Abro os olhos pela a manhã com o sol batendo em meu rosto. Um homem loiro está dormindo ao meu lado, respirando calmamente em um sono profundo. Sinto uma pontada forte no coração, desejando que um moreno ocupasse esse espaço na cama. 

Me levanto da cama e caminho para o banheiro com passos lentos, tomo um banho frio, deixando a água cair sobre meus cabelos, fico um bom tempo ali, na verdade meu único desejo era desaparecer, era acordar desse pesadelo que eu vivo a mais de quinze anos. 

Saio do banho, coloco um vestido florido, e como faço toda a manhã saio de casa e vou caminhando até o campo onde encontrei Damon pela a primeira vez, eu sei que é errado pensar nele, sendo casada com Matt, mas não era com ele que eu queria estar... Nunca foi. Desvio meu caminho, e ao invés de ir para o campo vou para o cemitério. 

Olhando para a pessoa que me tornei depois que meu Damon se foi, eu tenho pena de mim mesma, nunca mais consegui dar um sorriso sincero, nunca mais conseguir ser feliz... Na verdade eu consegui sim, tenho apenas um motivo que prende aqui, que me segura nesse mundo, o único motivo do meu amor por ele continuar intacto... A única lembrança que tenho dele. Nosso filho. Um lindo garotinho de olhos azuis e cabelos negros. Três meses depois que Damon morreu eu descobri que estava esperando um filho dele, a razão da minha vida. Ele é tão lindo quanto Damon um dia foi, seu rostinho corado, o jeitinho igual ao pai, os olhos azuis profundos, os lábios perfeitamente delineados, a voz doce e aveludada. Ele é o meu motivo de alegria a cada dia, meu pequeno anjo. Meu mundo... 

Estava com uma rosa vermelha na mão, em frente a uma lápide gravada com o nome de Damon Salvatore. Meu peito se partiu em um milhão de pedaços ao me lembrar do dia em que ele morreu, no dia em que a vida parou de fazer sentido... O único dia de minha vida que eu desejei morrer junto com ele, eu nunca superei isso, depois de todos esses anos a dor e a saudade que sinto é a mesma, em meus sonhos a noite eu vejo aqueles olhos azuis, aquele sorriso perfeito, e sua voz aveludada dizendo que está me esperando, e que vai me esperar pra sempre.

Me ajoelho diante do tumulo e coloco a rosa lá. Fecho meus olhos e mais lembranças me invadem.

- Quando eu morrer você vai sentir minha falta? - Estávamos deitados no campo olhando um para o outro.

- Não... Porque nós vamos juntos, de velhice. - Falo sorrindo para meu anjo. 

- Por que você continua se iludindo com isso? - Pergunta e novamente eu sorrio.

- Porque eu tenho de fé.

Essas conversas sempre me machucavam tanto... - Oi meu amor. - Falo limpando as lágrimas. - Se você soubesse como sinto sua falta. Eu estava me lembrando de nós, de quando nos conhecemos... E sabe, isso tem me feito tão bem... Pensar em você me faz bem, relembrar tudo o que vivemos... Eu não vejo a hora de poder te reencontrar meu amor, poder te tocar, te beijar. Lembra quando você me beijou pela a primeira vez? Eu me lembro disso todos os dias. 

Acordei mais animada do que todos os outros dias naquela manhã, me sentia mais viva do qualquer coisa e aos poucos ia superando a morte de Emylli, quando estava com ele eu superava tudo, qualquer medo que havia em mim desaparecia no momento que via o seu sorriso iluminando tudo na minha vida, Damon me salvou, de todas as formas que um homem é capaz de salvar uma mulher. Ele me libertou, me mostrou o que era felicidade, o que é amor... Tomei meu banho matinal, arrumei meu cabelo, passei perfume, e coloquei meu tão amado vestido florido. Desci as escadas encontrando Jeremy e mamãe tomando café da manhã.

- Bom dia Jer. - Falo dando um beijo em meu irmão mais novo. 

- Tá animada hoje! - Minha mãe sorri. - O que aconteceu?

- Ora mamãe... Eu sou animada. - Falo a abraçando e dando um beijo estralado em sua bochecha. - Damon se declarou para mim na noite passada... Deus ele é tão... Incrível.

O sorriso de minha mãe logo desapareceu dando lugar a uma carranca. - Já lhe disse para não se iludir com ele... Você vai acabar se apaixonando e quando ele morrer.

- PARE. - Grito a fazendo me olhar espantada. - Nunca mais fale uma besteira dessas. Nunca mais mamãe.

- é a verdade filha, só estou tentando cuidar de você.

- Não... Você está tentando cuidar de si própria... Não me importo se não gosta de Damon, apenas não demonstre isso em minha presença. - Falo e logo volto a sorrir e sair cantarolando para fora de casa.

- Bom dia Elena. 

- Bom dia! - Respondo sorrindo... Quem era aquele homem afinal. Rio sozinha no meio da rua. 

- Posso saber o motivo de tanta alegria? - Caroline gruda em meu braço e nós caminhamos juntas até a escola.

- Oh Car... Ele é tão incrível. - Rodopio na rua. - Seus olhos, seu jeito... E o sorriso... Deus poderia ser comparado a um anjo!

Caroline ri enquanto eu sorrio boba com a imagem de Damon me dizendo todas aquelas coisas. - Ele se declarou para mim Caroline... Disse coisas tão belas que perdi até o folego... Ele diz palavras tão perfeitas, como se fosse um príncipe encantado montado em seu cavalo branco, de armadura reluzente... Ele é como um anjo. - Falo fazendo a loira rir mais ainda. 

- Você. Está. Completamente. Apaixonada. Por ele. - Caroline diz cada palavra pausadamente.

- Estou Car... E me apaixono mais a cada dia.

- Como ele se declarou?

- Ele me chamou pra ir caminhar no campo com ele, e quando agente chegou lá... 

- Ora Damon diga logo... O que você quer me dizer? - Pergunto ansiosa. Damon estava com as mãos no bolso, a cabeça baixa, seu rosto estava vermelho como a sirene de uma ambulância. Ele respirou fundo uma, duas, três vezes. Apertou os olhos, ficou de costas para mim olhando para cima com as mãos no rosto. - Damon!

Ele estava tão nervoso, parecia uma bomba relógio pronta para explodir a qualquer segundo, estava soando, e ele andava de um lado para o outro quase abrindo um buraco no chão. Finalmente ele parou na minha frente.

- Elena eu... - Ele respira fundo repetidas vezes, aperta os olhos e abaixa a cabeça. - Eu gosto de você... Estou apaixonado por você.

Fico em choque quando Damon diz tais palavras, meu coração bate forte, minha respiração falha, minhas pernas vacilam, e por um segundo o mundo para de girar. - E queria saber se... Se você quer ser minha namorada. - O rosto de Damon parecia um tomate de tão vermelho, ele mordia o lábio inferior e e mantinha a cabeça abaixada, enquanto eu apenas o olhava perplexa por suas palavras. - Eu entenderei se você não aceitar... 

- Eu preciso pensar. - O interrompo saindo de meu transe e soltando fogos de artificio por dentro. Ele abaixa a cabeça novamente. - Me encontra amanhã? No Grill depois que eu sair da escola.

- Claro! - Ele dá um sorriso fraco. - Espero que você pense bastante porque... Eu realmente não quero ficar sem você?

- E por que não? - Pergunto brincalhona e ele me olha sério.

- Porque eu encontrei um razão pela a qual lutar. - Ele fala. - Eu quero ter uma vida ao seu lado. E estou disposto a fazer tudo que estiver ao meu alcance por isso... - Ele sorri de lado. - Você me faz sentir vivo novamente.

- O Car... Estou tão nervosa. - Confesso a minha amiga.

- Você já tomou uma decisão? - Pergunta ficando de frente para mim.

- No mesmo momento em que me pediu... Eu o amo Carol... Quero ter uma família com ele, eu o amo! - Rodopio novamente sorrindo, sentindo meu coração bater em um ritmo acelerado.

Entramos na escola e a cada cinco segundos eu olhava o relógio, desejando para que esse tempo passe de uma vez, para que eu saia daqui e vá encontrar com Damon, quero lhe dizer que aceito ser sua namorada. Quero beija-lo, quero abraça-lo... Deus eu o desejava mais do que qualquer coisa. 

Eu não prestava atenção em uma palavra do que os professores pronunciavam nesse dia, não sabia se meu coração batia rápido por estar ansiosa ou com muito medo. Balançava minha perna freneticamente olhando para o relógio, enquanto mordia meu lábio inferior. Minhas mãos estavam fechadas em um punho, eu soava frio, minha respiração falhava... Deus eu estava surtando antes mesmo de encontra-lo. Finalmente o sinal do ultimo tempo bate, me fazendo arrumar minhas coisas w sair correndo para fora da escola, ouço Caroline me chamando mas continuo a correr para fora da escola, indo ao encontro dele. 

Eu andava em passos longos e rápidos até o Grill, sentia o sangue pulsando em minhas veias, meu coração para saltar de meu peito, eu não enxergava nada ao meu redor, era apenas o caminho do Grill a minha frente que importava, o homem que esperava uma resposta minha, o homem que iria me fazer feliz... Que me fez feliz.

Chego ao Grill respirando com dificuldade por conta da corrida até lá, meus olhos caminha por entre a multidão procurando os dele, o vento gelado acariciava meu rosto, minha barriga se contorcia por dentro, meu coração já não batia, ele martelava em meu peito, e já não eram mais borboletas no meu estomago, eram morcegos enormes, voando de um lado para o outro, revirando tudo dentro de mim. E por fim encontrei seus olhos lindos olhando para mim como seu eu fosse a única pessoa daquele lugar. Caminho em passos lentos até ele. Ele estava lindo, como sempre, seu cablo bagunçado caia sobre os olhos, seus lábios perfeitos mantinham um sorriso de lado, capaz de fazer qualquer sonho virar realidade. 

- Então? - Ele se levanta e fica de frente para mim, seu olhar era preocupado e ao mesmo tempo esperançoso. Fico o olhando por um tempo sem encontrar palavras para dizer o quanto o desejava. Então eu apenas disse:

- Eu aceito. - Digo e ele parece surpreso com minha resposta, o sorriso em seus lábios se alarga, seus olhos brilham de alegria. Damon estava imóvel na minha frente, e aos poucos ele se aproximou e me deu um abraço tão apertado e reconfortante. Naquele momento me senti a garota mais feliz do mundo... Acho que agora eu posso dizer qual foi o dia mais feliz de minha vida... Foi quando o conheci. 

Damon se afastou e me olhou por poucos segundos, segurou eu rosto em suas delicadas mãos e começou a a se aproximar. Senti meu coração bater mais forte e mais lento ao mesmo tempo, a sensação de ver Damon se aproximando assim de mim, era incrível, era como ver neve pela a primeira vez, era como respirar de novo... E quando seus lábios tocaram os meus, cada pelo de meu corpo subiu, cada fibra de meu corpo gritou de alegria, e por dentro eu podia sentir os fogos de artificio estourando, sua língua acariciava a minha, tomando cada pedaço de minha boca, suas mãos firmes em minha cintura... E seus lábios... Deus eu sentia o gosto amargo do doce mel que era seus lábios. Naquele momento eu era dele e ele era meu...

Hoje tudo o que lhe tenho são lembranças, lembranças de uma vida passada, aonde eu fui feliz por um longo período de tempo. Eu sei que jamais amarei alguém como eu o amo, sim eu o amo... E esse sentimento nunca deixara de existir em mim. Meu sentimento por ele é como uma chama eterna, que nunca se apaga, é uma chama ardendo em fim... Essa eterna chama que queima dentro de mim, sempre me lembrando quem ele foi. Damon é um pedaço importante de mim, uma memória... E eu continuo me apaixonando por ele a cada dia mais.

Quando minha mãe soube que estava namorando com Damon, começou a me proibir de sair de casa. Se negava a acreditar que eu estava junto com Damon. Mas nada do que ela fez conseguiu me separar dele...

- Você não tem o direito de fazer isso. - Grito enquanto ela me segura pelo o braço me arrastando até meu quarto. 

- Eu tenho sim. Eu sou sua mãe e eu não quero você com esse garoto. - Fala me jogando dentro de meu quarto e trancando a porta com a chave.

- Você não pode fazer nada. - Grito dando socos na porta. - Eu o amo, e ninguém irá me impedir de ficar com ele... Eu o amo. 

Continuo socando a porta até que desisto e escorrego pela a mesma, chorando desesperadamente, eu não pensava na possibilidade de perde-lo. Eu e Damon enfrentamos tudo e todos para fiarmos juntos. E no fim, ficamos... 

Naquela mesma manhã, havíamos escrito nossos nomes no carvalho, conversamos sobre tudo, rimos, nos beijamos, nos amamos ao máximo. Até minha mãe chegar e me levar dele. 

Eu estava deitada em minha cama, chorando, quando ouço barulhos na minha janela. 

Me levanto e caminho até a mesma, Damon estava lá em baixo olhando para meu quarto. Ele faz sinal para que eu desça e eu o faço sem nem ao menos pensar duas vezes. Ele me ajuda a descer as escadas da sacada de meu quarto. 

- Damon. - O abraço apertado e ele retribui. - Pensei que nunca mais iria voltar a ve-lo.

- Vai ser preciso muito mais do que isso, para eu me afastar de você. - Damon me beija calorosamente. - Eu te amo Lena.

- Eu te amo tanto meu amor. - O abraço novamente. - Tenho tanto medo de perde-lo.

- Nunca vai me perder Lena... Eu prometo que vou lutar até o fim, vou manter minhas esperanças e nós vamos ficar juntos, para sempre. - Damon olhava no fundo de meus olhos. - Eu prometo.

Novamente meu mundo desabou ao lembrar-me de tais palavras.

- Você tinha prometido. - Choro olhando para o céu. - Você disse que ficaríamos juntos, você mentiu. - Choro mais ainda sentindo cada fibra de meu corpo ceder ao desespero. - Eu sinto tanto a sua falta... Por que você não vem me buscar? Por que me abandonou aqui? Por que Damon? 

Estamos deitados no jardim de minha casa, olhando para a lua. 

- É tão linda. - Ele fala. - Sabe... A lua, ela nunca muda de posição, não importa o angulo que você a olhe.. Então sempre que nós olharmos a lua vamos pensar um no outro, porque não importa aonde agente esteja, a lua vai ser sempre igual. - Damon me olhava ternamente. 

Aquele buraco que havia em meu peito, nunca fecharia, nunca cicatrizaria, estaria sempre ali... Me mostrando o quanto é difícil viver sem ele.