Eu estava no campo, em baixo do velho carvalho, sentada no meio das pernas de Damon. Nossas mãos estavam entrelaçadas e ele beijava minha nuca. - Adoro quando você fica arrepiada. 

Rio sentindo meu rosto ruborizar. - Minha mãe me trancou no quarto novamente. - Falo e ele suspira. - Estou com medo. Tenho medo de que se me deixar ser feliz por um momento... O mundo vai desabar e... Eu não sei se posso aguentar... Medo que ela possa tirar você de mim. 

- Ninguém vai me tirar de você. - Ele beija meu ombro. Já sentia as lágrimas descendo de meus olhos. - Nós vamos no casar. - Ele fala com a voz fraca. - Vamos ter uma casinha, com cerca branca e um jardim. E eu vamos ter filhos, e quem sabe netos! - Me virei para Damon que também chorava. - E lá na frente, quando nós estivermos bem velhinhos, vamos lembrar disso tudo e rir. 

- Eu vou lutar até o fim... E vou ter fé por nós dois, vou te dar um filho... Com seus olhos, seu jeito. - Meus olhos se afundavam nos de Damon. - E me prometa Damon... Me prometa que não importa o que aconteça nós vamos continuar. Existe uma luz dentro de mim, e essa luz vai se manter acesa... Até que meu coração pare de bater, e até mais além do que isso. 

- Eu prometo continuar, mesmo que o tempo, a distância ou a saudade nos impeça de ficar juntos... Eu prometo que vou continuar, vou te esperar. 

- Eu sei que um dia agente vai poder sim ficar juntos pra sempre. - Ele me dá aquele sorriso perfeito que fazia qualquer problema desaparecer. - E um dia minha mãe vai te aceitar.

Damon joga a cabeça pra trás rindo. - Eu não me importo se ela me aceita ou não, sabia... De qualquer jeito eu vou te sequestrar e nós vamos fugir juntos. - Nós rimos, e Damon me beija fazendo cada pelo de meu corpo se arrepiar. - Melhor eu te levar pra casa, antes que a Dona Isobel coloque a policia atrás de mim. 

- Eu não duvido que ela faça isso. - Nos beijamos novamente, e a cada beijo dele as sensações dentro de mim cresciam mais intensamente. - E eu aposto que ela pode esperar mais um pouco.

- Você é muito teimosa, garota. - Damon nos gira e fica por cima de mim me fazendo cocegas. - E precisa ser castigada.

- Hmm... E qual vai ser meu castigo? - Pergunto e ele se levanta rindo.

- O resto do dia sem beijo. - Fala e eu me levanto cruzando os braços.

- Você teria coragem de me torturar assim? - Faço biquinho.

- Com toda a certeza. - Damon me empurra e sai correndo, nossos dias eram sempre assim, com brincadeiras, risadas... Agente até esquecia o que nós estávamos passando, as barreiras que teríamos que enfrentar... Tudo era esquecido ao ver meu Damon sorrir.

As vezes me pego pensando o que aconteceria se não o tivesse conhecido. Minha vida continuaria a mesma, ainda estaria morando com minha mãe, não teria me casado com Matt... Mas ai eu penso: E tudo o que eu perderia? Eu nunca iria saber o que é o amor, nunca me apaixonaria, nunca arriscaria nada, nunca iria ter um motivo pelo o qual lutar e o mais importante, eu nunca teria a maior conquista da minha vida... Eu não seria mãe, de um garoto incrível... Christian G. Salvatore. Hoje ele tem 15 anos, sempre pergunta sobre Damon, sempre diz sentir orgulho do homem que seu pai foi... Depois que Damon morreu quem mais me ajudou foram Matt e Caroline, quando eu soube que estava grávida minha mãe me expulsou de casa, e foi quando Matt me pediu em casamento, mas ele só fez isso pelo o Christian, em 15 anos que estamos juntos, Matt nunca quis me forçar a nada, ele nunca tentou nada comigo, até o dia em que lhe pedi mais um filho. Eu confiava nele, e por mais que sentisse que de alguma forma estava traindo Damon, eu estava fazendo isso por ele, porque essa seria a nossa família. Ele sempre sonhou em ser pai de um casal. Pelo o menos eu fui mãe de um. Christian e Emilly...

Oh Emilly, será que minha irmã conheceu meu amado Damon? Lembro-me perfeitamente de minha irmã. O cabelo loiro, tão claro que quase chegava a ser branco, a pele branca, e o rosto corado. Os olhos verdes escuros, quase azuis, as pernas longas, um corpo perfeito, o sorriso lindo... Emy era perfeita. Tantas vezes imaginei como seria se ela e Damon tivessem se conhecido. Com toda a certeza se dariam muito bem. Damon sempre disse que não importaria o lugar onde ela estivesse, ela estava olhando por mim. 

E agora, não importa o lugar onde ele esteja, eu sei que está olhando por mim, por nossos filhos. Sim, nossos filhos... Emilly também tem Salvatore no nome. Emilly G. Donovan Salvatore. Ela tinha 5 anos, os olhos azuis como Matt, o cabelo negro como o meu... Ela era linda, assim como Christian. 

- Mãe... Cheguei. - Olhei para o lado e vi meu anjo com aquele sorriso lindo nos lábios. Os olhos azuis brilhavam de alegria. - Tio Stefan vem mesmo? 

- Sim. - Falo sorrindo abertamente ao lembrar que Stefan viria pra cá. Ele e Caroline se casaram, tiveram uma garotinha linda a um ano... E eu que pensava que Stefan nunca se casaria. - Como foi na escola hoje? 

- Bem... - Ele colocou a mochila sobre o sofá e me olhou meio envergonhado. - Mãe... - Meu filho se senta no sofá ao meu lado. - Quando você descobriu que estava apaixonada por meu pai?

- Por que está fazendo essa pergunta. - Olho para ele sorrindo.

- Eu gosto quando você fala dele. - Ele sorriu.

- Bem, no dia em que o conheci. - Disse lembrando daquele dia. - Damon era diferente, era divertido, bonito, encantador, sedutor, irônico, imprevisível e sem medo. E os olhos dele... Deus aqueles olhos me faziam delirar, e o sorriso dele fazia e ainda faz tudo dentro de mim se acender... Todos os dias que passei com ele, a cada dia esse sentimento crescia mais. E no dia que ele se declarou pra mim eu tive certeza que eu nunca mais amaria outro homem. - Sorri com aquela lembrança. Só por falar de Damon sinto uma alegria enorme tomar conta de mim, aquele frio gostoso na barriga sempre que penso nele volta quando toco em seu nome. - E então apareceu você... E foi como se todas as minhas esperanças voltassem. Você sabia que eu não podia ter filhos? - Christian nega com a cabeça sorrindo. - Pois é. Eu e seu pai tentamos várias vezes. - Eu ria lembrando disso. - Quando o médico disse que eu não podia ter filhos, foi como se meu mundo tivesse desabado, e mais uma vez Damon estava lá, segurando minha mãe e dizendo que daria tudo certo. 

- Como você descobriu que estava grávida de mim? 

- Caroline. - Ele sorri. - Eu estava passando muito mal, não sei como não percebi antes, já tinham se passado três meses. Mas depois da morte de seu pai, minha saúde era o que menos me importava. Então ela decidiu me levar no hospital, e eu relutei e chorei e fiz um escândalo enorme. - Christian ri. - Quando o Dr. Marcelo entrou com aquele sorriso enorme na sala, eu fiquei assustada. Ai ele me abraçou dando os parabéns. E disse que estava grávida. Deus eu chorei tanto. - Algumas lágrimas desciam de meus olhos. - Você é meu milagre. - Sorrio para meu filho que olha para um ponto fixo na parede.

Christian volta a me encarar e eu percebo algumas lágrimas se formando em seus olhos. - Você acha que um dia... - Meu filho sorri sem jeito pra mim. - Você acha que vai amar alguém como amou meu pai? - Ele chorava.

- Não. - Falo confiante. - Não porque, eu nunca deixei de ama-lo. Ele ainda existe em mim... E quer saber de uma coisa? - Ele sorri. - Eu me apaixono por ele todos os dias. 

- Queria ter conhecido ele. - Fala me abraçando.

- Você vai conhecer... Um dia. - Falo fechando os olhos deixando mais lembranças me invadirem.

- Você vai ser feliz. - Estava no hospital, deitada na cama com Damon. - Vai ter filhos, e você vai ama-los mais do que qualquer coisa... Você vai se casar com um homem bom, que você ama. 

- Não. - Eu chorava enquanto ouvia as palavras de Damon. 

- Você vai me esquecer e vai seguir sua vida. - A cada palavra dele meu choro se intensificava. - E um dia... Seremos eu e você, outra vez.

- Eu não posso. - Eu chorava mais e mais. Não conseguia aceitar que iria perde-lo.

- Tá tudo bem... Eu vou estar aqui... Eu sempre vou estar do seu lado, olhando você. Tá tudo bem... Tudo bem.

Damon morreu naquela noite... E eu nunca fui capaz de amar outro homem... Nunca serei. Eu sempre estarei esperando por ele. 

- Sempre! - Sorrio sabendo que ele estaria ouvindo isso em algum lugar.