Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 21
CAPITULO 17 – VELHOS AMIGOS




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Na manhã seguinte Naruto não estava mais no apartamento quando acordei. Eu achei bom isso ter acontecido, eu não saberia se conseguiria olhar nos olhos dele sem desabar em lágrimas, nem tampouco me sentir culpada por estar o magoando.


 


Eu não fui trabalhar nesse dia, Sasuke me dera o dia de folga para que eu pudesse me arrumar para assistir ao ballet no Bolshoi a seu lado.


 


Fui até a cozinha, olhei em cima da mesa e do fogão e para a minha decepção não havia nada de comida lá. Eu ri.


 


- O que eu esperava? Que depois da briga Naruto tivesse me deixado o café da manhã pronto?


 


A louça do jantar de Naruto ainda estava dentro da cuba, lavei-a e coloquei-a sobre a pia. Virando minha cabeça para trás vi que sobre a mesa havia um pano de prato esticado na ponta da mesa. Eu girei meu corpo, e me aproximei da mesa para pegar o pano, ao erguêe-lo eu vi que havia um prato com ovos fritos e um copo de leite sob o pano, um sorriso terno surgiu em meus lábios.


 


- Naruto, obrigado.


 


Eu tomei o café da manhã preparado por Naruto, mesmo frio, e depois fui para a sala; o cobertor e a travesseira estavam caídos no chão, eu os recolhi e os coloquei sobre o sofá, deixando o cobertor dobrado embaixo da travesseira. O doce aroma do perfume de Naruto invadiu minhas narinas quando aproximei a travesseira do meu rosto; eu ainda não tinha consciência do quanto eu negava os sentimentos que repentinamente haviam se plantado tão fundo em meu ser. Porém não havia tempo para sonhar com o amor, eu tinha uma missão a ser cumprida


 


Deixei tudo dobrado sobre o sofá, e fui para o quarto. Eu tinha que escolher a roupa que eu usaria naquela noite. Abri meu guarda roupa e fiquei olhando para as peças penduradas.


 


Eu teria que trajar uma roupa de gala, no entanto em meio a minhas roupas tais peças finas não constavam. Comecei a mexer as roupas de um lado para o outro, até que encontrei um vestido bordô de seda ao estilo tomara que caia que eu havia comprado num ato de luxuria numa loja em Nova Iorque. Talvez o vestido não fosse o mais adequado, mas era o único que eu tinha, e ele não era feio, na verdade era bem bonito; a saia do vestido era tubo e caia em meus tornozelos, na cintura ele era mais apertado e o corpete tinha alguns detalhes discretos em dourado.


 


Com a roupa escolhida eu tinha o dia livre, e eu não estava com vontade de passar todo o dia trancafiada naquele apartamento. Minha cabeça estava cheia de pensamentos, e se eu ficasse ali, eu apenas iria ficar me martirizando pela situação; eu decidi me aventurar pelas ruas de Moscou. Eu precisava tomar um pouco de ar, e como o tempo estava agradável decidi caminhar pelas redondezas.


 


Moscou era uma cidade muito bonita, não havia como negar. As pessoas passavam apressadas por mim como se nem notassem a minha presença, era como em Nova Iorque, novamente me peguei pensando em minha casa americana, eu estava tão longe numa terra arisca e desconhecida.


 


Levantei a cabeça e vi duas figuras conhecidas surgindo em meio a uma multidão de jovens que acabara de me ultrapassar. Eu sei que eu estava morrendo de saudades dos Estados Unidos, mas ver meus velhos amigos ali na minha frente não ajudaria em nada; pelo contrário com certeza me trariam uma grande dor de cabeça.


 


Num primeiro momento eu quis acreditar que eram ilusões que enganavam meus olhos, mas ilusões não são tão reais como aquelas figuras o eram; além disso, ilusões não podem se aproximar de mim como estas o estavam fazendo.


 


Eu dei dois passos e paramos os três frente a frente.


 


- O que estão fazendo aqui? – perguntei baixinho.


 


Eu não queria que algum transeunte me ouvisse falando em inglês.


 


- Vamos a um lugar mais tranqüilo – a voz não negava que era ele mesmo.


 


Eu os segui até a entrada de um beco, onde pudemos conversar mais a vontade.


 


- O que querem aqui? – perguntei furiosa.


 


- Precisamos conversar – a voz dele não podia ser confundida com nenhuma outra.


 


- É importante – a voz dela mostrava seriedade.


 


Dois antigos vultos de meu passado estavam agora a minha frente. O sangue fervia em minhas veias.


 


- Ino, Shikamaru! O que vieram fazer aqui? – perguntei novamente num tom de voz bem alto e apressado.


 


- Calma aí Sakura. Não precisa fazer escandolo – pediu Shikamaru olhando a nossa volta.


Shikamaru não gostava de nada que chamasse a atenção, ele era assim, um homem simples que não gostava de nada que pudesse atrair olhares alheios, até mesmo seu estilo de vestir e pentear o cabelo eram discretos, sempre usava um conjunto de tweed preto com camisa de mesma cor e tinha os cabelos bem penteados e presos num pequeno rabo de cavalo na altura de sua nuca. Quando o assunto era alguma missão, era a mesma coisa, ele preferia resolver tudo da maneira mais discreta e sutil possível. Eu o conhecia bem, haviam sido quatro anos trabalhando com ele em missões.


 


Porém eu não estava preocupada se chamaria a atenção ou não, estávamos em um beco sombrio e escuro, nenhum morador dos prédios olharia pela janela.


 


- A agência de Nova Iorque mandou vocês? – questionei-os.


 


Ino cruzou os braços.


 


- Não – respondeu-me com seu ar altivo.


 


Ino era a mesma, um mês distante e ela não havia mudado. Também pudera se em anos ela pouco havia mudado, porque em um mês seria diferente? Ino era minha amiga desde o orfanato, uma garota sem igual: geniosa, briosa, bonita e esperta, não tão esperta quanto eu, mas ela era esperta o suficiente para resolver os casos da agência.


 


Ela era minha grande concorrente e no passado fora minha grande inspiração; seu jeito desinibido e sua aparência sempre bem cuidada provocavam-me inveja, e não nego que aprendi muitas coisas com ela.


 


Agora voltando ao nosso encontro na União Soviética, Ino continuou falando.


 


- Nós estamos numa missão


 


Os loiros cabelos curtos de Ino balançavam de um lado para o outro.


 


- Uma missão!?


 


- Vamos a um lugar mais discreto. Podemos ir ao seu apartamento? – perguntou Shikamaru olhando de um lado para o outro desconfiado.


 


- O que? Como podem saber...?


 


Como eles poderiam saber que eu tinha um apartamento?


 


- Sua teimosa, preste atenção, - Ino mostrava sua clássica falta de paciência - Nós temos coisas importantes para falar com você. Nós viemos até aqui para falar com você!


 


Os olhos azuis de Ino brilhavam intensamente.


 


- E se eu não quiser ouvir? – retruquei mal-humorada


 


- O que está dizendo!? – Ino ficou revoltada.


 


- Sakura, é importante – Shikamaru tentou me convencer.


 


- Eu não trabalho mais para a agência.


 


- Não viemos a trabalho pela agência, pelo menos tecnicamente não – disse Shikamaru dando mais uma olhada para a direita e depois para a esquerda.


 


Eu cruzei os braços.


 


- Eu não tenho interesse em saber o porquê estão aqui. Eu estou numa missão, com licença.


 


Eu comecei a andar deixando-os para trás.


 


- Não te interessa nem mesmo se for sobre o seu atual parceiro – gritou Ino num tom maldoso.


 


Eu detive meu caminhar. Não virei para encará-los.


 


- Parem de se intrometer nos meus assuntos! – os adverti.


 


Eu não acreditei nas palavras de Ino, afinal eu sabia que ela falaria qualquer coisa para convencer-me a ouvi-la.


 


- Nós vamos ficar em Moscou até que você decida nos ouvir – a voz de Shikamaru era séria – Nós estamos no Hotel Kusk, quinto andar, quarto de número 56.


 


Eu segui meu caminhar que se tornou mais rápido a cada passo dado, sem dar-me conta, eu comecei a correr. Eu estava correndo do meu passado, queria deixar tudo para trás, mas tudo parecia querer voltar a minha vida.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Achavam que o único problema da Sakura seria o fato do Naruto ter descoberto sobre o jogo de sedução dela? Enganaram-se... agora tem mais dois personagens que aparecem na história para fazer os leitores começarem a pensar mais sobre a missão.

Preparem-se para a cascata de novas informações e surpresas que começam a partir de agora, cada capitulo + emocionante.

Obrigado a todos os leitores que vem acompanhando essa fic.



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