Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 20
CAPITULO 17 – É ERRADO!




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Há dois dias a cena se repetia. Eu voltava para o apartamento após um longo dia de trabalho, e o encontrava vazio. Desde o dia que me vira com Sasuke, Naruto evitava qualquer contato comigo, e vivendo baixo mesmo teto não lhes asseguro que ele seria bem sucedido nessa tarefa.


Por isso há dois dias, Naruto simplesmente não vinha para a casa antes que a lua estivesse bem alta no céu; e há dois dias eu repetia o ritual de espera por ele. Primeiro eu abria a porta da sala e chamava por ele, já esperando que ele não me respondesse; depois desanimada eu ia para o quarto e trocava de roupa, novamente eu voltava para a sala e olhava por dez minutos a porta de entrada, esperando que a qualquer momento ela se abrisse, e ele entrasse por ela; em seguida ia para a cozinha e abria a geladeira, comia alguma coisa para aquietar meu estomago. Voltava para o quarto, e me deitava embaixo das cobertas; ficava ali em silêncio esperando escutar o barulho da porta de entrada se abrir; eu sei que poderia esperar na sala, que era mais quente por causa da lareira, mas eu não pretendia dar-lhe o gosto de me encontrar esperando por ele. Passado um tempo, eu ia furtivamente ia até a sala, e arriscava uma olhada pela varanda, rapidamente eu fechava a porta balcão e voltava para o quarto com a adrenalina alta em meu sangue e o coração disparado. Meu momento de espera só terminava quando a altas horas da noite eu escutava Naruto abrir a porta de entrada, e assim eu desanimada pela espera, dormia sem ter coragem de ir até a sala.


Em meio a minha espera, eu pensava em muitas coisas, e entre elas pensei em como eu estava sentindo a falta dele. Eu sentia falta de seu sorriso bobo, de sua preocupação infundada, de seu jeito atrapalhado e de seus olhos oceânicos que me olhavam com ternura. Por um momento acreditei que isso se devesse a nossa convivência nos último mês. Não me sentia bem tendo esse tipo de sensação de vazio, eu deveria mais do que acostumada com a conviver apenas com a solidão.


Naquela noite eu repeti o ritual de espera. Sentada em minha cama, embaixo das cobertas eu espera ansiosa por Naruto irromper pela porta de entrada. Num momento de distração olhei para minha mão esquerda, não havia uma aliança em meu dedo anular, como eu poderia ser casada quando sequer eu usava uma aliança? Escondi minha mão embaixo do cobertor.


- Que tolice! – reclamei comigo mesma – uma aliança para um falso casamento.


Não havia mais como adiar, naquele dia eu esperaria por Naruto e falaria com ele; as coisas não podiam ficar como estavam. Ao escutar a porta de entrada abrir e se fechar em seguida, eu juntei minha coragem e fui para a sala.


Eu o encontrei olhando a lareira apagada, eu não a havia acendido naquela noite.


- Naruto... – chamei por ele.


Naruto virou o rosto em minha direção, seus olhos oceânicos estavam tristes e sem brilho.


- Oi Sakura – disse ele abrindo um largo sorriso forçado.


Eu respirei fundo e sem rodeios disse o que tinha que ser dito.


- Naruto, é preciso. Essa é a única maneira de ter a confiança de Sasuke e assim ter acesso aos documentos.


Eu não precisava lembrar a ele o que havia acontecido, apenas tinha que justificar o ocorrido.


- Você não tem que fazer isso! – me replicou Naruto com raiva.


O oceano de seus olhos estava revolto.


Eu me aproximei dele. Foram necessários cinco passos para que nossos corpos ficassem a menos de trinta centímetros de distância.


- A missão deve ser cumprida, e eu vou fazer tudo o que for preciso para isso!


Naruto segurou forte em meus braços. O oceano se acalmara um pouco.


Sem que eu esperasse, Naruto capturou meus lábios nos seus. Eu me deixei levar por seu beijo tão doce e úmido. Assim que Naruto deu um tempo para respirar eu o empurrei suavemente, e ele se afastou sem resistência.


Eu o encarei tentando não transparecer nenhum sentimento, ainda que eu acredite que não tenha sido bem sucedida, pois eu senti meus olhos úmidos.


- Sakura, saia da missão! – disse Naruto num tom voz tranqüilo.


- O que?!


Aquelas palavras me deixaram sem ação.


- Você não tem que continuar nessa missão.


- Por que está dizendo para sair da missão?


Em minha mente eu tentava encontrar as razões para seu pedido.


Naruto me encarou, o oceano de seus olhos ficou sombrio.


- Sakura, essa missão é... – sua frase foi cortada ao meio.


- O que essa missão é? – questionei-o furiosa.


Naruto permaneceu em silêncio.


- Diga o que tem que dizer! – o desafiei a falar em meio a minha repentina fúria.


- Essa missão é perigosa para você! – gritou em resposta.


As palavras de Naruto me acalmaram, acima de tudo, ele estava apenas preocupado comigo. Eu diminuí meu tom de voz.


- Eu vou até o fim nessa missão, não importa as conseqüências!


- Sakura, eu te amo.


Naruto era o único que com palavras conseguia fazer meu coração se agitar de tal maneira que era quase impossível mantê-lo em meu peito, porém eu não podia ceder a meus sentimentos.


- Isso é um erro, Naruto. É um erro você me amar – disse friamente.


Eu girei os calcanhares e voltei para o quarto, trancando-me novamente lá. As lágrimas que a tanto custo eu impedi que caíssem na frente de Naruto, agora rolavam soltas por minhas bochechas e ensopavam o lençol da cama enquanto uma pergunta ficava se repetindo em minha cabeça.


Por que tínhamos que nos amar?


Sim, amar. Eu não podia negar que eu estava gostando de Naruto tanto quanto ele de mim, no entanto não havia como dar espaço para esse amor crescer em meio a nossa missão. Se fosse preciso seduzir Sasuke para conseguir os documentos, eu o faria sem remorsos e nem culpa; a missão será cumprida a qualquer custo.


 


 



 


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Sakura fica relutante em aceitar o amor de Naruto, afinal ela tem uma missão a ser cumprida e ela pretende seguir em frente, sem se importar com as conseqüências.



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