Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 18
CAPITULO 15 – SEM NOTICIAS




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/33129/chapter/18

 


 


Eu voltei para casa, pela primeira vez, antes de Naruto. A lareira estava apagada e a luz que irradiava da porta balcão iluminava parcialmente a sala. Eu sentei-me no sofá e decidi esperar por Naruto, assim como ele sempre esperava por mim.


 


Olhei para a lareira apagada, levantei-me decidida a acendê-la, a temperatura naquele dia não estava tão fria, porém Naruto sempre me recebia num ambiente confortável e quente depois de um dia exaustante de trabalho, achei que seria bom fazer o mesmo por ele.


 


Voltei a sentar-me no sofá. O jornal russo que Naruto vira outro dia estava jogado no chão ao lado do sofá, inclinando-me sobre o braço do sofá eu peguei o jornal. Endireitei-me e comecei a olhá-lo com calma; a mesma frustração da manhã tomou conta de meu ser novamente; eu não era capaz de entender uma palavra se quer.


 


Fazendo uma bola de papel, atirei o jornal do outro lado da sala.


 


- Que droga! Eu não entendo nada em russo!


 


Escutei a maçaneta da porta se mexer, e vi Naruto abrindo a porta.


 


- Sakura! – ele ficou surpreso me ver ali tão cedo – aconteceu alguma coisa?


 


- Nada de importante.


 


Eu apenas fui convidada pelo Sasuke a assistir uma apresentação de ballet no Teatro Bolshoi, mas isso estava longe de ser algo especial que eu iria contar a Naruto tão breve. 


 


Naruto sentou-se a meu lado.


 


- Por que voltou mais cedo?


 


- Sasuke me dispensou apenas isso.


 


Naruto levantou os braços e se espreguiçou.


 


- Estou cansado.


 


- Ah, sim, deve estar muito cansado de ficar sentado na grama! – disse num tom de ironia.


 


- Como você sabe? – perguntou Naruto com os olhos cheios de curiosidade.


 


Eu levantei-me.


 


- Eu sou uma espiã, descobrir as coisas é o que eu faço de melhor – gabei-me de minha natural habilidade de desconfiar e descobrir o que estava a minha volta.


 


Essa habilidade natural da qual me gabei parecia estar bem enferrujada nessa missão.


 


- E o que mais descobriu? – perguntou Naruto num tom de curiosidade.


 


- Descobri que não entender uma palavra em russo é a pior coisa dessa missão!


 


Naruto riu. Eu coloquei minhas mãos na cintura e tentei ficar séria.


 


- E quanto a você, senhor espião, o que descobriu nessa missão?


 


- Que não tem nada de bomba na fábrica – disse enquanto ria.


 


Abaixei meus braços e dessa vez fiquei séria de verdade.


 


- Naruto, isso é verdade?


 


Naruto parou de rir e me olhou sério.


 


- Bom, ainda tem a sala de projetos especiais que eu não consegui entrar.


 


- Descobriu mais alguma coisa?


 


- Sim, que eu gosto de você.


 


Eu elevei minha mão a minha testa.


 


- Não digo quanto a esse tipo de descoberta, estou falando da bomba de nêutrons!


 


Tomei o comentário como uma brincadeira, apesar de que eu estava certa que esse comentário fora bem sério.


 


- Não – disse num tom de decepção.


 


- Não se preocupe. Nós vamos encontrar alguma coisa mais cedo ou mais tarde.


 


Eu torcia para que fosse mais cedo.


 


- Naruto, eu estive pensando hoje de manhã. Não acha estranho que Tsunade e Jiraya nunca mais terem entrado em contato?


 


- O que está falando?


 


- Depois que fomos admitidos na fábrica, eles nunca mais vieram nos ver.


 


Naruto ficou pensativo por um momento.


 


- Vai ver que a missão deles era apenas levar a gente até a fábrica.


 


A resposta era interessante e bem possível de ser real.


 


- Provavelmente, mas mesmo assim, eu não sei o que faremos quando conseguirmos os documentos.


 


- Ficaremos na Europa.


 


Eu atirei almofada que estava no chão na direção de Naruto.


 


- Esqueça essa idéia – disse rindo – eu vou voltar para a minha maravilhosa cidade cheia de pessoas, automóveis e prédios.


 


Naruto também riu.


 


- O que acha de Paris?


 


- Paris... - até mesmo naquela época qualquer mulher se derretia por aquela cidade – eu ainda prefiro Nova Iorque com a sua Wall Street.


 


Naruto ficou sério e cruzou os braços.


 


- E Veneza?


 


Outro lugar tentador.


 


- Nova Iorque.


 


- E Madrid?


 


Balancei a cabeça em sinal negativo.


 


- Berlim?


 


- Alemanha!? Se é para ir para a Alemanha posso ficar aqui em Moscou. Além do mais, eu não estou disposta a mudar meu endereço.


 


Naruto desatou a rir.


 


Depois do jantar, Naruto ficou na sala e eu fui para o quarto. A questão do sumiço de Jiraya e Tsunade ainda era um mistério para mim. Onde eles estariam? Será que Naruto estava certo, a missão deles era nos levar até a fábrica? No mínimo eles não queriam se envolver demais nessa missão, por isso haviam sumido, mas quando tivéssemos os documentos em mãos de certo voltariam para levar os louros pela missão.


 


Eles muito me intrigavam. Jiraya e Tsunade haviam aparecido um dia na porta de nosso apartamento, sem terem sido convidados, e nos haviam incumbido de realizar a tal missão na fábrica; quando não obtivemos sucesso ao tentarmos entrar furtivamente eles nos haviam colocado como empregados do lugar. Que tipo de poder e influências eles tinham? Uma coisa eu tinha certeza, eles estavam longe de serem contatos americanos...


 


- Espera um momento


 


Sentei-me na cama.


 


- Jiraya e Tsunade não são nossos contatos!


 


Eu fui contratada pelo governo americano, mas Jiraya não negava seu sotaque soviético e Tsunade por mais que tivesse um bom inglês, também deixava transparecer suas falhas lingüísticas. O governo americano não poderia estar trabalhando com o governo soviético, isso seria historicamente contraditório, ou poderia?


 


Se por um lado aprendi que nessa vida não podemos confiar em nada, por outro eu também aprendi que no mundo dos negócios os interesses falam mais alto do que a ética e a moral. No caso de haver uma ligação entre os dois governos, então, eu e Naruto estávamos participando de uma missão única em toda a história da humanidade; porém se minhas recentes suspeitas fossem verdades, restaria apenas uma pergunta a ser respondida:


 


- Por que a União Soviética se juntaria aos Estados Unidos para espionar uma fábrica em seu próprio território?


 


Pensar nessa pergunta fazia minhas suspeitas terem cada vez menos sentido. Ninguém espionaria seus próprios conterrâneos, não nessa situação; e ainda mais contraria pessoas de um país inimigo para isso.


 


Bom, então só restava pensar que o governo dos Estados Unidos havia conseguido espiões soviéticos para trabalharem para ele.


 


Tive uma súbita vontade de voltar para sala e discutir essas questões com Naruto.


 


Levantei-me da cama, mas ao tocar na maçaneta da porta perdi o ânimo de fazê-lo; pensei estar ficando paranóica com a missão, e que tais dúvidas poderiam ser discutidas no dia seguinte.


 


- Nada vai mudar em um dia.


 


Eu realmente pensei que nada mudaria, e no dia seguinte quando chegasse do trabalho eu poderia sentar com Naruto para discutir a tal questão.


 


Sentei-me novamente na cama e respirei fundo.


 


A possibilidade de Jiraya e Tsunade não serem nossos contatos ficou fixa em minha mente, e eu comecei a explorar mais a idéia. Havia sim a possibilidade de Jiraya e Tsunade terem interceptado nossos contatos originais, eles poderiam até tê-los matado.


 


Eu não tinha como provar, mas meu sentido de espiã e meu sexto sentido de mulher me faziam acreditar que eu não deveria confiar naqueles dois, entretanto pensar dessa forma me fez ter ainda mais interesse em seguir com a missão; eu estava disposta a ir até o fim para descobrir o que de fato havia por trás da missão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

nota da autora: Garota esperta! Sakura desconfia que Jiraya e Tsunade não os verdadeiros contatos na União Soviética.

Acho que os leitores não estavam sentindo falta deles!

E agora?

A fic começa a esquentar... no próximo capitulo a fic fervilha.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogo de Espiões" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.