Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 6
CAPITULO 5 - FRACASSOS




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Havíamos sido descobertos. Um dos guardas estava a nossa frente apontando um fusil.


Num movimento rápido e quase imperceptível por minha parte, Naruto se pôs a minha frente e esticando o braço apontou um revolver para o guarda.


 Não havia a mínima chance de Naruto conseguir vencer o guarda que tinha em mãos uma arma bem mais poderosa.


- Sakura, saia daqui!


A porta por onde havíamos entrado estava localizada na minha lateral esquerda.


- Não! – respondi, minha voz estava trêmula.


A adrenalina subiu ainda mais em meu sangue, e meu corpo ficou rígido.


O guarda começou a rir com malicia, ele estava prestes a atirar contra nós. Senti-me acuada, porém eu tinha que tomar alguma atitude.


- Sakura! – a voz de Naruto ecoou pela fábrica.


O timbre de sua voz só não foi mais alto que o som da bala ecoando pelo galpão. Por um breve segundo o ar faltou a meus pulmões, e custou-me voltar a respirar; o suor escorria por meu rosto e meu coração batia forte em meu peito.


Os sons dos passos dos guardas tornavam-se mais altos a cada segundo que se passava. Naruto segurou em meu pulso que mantinha firme a arma que eu empunhava. O guarda que antes nos ameaçava estava estirado no chão; eu o havia matado.


Aproveitei-me de um breve momento de distração do guarda, e sacando minha arma atirei no peito do homem por baixo do braço de Naruto; ele nem me vira atirar.


Naruto puxou-me para fora da fábrica, e juntos corremos mais do que pensávamos ser possível correr.


Ao chegarmos a parte externa da fábrica vimos ao longe o carro de Jiraya e Tsunade a nos esperar.


Corremos em diração ao carro, e ao nos aproximarmos entramos na parte de trás do carro sem falar nada. Jiraya acelerou o carro que cantou os pneus antes de sair.


- Conseguiram as fotos? – perguntou Tsunade ansiosa.


Eu retirei a máquina fotográfica de volta de meu corpo e entreguei-a a Tsunade que sorriu e virou-se para frente. Minha respiração estava acelerada, e eu recostei-me no banco do carro a fim de descansar; senti a mão de Naruto tocar a minha, e assustei-me.


- Obrigado Sakura – disse-me baixinho.


O agradecimento de Naruto foi sincero e me fez ficar sem jeito. A mão dele ficou segurando a minha por todo o caminho de volta; eu não objetivei, eu estava cansada demais para isso. Inconsciente eu deixei minha cabeça tombar para o lado e encostar-se ao ombro de Naruto; acho que foi por isso que ele não soltou a minha mão.


Jiraya e Tsunade nos deixaram a porta de nosso prédio, e partiram sem dizer adeus. Eles estavam muito apressados para revelarem o filme fotográfico.


Com dificuldade eu subi os seis lances de escada que conduziam ao terceiro andar; Naruto insistiu em me carregar, mas eu não era um fardo para ser carregado. Foi um alivio ver o número 21 na porta do apartamento.


Naruto abriu a porta e eu passei por ele apressada. Deitei-me no sofá e estiquei as pernas.


- Finalmente estamos em casa.


Ainda que aquela não era a minha casa, e tampouco era a casa de Naruto, mas aquele era o lugar onde nós estávamos vivendo.


Naruto sentou-se no chão, e encostou as costas no sofá; o cabelo dele roçou em minha mão.


- A missão foi cumprida – a voz de Naruto tinha um tom de tristeza inexplicável.


- Essa foi a primeira vez que eu matei um homem – confessei com pesar.


Naruto virou-se para mim com um olhar surpreso.


- Nunca havia atirado em alguém?


Eu olhei para fora através do vidro embaçado da porta balcão.


- No meu trabalho em Nova Iorque as pessoas já estavam mortas quando eu chegava.


Percebi que Naruto voltou seu olhar novamente para a lareira acesa.


- Você vai voltar para os Estados Unidos?


Abaixei meu olhar e comecei a observar minhas mãos.


- Não posso ficar aqui. Eu não sei falar russo, esse não é o meu país.


- Sakura, você não precisa voltar para os Estados Unidos... pode ficar na Europa por mais um tempo.


Virei a cabeça para o lado e passei a olhar para Naruto sentado tão próximo a mim. A sugestão de ficar mais um tempo na Europa era razoavelmente boa. Eu coloquei minhas pernas para fora do sofá.


- Não é preciso pensar nisso agora, a missão ainda não terminou – anunciei.


Naruto tornou a olhar-me com espanto. Eu procurei manter meu olhar fixo na lareira a minha frente.


- Não há fotos da bomba de nêutrons.


Eu deixei meu corpo escorregar pelo sofá e sentei-me ao lado de Naruto. Eu o olhei com um olhar divertido.


- Eu nem sei o que é uma bomba de nêutrons – eu lhe confessei num tom jocoso.


Naruto olhou para mim em silêncio, antes de disparar a rir. Nós dois rimos do fato.


Eu sabia que se eu cometesse um erro eu poderia comprometer a seqüência da missão, e naquela noite de fracassos eu cometi um erro que viria a comprometer toda a missão.


Bastava apenas eu cometer um erro para arruinar tudo...


Naruto virou o rosto para o lado e eu me perdi em seu tranquilo olhar oceânico, meu coração se agitou em meu peito. O riso pouco a pouco sumiu, e meu rosto ficou sério, sereno, apenas meu coração seguia batendo forte...


Suavemente, seus lábios tocaram os meus. Eu fiquei surpresa num primeiro momento, no entanto ao dar-me conta do que estava acontecendo, eu... permiti que ele seguisse me beijando.


Eu estava consciente do que acontecia, porém não protestei e nem me afastei dele. Não sei por quanto ele me beijou, no entanto quando terminou senti que o beijo fora efêmero.


Em seguida, veio o constrangimento pela situação. Eu me levantei.


- Sakura, me desculpe.


- Eu vou dormir – disse sem olhar para Naruto ainda sentado próximo ao sofá.


Naruto se pôs de pé, mas antes que ele falasse algo mais eu já estava no quarto com a porta fechada. Eu me recostei na porta, e elevei a ponta de meus dedos até meus lábios, eu ainda podia sentir o toque de seus lábios sobre os meus. O beijo fora breve demais para lembrar-se dos detalhes, mas doce demais para ser esquecido.


Sentei-me frente ao espelho da penteadeira e olhando meu reflexo corado no espelho tive a certeza de ter cometido um erro. Eu começava a me envolver-me sentimentalmente com meu parceiro, e isso não era nada bom para a missão; não era nada bom para mim.


A missão não havia sido cumprida, e eu estava me deixando envolver demais com meu parceiro. Perguntei-me se as coisas poderiam ir pior do que já estava indo.


Um sorriso surgiu em meus lábios. Senti-me como uma criança que fez uma travessura.


- O que eu estou fazendo nessa missão? – a velha dúvida em minha mente – eu não entendo nada de armas.


Era verdade, eu era a pessoa menos indicada para estar na missão. Como Konan havia me contratado? Eu podia ser inteligente e astuta, o que era bom para uma espiã, mas eu não estava preparada para reconhecer armas complexas. Eu mal sabia usar uma.


Eu já podia prever o fim dessa missão.


- Fracasso.


Balancei a cabeça.


- Não o será – levantei-me e o banco tombou no chão. – eu vou provar a todos da agência de Nova Iorque que eu posso cumprir uma missão de verdade, nada mais de casos banais de assassinatos.


O desejo de ser bem-sucedida nessa missão fez com que as minhas dúvidas momentaneamente desaparecessem. Eu não fracassaria na missão, eu haveria de encontrar uma maneira de obter as fotos da bomba de nêutrons soviética.


Só me restava um problema mais para resolver, meu envolvimento com Naruto. Eu estava numa missão da qual pouco entendia, e ainda estava deixando levar por um romance insano.


Novamente o meu foco da missão, se dissipava em minha frente a qualquer pensamento direcionado a Naruto, desde quando isso passara a acontecer? Aquela foi a primeira vez que aconteceu, por isso decidi deixar isso para ser pensado em uma outra ocasião. Peguei o banco do chão e arrumei-o de volta próximo a penteadeira; deitei na cama.


- Foi apenas um beijo... – disse para mim mesmo.


Seria ridículo demais deixar-me abalar por tal tolice, ainda mais porque fazia pouco mais de 24 horas que nos conhecíamos. Eu não era uma garota tola que se deixa levar por seus sentimentos, eu era uma espiã!


 


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Notas finais do capítulo

Nota da autora: Sakura acaba se envolvendo com Naruto, e agora será que isso vai complicar a missão deles?

Obrigada a todos os leitores pelos comentários, prometo que vou responde-los a medida do possível.