Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa
Pela manhã, Tsunade e Jiraya vieram nos ver logo cedo. Isso foi bem previsível. Sentados no sofá da sala eles nos falaram o que eu já sabia de antemão.
- Não havia nenhuma foto da bomba de nêutrons na máquina – disse Tsunade olhando-me com decepção.
Eu respirei fundo.
- Foi uma missão sem sentido, entrar na fábrica sem conhecê-la... não havia como saber onde essa bomba estava! – defendi-nos.
O fato de que eu sequer era hábil para reconhecê-la decidi omitir de minha justificativa pelo fracasso.
- A garota está certa – disse Jiraya dando seu apoio a minha “defesa”.
Eu sorri para Jiraya, ele se mostrava mais simpático e compreensivo do que Tsunade.
Naruto colocou as mãos atrás da nuca.
- A fábrica era enorme! – disse ele olhando para Tsunade.
Tsunade balançou a cabeça e ficou em pé.
- De fato nós erramos em mandá-los desse jeito para a fábrica.
- Poderíamos ter morrido nessa missão – eu disse em seqüência a fala de Tsunade.
Valia ressaltar o fato de que a missão fora bem arriscada.
- Por isso dessa vez – Tsunade continuou – nós os colocaremos trabalhando dentro da fábrica.
- Tá maluca! – exclamou Naruto retirando as mãos detrás da nuca – não podemos entrar mais lá!
Naruto disse tudo de forma nada educada.
- Se trabalhassem lá conheceriam cada espaço do lugar, desse jeito seria mais fácil encontrar a bomba de nêutrons e ainda obter os documentos de sua fabricação – Jiraya fazia o marketing do serviço.
Como se não bastasse meu parceiro ser um idiota, agora meus contatos também o eram. Eu comecei a acreditar que era a única com bom senso naquela missão.
- Naruto está certo, os guardas poderão nos reconhecer. E nós não falamos russo, como podemos trabalhar num lugar desses?
- O único guarda que os poderia reconhecer está morto – disse Jiraya olhando para mim e depois para Naruto.
Como ele poderia saber disso? Repassei mentalmente a noite de ontem a partir do momento em que entramos no carro de Jiraya e Tsunade após quase sermos descobertos na fábrica, e não me recordei de ter dito nada a respeito de termos matado alguém, tampouco acredito que Naruto o tenha feito.
- Quanto a falar russo, não precisa se preocupar – Tsunade sentou-se novamente no sofá – tudo está arranjado para que vocês possam ingressar como funcionários da fábrica.
Pelo menos Tsunade havia me consolado com o fato de que tudo estava arranjado, quando eu disse a Konan que eu não sabia falar russo, ela me mandou ficar de boca fechada.
Eu não acreditava que eu estava prestes a me envolver em outra situação complicada. A palavra “fracasso” ecoou em minha mente, e pensando em meus objetivos de completar a missão, eu não me opus em continuar com “a nova missão”.
Eu só queria entender uma coisa.
- Por que querem que trabalhemos na fábrica? – questionei-os.
A pergunta que valia 1 milhão de dólares, ou mais importante que isso, a nossa vida.
- Já explicamos que é para que possam conhecer o local e conseguir a documentação de fabricação da bomba de nêutrons. Sem a documentação e fotos não há como provarmos que ela exista.
Tsunade pareceu-me nervosa ao responder a minha pergunta.
- Não nos interessa trabalhar nessa fábrica – Naruto respondeu por ele e por mim.
- Vocês foram contratados para realizar essa missão – a voz de Tsunade era dura e severa.
Ela estava certa, não era deveríamos questionar a missão. Era nossa obrigação, como espiões, conseguir as fotos. E acima de tudo eu não queria ser uma fracassada, não nessa missão. Eu queria provar a todos da agência de Nova Iorque que eu era capaz de resolver casos mais complexos do que assassinatos; eu trilharia meu caminho para ser uma espiã internacional.
- Nós vamos para lá.
Naruto me olhou surpreso.
- Sakura.
Eu o interrompi antes que ele continuasse.
- Naruto, essa é a nossa missão.
- Temos alguém na fábrica que vai ajuda-los – Jiraya tentou mostrar que eles nos apoiariam.
Naruto me olhou por um tempo mais antes de dar seu aval.
- Quando começamos? – Naruto perguntou para Tsunade.
Tsunade sorriu satisfeita, já Naruto não se via muito animado em seguir com a missão.
- Assim que conseguirmos os papéis para que entrem como funcionários da fábrica.
Jiraya levantou-se e ficou em pé ao lado de Tsunade.
- Quando tivermos tudo em mãos, viremos os procurar.
Eu assenti com a cabeça.
Jiraya e Tsunade deixaram o apartamento.
- Por que quer continuar nessa missão? – questionou-me Naruto quando estávamos sós.
- Essa é a nossa missão.
Eu não diria a ele que era por orgulho, nem mesmo eu admitia a mim mesma que só estava me envolvendo nessa loucura por puro orgulho.
- A nossa missão era entrar na fábrica e tirar algumas fotos, e já fizemos isso.
Naruto estava chateado por continuarmos na missão. Eu não entendi porque ele queria abortar a missão; não havíamos completado o serviço, não tínhamos provas concretas que a bomba de nêutrons existia, por isso tínhamos que ficar até termos os documentos em mãos.
- Não temos mais que ir para aquele lugar! – Naruto continuou reclamando.
Eu coloquei minhas mãos na cintura e o olhei séria.
- Você concordou em irmos – acusei-o – não queira recuar agora, a menos que esteja com medo.
Naruto ficou bravo; houve uma clara mudança em sua expressão facial.
- Não diga besteiras, se for para lá...
Naruto interrompeu no meio o que iria dizer.
- O que? Diga-me o que vai acontecer.
Naruto ficou acuado.
- Esqueça – disse ele se jogando no sofá – se pretende ir, eu vou com você.
- Ah, com certeza você vai comigo, afinal você é o meu parceiro.
Naruto me olhou de uma maneira indecifrável. Eu não saberia dizer o que seus olhos queriam me dizer naquela hora. Eu só saberia a verdade que ele me escondia dias depois.
Eu fui para o quarto deixando Naruto na sala. Sentei-me na cama e fiquei pensando a respeito da missão. Eu acreditei entender o Naruto, eu também estava com medo de ir para aquele lugar, já havíamos estado lá antes, alguém poderia nos reconhecer. E não era só isso, haveria mesmo alguém na fábrica nos ajudaria? Por certo haveria, e eu suspeitei que essa pessoa, de um modo indireto, esteve envolvida em nossa entrada na fábrica na noite anterior. Quem seria essa pessoa? Algum dos guardas? Ele poderia ter facilitado o nosso acesso a fábrica? Mas como? E por que?
Meus questionamentos foram interrompidos por três batidas secas na porta.
- Sakura – me chamou Naruto do outro lado da porta.
- Entre.
Não havia como dispensá-lo, se eu o fizesse começaria uma série de perguntas tolas. Além disso, ficar sozinha questionando detalhes da missão estava começando a me deixar zonza.
Naruto entrou e eu me pus de pé.
- O que quer? – fui logo perguntando.
Naruto parecia sem jeito em me dizer o que queria me dizer.
- Você quer ir dar uma volta comigo?
Ele me convidou para sair. Como um flash de memória, a cena dele me beijando voltou a minha mente e fez meu coração disparar em meu peito.
- Sair juntos? – questionei-o fingindo não entender seu convite.
Estava mais do que claro que era isso que ele queria.
- Sabe, não é bom você ficar no quarto tanto tempo. Podemos ir até a Praça Vermelha.
- Para que quer ir lá? Para ver o desfile de armas soviéticas como se fosse uma parada de 4 de julho? – retruquei com certo mau humor.
- Hoje não tem desfile! – logo tratou de me informar.
Como ficar no quarto só ia me deixar mais neurótica com o futuro da missão, decidi ceder ao convite de Naruto. Afinal que mal haveria em dar uma volta pela cidade.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nota da autora: Dessa vez o Naruto e a Sakura vão trabalhar dentro da fábrica... a missão fica cada vez mais arriscada.
Espero que estejam gostando da fic. Agurado reviews com criticas, opiniões ou comentários ^_^