The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 71
Parchments


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Quanto tempo. Desculpas, como sempre, além de tudo ficou curto, mas eu preciso desses capítulos pra conseguir me guiar. E de antemão, é bem difícil encontrar online a linha do tempo dos livros bem detalhada, e como eu não tenho tempo pra reler, acaba complicando um pouco. Me perdoem se vocês notarem algo fora do normal ♥



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   Foi um longo tempo. A cada dia eu precisava acordar e me forçar a uma meditação, onde eu repetia diversas vezes que era Silbena quem comandava aquele corpo, quem eu era. Funcionava bem, pelo menos por algumas horas.

   O que estava deixando todos ansiosos era a resposta que Eragon traria, junto da notícia do novo rei dos anões. Era a última informação necessária para Nasuada poder decidir se avançaríamos para um ataque direto ou não. Claro que ainda assim não seria uma decisão imediata, mas era importante.

   Além disso, tentei abordar Delrio novamente sobre os pergaminhos, mas ela sempre dizia pouco, pra naõ dizer nada. Elrohir começou a ficar cada vez mais desconfiado, e confesso que a sensação não me agradava. Mesmo que fosse para o bem, minha mãe já me havia escondido coisas antes. E agora parecia estar repetindo o feito.

   Estava tudo confuso, na verdade. Enquanto por um lado os dias pareciam compridos e demorados, eles também se passavam num piscar de olhos. E aquela sensação esquisita na minha nuca nunca passava. Podia ficar mais branda, mas nunca sumia de fato. Sano tentava me ajudar, mas a presença dele também me deixava ansiosa. De um jeito diferente, mas ansiosa. Não era como toda a incerteza que Elwë me fazia querer decifrar, mas ainda assim era desconcertante.

   – Silbena. – Ele me chamou enquanto eu encarava a grama entre meus pés. Ergui os olhos, ainda meio incerta. Estávamos perto de Elrohir, mas ele dormia como um bêbado após aquela caneca a mais. Sano não parecia tão incomodado com a presença do enorme dragão as suas costas. – Tudo bem?

   – Sim. Agi estranho?

   – Não, não do jeito que você teme pelo menos. Está calada, só isso. 

   – Ah...isso. Eu...só não tenho o que dizer. Você quem me chamou para conversar.

   – Só queria saber que está bem. E gosto da companhia, mesmo que calada.

   – Sano, você exagera na doçura de vez em quando.

   Ele riu, nada incomodado. Honestamente, como podia um homem daquela altura e porte físico se sentar com uma moça e simplesmente falar tantas coisas encantadoras?

   – Pelo visto, não te incomoda tanto. – Ele disse mais perto. Ergui o rosto de novo, sentindo as bochechas mais quentes que o restante da minha face. Eu estava corando. – Na verdade parece bem diferente disso.

   – Não me faça acordar Elrohir. – Disse, desviando o rosto. Ele não desistiu e colou a ponta de seu nariz na minha bochecha. A respiração dele fazia cócegas.

   – Não sei se ele gostaria dessa cena.

   – Acredite, ele age feito criança vendo um casal adulto. – E eu não mentira. Elrohir disfarçava seu ciúme por agir feito uma criança e dizer que nossos momentos juntos causariam indigestão a qualquer um que não gostasse de doces.

   – Que eu aproveite a chance, então. – Olhei para ele, querendo saber que chance, mas ele apenas me roubou um beijo. Me afastei no susto, mas ele apenas riu e continuou com o assunto anterior. Algo sobre algo que Orun o havia feito zombaria. Acabei rindo com ele.

   Nossos dias juntos não eram tão ruins. Eu os descreveria como algo morno. No calor que fazia em Surda, algo morno é agradável. Mas não era tão refrescante quanto seria com outra pessoa. Eu sabia que se quisesse ser feliz com Sano precisava parar de pensar no maldito elfo, mas ele sempre se escondia em algum canto do meu coração, dos meus pensamentos, e quando eu menos esperava ele simplesmente estava lá.

   Nunca em pessoa. Ele conseguia se esquivar de mim muito bem.

   Assim como Delrio. Desde quando a questionei sobre os documentos, ela começou a ter mais cuidado com eles. Wayn também não dizia nada. Passei uma tarde com eles, e notei o comportamento. Quando me viram entrar na tenda, se apressaram em guardar tudo, dizendo que não queriam me incomodar com trabalho. E mesmo se eu demonstrasse interesse no assunto, eles o mudavam de imediato. Wayn chegou a me distrair com antigas histórias do The Sender, mas Elrohir logo notou a artimanha.

   E depois daquele dia, eles sempre escondiam tudo, só de me verem por poucos minutos.

   Pelo visto eu teria que decifrar aquilo tudo sozinha. Ou com a ajuda de Aidan, ou algo assim. Chamei Sano um dia, durante nossos momentos afastados do acampamento, e ele me olhou com estranheza ao ouvir meu pedido.

   – Quer que eu roube os documentos de sua mãe?

   – Não é roubo. Furto. Tanto faz. Eu só preciso que pegue os papéis.

   – Por que eu? Você não tem o acesso mais fácil até sua tenda?

   – Não precisa ter medo, eu me resolverei com ela. O problema é que ela os esconde sempre que suspeita que estou por perto. Por favor, Sano.

   Eu reconhecia que me aproveitava de Sano em certos momentos. Não era difícil. Apertar sua mão nas minhas, olhar em seus olhos com um olhar que tentava ser doce, mas que pelo visto surtia efeito. Ele apertou minha mão em resposta e concordou, suspirando.

   – Mas vou te jogar na fogueira se me pegarem.

   – Ela é sua sogra afinal. Não deveria teme-la tanto.

   – Pelo contrário, tenho que ter mais medo dela que de Elrohir.

   O dragão bufou atrás de nós como se para contestar o que Sano dissera. Ele deu um sorriso sem graça. Ergui a mão e esfreguei o focinho escamado, repreendendo mentalmente. Ele apenas grunhiu aquela risada estranha dele.

   – Não fique desesperado, sei que vai conseguir. Peça ajuda a Orun.

   Ele resmungou, dizendo que ainda não sabia até onde aquilo daria certo. Lhe dei um beijo na bochecha como recompensa por aceitar. E ainda acrescentei um belo pagamento.

   – Faça o que lhe pedi e ganhará mais destes. – Ele sorriu e concordou, ficando de pé quase que de prontidão.

   – Pois prepare-se então, pois contarei cada um. Com licença. – Ele saiu e Elrohir finalmente abriu um olho. O fitei, esperando algum comentário. Ele apenas resmungou em minha mente e voltou ao seu descanso. Ri, decidindo voltar também a minha tenda.  

   Ele gastou dois dias. Quando Eragon finalmente regressou e a notícia de que Orik era o novo rei, os ânimos se elevaram, e minha mãe abriu sua guarda com os tais documentos. Sano os apanhou durante um dos anúncios feitos por Nasuada, e não tardou a ir me entrega-los.

   – Tudo bem? – Questionei, entrando na tenda e esperando que ele me desse os pergaminhos. Ele os tirou de dentro da camisa de linho e jogou-os dentro do meu baú por mim. O pobre coitado chegava a suar. Sorri. Era estranhamente reconfortante saber que ele se importava o suficiente para realmente fazer aquilo.

   – Não. Fiquei com medo que Wayn me notasse. Ele não estava longe.

   – Já passou, e fez muito bem. Agora eu só preciso da ajuda de Aidan. Talvez.

   – Sobre o que eles são?

   – É o que eu quero saber também. Minha mãe diz não saber, mas ela parece concentrada demais em escondê-los de mim. E pelo que ela descreveu, eram propriedade do Império. Eu conheço aquela biblioteca. – Senti o frio na espinha que sempre me ocorria quando falava sobre aquele lugar. Meu cabelo crescia, mas ainda era prova suficiente do que me ocorrera lá. – Nada sai de lá sem que ele saiba.

   – Bom, se puder pelo menos me contar sobre o que eram, eu me sentiria menos suspeito.

   – Vou pensar no seu caso. – Brinquei, sentando no catre. Ele me imitou, ainda meio nervoso. Aproveitei e lhe paguei um daqueles beijos na bochecha em agradecimento. Pareceu funcionar para acalmá-lo. – Não querendo manda-lo embora, mas eu preciso descansar. O calor hoje foi o pior em muito tempo.

   – Sim, de fato. Bom, não vou te atrapalhar. Me conte depois o que descobrir. – Ele sorriu e afagou meu cabelo antes de partir. Suspirei. O que custava meu coração bater tão forte por ele quanto pelo outro?   


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Notas finais do capítulo

é isto amores, se eu não voltar até 2019, boas festas para todos ♥



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