Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 32
CAPITULO 28 – MISSÃO CONCLUIDA?




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Lembro-me de ter corrido muito; não me detive até que me sentisse segura quanto a distância que eu estava da fábrica. Eu havia ignorado a ordem de Sasuke de voltar para sua sala. Para minha sorte eu não havia encontrado ninguém conhecido no trajeto que fiz da fábrica até ...bom, eu não sei exatamente aonde eu fui parar no final da minha corrida, só sei que era bem longe da fábrica.

 

Por não conhecer bem Moscou, eu tive que correr pelo trajeto do ônibus o qual eu estava acostumada a pegar todos os dias; isso não era muito inteligente de se fazer sendo eu uma espiã, porém não havia como eu escolher outra rota de fuga. Lentamente eu começava a me dar conta das minhas falhas como espiã internacional.

 

Ao entrar em perímetro urbano, eu comecei a caminhar mais devagar. Ajeitei a câmera fotográfica ainda envolta em meu casaco para evitar que ela caísse, ali estava todo o resultado de quase dois meses de missão. Eu segui a pé até o apartamento, foi uma longa caminhada e agradeci a minha boa condição física por poder ter fôlego de caminhar até lá. Enquanto andava eu comecei a pensar em muitas coisas, mesmo estando fadigada por conta das sucessivas descargas de adrenalina que meu coração sofrera e também pelo esforço físico despendido pela corrida, meu cérebro não conseguia sossegar, e eu sentia uma mescla de sentimentos em meu âmago, que faziam meu humor mudar a cada minuto.

 

Entre as muitas coisas que eu pensava a mais recorrente era a minha vontade de voltar para casa, de estar novamente em Nova Iorque em meio a suas ruas cheias de carros e pessoas, e eu pensava bastante também em Sasuke... E pensar em Sasuke me fazia sentir raiva. Eu havia sido uma boneca em suas mãos, sendo conduzida a agir conforme sua vontade e seus objetivos; não pode negar que mesmo sendo manipulada, ele havia me permitido obter as fotos dos documentos, porém eu não podia deixar de pensar que ele apenas o fizera porque também tinha interesse nessas fotos.

 

Um mistério... Era isso que Sasuke era para mim. Seu passado, seu emprego na fábrica, sua missão? O que Sasuke era afinal de contas? Um espião? Mas para quem ele trabalhava? Seria para a KGB? Se ele conhecia Jiraya e Tsunade, então seria até que lógico que ele trabalhasse para a KGB, porém havia ainda a remota possibilidade de...

Flashback

- Quem eram aquelas pessoas? – perguntei.

- Elas estão ajudando na missão.

- Por que não me contou sobre elas? – perguntei num tom mais calmo.

- Eu não quero envolvê-la mais nessa missão”

Fim do flashback

 

Naruto havia me dito que havia mais pessoas na missão, e se o objetivo de Sasuke era o mesmo que o meu, pensando dessa forma...

 

Detive-me em frente a entrada do prédio.

 

- Estamos na mesma missão – sussurrei para mim mesma.

 

Essa era um possibilidade que ficava mais real a medida que eu pensava cada mais nela. Além disso, era mais lógico pensar que Sasuke estava trabalhando para o governo americano do que pensar que ele trabalhava para a KGB; definitivamente não havia motivos para a KGB espionar uma fábrica que vendia armas para seu governo, a não ser que eles estivessem suspeitando de algo.

 

Comecei a subir as escadas que conduziam ao apartamento, me detive a um lance de chegar ao terceiro andar.

 

- Sasuke não trabalha para o governo americano... Se ele trabalhasse, então, não haveria razão de contratar a mim e o Naruto para essa missão.

 

Voltei a subir a escada.

 

Minha teoria pareceu-me correta. Mesmo que o governo americano quisesse preservar a imagem de Sasuke dentro da empresa, isso é pensando que ele é um espião americano, não haveria motivos que justificaram a minha presença e a de Naruto na fábrica; colocar-nos lá dentro trabalhando era mais arriscado do que se o Sasuke tentasse extraviar secretamente os documentos ou mesmo tirar fotos deles.

 

Ao chegar ao apartamento, eu abri a porta e chamei por Naruto; não houve resposta.

 

Fechei a porta e sentei-me no sofá, exausta, porém com a cabeça fervilhando de pensamentos. Eu ainda não entendia a participação da KGB.

 

- KGB... Se a KGB suspeita da fábrica, eles sem dúvida colocariam um espião dentro dela, e Sasuke poderia ser esse espião... Mas ele também quer as fotos dos documentos que comprovem a existência da bomba de neutrons, só que se o governo soviético a está construindo... – tive um estalo naquela hora e de tanta alegria levantei do sofá tomando um rápido impulso – a fábrica pode estar construindo a bomba de nêutrons sem o conhecimento do governo soviético, por isso os agentes da KGB estão na missão também!

 

Era perfeito o fechamento de minha teoria. Enquanto eu e Naruto estávamos trabalhando para o governo americano; Sasuke, Jiraya e Tsunade estavam trabalhando para a KGB.

 

Olhei para o lado e vi meu casaco sobre o sofá, embaixo dele estava a câmera fotográfica.

 

Eu finalmente tinha em mãos o que tanto me havia custado conseguir: as fotos dos documentos sobre a bomba de nêutrons. Eu havia sacrificado tanto para tê-las, mas agora o as fotos estavam em minhas mãos.

 

- Em minhas mãos...

 

Se Sasuke estava de fato trabalhando para a KGB, então ele em breve estará batendo a porta do apartamento com seu exercito particular soviético em busca das fotos dos documentos.

 

Não havia como esperar mais por ali, Sasuke sabia onde eu morava, era uma questão de tempo ele aparecer por lá...

 

- Eu tenho que sair de Moscou o quanto antes, mas e quanto a Naruto?

 

Naruto tinha seus mistérios, mas no fundo eu gostava dele demais para abandoná-lo por lá. Levantei-me e fui até a sacada, arrisquei uma longa olhada para a praça que ficava a alguns metros do apartamento.

 

- Naruto, onde se meteu?

 

A pergunta feita ao silencio do apartamento não teve resposta. Eu deduzi que ele deveria estar com aquelas pessoas que faziam parte da missão, pessoas as quais eu não conhecia, e em vista das circunstancias talvez não as conheceria... ou será que sim?

 

Fechei a porta balcão e voltei para a sala; a lareira estava apagada e por isso a sala estava bem fria.

 

Peguei a máquina fotográfica largada no sofá, e cuidadosamente rebubinei o microfilme e tirei-o de dentro do pequeno e moderno aparelho; aquela máquina era realmente um avanço tecnológico naquela época, não havia um modelo daqueles a venda no mercado, ela era usada apenas por grandes agências de espionagem, e eu a havia ganhado do chefe da agência de Nova Iorque após resolver o caso de assassinato da mulher de um amigo pessoal do prefeito da cidade.

 

Segurando o microfilme em minhas mãos, eu me dirigi até o quarto e abri minha mala; revirei minhas roupas ainda guardadas até que encontrei num pequeno compartimento interno da mala uma corrente dourada com um pingente em forma de cilindro também dourado. Eu enrolei bem o microfilme e abrindo uma pequena tampinha na parte superior do pingente, coloquei o microfilme ali; depois fechei o cilindro e coloquei a corrente no meu pescoço.

 

- Vai ficar seguro aqui.

 

Voltei para a sala. Naruto ainda não estava lá.

 

Se eu seguisse os preceitos da espionagem, eu deveria naquele exato momento ir até o quarto, pegar minhas coisas e sair da cidade. Porém eu não faria isso, eu não iria sem Naruto, ainda que fosse melhor eu faze-lo, pois se eu fugisse sozinha eu não precisaria envolvê-lo em meio a uma perseguição que se iniciaria a minha pessoa, mas ele já estava envolvido. Definitivamente, eu não podia fugir sem ele.

 

O relógio da sala com seus tic-tac me pressionavam a encontrar uma saída para a minha situação; o tempo estava passando. Em meio a minha espera ocorreu-me um detalhe banal sobre a minha saída de Moscou; eu ri tamanha a banalidade da questão: como eu ia comprar passagens se eu não falava russo?

 

- Preciso de ajuda...

 

Vergonhosamente, eu precisava de ajuda para comprar as passagens para sair de Moscou. Eu estava sendo um fracasso como espiã. Como eu pretendia que a agencia de Nova Iorque me reconhecesse como grande espião internacional quando eu nem sequer conseguia comprar passagens sozinha, e como eu o faria se eu não falava e nem escrevia em russo?

 

Deixei meu corpo cair no sofá.

 

- Eu deveria usar meus contatos na União Soviética para essas emergências... – eu ri - a KGB ia adorar saber que eu tenho em mãos os documentos que provam a existência da bomba – a ironia era uma boa maneira de aliviar a tensão – só me restam os amigos de Naruto... – em pouco tempo tinha meu veredicto quanto a essas pessoas - nada confiáveis... mas Naruto confia nelas...

 

Flashback

 - Não te interessa nem mesmo se for sobre o seu atual parceiro – disse Ino num tom maldoso.

- Parem de se intrometer nos meus assuntos! – os adverti.

...

 Fim do flashback

 

Eu não sei porque me lembrei do que Ino me dissera, mas em meio aquela tensão e ansiedade eu pensei que talvez Ino não houvesse me dito aquilo para me provar, talvez houvesse verdade em suas palavras, afinal ela veio dos Estados Unidos até aqui para me dizer algo.

 

- Será que Ino sabia que o Naruto...?

 

Os segredos de Naruto começaram a pesar em minha decisão do que eu faria em seguida, ainda que eu lhe houvesse dito que não precisava me contar quem eram aquelas pessoas que estavam com ele, já que essa seria a minha prova de confiança nele, eu naquela hora me via envolvida numa situação que exigia que eu soubesse de uma vez por todas quem eram os aliados e quem eram os inimigos; meu engano com Sasuke estava custando-me por demais.

 

 

Flashback

- Nós vamos ficar em Moscou até que você decida nos ouvir – a voz de Shikamaru era séria – nós estamos no Hotel Kusk, quinto andar, quarto de número 56.

Fim do flashback

 

Eu havia cometido muitos erros de espionagem nessa missão, e eu não queria cometer mais um. Se Shikamaru e Ino estavam em Moscou, eu deveria ter acreditado que algo muito sério estava acontecendo. Eu não podia mais negligenciar a verdade que para mim ainda estava oculta.

 

Peguei meu casaco, o vesti e saí do apartamento. Eu não medi as conseqüências de minha atitude, também naquela hora eu não me importei com nada.

 

- A missão ainda não está concluída – disse a mim mesmo como incentivo.

 

Em minha concepção da situação, a missão não estaria completa até que eu conseguisse solucionar todos os mistérios. Com o microfilme pendurado no pescoço, eu sabia que ainda sobrava-me a difícil tarefa de saber para quem eu deveria entregá-lo. O correto seria eu entregar para o governo americano que foi quem me contratou para a missão, porém o que eu havia pensado na sala do diretor enquanto via aquele quadro me fez refletir sobre as conseqüências que traria para o mundo se os Estados Unidos soubesse que a bomba é verdadeira. Sim, depois de ver o projeto eu não tinha mais dúvidas que a bomba de nêutrons de fato existia, pelo menos em papel ela existia.

 

Eu precisava de informações, e eu iria primeiro até aqueles que me queriam fornecê-las: meus velhos amigos da agência de Nova Iorque, Ino e Shikamaru... Era hora de escutar o que eles tinham a me dizer.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: 
Será que as teorias de Sakura são verdadeiras?
 
Será que Sasuke trabalha mesmo para a KGB?
 
O que Naruto tanto esconde?
 
Quem são as pessoas que estavam com Naruto no bar?
 
Finalmente no próximo capítulo as respostas para essas perguntas serão respondidas... não percam, no próximo capitulo a revelação do jogo de espiões.
 



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