o funeral como era de costume em todos os ritos de passagem dos que deixavam essa vida.

Do lado de fora do cemitério estava Gale que no final da tarde do dia anterior, assim que chegou a cidade foi recepcionado com á noticia que o pai de sua amada havia falecido. Toda noite foi uma tortura, sua tentativa de ser forte e não procurar por Katniss a fim de consolá-la e dizer-lhe que tudo ia ficar bem, resultaram assim em uma noite insone. Na manhã seguinte, porém sua tentativa de manter-se distante não foi bem sucedida e ele logo estava em volta do cemitério acompanhado todo o ritual que acontecia na parte interna. Mas o que lhe deixou impressionado foi à forma como sua amada agora encontrava-se nos braços daquele homem que a obteve como um objeto e isso ele nunca aceitaria mesmo sabendo que o momento era inoportuno, mas ele sabia que logo encontraria um meio de encontrá-la novamente, pois tinha a certeza que quando esse dia chegar ela ira escolhe-lo.

Peeta não deixou a sua esposa em nenhum momento durante o velório e o sepultamento, enquanto Havensbee tratou de todos os trâmites remetentes a esse tipo de acontecimento, algo que deixou Mellark verdadeiramente agradecido, pois assim poderia ficar ao lado da sua esposa.

O Funeral aconteceu nas primeiras horas após o sol despontar no horizonte trazendo a certeza de um ultimo adeus para aqueles que amavam e estimavam o Eduard Everdeen.

A chegada ao casarão foi em total silencio e todos estavam completamente exaustos em suas vestes pretas. Peeta pergunta a sua sogra se ela precisa de algo recebendo uma negativa de sua parte, então ele mesmo prepara um banho para ele e sua esposa e assumiu que é chagada á hora de cuidar apenas de sua mulher.

O banho foi um momento de silencio entre o casal e Peeta cuidou de antecipar cada passo de sua esposa, assim ela não precisaria falar-lhe em nenhum momento. Ele já havia experimentada essa dor por duas vezes: primeiro com a morte de sua mãe quando era jovem e a menos de um ano com a morte de seu pai.

- Agora vamos dormir um pouco. – disse Peeta lançando a camisola através da cabeça de sua esposa e deitando-a na cama. – Você precisa descansar e eu preciso sentir que você esta bem. – Katniss balança a cabeça em uma leve confirmação e Peeta a abraça sussurrando em seu ouvido o quanto ela significa para ele e o quanto ele a ama.

- Peeta... – sussurrou Katniss.

- Sim?

- Obrigada por tudo... Eu te amo. – disse ela e as lagrimas começaram a rolar em sua face. – Quando eu estava lançando minha mão de terra no caixão de meu pai hoje, meu coração estava estraçalhado e eu agradeci a Deus por você esta ali ao meu lado e ao fazer esse agradecimento perguntei-me como estaria se você não estivesse comigo nesse momento o que levou-me a outro pensamento...

- Qual?

- A de que eu não irei suportar se um dia tiver de jogar uma mão de terra em um caixão com você dentro... Eu não sei se suportaria perder você. – disse ela aumentando o volume de lagrimas.

- Shii... Jamais a deixarei. Tudo vai ficar bem. Nós vamos ficar bem e eu viverei tempo suficiente de você enjoar de mim. Mas se isso lhe faz se sentir melhor eu prometo que só vou deixar para morrer no dia de sua morte, pois eu não creio que suportaria viver em um mundo onde você não exista mais. – disse Peeta com os olhos marejados e seus braços entrelaçados no corpo de sua esposa enquanto estavam deitados.

- Você promete isso?

- Prometo... Deixaremos essa vida juntos.

- Obrigada.

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- Senhorita Primrose, senhorita Annie o senhor Mellark deu-me ordens expressas para atendê-las em quaisquer coisas que estejam precisando, então não deixem de pedir se necessitarem de algo. – disse Rory tentando esconder seu rubor diante das jovens.

- Eu quero! – disse Primrose. – Encontre meu irmão, eu preciso dele.

- Claro senhorita, ele ainda não voltou, acho deve ter seguido para algum lugar depois do funeral. – informou Rory.

- Ele não deve ficar sozinho numa situação dessas! – exclamou Annie e logo depois ficou com as faces quentes diante de sua preocupação.

- Vá procurá-lo, por favor – pediu Primrose. – Se bem conheço meu irmão ele deve a estar procurando por problemas.

- Irei agora mesmo, com sua licença. – disse Rory e saiu da casa.

Rory esquadrilhou cada lugar que seria possível encontrar Finnick, mas não obteve sucesso, então resolver percorrer os locais menos remotos de sua presença e quando a noite começou a tomar o seu lugar ele estava desistindo de sua procura quando ainda estava na parte baixa da cidade e percebeu uma movimentação estranha e decidiu seguir alguns homens que apressaram-se em entrar em uma viela e logo em seguida passar por um beco escuro, porém Rory enfrentou seu medo e os seguiu. Chegou ate umas construções que a primeira vista pareciam abandonadas, mas em uma delas estava uma movimentação de pessoas entrando e saindo e quando ele aproximou-se o barulho de homens conversando intensificou-se.

Rory entrou na construção abandonada e deparou-se com homens bebendo e falando alto, sem contar no odor forte de álcool barato, sujeira e suor. Fez uma buscar com os olhos por todo o local ate encontra Finnick sentado em algo parecido com uma caixa de madeira vestindo apenas a calça escura que usava durante o funeral, porém seu corpo estava com algumas escoriações e sujo de suor, poeira e sangue. Sua face também estava um pouco machucada e alguns dos nós dos seus dedos estavam cortados.

Rory ficou paralisado com aquela imagem e a muito custo móvel-se em sua direção.

- Finnick o que houve com você? – indagou Rory preocupado olhando o estado em que seu amigo encontrava-se.

- O que faz aqui? Vá embora garoto, aqui não é lugar para você. – disse Finnick secamente sem olhá-lo.

- Sua família esta preocupada a sua espera, desde cedo que eu o procuro. Porque o senhor esta ferido?

- Próxima luta em uma hora meus camaradas, então sugiro que façam suas apostas o quanto antes. – um homem falou em algum lugar e Rory sentiu que sua pergunta havia sido respondida.

- O senhor lutou? – indagou Rory incrédulo.

- Vá embora e não diga nada sobre onde estou, tenho negócios aqui e você não tem nada haver com isso. – disse Finnick sem emoção.

- Finnick é você quem vai lutar daqui à uma hora? – indagou Rory horrorizado, mas Finnick nada respondeu.

- Sim ele vai lutar a próxima e as outras caso ele ainda tenha disposição. – falou um homem corpulento de baixa estatura com um chapéu puído e dentes amarelos. – Quem é ele? Seu ajudante Odair?

- Eu não preciso de ajudante e ele não é ninguém a não ser um garoto que não sabe onde esta metendo-se. – disse Finnick entre os dentes indicando a Rory que seu tempo naquele lugar havia esgotado-se.

Rory sai sem dizer uma única palavra, porém lembra-se do que Mellark havia lhe dito para que ficasse de olho em Finnick e a qualquer sinal que pudesse sinalizar que ele iria meter-se em confusão Mellark deveria ser alertado. Rory chegou à conclusão que esse dia chegou mais cedo do que ele próprio esperava.

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- O que teremos para o jantar Hazelle? – indagou Clove.

- Um assado de frango com arroz e legumes cozidos. – disse ela.

- Onde esta o senhor Sanford?

- Depois do almoço ele saiu com o filho do juiz Trinket e ainda não voltou. – falou Hazelle escondendo um sorriso sobre a curiosidade de Clove.

- Ótimo assim teremos um jantar maravilhoso sem sua presença.

- Quem poderia estragar seu jantar senhorita Clove? – indagou Cato fazendo Clove sobressaltasse, porém ela tentou disfarçar o seu rubor.

- O senhor. – disse ela e seguiu para seu quarto, mas antes de chegar ao topo das escadas que dão acesso aos quartos uma mão a detém com um aperto em seu braço.

- Diga-me o que fiz para que a senhorita odei-me assim? – indagou Cato visivelmente perturbado.

- Sua impertinência é motivo mais que suficiente. – disse Clove em voz falha o que levou um leve sorriso aos lábios de Cato.

- Quais das minhas atitudes são impertinentes senhorita? – indagou aproximando-se da jovem e prendendo seu corpo no corrimão deixando-a apavorada. – Diga-me quais das minhas atitudes a deixam desconfortável: quando eu estou assim tão perto da senhorita ou quando eu estou a observá-la a distancia ou será quando eu a encontro a banhar-se no rio como uma sereia desses livros de contos. – Clove fecha os olhos evitando olhar nas orbes de Sanford e quando seu perfume é inalado junto com o seu oxigênio ela reúne forças e o empurra e corre ate seu quarto.

Trancando a porta atrás de si Clove encostasse ofegante na porta confusa com as sensações causadas ao ouvir a voz daquele homem e inalar seu aroma.

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A carruagem de Havensbee segue em direção ao casarão dos Everdeen, pois ele quer verificar se a família precisa de algo e avisar que na manhã seguinte o testamento do senhor Everdeen devera ser lido. Porém algo chama a sua atenção; o jovem que esta na casa dos Everdeen passa correndo próximo á sua carruagem.

- Hey! – gritou Havensbee – Hey garoto. – Rory olha e ele faz sinal para que ele pare. – Você esta hospedado na casa dos Everdeen certo? – Rory confirma com a cabeça. – E pra que toda essa pressa?

- Senhor desculpe-me, mas é assunto de família, preciso ir.

- Venha estou indo para lá. – disse Havensbee abrindo a portiola da carruagem e dando passagem para Rory que depois de uma breve relutância aceita e segue com ele.

Seguiram em silencio ate o casarão onde Rory praticamente correu ate o interior da casa.

Sem saber ao certo como proceder depois que soube que Mellark estava em seus aposentos Rory da um longo suspiro e bate na porta dos aposentos de Mellark que abre a porta na segunda batida.

- O que houve? – indaga Peeta com voz baixa para não acordar sua esposa.

- Finnick, o senhor disse-me para avisar caso entrasse em algo errado. – disse Rory e Peeta apenas meneou com a cabeça. – Ele esta a leste da rua quatro num lugar onde fazem apostas e lutas.

- Maldição! – exclamou Peeta. – Ele esta lutando?

- Ele ainda esta lutando. – completou Rory.

- O que? Finnick esta lutando? – indagou Katniss que já encontrava-se nas costas de seu marido.

- Querida volte para a cama eu cuidarei disso. – disse Peeta de forma complacente beijando a testa de sua mulher.

- Vou colocar um vestido irei com você. – disse ela.

Peeta argumentou que não era uma boa idéia ela ir com eles, porém ela contra argumentou que seria mais fácil convencer Finnick de vir para casa se ela estiver junto. Peeta protestou, mas ao final teve que concordar com sua mulher que sua presença serviria de pressão para Finnick voltar para casa.

Estavam na sala explicando para Hevensbee o que estava acontecendo quando Annie chegou e disse que iria também. Peeta fez menção de protestar, mas o tempo estava passando, então todos seguiram para as velhas construções com exceção de Havensbee que ficou no casarão caso a mãe ou irmã de Katniss acordasse para poder contar-lhe tudo.

- Ouçam bem vocês duas – começou Peeta. – Dentro desta carruagem serão seus lugares estão ouvindo. – disse Peeta ao chegarem e ver o ambiente em que se encontravam.

- Esta bem. – disse Katniss.

Peeta saiu da carruagem e seguiu em direção ao local que Rory indicou quando sentiu que estava sendo seguido e ao virar-se encontrou sua esposa e uma Annie muito assustada seguindo-os.

- Você realmente não achou que eu iria ficar para trás – disse Katniss antes que seu marido falasse algo e ele apenas revirou os olhos e a colocou próximo a ele.

Quando entraram no local a gritaria e o odor fétido eram latentes aos ouvidos e narinas, porém todos ficaram chocados ao verem Finnick em um circulo de pessoas todo sujo de sangue e girar pelo espaço tendo seus movimentos imitados por um homem maior que ele que também estava em um estado igualmente deplorável. O homem da um soco em Finnick causando um grito estridente em Annie.

Peeta esta avaliando a melhor forma de parar a luta quando Finnick aplica um gancho de esquerda no homem que cambaleia um pouco e logo retoma seu equilíbrio.

- Oh! Não sabia que na noite de hoje teríamos umas coquetes – disse um homem passando a mão nos cabelos de Katniss, enquanto outro puxa Annie para perto de si.

- Mellark! – grita Annie assustada atraindo a atenção de Peeta que ao ver a cena de Annie sendo agarrada e sua esposa importunada por aqueles homens ele inicia a sua própria luta com os homens.

Peeta desferi um soco no homem que agarrou Annie para logo depois ir contra o que pegou no cabelo de sua esposa fazendo Annie e Katniss gritarem de pavor; um dos homens soca Peeta no estomago quando o outro o imobiliza, depois é puxado por Finnick e o homem que lutava com ele e que agora estão ao lado de Peeta. Alguns socos são distribuídos pelos que agora estão a proteger Peeta e as duas mulheres, então conseguem conter os homens bêbados e coloca-os para fora quando um deles diz:

- Podemos ser bêbados inginorantes, mas se tem algo que preservamos são nossas famílias, as nossas mulheres e filhos em primeiro lugar e jamais permitiríamos que as suas mulheres fossem desrespeitadas aqui. Perdoe-nos. – disse o homem que estava lutando com Finnick quando chegaram ao local.

- Muito obrigado pela ajuda. – disse Peeta estendendo á mão em direção ao homem em um cumprimento.

- Meu nome é Brutus, mas que diabos você faz aqui com essas mulheres? – indagou o lutador estendendo sua mão a Peeta que logo a deu-lhe um aperto de mão firme.

- Sou Peeta Mellark.

- Viemos buscar ele. – respondeu Katniss apontando com a cabeça em direção a Finnick.

- Sabia que havia algo errado, ninguém se coloca tanto em tantas lutas se não estiver fugindo de algo. – disse o homem que Rory viu recolhendo as apostas quando chegou.

- O senhor é o Mellark daquela família ao sul; os Mellark? – indagou Brutus.

- Sim sou eu mesmo. – confirmou Peeta.

- Meu jovem você tem uma direita extraordinária. – disse o homem das apostas e Peeta deu-lhe um sorriso condescendente.

Quando Finnick aproximou-se foi que Katniss viu a extensão de seus ferimentos.

- Finn! Olha pra você! – exclamou Katniss – Vamos para casa você precisa de cuidados.

- Katniss eu estou bem. – defendeu-se ele.

- Vamos, quando chegamos em casa conversamos. – disse Peeta.

- Minha casa e da minha família e não sua casa. – rosnou Finnick atraindo um olhar severo de sua irmã.

- Que seja. – disse Peeta e pegou sua esposa pela cintura com uma mão e Annie com a outra. – Vamos embora, senhores muito obrigado pelo ajuda e espero não ter estragado o resto de sua noite. Boa noite a todos.

Quando chegaram á carruagem Rory subiu ao lado do cocheiro, enquanto os outros seguiram no interior da mesma. Peeta estava com sua esposa ao seu lado e a sua frente Finnick sentado ao lado de Annie. Finnick lançou sua cabeça para trás na carruagem e não mexeu-se ate que chegaram á casa e Katniss durante todo o percurso ficou a segurar as mãos de seu marido, mas Annie apenas ficava a observar os ferimentos de Finnick e sem saber o porquê que a dor daquele homem doía-lhe o coração.

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- Tia eu vim buscá-la – disse Marvel entrando na sacristia da igreja. – A senhora precisa de outra distração tia que não seja apenas estar enfurnada aqui dentro.

- Eu sinto-me muito bem aqui dentro meu sobrinho. – disse ela. – Só vim deixar o jantar do Haymitch.

- Padre Abernathy tia, não é bom tratá-lo com essa intimidade.

- É o que eu sempre digo a ela, mas a sua tia é uma carola cabeça dura. – disse Haymitch entrando na pequena sala.

Os três conversam por um bom tempo enquanto Haymitch comia seu jantar e logo depois ambos tia e sobrinho foram embora. Marvel conhecia a historia de sua tia com o agora padre Haymitch Abernathy ou parte dela, porém sempre que os via próximos achava inconveniente, mas nos últimos dias seus sentimentos andam em conflito e pela primeira vez ao vê-los juntos ele sentiu tristeza por sua tia e desejou poder mudar a sua historia.

- A senhora não consegue ficar longe dele não é minha tia? – indagou Marvel com um pouco de cautela, enquanto caminhavam para casa.

- Mesmo se eu quisesse meu querido não poderia. – respondeu ela dando-lhe um olhar triste.

- É isso que não entendo, se vocês estavam noivos e queriam casar-se como tudo acabou dessa forma?

- Eu não quero falar sobre isso por que não tem muito que falar, nós estamos levando nossas vidas ou o que restou delas da melhor forma que podemos. – disse ela dando por encerrado a conversa.

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Ao chegarem ao casarão Peeta antecipa-se a contar para Havensbee tudo o que havia acontecido e Havensbee contou-lhe que o testamento seria aberto na manhã seguinte conforme pedido do falecido e foi embora em seguida. Katniss olha para seu irmão sem saber por onde começar a cuidar de seus ferimentos, afinal ela nunca precisou cuidar de alguém ferido antes.

- Bem vamos ver por onde começar a tratar desses ferimentos. – disse Katniss.

- Pode deixar comigo que eu faço isso, na fazenda sempre há alguém ferido na época de colheita. Vá deitar-se você precisa descansar. – disse Annie indo em direção a cozinha.

- Não! – exclamou Peeta. – enquanto via sua esposa dirigir-se para o quarto e em meio ao dilema de seguir sua esposa e cuidar dela ou ficar e ajudar Annie para não deixá-la sozinha com Finnick que estava sentado em uma cadeira sem dizer uma única palavra. – Rory! – gritou Peeta e o jovem logo chegou ao seu lado. – Escute bem o que vou lhe dizer e quero que faça conforme vou explicar entendido. Fique com a senhorita Annie e a ajude em qualquer coisa que ela precisar para tratar dos ferimentos do senhor aqui presente. Não a deixe só com ele nem um minuto ate que ela tenha acabado e sido entregue por você aos seus aposentos, então você pode comer o que quiser na cozinha e descansar. Ouviu bem garoto?

- Sim senhor, ficar ao lado da senhorita Annie o tempo todo ate que ela esteja devidamente guardada em seus aposentos e depois posso comer e descansar.

- Muito bem menino, eu estou em meu quarto caso precise de algo. – disse Peeta e subiu para seu quarto.

- Senhor? – Annie volta da cozinha dirigindo-se a Rory. – Poderia preparar um banho para o senhor Everdeen?

- Odair! – disse Finnick – Prefiro que chame-me de Odair.

- Esta bem senhor Odair. – disse ela. – Prepare-lhe um banho enquanto eu levo as compressas e unguento lá pra cima para tratar desses cortes. – Rory assentiu com a cabeça e saiu para fazer o que ela lhe pediu.

Finnick vai para seu quarto seguido por Annie que levava uma bacia e algumas compressas secas e um unguento para os ferimentos e em seguida Rory entra no quarto levando uma balde de água para o reservado do quarto e derrama o liquido em uma banheira onde Finnick rapidamente lava-se. Rory retorna para o quarto com outro balde com água e Finnick termina o seu processo de limpeza corporal, enquanto Annie retira-se para que ele possa vestir suas calças e logo depois entra para iniciar o tratamento dos ferimentos.

Annie ruboriza a cada vez que precisa tocar na pele de Finnick a fim de molhar o ferimento com o unguento.

- Ai, ai, ai isso queima e dói! – exclama Finnick sobressaltado.

- Deveria ter lembrado-se disso quando o senhor foi aquele lugar sujo a fim de ser espancado. – retrucou à jovem.

- Eu não fui espancado ou será que não viu o estado em que o outro homem estava?

- Desculpe-me não ter visto sua luta espetacular nem quão ferido ficou seu oponente, mas acontece que um bêbedo fedorento estava atacando-me. – disse Annie e o sorriso maroto no rosto de Finnick morreu.

- Desculpe-me, se em algum momento passasse em meu pensamento que essa minha atitude poria a senhorita ou minha irmã em perigo jamais teria pisada lá. – disse ele e Annie sentiu seu coração aquecer-se com aquela confissão.

Annie estava começando a cuidar dos ferimentos na face do Finnick quando ele pediu para Rory pegar algo para comer e depois de vários protestos e relutâncias de afastar-se dos dois a Annie o confirmou que ficaria bem e que logo ele estaria de volta.

Annie aplicava o unguento no canto dos lábios de Finnck quando ele segurou sua mão e fixou seu olhar ao dela.

- A senhorita é muito bonita. – disse ele, mas não ouve resposta por Annie. – Seus lábios são lindos. Seus olhos e cabelos. – disse ele colocando uma mecha solta atrás de sua orelha e aproximando-se quando suas respirações já estavam próximas e Annie achou que seu coração fosse parar uma voz ecoa na porta do quarto.


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