Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 26
CAPITULO 22 – POR UM FIO




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Eu nunca o tinha visto assim antes.

-Maldito! – praguejou Sasuke enquanto limpava o sangue que escorria da lateral de sua boca e pingava em seu terno.

Sasuke deu um passo à frente, eu antecipei seu movimento e antes que ele revidasse o soco de Naruto, eu me pus no entremeio deles. Minhas mãos ficaram apoiadas no peito de Sasuke.

- Sasuke, não!

Eu mal conseguia respirar. O coração ainda batia acelerado no peito.

Eu virei à cabeça para trás.

- Naruto, vai embora! – pedi-lhe.

- Sakura?

Naruto parecia não acreditar em minha ordem.

- Agora! – gritei furiosa – saia daqui!

Naruto estava incrédulo de minhas palavras, porém sem questioná-las saiu da sala.

- Eu vou mandar prender esse maldito americano! – gritou Sasuke enraivecido.

- Não! - meus olhos se encheram de lágrimas – por favor, não faça nada! – pedi-lhe enquanto agarrava sua camisa.

O mundo desabou sobre mim naquela hora.

Sasuke se afastou de mim.

- O que você tem com ele?

Minhas pernas estavam tremulas, eu mal conseguia me manter em pé.

Eu respirei fundo.

- Nós somos casados.

O que mais poderia ser dito senão a verdade, ou melhor, uma semi-verdade? Eu não podia dizer a Sasuke que eu e Naruto éramos um casal alemão, ou qualquer outra mentira.

Karin entrou na sala bufando, atrás dela dois guardas. Ela disse alguma coisa num tom de voz alto e agitado. Eu olhei para Sasuke suplicante, eu não sabia o que ela estava dizendo, mas temia que fosse algo que acabasse prejudicando o Naruto.

Sasuke respondeu-lhe num tom de voz ameno, e Karin pareceu querer retrucá-lo, mas vi o olhar fulminante que Sasuke lançou em direção a ela. Karin e os guardas saíram da sala.

- Sasuke...

Eu não sabia o que dizer.

- É melhor mantê-lo afastado daqui.

Eu tentei me aproximar de Sasuke, mas ele recuou.

- Perdoe-me.

Sasuke colocou as pontas dos dedos no local atingido por Naruto.

- É melhor você escolher com quem quer jogar as cartas.

As palavras de Sasuke me deixaram em alerta.

- O que quer dizer com isso?

Sasuke abriu um sorriso debochado. Ele se aproximou de mim e colocando a mão embaixo de meu queixo levantou minha cabeça fazendo olhá-lo nos olhos.

- Eu não gosto de ser enganado.

Um frio percorreu minha espinha e meu corpo ficou paralisado. Sasuke tirou a mão debaixo do meu queixo e girando os calcanhares se dirigiu a janela.

Eu tinha que dizer alguma coisa, não podia deixar as coisas ficarem daquele jeito, porém eu não sabia o que deveria dizer.

- Eu... sinto muito... eu deveria ter lhe contado que eu era casada.

Sasuke voltou-se para minha direção.

- Por que escondeu isso de mim?

- A história é mais complicada do que eu posso explicar...

Sasuke puxou a cadeira que estava próxima a ele e a virou para mim.

- Talvez eu esteja interessado em escutar sua história.

Naruto havia conseguido me deixar numa situação bem delicada. O que Sasuke queria escutar, eu não podia contar... se ele soubesse que eu era uma espiã americana, americana ele já sabia que eu era, mas uma espiã... ele sem dúvidas me mandaria prender ou me matar, na melhor das hipóteses eu seria extraditada e não poderia concluir a missão.

Eu acreditei que me envolver com Naruto não seria um erro, mas de fato o era. Eu não poderia mais contar com o apoio de Sasuke a menos que eu lhe desse uma plausível explicação para o meu “casamento”.

- Eu estou esperando que conte a sua história – Sasuke me apressou.

Eu caminhei em sua direção e sentei-me na cadeira. Sasuke deu a volta na mesa e sentou-se em sua cadeira ficando frente a frente comigo; apenas uma larga mesa cheia de papéis nos separava. Preparei-me para contar a Sasuke a verdade, não adiantava ficar dando mais voltas no novelo.

- Eu não sou casada de verdade com Naruto. Nosso casamento é uma farsa... é uma maneira de me permitir ficar na União Soviética, por isso eu não lhe contei nada sobre nós.

A expressão de Sasuke ficou mais serena.

- Por que está aqui?

A pergunta de Sasuke já era esperada.

- Eu estou numa missão.

Sasuke ficou surpreso com a minha resposta.

- Uma missão? – questionou-me Sasuke com um sorriso nos lábios - Que tipo de missão?

- Eu não posso dar detalhes.

Sasuke apoiou o cotovelo na mesa e cruzou as mãos na altura dos olhos.

- Entende que eu não poderei deixá-la sair dessa sala até que me conte que missão é essa...

- Eu prefiro não falar sobre isso – desviei meu olhar para a lateral.

- Se me contar, talvez eu pudesse ajudá-la.

Sasuke se mostrava flexível e prestativo. Voltei a olhá-lo.

- Agradeço, mas isso é algo que apenas eu posso fazer.

- Está trabalhando para o governo americano? – questionou-me diretamente.

A pressão que eu sentia fez minhas têmporas doerem, mas eu tinha que continuar levando aquela conversa. 

- Não. O governo americano não fez nada por mim, por isso agora eu estou sozinha.

- E quanto a seu “marido”? Assim é como devo chamá-lo?

- Naruto é apenas um amigo que está nessa missão comigo.

Sasuke me pareceu bem tranqüilo para alguém que recebe as noticias que estava recebendo. Afinal, eu era uma funcionaria dele, o fato deu estar numa missão poderia envolvê-lo indiretamente, ele não sabia que tipo de missão que eu estava executando.

- Muito bem – Sasuke estava conformado com o fato de que eu não lhe contaria nada  - pode ir para casa hoje, amanhã eu a quero aqui mais cedo que de costume.

- Obrigada – disse me levantando.

Os olhos negros de Sasuke estavam tranqüilos. Ele estava sendo gentil comigo. Na posição de chefe, ele poderia ter me exigido baixo a ameaças que eu lhe contasse sobre a missão, porém em nenhum momento ele o fez. E se o fizesse, eu lhe diria que a missão que eu estava era para prender o assassino de meus pais; eu estava certa que esse era o tipo de coisa que ele acreditaria.

Eu caminhei em direção a porta e quando minha mão tocou na maçaneta, eu me virei para ele uma vez mais.

- Sasuke, eu... sinto muito por tudo.

Sasuke sorriu.

- Esteja amanhã aqui bem cedo, e quanto a seu amigo ou marido, como preferir, é melhor que não cruze o meu caminho.

Eu assenti com a cabeça.

Ao sair da sala vi que todas as outras secretárias me olhavam com curiosidade, Karin estava próxima a escadaria, o olhar dela era ameaçador, de certo não havia gostado de ser repreendida por Sasuke por minha causa.

Eu andei rápido em direção as escadas que me conduziriam a saída, não olhei para trás e nem para os lados, meus olhos se fixaram apenas na escada.

Desci correndo e ao nos últimos degraus tropecei quase caindo, sorte que consegui agarrar na parede e me equilibrar. Na pressa de sair eu deixei meu casaco na cadeira, eu apenas havia pegado a minha bolsa.

Comecei a caminhar pelo jardim em direção ao ponto de ônibus, pensei onde Naruto poderia estar, porém acreditei que depois do que havia acontecido ele devia ter ido para casa.

Olhei para a fábrica iluminada pelo fraco sol da manhã. A janela da sala de Sasuke no segundo andar estava com as cortinas abertas. Eu o vi caminhar pela sala indo de um lado a outro enquanto lia um papel que parecia importante, sua expressão estava bem séria.

Eu ri timidamente ao perceber que se eu podia ver Sasuke dali, então...

- Naruto me viu com Sasuke...

Finalmente eu entendia como Naruto, em ambas às vezes, havia entrado na sala de Sasuke em momentos bem constrangedores para mim. As amplas janelas da sala de Sasuke permitiam uma boa visão de boa parte de seu interior. As janelas eram como grandes telões de cinema, e eu havia tido meu momento de atriz, não só para Naruto... Enrubesci ao pensar que outras pessoas possam ter partilhado da mesma visão de Naruto.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Naruto deixa Sakura numa situação complicada na frente do chefe, e ela acaba falando sobre a missão. Agora Sasuke sabe pq a Sakura está na União Soviética.



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