Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 10
CAPITULO 9 – COMEÇA O TRABALHO NA FÁBRICA




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Eu fiquei o caminho inteiro pensando nas palavras de Tsunade sobre valer-me da sedução para obter o que eu precisava, e quanto mais eu pensava nisso, mais encabulada eu ficava em pensar quais os limites de minha moral que eu teria que atravessar. Eu nunca havia usado meu corpo dessa maneira para obter qualquer informação, eu sempre usava a lógica, a percepção, a inteligência, nunca meu corpo. No entanto, essa missão era bem diferente das missões as quais eu costumava a participar, e me passou pela cabeça a idéia de que talvez eu tivesse que usar mesmo a sedução para finalizar a missão o quanto antes; eu não ia querer ficar muito tempo naquele país hostil, eu era americana.


Seduzir meu chefe...


A imagem de Naruto veio a minha lembrança, eu balancei minha cabeça para afastá-la de minha mente; definitivamente não era ele quem eu teria que seduzir.


- Algum problema Sakura? – perguntou-me Tsunade virando levemente a cabeça para o lado.


- Não está tudo bem – respondi num tom baixo de voz.


Voltei meu olhar para o exterior do veiculo, decidi ficar olhando a paisagem.


Usar meu corpo, isso significaria ter que... corei em pensar que eu provavelmente tivesse que dormir com meu chefe. Elevei as mãos as minhas bochechas e senti como elas estavam quentes.


- Você está bem agitada – comentou Tsunade – o que tanto a aflige?


- Ter que trabalhar disfarçada num território inimigo – respondi de pronto.


Eu não ia dizer a ela que estava apavorada com a possibilidade de ter um homem tocando meu corpo.


- Para uma espiã, isso não deveria ser problema – alfinetou Tsunade.


Eu não deixei meu orgulho desvanecer por isso.


- E não o é!


- Então por que tanta preocupação?


- Não gosto de ter que usar meu corpo nas missões.


Acabei deixando escapar.


- O problema então é ter que ir para cama com um homem. Quer dizer então que é virgem.


Corei com a maneira rebuscada de Tsunade falar.


- Não fale desse jeito! – a repreendi.


Eu não via mal nenhum em nunca ter dormido com um homem. Tsunade riu.


- Oras, garota, não precisa chegar tão longe. Apenas saiba jogar seu charme e deixe-o tocar em seu corpo; os homens se satisfazem com muito pouco.


Tampouco me agradou a idéia de que algum homem tocasse em meu corpo.


- Eu vou conseguir os documentos por minha inteligência, e não serão por meus méritos corporais!


Tsunade voltou a rir, só que agora de maneira mais discreta. Eu nem me achava assim tão atraente para seduzir alguém; a missão caminhava para o fiasco. Nessas horas não tem como a gente não se perguntar retoricamente como é que se mete em determinadas situações.


- Faça como quiser para conseguir os documentos, mas se não conseguir ainda tem seu corpo.


Eu empinei o nariz e virei o rosto. Tsunade parou o carro em frente a fábrica.


- Acompanhe-me em silêncio, eu vou levá-la até seu chefe. E tire esse sobretudo, leve-o na mão.


Seguindo as instruções de Tsunade eu caminhei a seu lado em silêncio.


Eu estava morrendo de vergonha de ter que andar com aqueles trajes tão... ousados. Eu sei que hoje em dia ninguém acharia grande ousadia usar uma blusa decotada e uma saia quatro dedos acima do joelho, porém não se esqueçam que eu estava em 1956, e trajes assim era bem ousados para uma mulher comum.


Nós entramos na fábrica por uma porta especial que conduzia aos escritórios, não havia um contato direto com a parte de produção, mesmo assim podia-se ouvir o forte ruído das máquinas através das paredes de concentro.


Depois de subirmos trinta degraus com apenas um descanso entre eles, chegamos ao andar dos escritórios. O lugar havia sido construído na forma de círculo, com quatro portas em toda a sua volta; havia uma mesa com uma secretária na frente de cada porta, e próximo à escada havia uma solitária recepcionista. As paredes brancas, assim como as portas, conferiam uma boa luminosidade para o ambiente.


Tsunade se aproximou dessa recepcionista que aparentava ter quase a minha idade, talvez fosse apenas alguns anos mais velha. Seus cabelos negros e opacos não eram muito compridos caindo-lhe a altura do ombro, seus olhos escuros estavam escondidos atrás de óculos retangulares, e sua pele clara e pálida dava-lhe um aspecto sombrio como se ela fosse uma alma penada.


Tsunade falou-lhe alguma coisa em russo; notei que após Tsunade lhe dirigir a palavra, ela começou a me olhar de esguelha como se analisasse cada centímetro do meu corpo, em seguida a mulher se levantou e entrou numa das portas à esquerda que compunham o ambiente de escritórios. Aquela era a única porta que não tinha uma secretária na mesa.


Tsunade virou-se para mim.


- Essa mulher se chama Karin, ela era a antiga secretária do seu atual chefe. Tome cuidado com ela.


Finalmente eu entendia aquele olhar de desagrado que ela me lançara. Eu mal havia chegado e já parecia ter uma inimiga pior que os guardas que faziam a vigia da fábrica.


Passou-se um tempo antes de Karin sair de volta para o hall.


Escutei ela falar algo em russo para Tsunade, e em seguida, Tsunade me fez um gesto com a cabeça para que eu a acompanhasse.


Eu evitei olhar Karin, quanto mais pudesse me manter afastada dela, mais tempo eu teria sem conflitos.


Tsunade foi a primeira a entrar na sala, eu entrei logo atrás.


O sol brilhava forte dentro da sala, e por um momento me ofuscou a visão. Quando enfim meus olhos se acostumaram a claridade, eu vi sua figura surgir em meio a luminosidade.


Ele era lindo. Poucos homens conseguiram me impressionar tanto a primeira vista.


 Com cabelos pretos desajeitados e um ar de mistério a sua volta, Sasuke me fez perder o ar ante a sua imponente presença; e o que mais atraiu a minha atenção foram seus olhos negros que com a incidência da luz pareciam ficar castanhos-avermelhados, era simplesmente fascinante.


- Sasuke, essa é a sua nova secretária – Tsunade me apresentou.


Ele me lançou uma longa mirada, e eu fiquei encabulada.


- Então, você é a Sakura Heikk – disse ele num inglês perfeito.


Eu precisei de um tempo para recuperar a voz perdida.


- Sim.


Sasuke girou os calcanhares e se dirigiu para a janela.


- Muito bem, eu vou lhe explicar o que deve fazer.


Tsunade sorriu e logo saiu da sala sem dizer uma palavra de despedida. Eu olhei-a passar pela porta e bate-la ao sair.


- Senhorita Heikk – voltei minha atenção para Sasuke que agora estava sentado em sua mesa – acho que vamos nos dar muito bem.


Assim eu esperava que acontecesse... pelo bem da missão.


- Pode me chamar apenas de Sakura.


Seria bem informal ele usar apenas meu nome para se dirigir a minha pessoa, mas acreditei que isso nos aproximaria mais rápido. Além disso, Heikk era meu sobrenome alemão; meu verdadeiro sobrenome era Haruno.


- Sakura... se assim prefere.


Eu lhe acenei positivamente com a cabeça e sorri.


- Venha aqui, eu quero lhe mostrar o que você deverá fazer.


Sasuke me apontou uma cadeira a seu lado.


Seduzir... eu respirei fundo, eu não me sentia capaz de seduzi-lo, pois eu me sentia seduzida por sua presença inebriante.


Eu sentei-me ao lado de Sasuke, e ele foi me explicando o que eu deveria fazer enquanto estivesse na fábrica. Em vários momentos me flagrei devaneando perdida em seus olhos negros que lembravam um abismo escuro e profundo; era possível cair neles sem dar-se conta da queda.


As palavras que ele proferia iam se perdendo no ar.


- Sakura, você entendeu o que deverá fazer?


- Desculpe-me, acho que perdi algumas partes.


Tal foi minha desatenção em suas instruções que quando ele terminou de falar eu pouco recordava do que havia sido dito.


Sasuke sorriu.


- Eu vou lhe explicar novamente – disse ele colocando sua mão sobre minha coxa direita.


Eu corei ao sentir o toque de sua pele. Pelo visto não seria difícil iniciar o jogo de sedução, eu apenas precisaria de coragem para levá-lo adiante.


Tampouco seria fácil controlar esse jogo. Sasuke havia me feito perder a compostura ante a sua presença, eu havia sido seduzida por seu olhar e por seu jeito tão misterioso. Ele era como um poderoso caçador, capaz de deixar sua presa tão fascinada por sua beleza que ela nem sequer perceberia o momento do bote.


Eu realmente precisava ter cuidado para não me deixar envolver além da conta. Minha missão era conseguir os documentos que provassem a existência da bomba de nêutrons, nada poderia me distrair desse meu objetivo. Nada! Talvez exceto os olhos castanhos-avermelhados de Sasuke a minha frente.


Ao sair da fábrica naquele final de tarde, eu pude ver que não seria difícil seduzir Sasuke, o difícil seria não me deixar ser seduzida por ele. Eu caminhei até o ponto de ônibus mais próximo, enquanto eu esperava o ônibus desejei que eu e Naruto pudéssemos nos encontrar na fábrica, dessa maneira eu teria uma carona para casa todos os dias.


- Naruto...


O nome de meu parceiro escapou-me dos lábios. Por todo o tempo que eu estive com Sasuke, eu havia me esquecido de Naruto; eu havia me esquecido de quanto eu vinha me aproximando dele.


Balancei a cabeça para afastar qualquer pensamento de dúvida que viesse a envolver meus sentimentos. Eu tinha que seduzir o Sasuke, senão eu não completaria a missão; eu não podia deixar que nada interferisse. Era por isso que era errado eu me apaixonar pelo Naruto, era por isso que era um erro eu me envolver sentimentalmente com ele; pois se o fizesse eu não poderia pertencer a outro, eu não iria querer estar com ninguém mais.


Novamente balancei a cabeça. Eu não tinha que ficar pensando em Naruto como alguém que era mais do que simplesmente meu parceiro.


 


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Sasuke aparece na história e deixa Sakura com os sentimentos abalados. Será que a Sakura vai seguir com o jogo de sedução proposto por Tsunade?



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