Elena... Elena! Só quero que saiba, que aonde quer que eu esteja agora, vou estar esperando por você. 

Abro os olhos, e olho em volta. Estou deitada no sofá da sala, o sol entra pela a janela iluminando todo o comodo. Me levanto e vou até a janela, as lágrimas caem de meus olhos e pela a primeira vez eu não tento esconde-las... Hoje completa 15 anos que o conheci. Eu sei que Damon está aqui, eu sinto sua presença. Ele sempre esteve! 

Imagino ele me envolvendo em um abraço apertado, me beijando e dizendo que tudo não passara de um pesadelo. Mas isso nunca aconteceria... E eu continuaria o amando, vou continuar sentindo sua falta, e lembrando dele, de como nós eramos felizes. De como eu era feliz...

- Se um dia eu for embora... Quero que se lembre de mim. - Damon diz enquanto distribui beijos por minhas costas nuas. - Quero que se lembre de cada momento... De cada palavra... 

- Cada lágrima... O desespero que sentia só de pensar que um dia poderia te perder. - Chorava...

 - Escuta não se ofenda com a minha pergunta... Mas o que uma moça tão bela faz sozinha aqui? 

Eu lembro de tudo... Tudo!

- Damon... Você já teve outras namoradas? - Pergunto enquanto acaricio seus cabelos negros.

- Não. - Ele fala.

- E você, já tinha beijado uma garota? - Pergunto e ele gargalha.

- Sim Elena, eu já havia beijado antes. - Riu. 

- E por que nunca teve uma namorada? - Pergunto. 

- Porque nenhuma garota nunca valeu a pena. - Fala.

- Damon... - Chamo e ele me olha. - Você já... é... Já foi pra cama... Com alguma garota? - Pergunto sentindo meu rosto queimar.

- Por que essas perguntas? - Ele sorri e eu abaixo a cabeça envergonhada. - Não... Eu sou virgem, se é isso que quer saber.

- Você é? - O olho e ele sorri. 

- Sou... Mas pretendo mudar isso. - Estávamos no quarto de Damon assistindo a um filme. - O que você diria se eu dissesse que você é a garota que eu tenho procurado à tanto tempo? - Beijou meu pescoço.

- Eu diria... - Damon passeava com as mãos em meu corpo me causando calafrios. - Que você é o homem que eu tenho esperado... Minha vida toda. 

Eu não sabia explicar qual era a sensação dos lábios de Damon tocando os meus tão suavemente... Eu não sabia descrever aquele sentimento tão devastador, que fazia todos os momentos ao lado de Damon virarem lembranças inesquecíveis, lembranças que eu carregaria por toda a vida. Eu nunca havia conhecido um sentimento tão forte, tão profundo que as vezes chegava a doer.

Damon se afastou de mim e  ficamos com a testa colada um no outro, apreciando aquele momento, sentindo aquelas sensações deliciosas. Eu desabotoei um botão da camisa de Damon e ele começou a beijar-me novamente, mais intensamente, e mais doce ao mesmo tempo, era urgente mas também era calmo, o que fazia ondas elétricas percorrerem todo o meu corpo, fazendo uma sensação deliciosa crescer dentro de mim. Eu sempre achei incrivel o poder que Damon tinha de me fazer sentir segura, livre... Com ele era sempre como se fosse a primeira vez. A cada toque mais ousado eu sentia um calor incrivel tomar conta de mim... Damon . Ele me coloca sobre a cama e acaricia meu rosto. Sinto lágrimas se formando em meus olhos novamente, lembrando de que não poderia ter uma família com ele. - Tá tudo bem! - Ele fala me dando um breve beijo. Eu tiro a camisa com a ajuda de Damon. Depois ele tirou a calça que eu vestia a jogando em algum canto do quarto. Damon ficou por cima de mim e tomou meus lábios para mais um beijo urgente. Quando o ar foi preciso Damon começou a dar leves e demorado beijos por toda a extenção de meu corpo frágil. Ele começou pelo o pescoço, e desceu até o colo fazendo uma trilha até minha barriga aonde acariciou e deu um beijo suave, desceu para minha coxa, seguindo até a panturrilha, até chegar nos meus pés. Depois Damon começou a subir com mordidas leves e quentes, pela a minha coxa, até chegar em minha virilha. Damon tirou o resto das roupas que usava as jogando para longe. Em nenhum momento desconectamos o olhar... Seria nossa primeira vez, seriamos os primeiros um do outro... E eu tinha certeza absoluta que meu sentimento era verdadeiro... Assim como o dele. Seus olhos estavam presos aos meus, seus movimentos leves, e de vagar. Gemiamos juntos, em sincronia um com o outro... - Eu te amo.

- Eu também te amo. - Meu medo de perde-lo era maior a cada segundo... Esse sentimento me destruía e me fazia forte. E fazia nosso amor mais forte. 

Eu estava deitada sobre o peito nu de Damon. - Me perdoa?

- Por que?

- Por não poder ficar pra sempre do seu lado. - Ele fala e sinto meus olhos molhados.

- Não fala isso. - Digo me apertando mais á ele. - Vamos ficar juntos... Não importa o aconteça lembra? 

- Acabou Elena... Todas as esperanças, se foram... Eu vou morrer.

- Não... - Eu já estava chorando. - Vamos nos casar, e vamos morar em uma casinha com cerca branca lembra? - Olho para ele que também chorava.

- Vamos ter filhos... E quem sabe netos. - Ele riu deixando as lágrimas molharem seu rosto. - E seremos felizes... Enquanto o nosso pra sempre durar.

Eu e Damon sempre soubemos o que iria acontecer... Eu sempre soube, mas quando estava com ele, nada importava, só nós dois... Meu coração ainda se acelera quando penso em seu sorriso, minhas pernas fraquejam quando vejo seus olhos azuis dominando minha mente, quando o sinto tocando meu corpo. 

O dia em que nos conhecemos, congelada eu segurei minha respiração. Desde o começo eu sempre soube que encontraria alguma coisa para o meu coração... Batidas rápidas, lágrimas e promessas, como eu posso ser forte? como posso não ama-lo depois de ter sido minha muralha? Quando tenho tanto medo de cair... Mas quando penso nele, todas as minhas dúvidas, de repente vão embora de alguma forma... O sinto tão perto, mas tão longe... Eu tenho morrido todos os dias esperando por você... E não importa quanto tempo leve, eu prometo Damon... Nós vamos ficar juntos outra vez, e quando isso acontecer vai ser pra sempre.

Damon havia piorado, o médico não tinha mais esperanças, ele tinha apenas mais alguns meses de vida. E eu sempre tentei ser forte, e eu sempre fui...

- Damon? - Entro na mansão, e encontro Damon dormindo no sofá. - Damon!

Acaricio seu cabelo, e beijo sua testa. - O que faz aqui? - Pergunta sem abrir os olhos. - Pensei que só viria mais tarde

- E eu aguento ficar longe de você? - Pergunto e ele me sorri.

Eu parecia forte por fora, mas a verdade é que por dentro eu já havia morrido... Meu coração doia tanto... Eu chorava todas as noites, pensando em como seria quando perdesse meu Damon, o que seria de mim. Como viveria? Nosso sentimento cresceu tão rápido, tão forte... Em apenas dois meses ele era a razão da minha existencia, tudo pelo o qual eu lutaria... Eu não via mais aquele sorriso nos lábios dele a um bom tempo. Não via aquele brilho alegre no olhar dele. E todas as noites, eu implorava, pedia a Deus que lhe desse uma chance, ou então que me levasse junto com ele. As pessoas nunca entenderam o nosso sentimento, nunca iriam entender. Você entenderia? Você já sentiu tanta falta de uma pessoa, que se permitiu viver apenas de lembranças só para não precisar lhe dizer Adeus? Só para não acreditar que tinha perdido? Você reviveria cada beijo, cada lágrima, cada palavra só para não se permitir sentir dor? Para nunca abrir esse espaço no seu coração que só pertence á ele? 

O que você faria? Se o único homem que você amou em toda a sua vida morresse? Iria superar e seguir em frente? Era isso que todos queriam que eu fizesse... Mas eu não fiz, não fiz porque para superar eu preciso esquecer, e eu não quero esquecer, pois são essas lembranças que me fazem feliz... Ele pode ter ido, mas nosso amor nunca vai morrer, ele vai permanecer em mim, leve o tempo que levar... Eu vou ama-lo acima de qualquer coisa. Por toda a minha vida.

O tempo foi passando, e Damon piorava a cada dia. Em uma manhã de domingo recebi uma ligação de Stefan, a sensação dentro de mim não era a que eu sentia todas as manhãs quando acordava. Stefan havia me ligado pra dizer que Damon estava no hospital. Quando ele acordou nessa manhã seu cabelo começou a cair. O desespero em mim foi tão forte, que eu fiquei sem palavras para dizer a Stefan... Até que decidi ir para o hospital.

Assim que desliguei o telefone, caio de joelhos no chão, chorando desesperadamente. Isso não era justo, não com ele... Por que ele tinha que sofrer tanto? Por que? Eu sabia que coisas assim iriam acontecer e que eu mais do que ninguém teria que ser forte por ele, pra segurar sua mão e dizer que daria certo, eu deveria ser forte pra poder ficar ao seu lado... Mas eu não estava sendo, eu queria que Damon parasse de sofrer, queria que as coisas dessem certo, queria envelhecer ao seu lado e enfrentar tudo ao seu lado... Mas quem estou tentando enganar? Quem? Sei o que pode acontecer e mesmo assim continuo lutando... Sim eu continuo, porque o amo o bastante pra ser feliz ao seu lado, não importa quanto tempo dure.

Me levanto do chão e saio de casa, corro o mais rápido que minhas pernas permitem até o hospital, tentando controlar as lágrimas para que ele não me visse tão frágil, queria que aquilo fosse um pesadelo, queria acordar... Mas não era, como iria reagir quando visse aqueles olhos tão tristes e desesperados? Meus olhos? Minha vida... Meu mundo...

Chegando até a porta do quarto, paro por um momento e fico fitando a porta branca, para depois girar a maçaneta e entrar. Stefan estava sentado em uma cadeira ao lado da cama. Damon estava com o olhar vazio, triste, os olhos vermelhos e inchados demonstravam o quanto ele estava sofrendo. A boca perfeita estava formando uma linha, sem o sorriso que fazia tudo se acender em mim. Olho para o chão ao lado da cama, aonde uma montanha de fios preto de cabelos se encontram. 

- Damon... - Caminho até ele e acaricio sua face. 

- Eu sempre temi esse dia... Sempre tive medo que isso acontecesse. - Damon ainda olhava fixamente para a frente.

Me atrevo a olhar naquela direção e vejo um espelho. 

Stefan me cumprimenta e depois sai do quarto, seus olhos também vermelhos e inchados. - Ele ficou aqui... Até tudo acabar. - Sorri fraco. Damon começou a chorar se olhando no espelho e meu coração virava migalhas a cada lágrima que descia de seus olhos. - Eu estou horrível.

- Não. - O abraço e Damon encosta a cabeça em meu peito. Sua cabeça lisa, sem nem um fio de cabelo... 

- O que você está fazendo aqui? - Me afasto dele e tiro o espelho da parede. - Por que está comigo Elena? O que você vai ganhar com isso?

- Damon pare... Eu não vou te deixar... Nunca. - Falo convicta. - Eu te amo.

- Não... Você sente pena de mim, só está comigo por isso. 

- Não...

- EU VOU MORRER ELENA... E VOCÊ GANHA O QUE ESTANDO COMIGO? - Começa a gritar.

- Pare de falar isso...

- Eu pareço uma aberração.

- Não Damon... Não parece, você é lindo. - Falo.

- Para... Para de mentir pra mim, eu sei como eu estou... E não adianta você tentar me convencer do contrário, eu não sou bonito, eu nunca vou ter uma família, nunca vou ter nada. E não adianta você dizer que pessoas não vão olhar pra mim e rir porque elas vão. - Fala.

- Por que? Por que você está doente? Por que seu cabelo caiu? - Falo deixando as lágrimas verterem. - Desculpa mas isso não é motivo o suficiente para eu me afastar de você.

- Mas é motivo o bastante pra mim. - Damon fala.

- Chega disso. - Abro a porta do quarto e caminho em passos largos para fora do hospital.

Ando pela a rua controlando as minhas lágrimas, tentando chegar aonde queria o mais rápido possível, e enfim... Cheguei.

- Elena querida. - A mulher diz sorrindo e me abraçando. - O que faz aqui? 

- Preciso de um favor. - Falo deixando as lágrimas caírem e ela me olha preocupada.

(http://www.youtube.com/watch?v=3_W3Vd8EtQg - Só comecem a ler, quando a música tocar)

Fico repassando todas as palavras de Damon em minha cabeça... palavras fortes o bastante para me fazer tomar essa decisão.

- EU VOU MORRER ELENA... Eu sou uma aberração... Uma aberração! 

Lágrimas caiam de meus olhos enquanto eu me olhava no espelho sentada em uma cadeira, me preparando para o que aconteceria. Me preparando para a decisão que resolvi tomar... Para provar que eu o amo o bastante para desistir de qualquer coisa por ele... Por nós. eu não sou bonito, eu nunca vou ter uma familia, nunca vou ter nada... Você sente pena de mim, só está comigo por isso. 

O amava o bastante para fazer qualquer coisa por ele, para ser qualquer coisa... Afinal o que acontece quando você se apaixona por alguém e essa pessoa se torna tudo pra você? E por ela você faria qualquer coisa, seria qualquer coisa, pra faze-la feliz. E quando você está com ela sorrir já não é mais uma opção, porque com ela você não sente dor nem medo e nem solidão, porque essa pessoa preenche cada pedaço de você. Ela se torna sua força, sua coragem e seu amigo... E aos poucos se torna tudo pelo o qual você lutaria. 

A mulher me olha pelo o reflexo do espelho com um olhar de duvida, e eu apenas fecho os olhos e balanço a cabeça. Dora pega uma tesoura e corta uma mecha de meu cabelo, e depois outra e outra... Eu nunca vou ter nada... Ela continua cortando meu cabelo e pelo o reflexo do espelho eu posso ver ele caindo no chão. Eu sou uma aberração. Fecho os olhos quando ela começa a passar a maquininha pela a minha cabeça. Choro me olhando no espelho vendo ela cortando tudo, tirando cada fio... Não é isso que me faz bonita, não é isso que o faz perfeito... É o sentimento que possuimos um pelo outro, não importa se você tem cabelo ou não, se você é saudável ou doente... Se você ama a única coisa que importa é ser feliz, sem se importar com o que você vai perder pelo o caminho... Eu estou abrindo mão disso pra provar o quanto eu o amo... O quanto é verdadeiro.

Fecho meus enquanto ela passa aquela máquina por minha cabeça, e minutos depois ao abrir os olhos, vejo minha cabeça sem nem um fio, totalmente liza, assim como a dele quando ele acordou essa manhã. Limpei as lágrimas, me levantei e peguei um lenço de dentro da bolsa. Me olhei no espelho enquanto o amarrava na cabeça. Abraço Dora que me abraça chorando... Todos do salão me olhavam emocionados já sabendo o motivo de eu ter feito isso, algumas pessoas me olhavam sem entender... Afinal, por que entenderiam? Ninguém além de mim sabe o que eu faria por ele. 

Saio do salão e caminho de volta para o hospital, não eu não tenho vergonha das pessoas, não me importo com minha aparencia, não me importo se vão me chamar de louca... Nada importa com tanto que eu possa ser feliz ao lado dele. Novamente estou parada na frente da porta do quarto onde Damon estava, a abro e entro, Stefan e Damon conversavam sobre algo e assim que entrei a atenção deles se voltaram para mim.

- Você não parece uma aberração. - Começo a desamarrar o lenço e roda-lo pela a minha cabeça. - Você é lindo... Incrivel, e eu te amo... E nunca... - Jogo o lenço que estava em minha cabeça no chão. - Nunca vou desistir de você. 

- O que você fez? - Pergunta me olhando. - Elena...

- Você disse que não queria ficar comigo porque não se acha bonito... Porque seu cabelo caiu, e as pessoas iriam rir de você... Agora somos iguais. - Falo sorrindo com lágrimas nos olhos. - E isso não é motivo o bastante para me fazer desistir.

- Por que você está abrindo mão de tudo por mim? - Pergunta com os olhos cheios de água novamente.

- Porque eu preferia abrir mão da minha própria vida, ao te deixar partir... Eu posso abrir mão de qualquer coisa Damon. Menos de você. 

E essa era a verdade. Eu abri mão de tudo por ele. E faria, outra vez... E outra vez, e quantas vezes fossem necessárias, pra que eu pudesse ter o meu feliz pra sempre, por um breve momento.

Quando Damon morreu eu pensei que seria o fim. Mas não foi. Afinal existe fim? 

Eu não acredito em começo ou fim. Porque a cada fim tem um novo recomeço. E a cada começo é o fim de uma vida, que você não quer mais lembrar. 

Lembrar?Viver? Sim eu ainda estou viva, e ainda sorrio e sim, sou feliz... Sou feliz porque tenho lembranças, porque não esqueci a minha vida passada quando comecei a construir outra. A maioria das pessoas pensam que esquecer é o melhor remédio. Mas na verdade o melhor remédio é relembrar, porque os momentos que você viveu faz de você quem você é, as quedas te fazem forte, a dor te ensina... E você não deve apagar isso, pois é isso que te faz viver. E são essas lembranças que me fazem levantar todos os dias. Que me fazem respirar novamente.

Houve um tempo em que eu pensei que viveria para salva-lo. Mas no final... Foi ele quem me salvou. De todas as formas que um homem pode salvar uma mulher