The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 70
Feeling Weird


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo está longe de ser enorme e esclarecedor, mesmo depois de tanto tempo, mas ele retoma a trama de um ponto em que há algum tempo eu abandonei e volta a tratar de mais assuntos ^~^ Obrigada por todos que me esperaram ♥ Minha eterna gratidão por não me abandonarem :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330799/chapter/70

   Quando acordei a primeira vez, ainda estava escuro. O mal estar ainda estava lá, mas era menor. Dormi mais um pouco, e acordei junto do sol. Agora o incômodo se transformara em dor, talvez pela posição que eu havia dormido. De toda forma, com os músculos um pouco doloridos e uma fome de dragão, deixei a tenda e fui comer.

   Orun estava fazendo uma bela refeição, me acenou com uma mão enquanto limpava as migalhas de sua enorme barba com a outra. Sorri fraco e me aproximei, ainda me sentindo estranha. Ele também sorria, como se reencontra-se uma velha amiga. Talvez fosse mesmo isso.

   – Ay, Capitã. Como se sente? Deve estar faminta, hum? Já passou o horário do desjejum, mas ainda sobrou comida. – Ele ergueu a mão e com um de seus gritos retumbantes pediu ao garoto da cozinha um prato. Agradeci com a voz baixa. – Honestamente, agora, como se sente?

   – Estranha. Como se eu tivesse um fio bem fino de cabelo na minha nuca sendo puxado por uma mão invisível.

   – É, é estranho mesmo. Mas e a ligação?

   Com o pouco tempo que eu tinha passado com Orun atualmente, geralmente só a trabalho, quase me esqueci que ele provavelmente fora informado da situação. Em casos em que eu não estava presente, ele assumia o batalhão em meu nome. Deviam tê-lo deixado esperando alguma novidade.

   – Aidan me disse que eles a modificaram, só para desligar a minha vida da dele. Mas só tem um jeito de ter certeza que deu certo.

   – Você está sem o mau humor dos últimos dias.

   – Acho que saber o que estava acontecendo me ajudou a tomar mais cuidado. De toda forma, como você tem passado?

   – Você tem me visto por ai. Ou estou trabalhando ou repondo as energias. Estamos treinando feito loucos, e até que se decida o assunto do nosso rei...Não quero nem pensar.

   – Eragon não está conseguindo algo?

   – Não depende dele. É toda uma tradição envolvendo famílias e afins...Política, sabe como é, sim? Não deve demorar muito agora.

   – Orun, espero que entenda porque não tenho ficado tanto com você. Eu sinto muito.

   – Somos todos adultos, Silbena. – Senti como se o fio de cabelo na nuca tivesse sido arrancado quando ouvi meu nome. Cocei a nuca como se para aliviar a sensação e continuei escutando. – Eu sei que somos amigos mesmo que você não esteja comigo a cada cinco minutos.

   – Claro. – Meu prato foi posto sobre a mesa e o garoto se curvou antes de nos deixar novamente. O prato de Orun já estava quase vazio. – Você continua comendo feito um animal.

   Soltei a frase sem querer, porém com uma certeza. Aquela tinha sido eu. Não era Galbatorix querendo me manipular. Era apenas a capitã Silbena brincando com seu guia de montanha e amigo, Orun. Dei uma risada alta, pegando um talher.

   – Ora, você que se desabituou depois de comer feito uma princesa. Dê três dias e estará pior que eu. – Ele fingiu estar bravo, mas eu continuei rindo e ele me acompanhou, o som de trovão saindo direto de seu peito.

   Depois de comermos, ele me deixou para ir resolver algo com um dos outros homens. Acabei minha refeição e deixei a tenda. O sol ainda não estava tão alto no céu, mas já maltratava quem se aventurava a caminhar sob seu brilho.

   – Silbena. – Me virei com o som da voz, demorando a localizar o dono. Sano vinha na minha direção depois de passar por algumas pessoas. Fiquei parada, esperando que ele me alcançasse. A claridade me fazia cerrar os olhos, mas a cor de ferrugem em seus cabelos ainda se destacava. Estava aparado, estranhamente. – Bom dia.

   – Ei, Sano. Bom dia. – Ele parou bem próximo de mim, fazendo um pouco de sombra no meu rosto. – Tudo bem?

   – E com você? Aidan me disse tudo, deveria estar andando tão cedo?

   – Minhas pernas ainda funcionam. – Notei que soei um pouco indelicada, então dei um sorriso e respondi logo em seguida. – Me sinto estranha, mas ficar parada deixa a sensação pior.

   – É por uma boa causa. – Ele hesitou um pouco antes de sorrir e tirar uma pequena mecha de cabelo que tinha ficado muito curta quando cortada do meu rosto, mas esta voltou ao mesmo lugar em seguida. Ele sorriu mais ainda, carinhoso. Sorri de volta. – Hum, Delrio quer te ver.

   – Ah, sim. Vou procura-la duma vez. Obrigada, Sano.

   – Te vejo mais tarde, Capitã.

   – Até mais. – Deixei-o sem nem mesmo lhe dar um aceno, apenas mais um sorriso, e fui procurar Delrio. Depois de perguntar um pouco a descobri com Wayn, debruçados sobre uma escrivaninha e com alguns pergaminhos espalhados, fora os dois livros abertos sobre a mesa.

   – Se for isto de fato ele... – Delrio ia falar, mas Wayn me percebeu e cutucou Delrio pelo braço. Ela se virou e deu um sorriso cansado. Ela tinha uma aparência bem fragilizada, como alguém que não tem dormido nem comido bem.

   – Bom dia, mãe. Wayn... – Acenei com a cabeça e ele deu um aceno. Ele também parecia cansado. – Sano me disse que me procurava.

   – Gosto de saber como anda minha filha de vez em quando. – Ela se aproximou e passou a mão pelos meus cabelos, afetuosamente. Wayn pediu licença e se retirou. – Está se sentindo melhor?

   – Mais ou menos. Ainda não me sinto inteiramente no controle, mas estou conseguindo me manter...calma.

   – É ótimo ouvir isso. Sei que vai conseguir recuperar totalmente a você mesma.

   – Espero. O que você e Wayn estão lendo? – Olhei por cima de seu ombro, os documentos espalhados.

   – Ah, ainda não sei ao certo. Não conseguimos traduzir direito grande parte das informações.

   – É élfico? Elwë pode ajuda-los, se quiser.

   – Não, não é. Suspeitamos que seja a Língua Antiga, mas parece que diversas coisas não batem. De toda forma, não é uma prioridade, apenas uma informação que pode ser útil, se decrifrarmos.

   – Bom, talvez Aidan consiga algo. Não vou atrapalha-la mais. Obrigada pelo carinho.

   – Tome cuidado, minha filha. Diga oi à Elrohir.

   Sorri e deixei a tenda, Wayn voltando com dois copos d’água no mesmo momento. Deixei-os e conversei com Elrohir.

   “Escutou, sim? Ela lhe disse oi.”

   “Ouvi sim, não é nisso que eu estava prestando atenção.”

   “O que foi?”

   “Como sua mãe tem esses documentos? Aidan não lhe disse uma vez que quase todos estão sob o poder do Império, exceto por alguns que já não tem tanta importância?”

   “Disse, disse sim. Mas ela disse que não são tão importantes, talvez seja um desses. Ela acha muita coisa Antiga em exploração.”

   “Hum, pode ser. De toda forma, ela parecia muito ocupada com eles para não ser tão importante.”

   “Também reparei nisso. Parece que ela não dorme a muito tempo. Nem ela, nem Wayn”

   “Deveriam conversar de novo depois. Tentar saber do que se trata.”

   “Sim, farei isso. Agora só quero descansar, parece que mal dormi ontem. Estranho.”

   “Descanse, então. Isso deve passar em alguns dias.”

   Aceitei o conselho e voltei à minha tenda, disposta a me dar mais alguns momentos de descanso e tentar me livrar dos músculos tensos e doloridos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa noite, queridos, até logo (logo msm haha)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Secret Weapon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.