Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 13
CAPITULO 11 – CONFIANÇA




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No dia seguinte, Naruto saiu mais cedo do que eu para trabalhar na fábrica. Ele engoliu o café da manhã que eu preparei, e saiu rapidamente de casa.


- Tchau Sakura – me disse ao fechar a porta.


Assim que ele saiu, eu fui para o quarto me vestir. Eu não podia ia trabalhar com o hobby que estava vestindo. Não tardei em me arrumar, e saí.


Eu tinha que pegar um ônibus para chegar a fábrica, o trajeto levava em torno de trinta minutos, o que não era muito para um lugar que ficava fora dos limites da cidade e tampouco para um ônibus que andava a uma velocidade de 50 Km/h.


Ao chegar à fábrica subi a escada de acesso aos escritórios. Passei por Karin, que virou o rosto para o outro lado; definitivamente ela jamais gostaria de mim. Deixei meu casaco azul-marinho na cadeira e entrei na sala de Sasuke, para meu espanto eu o encontrei sentado em sua mesa lendo alguns documentos.


- Desculpe-me – pedi sem jeito – eu não o esperava encontra-lo aqui.


- Por isso entrou sem bater? – concluiu Sasuke rindo em seguida.


- Sim – eu estava tão sem jeito por ter entrado sem bater que fiquei sem reação.


- Não tem problema. Eu esqueci de avisar que normalmente eu venho para a fábrica antes do meu horário.


- Prometo bater da próxima vez.


Sasuke assentiu com a cabeça.


- Muito bem, hoje você começa seu trabalho como minha secretária.


Finalmente eu começaria a agir como uma secretária, ontem eu havia passado o dia arrumando arquivos nas gavetas. Sorte a minha os arquivos terem uma etiqueta com tradução em inglês.


- O que devo fazer? – perguntei num tom de ansiedade.


- Quero que separe os arquivos que você guardou ontem.


Perdi as forças. Mais arquivos?! Sasuke arquivava a fábrica inteira em sua sala!


- Quais arquivos? – perguntei num tom de desânimo.


- Os arquivos de compra de armamentos pelo governo.


Esses arquivos eram bem interessantes.


Sasuke pegou os arquivos de sua gaveta que estavam em pastas de papelão com uma identificação a caneta.


- Como quer que os divida?


Sasuke pegou uma das pastas que tinha uma identificação em vermelho na lateral direita.


- Está vendo essa faixa vermelha?


- Sim.


Uma coisa que eu podia me gabar era de ter boa visão.


- Muito bem, essas pastas contêm informações secretas. Elas ficam arquivadas na sala do diretor. Eu quero que você as separe que depois levaremos até ele.


- Você vai levá-las comigo?


- A menos que queira que o diretor saiba que eu contratei uma americana para trabalhar em sua fábrica soviética.


Nem preciso dizer que isso não seria nada bom.


Uma a uma, eu separei as pastas com as informações TOP SECRET. Enquanto isso, Sasuke lia alguns documentos, em alguns momentos tive a impressão de que ele estava me olhando, mas acho que devia ser apenas impressão.


Ao terminar de separar as pastas com a faixa vermelha, coloquei-as empilhadas na mesa de Sasuke. Eram 5 no total.


- Estão aqui as pastas que você me pediu.


- Perfeito. Vamos levá-las agora mesmo.


Sasuke se levantou, e eu peguei as pastas e as apertei contra meu peito. Sasuke saiu da sala e eu segui seus passos como se fosse sua sombra. Ao ver Sasuke sair, Karin se levantou, havia um ar de ansiedade e alegria em seu rosto, que logo desapareceu ao ver-me atrás dele.


Sasuke fingiu não notar a presença dela, e logo fazendo uma curva de 30° à direita se dirigiu até a última sala. A secretária, uma jovem mulher de cabelos escuros presos em um coque de olhos escuros, datilografava em sua moderna máquina de escrever; ela parou de datilografar imediatamente ao ver Sasuke parado a sua frente e sorridente falou com ele. Eu nem imagino o que ela falou e tampouco o Sasuke respondeu, mas acredito que deve ter a sido uma conversa comum entre visita e secretária.


Sasuke começou a andar em direção a porta e eu o segui, a secretária voltou a datilografar. Sem bater, Sasuke entrou na sala; do lado de dentro um homem escrevendo sem parar em um papel. O homem aparentava ter uns 60 anos, ele era calvo e tinha apenas alguns fios de cabelo escuro em sua nuca. Ao ver Sasuke o homem sorriu, levantou-se e veio cumprimentá-la com um forte aperto de mãos.


Sasuke falou alguma coisa para o homem que o fez imediatamente olhar para mim. Eu acenei com a cabeça e sorri. O homem olhou-me com desconfiança, porém Sasuke lhe disse algo em russo que o fez mudar o olhar de desconfiança. Ele estendeu as mãos, e pelo movimento entendi que ele queria que lhe entregasse as pastas, e assim o fiz. O homem falou algo em russo, e mais uma vez eu balancei a cabeça e sorri. O que mais eu poderia fazer? Eu não entendia uma palavra sequer do que ele me falava.


O homem pegou as pastas, e rapidamente se dirigiu até um quadro atrás de sua mesa. Quando ele retirou o quadro, eu notei que ali havia um cofre de ferro. Ele girou  rodinha uma vez para a direita e depois uma vez para a esquerda e novamente uma vez para a direita; cada número passado fazia um pequeno barulhinho devido a oxidação do ferro da rodinha. 


A porta do cofre se destravou e o homem a abriu. O cofre era bem grande, e dentro dele havia uma enorme quantidade de pastas de papelão e uma quantia de dinheiro, no entanto o que mais se destacava no cofre era uma pasta de papelão pintada de um vermelho único, não era um vermelho-vivo tampouco bordo, a pasta tinha uma rara cor vermelha. O homem colocou as pastas que entreguei dentro do cofre e o fechou. Enquanto colocava o quadro de volta no lugar o homem dirigiu a palavra a Sasuke que lhe respondeu num tom de voz amigável. Eu já estava começando a sentir-me mal por não saber o que eles tanto falavam.


Voltei para a casa chateada. Eu me sentia cada vez mais perdida na missão. Como eu poderia espionar alguém se eu sequer sabia o que elas falavam?


Como vinha sendo habitual, Naruto estava me esperando na sala com a lareira acesa. Ele me recebeu com um sorriso nos lábios.


- Oi Sakura.


Eu sentei-me a seu lado no sofá e bufei.


- Naruto, como eu posso prosseguir nessa missão se eu não entendo nada em russo!


Era apenas um desabafo. Naruto ficou a expressão bem séria.


- Você pode desistir da missão.


Eu ri. Não levei a sério a sua sugestão.


- Acho que já estou envolvida demais para desistir. Pelo menos, Sasuke fala em inglês comigo.


Naruto virou o rosto em direção à lareira.


- Sakura, como é seu chefe?


Naruto mudou rapidamente de assunto. Eu voltei meu olhar em sua direção.


- Ele parece ser legal.


O bonito e atraente eram qualidades que Naruto não precisa saber que Sasuke tinha, e como as tinha!


- Não confie nele – me advertiu Naruto.


- Eu sei – disse altiva – afinal eu sou uma espiã. Eu sei em que eu posso confiar e quem não posso.


Vil engano.


- Você confia em mim?


Naruto me deixou sem chão com essa pergunta.


- Você é meu parceiro, eu tenho que confiar em você.


Seus olhos oceânicos ficaram distantes.


Dizem que as pessoas se escondem atrás de suas palavras, e isso é verdade. Eu disse a Naruto que eu TINHA que confiar nele, bem, eu não era obrigada a confiar nele porque ele era meu parceiro, eu simplesmente confiava; porém eu não tivera coragem de dizer-lhe que independente de qualquer coisa, eu confiava nele. Ainda que eu não soubesse nada do passado de Naruto, eu confiava nele.


- Naruto, me escute... – eu coloquei minha mão em seu ombro, mas rapidamente a tirei – estará tudo bem, eu também não gosto de estar trabalhando naquele lugar, mas essa é a única maneira de conseguir os documentos.


Eu fiquei mais tranqüila em pensar que provavelmente Naruto não fosse alguém ruim, pois se por um lado eu não sabia nada do passado dele, ele tampouco sabia nada do meu; devo admitir que nesse ponto estejamos empatados, nada sabíamos da vida um do outro.


- Eu vou ficar por perto, caso precise – disse Naruto por fim sorrindo.


Precisar... eu tinha que seduzir o Sasuke, tudo o que eu desejava era que o Naruto ficasse o mais longe possível de mim para que eu pudesse executar essa missão longe de seus olhos oceânicos que sem dúvida me condenariam.


Eu levantei-me do sofá.


- Vamos comer, eu estou morta de fome.


Naruto logo se pôs em pé.


- O que vai fazer para o jantar? – perguntou-me num tom de curiosidade.


- Pensei que você cozinharia essa noite.


Eu não era muito talentosa para fazer grandes preparações culinárias, além do mais, eu não tinha a mão a maioria dos ingredientes que eu estava acostumada a usar.


- Eu posso fazer ovo frito e tem leite.


Pelo visto Naruto também não era talentoso na cozinha.


- É melhor deixar que eu cozinhe – eu disse num tom de desanimo.


Depois de um dia cansativo, eu ainda teria que cozinhar.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Sakura percebe que se por um lado ela nada sabe sobre o passado de Naruto, tampouco Naruto sabe sobre o dela; nem mesmo os leitores sabem do passado de Sakura! Portanto, não vamos desconfiar tanto de Naruto e do Sasuke... a Sakura também tem seus segredinhos não revelados... ainda!
Vou adiantar umas questões a respeito da Sakura...

Por que ela decidiu entrar de cabeça nessa missão mesmo sabendo de antemão que se descobrisse que a bomba era real ela poderia causar o inicio da Terceira Guerra Mundial? Será que ela apenas queria provar para seus companheiros de Nova Iorque ela podia resolver casos maiores que não fossem assassinatos? Ela aceitou uma missão de um risco bem alto apenas para provar isso, não acham?